A Moita é uma vila portuguesa pertencente ao distrito de Setúbal e à Área Metropolitana de Lisboa, com cerca de 17 600 habitantes.
É sede de um município com 55,26 km² de área[1] e 66 029 habitantes (2011),[2][3] subdividido em 4 freguesias.[4] O município é limitado a norte, através de baixios do estuário do Tejo, pela área principal do município do Montijo, a nordeste também pelo Montijo, a sudeste e sul por Palmela e a oeste pelo Barreiro.
O concelho da Moita, território integrante da Área Metropolitana de Lisboa, situa-se na margem esquerda do Estuário do Tejo, com uma frente ribeirinha superior a 20 km. Com exceção do Vale da Amoreira, todas as outras freguesias (Alhos Vedros, Baixa da Banheira, Gaio-Rosário, Moita e Sarilhos Pequenos) estão em contacto com o rio.
A nova centralidade e a acessibilidade trazidas pela construção da Ponte Vasco da Gama constituem um trunfo no posicionamento deste concelho na região de Setúbal, nomeadamente para a valorização dos seus recursos naturais e zona ribeirinha, constituindo um atrativo para a instalação de novos equipamentos, empresas e residentes. Estão, assim, a surgir novas oportunidades para o desenvolvimento local e regional, resultantes do esforço da Câmara Municipal na requalificação urbanística e ambiental.[5]
Número de habitantes [6] |
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1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
4 404 | 4 808 | 5 490 | 6 350 | 6 117 | 7 062 | 9 486 | 12 384 | 19 465 | 29 110 | 38 735 | 53 240 | 65 086 | 67 449 | 66 029 |
(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)
Número de habitantes por Grupo Etário [7] |
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| 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
0-14 Anos | 2 342 | 2 440 | 2 246 | 3 287 | 4 045 | 5 740 | 8 018 | 9 935 | 13 766 | 14 288 | 11 231 | 10 549 |
15-24 Anos | 1 201 | 1 114 | 1 455 | 2 019 | 2 247 | 3 591 | 4 934 | 5 815 | 8 130 | 10 223 | 10 314 | 7 424 |
25-64 Anos | 2 533 | 2 389 | 3 100 | 3 849 | 5 495 | 9 118 | 14 820 | 20 465 | 27 008 | 33 959 | 37 213 | 36 775 |
= ou > 65 Anos | 250 | 260 | 280 | 391 | 495 | 798 | 1 338 | 2 520 | 4 336 | 6 616 | 8 691 | 11 281 |
> Id. desconh | 4 | 1 | 39 | 2 | 42 |
(Obs.: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente.)
Freguesias do concelho da Moita. | O concelho da Moita está dividido em 4 freguesias:
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As origens da ocupação humana no concelho da Moita remontam aos inícios do Neolítico e correspondem a uma ocupação de carácter habitacional com cerca de 6 mil anos, comprovada pelos achados arqueológicos da jazida do Gaio.
Contudo, não se conhece uma continuidade da ocupação do espaço, na medida em que só a partir de meados do século XIII podemos apontar a existência de um núcleo humano em Alhos Vedros, como certifica o mais antigo documento que se conhece referente a esta localidade, que confirma a existência desse lugar com um capelão chamado Fernão Rodrigues, datado de 30 de janeiro de 1298.
O povoamento da faixa ribeirinha, na qual se integra o território do atual concelho da Moita, só terá ocorrido de forma mais ou menos contínua com a pacificação de toda esta zona, daí se supõe que apenas terá sucedido após a reconquista definitiva de Alcácer do Sal no ano de 1217.
Toda esta extensa região (doada por D. Sancho I em 1186) que se estendia desde a margem sul do rio Tejo até à margem extrema do Alentejo estava na dependência direta da Ordem Militar de Santiago. É neste contexto que surge a designação de Riba Tejo, termo utilizado pelos freires de Santiago para denominarem o vasto território compreendido entre o rio de Coina e a ribeira das Enguias e no qual nasceram e se foram desenvolvendo vários núcleos populacionais, atraídos pela força do estuário.
É no âmbito desta estrutura organizacional que surge a freguesia de São Lourenço de Alhos Vedros, confirmada documentalmente por uma sentença, datada de 5 de outubro de 1319. O período que medeia os séculos XIV e XVI é propício ao desenvolvimento económico e populacional de Alhos Vedros, de tal forma que vê crescer a sua importância no contexto regional, ao receber o estatuto de vila (1477), o poder municipal (1479) e a carta de foral (1514).
Contudo, no final do século XIV e início do século XV, é que terá assumido o seu período áureo, abrangendo o seu termo um extenso território que compreendia os atuais concelhos do Barreiro e da Moita, estendendo-se desde a Ribeira de Coina até Sarilhos Pequenos. Embora detivesse uma área de jurisdição, o antigo concelho de Alhos Vedros estava na dependência direta da Ordem Militar de Santiago, a sua donatária, pelo que constituía uma comenda da Mesa Mestral da Ordem.
É neste contexto espaciotemporal que vão surgindo pequenos aglomerados, constituídos por pouco mais do que uma dezena de habitantes, demonstrando que a humanização no território do atual concelho da Moita se fez muito lentamente, o que se deveu, em grande parte, à estrutura do solo, coberto exclusivamente por matas e extensos pinhais.
Dados os imperativos geográficos, os aglomerados que nasceram no termo de Alhos Vedros cresceram em estreita articulação com o trabalho no rio, através de uma rede efetiva de ligações fluviais com a outra margem, o que permitia uma rápida circulação de pessoas e de bens. Aliás, o desenvolvimento da Moita está indissociavelmente ligado ao transporte de cabotagem, atividade que a converteu numa terra de passagem e num importante nó de ligação entre o sul do país e a cidade de Lisboa.
Assim, à medida que se assiste ao crescimento da Moita, que culmina com a sua elevação a vila em 1691, Alhos Vedros vai lentamente declinando, situação que se reflete na desintegração do seu território e no consequente decréscimo da população, de modo que, no século XVIII, Alhos Vedros tinha apenas 124 moradores, enquanto a Moita já registava 225 “vizinhos” e o lugar de Sarilhos Pequenos 55 “vizinhos”.
Nos finais do século XVII, passaram-se a ter duas vilas e dois concelhos com as respetivas áreas jurisdicionais, administradas individualmente por dois juízes ordinários, vereadores, um procurador do concelho, um escrivão da Câmara, um juiz dos órfãos com o seu escrivão, dois tabeliões, um alcaide e uma companhia de ordenança.
No século XIX, no decorrer das reformas administrativas empreendidas pelo governo liberal, Alhos Vedros perdeu definitivamente a sua autonomia municipal e foi integrado como freguesia, num primeiro momento, no Barreiro (1855) e, num segundo momento, na Moita (1861). Na última década deste século, com a segunda extinção do concelho da Moita (1895), a freguesia de Alhos Vedros voltou a ser anexada, por mais três anos, ao Barreiro, para ser de novo reintegrada, em definitivo, no concelho da Moita (1898).[8]
De entre um vasto conjunto de atividades desenvolvidas por artesãos do concelho, muitas das quais trazidas de outras regiões do país pelas vagas de migrantes que aqui se instalaram, tais como a latoaria, a cestaria, a olaria, entre outras, a mais emblemática do concelho da Moita é a construção de miniaturas de barcos típicos do Tejo nas freguesias do Gaio-Rosário e de Sarilhos Pequenos.
Peças como varinos, faluas e fragatas são habilmente reproduzidas à escala por antigos marítimos, cuja vida cedo os empurrou para a labuta nestas embarcações. Começaram por ser “moços”, aos nove ou dez anos, depois passaram a “camaradas” e mais tarde a “arrais”, as três etapas possíveis desta ancestral atividade que consistia em fazer o transporte de produtos e pessoas entre as margens sul e norte do rio Tejo. As decorações típicas não podiam deixar de embelezar estes barcos, onde as cores garridas das tintas ilustram paisagens, cenas religiosas, números, letras e flores.[9]
Terra de mar e fragatas, a gastronomia da Moita está estreitamente ligada ao rio Tejo. Nos vários restaurantes do concelho, podem ser provadas iguarias que fazem parte da gastronomia local e que merecem ser apreciadas demoradamente:[10]
O concelho da Moita possui o seguinte património arquitetónico e histórico:
Data | % | V | % | V | % | V | % | V | % | V | % | V | % | V | % | V |
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APU/CDU | PS | PPD/PSD | AD | PRD | B.E. | PSD-CDS | PAN |
---|
1976 | 63,82 | 6 | 21,14 | 1 | | | | | | | |
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1979 | 67,06 | 6 | 13,81 | 1 | 9,19 | - | | |
1982 | 65,41 | 6 | 16,85 | 1 | AD | 10,71 | - | | |
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1985 | 61,26 | 5 | 18,35 | 1 | | | 13,24 | 1 | | |
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1989 | 53,76 | 4 | 23,02 | 2 | 16,48 | 1 | | | |
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1993 | 52,79 | 6 | 23,59 | 2 | 14,32 | 1 | | |
1997 | 45,25 | 5 | 33,32 | 3 | 10,15 | 1 | | |
2001 | 41,40 | 5 | 32,53 | 3 | 10,98 | 1 | 3,35 | - | | |
2005 | 49,79 | 5 | 26,17 | 2 | PSD-CDS | 8,83 | 1 | 9,12 | 1 | | |
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2009 | 44,93 | 5 | 26,64 | 3 | 7,92 | - | 11,60 | 1 | | | |
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2013 | 45,54 | 5 | 24,80 | 3 | 6,19 | - | 8,43 | 1 | 2,37 | |
2017 | 41,10 | 4 | 28,99 | 3 | PSD-CDS | 10,30 | 1 | 8,47 | 1 | 3,59 | |
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Data | % |
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PCP | PS | UDP | PSD | CDS | APU/CDU | AD | FRS | PRD | PSN | B.E. | PAN | PàF |
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1976 | 61,84 | 19,12 | 6,07 | 4,12 | 2,45 | | | | | | | | |
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1979 | APU | 14,34 | 7,36 | AD | AD | 61,15 | 12,35 |
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1980 | FRS | 5,74 | 59,25 | 14,63 | 15,58 |
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1983 | 21,62 | 3,73 | 7,84 | 3,13 | 60,11 | | |
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1985 | 11,31 | 3,90 | 10,14 | 2,60 | 50,65 | 17,81 |
1987 | CDU | 13,25 | 2,97 | 24,31 | 1,44 | 43,77 | 9,07 |
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1991 | 23,66 | | 27,47 | 2,29 | 37,05 | 1,00 | 2,28 |
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1995 | 39,93 | 1,34 | 14,88 | 5,62 | 33,33 | | 0,19 |
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1999 | 38,82 | | 14,00 | 4,48 | 34,40 | 0,27 | 3,59 |
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2002 | 36,06 | 19,13 | 6,26 | 29,40 | | 4,86 |
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2005 | 39,29 | 12,46 | 3,52 | 28,81 | 11,12 |
2009 | 30,63 | 11,11 | 7,65 | 27,82 | 16,36 |
2011 | 26,53 | 18,66 | 9,47 | 27,74 | 8,44 | 1,39 |
2015 | 32,22 | PàF | PàF | 27,56 | 13,50 | 1,98 | 15,12 |
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O concelho da Moita é geminado com os seguintes municípios:[11]
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