segunda-feira, 9 de novembro de 2020

BAILE DA ILHA FISCAL (ÚLTIMO BAILE DO IMPÉRIO) - RIO DE JANEIRO - BRASIL - (1889) - 9 DE NOVEMBRO DE 2020

 


Baile da Ilha Fiscal

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O Último Baile do Império (óleo sobre tela, Francisco FigueiredoMuseu Histórico Nacional)
Ilha Fiscal no dia do último baile do Império (óleo sobre tela, Francisco Joaquim Gomes Ribeiro.)

Baile da Ilha Fiscal, também conhecido como O Último Baile do Império, ocorreu no dia 9 de novembro de 1889, um sábado, em homenagem aos oficiais do navio chileno "Almirante Cochrane". Realizado na ilha Fiscal, no centro histórico do Rio de Janeiro, então capital do Império. Foi a última grande festa da monarquia antes da Proclamação da República Brasileira, em 15 de novembro, uma sexta-feira, seis dias após o baile.

Inicialmente marcado para o dia 19 de outubro, foi adiado por ocasião da morte do rei Luís I de Portugal (1861-1889), sobrinho de Pedro II do Brasil. O evento, que reuniu toda a sociedade do Império, formalmente homenageava a oficialidade dos navios chilenos ancorados na baía havia duas semanas. Mas, na verdade, comemorava as bodas de prata da princesa Isabel e do conde d´Eu. Além disso, a intenção do visconde de Ouro Preto, presidente do conselho de ministros, era de tornar inesquecível este baile, para reforçar a posição do Império, contra as conspirações republicanas. O dinheiro gasto por ele no baile, 250 contos de réis, foi retirado do ministério da Viação e Obras Públicas, este valor correspondia a quase 10% do orçamento previsto da Província do Rio de Janeiro para o ano seguinte. Existiram críticas à corte pelo ato, visto que esta quase não promovia bailes.

O baile teve um requinte incomum para a coroa brasileira, que era enxuta. O Palacete foi intensamente decorado, em seus jardins foram montadas duas mesas, em formato de ferradura, onde foi servido um jantar para 500 dos 4 500 convidados, sendo 250 em cada uma. Iguarias incomuns como o sorvete e o faisão foram servidas.

Jantar

O jantar oferecido teve pratos incomuns para a época e bebidas alcoólicas importadas, dentre estes:

Uma banda, instalada a bordo do "Almirante Cochrane", o navio homenageado, tocou valsas e polcas madrugada adentro.

"Dançou-se muito no O Último Baile do Império, mas o que os convidados não imaginavam, nem o imperador D. Pedro II, é que se dançava sobre um vulcão. À mesma hora em que se acendiam as luzes do palacete para receber os milhares de convidados engalanados, os republicanos reuniam-se no Clube Militar, presididos pelo tenente-coronel Benjamin Constant, para maquinar a queda do Império. "Mais do que nunca, preciso sejam-me dados plenos poderes para tirar a classe militar de um estado de coisas incompatível com sua honra e sua

Página do cardápio do último Baile da Ilha Fiscal, 1889. Arquivo Nacional.

dignidade", discursou Constant na ocasião, tendo como alvo justamente o Visconde de Ouro Preto. Longe dali, ao lado da família imperial, o visconde desmanchava-se em sorrisos ao comandar seu suntuoso festim. A família imperial chegou ao cais pouco antes das 10 horas. D. Pedro II, fardado de almirante, a imperatriz Teresa Cristina e o príncipe D. Pedro Augusto embarcaram primeiro. Quinze minutos depois foi a vez da princesa Isabel e do conde D’Eu. Uma vez no palácio, foram conduzidos a um salão em separado, onde já se achavam reunidos membros do corpo diplomático estrangeiro oficiais e alguns eleitos da sociedade carioca. O guarda-roupa da imperatriz não chegou a causar impressão especial entre os convidados - um vestido de renda de chantilly preta, guarnecido de vidrilhos. A toalete da princesa Isabel, no entanto, causou exclamações de admiração pelo luxo e pela beleza. Ela portava uma roupa de moiré preta listrada, tendo na frente um corpinho alto bordado a ouro. Nos cabelos, carregava um diadema de brilhantes."[1]

Um fato irônico, até hoje não confirmado, ocorreu logo após a chegada da família real, às 10 horas da noite: conta-se que D. Pedro II, ao entrar no salão do baile, desequilibrou-se e levou um tombo. Foi amparado por dois jornalistas. Ao recompor-se, exclamou: "O monarca escorregou, mas a monarquia não caiu!". Apesar do sucesso do baile, o imperador pouco se divertiu. Ficou sentado, visto que já estava em idade avançada, o tempo todo e foi embora à 1h da manhã, sem jantar.

Outro acontecimento curioso ocorreu no término da festa. Às 5 horas da manhã, após a saída dos convidados, os trabalhos de limpeza revelaram alguns artigos inusitados espalhados pelo chão: além de copos quebrados e garrafas espalhadas, foram recolhidas condecorações perdidas e até peças de roupas íntimas femininas. O fato pode, entretanto, ser fictício, uma vez que foi relatado na coluna humorística Foguetes, do periódico carioca "O Paiz", no dia 12 de novembro, nestes termos:

"Houve quem perdesse dragonas, chapéus de sol, chapéus de cabeça, lenços, e até - parece incrível, mas é rigorosamente verdadeiro - uma senhora deixou lá ficar o espartilho!!!"[2]

Repercussão

A distribuição dos 5 mil convites começou no dia 4 de novembro. As roupas finas das lojas do Rio de Janeiro se esgotaram. Setenta e duas horas antes do baile já não havia vagas nos cabeleireiros. As senhoras lotavam as lojas de roupas finas e os cavalheiros recorriam aos alfaiates, para ajustar suas casacas e às barbearias, para cortar o cabelo ou aparar os bigodes e barbas. Muitas senhoras chegavam às 9 h da manhã, para fazer os cabelos

Duas bandas militares tocaram quadrilhas, valsas, polcas e mazurcas para os convidados, que dançaram em seis salões do castelo. A princesa Isabel foi uma das pés-de-valsa mais animadas. Depois da festança, às 6h da manhã, o pessoal da limpeza achou: 37 lenços, 24 cartolas e chapéus, 8 raminhos de corpete, 3 coletes de senhoras e 17 cintas-ligas.[carece de fontes] De acordo com o historiador Milton Teixeira todas as fotos feitas na festa desapareceram.[fonte confiável?]

O Baile foi comentado pela mídia por alguns dias, o que trouxe uma falsa imagem de solidez da coroa.

Contexto histórico

Anterior ao Baile

Posterior ao Baile

Referências

  1.  Veja na História, Festança sobre o Vulcão
  2.  «O Paiz». 12 de novembro de 1889. Consultado em 16 de março de 2018

Bibliografia

  • SILVA, Hélio. Nasce a República. São Paulo: Três, 1975. p. 71.
  • REY, Marcos. Proclamação da República. São Paulo: Ática, 2003. p. 10.
  • CALDEIRA, Jorge. Viagem pela História do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 222. ISBN 8571646589
  • GOMES, Laurentino. 1889. São Paulo : Globo Livros.

TRÂNSITO DE MERCÚRIO - (1802) - 9 DE NOVEMBRO DE 2020

 


Trânsito de Mercúrio

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Mercúrio aparece na forma de um ponto relativamente próximo ao centro do disco solar, em 8 de novembro de 2006.

Trânsito de Mercúrio é a passagem do planeta Mercúrio entre o Sol e a Terra. No fenômeno, Mercúrio é visto como um pequeno ponto escuro movendo-se pelo disco solar.

Os trânsitos de Mercúrio com relação à Terra são muito mais frequentes que os trânsitos de Vênus, ocorrendo cerca de 13 ou 14 vezes a cada século, sempre nos meses de maio ou novembro. Uma das razões para esta frequência maior é o fato que o período da órbita de Mercúrio é mais curto que o de Vênus.

O primeiro trânsito de Mercúrio observado por cientistas, em 7 de novembro de 1631, foi previsto por Kepler em 1627. Ele faleceu em 1630, um ano antes de ver sua previsão confirmada. Os três últimos trânsitos de Mercúrio ocorreram em 20032006 e 2016.

Ocorrência de trânsitos

Os trânsitos de Mercúrio podem acontecer em maio ou novembro, sendo que os trânsitos de novembro têm o dobro da frequência dos de maio.[1] Atualmente eles ocorrem dentro de um período de poucos dias próximos a 8 de maio e 10 de novembro.[2] O intervalo entre um trânsito de novembro e o próximo trânsito em novembro pode ser de 7, 13 ou 33 anos, enquanto o intervalo entre dois trânsitos em maio pode ser de 13 ou 33 anos.

Os trânsitos de maio são menos frequentes que os de novembro porque durante um trânsito de maio, Mercúrio está próximo ao afélio, enquanto em novembro ele está próximo do periélio. Os trânsitos no periélio são mais frequentes devido a dois efeitos: primeiro, Mercúrio se move mais rápido na sua órbita ao periélio e pode atingir o nó do trânsito mais rapidamente, e em segundo, no periélio Mercúrio está mais próximo do Sol, e portanto, tem uma paralaxe menor.

Durante os trânsitos de maio, Mercúrio possui um diâmetro angular de 12"[2] e eles ocorrem no nó descendente[1] da órbita de Mercúrio. Durante os trânsitos de novembro, Mercúrio possui um diâmetro angular de 10"[2] e estes trânsitos ocorrem no nó ascendente.[1]

Os trânsitos de Mercúrio estão gradualmente se deslocando para o fim do ano; antes de 1585 eles aconteciam em abril e outubro.

Trânsitos tangentes

Algumas vezes Mercúrio parece apenas tocar o Sol durante o trânsito. Neste caso é possível que em algumas áreas da Terra seja visto um trânsito completo enquanto que em outras seja visto apenas um trânsito parcial (sem um segundo ou terceiro contato). O trânsito de 15 de novembro de 1999 foi um trânsito deste tipo, e o anterior a ele ocorreu em 28 de outubro de 743. O próximo trânsito deste tipo vai ocorrer em 11 de maio de 2391.

Também é possível que um trânsito de Mercúrio seja visto em algumas partes do mundo como um trânsito parcial enquanto que em outras partes ele simplesmente não transite na frente do Sol. O último destes trânsitos ocorreu em 11 de maio de 1937, e o anterior a ele em 21 de outubro de 1342. O próximo deste tipo vai ocorrer em 13 de maio de 2608.

Trânsitos passados e futuros

A primeira observação de um trânsito de Mercúrio ocorreu em 7 de novembro de 1631, por Pierre Gassendi. Entretanto, Kepler havia predito a ocorrência de trânsitos de Mercúrio e Vênus algum tempo antes. Ele tentou observar o trânsito de Vênus um mês mais tarde, mas devido a um erro nas tábuas astronômicas, ele não percebeu que o trânsito não seria visível na maior parte da Europa, incluindo Paris. Um trânsito de Vênus só foi observado em 1639, por Jeremiah Horrocks.

Trânsitos Passados de Mercúrio
Trânsitos de Mercúrio
Data do
meio-trânsito
Hora (UTC)Observações
InícioMeioFim
1631 Nov 7Observado por Pierre Gassendi.
1651 Nov 3Observado por Jeremy Shakerly em Surat, relatado em uma carta a Henry Osbourne, em janeiro de 1652, acredita-se que ele morreu na Índia, em 1655.[3]
1661 Mai 3Ocorreu no dia da coroação do Rei Carlos II da Inglaterra. Observado por Christiaan Huygens em Londres.
1677 Nov 7Observado por Edmund Halley em St Helena, Richard Towneley em Lancashire, Jean Charles Gallet em Avinhão; conforme relatado em uma carta de John Flamsteed para Johannes Hevelius em 23 de maio de 1678 [4]
1743 Nov 5Observação científica coordenada foi organizada mundialmente por Joseph-Nicolas Delisle.
1753 Mai 6 
1769 Nov 923:09Observado por Charles Green e James Cook em Mercury Bay na Nova Zelândia.[5] Foi notado que Mercúrio tinha pouca ou nenhuma atmosfera.
1802 Nov 906:1608:5811:41 
1815 Nov 1200:2002:3304:46 
1822 Nov 501:0402:2503:45 
1832 Mai 509:0412:2515:47 
1835 Nov 717:3520:0822:41 
1845 Mai 816:2419:3722:49 
1848 Nov 911:0713:4816:28 
1861 Nov 1205:2107:1909:18 
1868 Nov 505:2807:1409:00 
1878 Mai 615:1619:0022:44 
1881 Nov 722:1900:5703:36 
1891 Mai 923:5702:2204:47 
1894 Nov 1015:5818:3521:11 
1907 Nov 1410:2412:0713:50 
1914 Nov 709:5712:0314:09 
1924 Mai 821:4401:4105:38 
1927 Nov 1003:0205:4608:29 
1937 Mai 1108:5308:5909:06Visível apenas como um trânsito parcial na África do Sul, sul da Arábia, sul da Ásia e oeste da Austrália.
1940 Nov 1120:4923:2101:53 
1953 Nov 1415:3716:5418:11 
1957 Mai 623:5901:1402:30 
1960 Nov 714:3416:5319:12[6]
1970 Mai 904:1908:1612:13[7]
1973 Nov 1007:4710:3213:17[8]
1986 Nov 1301:4304:0706:31[9]
1993 Nov 603:0603:5704:47[10]
1999 Nov 1521:1521:4122:07[11] Trânsito parcial na Austrália, Antártica, e a ilha sul da Nova Zelândia
2003 Mai 705:1307:5210:32[12]
2006 Nov 819:1221:4100:10[13]
2016 Mai 911:1214:5718:42[14] Trânsito total em América do Sul, no leste da América do Norte e na Europa Ocidental; trânsito parcial em todo resto do mundo exceto Austrália e Ásia Oriental
Trânsitos Futuros de Mercúrio
Trânsitos de Mercúrio
Data do
meio-trânsito
Hora (UTC)Notas
InicioMeioFim
2019 Nov 1112:3515:2018:04 
2032 Nov 1306:4108:5411:07 
2039 Nov 707:1708:4610:15 
2049 Mai 711:0314:2417:44 
2052 Nov 923:5302:2905:06 
2062 Mai 1018:1621:3600:57 
2065 Nov 1117:2420:0622:48 
2078 Nov 1411:4213:4115:39 
2085 Nov 711:4213:3415:26 
2095 Mai 817:2021:0500:50 
2098 Nov 1004:3507:1609:57 
2108 Mai 1201:4004:1606:52 


Ver também

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c «Seven Century Catalog of Mercury Transits: 1601 CE to 2300 CE». Consultado em 11 de janeiro de 2012During the seven century period 1601 CE to 2300 CE, Earth experiences 94 transits of Mercury across the Sun. These events can be organized into two groups: ... May (Descending Node) = 31 = 33.0% November (Ascending Node) = 63 = 67.0% Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "NASA" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  2. ↑ Ir para:a b c Espenak, Fred. «2003 Transit of Mercury». Consultado em 11 de janeiro de 2012
  3.  Chapman, A. (1985), Transactions of the Historical Society of Lancashire and Cheshire Volume 135 pp 1–14
  4.  Eric G. Forbes et al. (1995), Correspondence of John Flamsteed Volume 1, Institute of Physics Publishing, p. 624-627
  5.  Wayne Orchiston 1994, James Cook and the 1769 Transit OF Mercury, Carter Observatory ISSN 1173–7263 http://www.transitofvenus.co.nz/docs/CarterObservatoryInfo3.docArquivado em 14 de outubro de 2008, no Wayback Machine.
  6.  «1960 Transit of Mercury»HM Nautical Almanac Office. UK Hydrographic Office. 5 de novembro de 2007. Consultado em 30 de maio de 2012
  7.  «1970 Transit of Mercury»HM Nautical Almanac Office. UK Hydrographic Office. 5 de novembro de 2007. Consultado em 30 de maio de 2012
  8.  «1973 Transit of Mercury»HM Nautical Almanac Office. UK Hydrographic Office. 5 de novembro de 2007. Consultado em 30 de maio de 2012
  9.  «1986 Transit of Mercury»HM Nautical Almanac Office. UK Hydrographic Office. 5 de novembro de 2007. Consultado em 30 de maio de 2012
  10.  «1993 Transit of Mercury»HM Nautical Almanac Office. UK Hydrographic Office. 5 de novembro de 2007. Consultado em 30 de maio de 2012
  11.  «1999 Transit of Mercury»HM Nautical Almanac Office. UK Hydrographic Office. 5 de novembro de 2007. Consultado em 30 de maio de 2012
  12.  «2003 Transit of Mercury»HM Nautical Almanac Office. UK Hydrographic Office. 5 de novembro de 2007. Consultado em 30 de maio de 2012
  13.  «2006 Transit of Mercury»HM Nautical Almanac Office. UK Hydrographic Office. 5 de novembro de 2007. Consultado em 30 de maio de 2012
  14.  «The Transit of Mercury on 2016 May 9». Consultado em 7 de junho de 2012 (versão traduzida e adaptada) Verifique data em: |acessodata= (ajuda)

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