sábado, 14 de dezembro de 2019

DIA MUNDIAL DO MACACO - 14 DE DEZEMBRO DE 2019

Macaco

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Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Macaco (desambiguação).
Macaco nas cavernas de Batu, na Malásia.
Macaco é um termo de origem africana (provavelmente do banto makako)[1] utilizado como designação comum a todas as espécies de símios ou primatas antropoides. É aplicada restritivamente no Brasil aos cebídeos (ou macacos do Novo Mundo) em geral. No sentido estrito, "macaco" refere-se às espécies de primatas pertencentes ao género Macaca.
A designação mico se origina, segundo o Dicionário Aurélio,[2] do caraíba (karib) continental. É bastante usada no Brasil, onde costuma aplicar-se às espécies do gênero Cebus, no Sul, e às espécies de pequeno porte, ou saguis, no Norte.
O termo sagui se origina do tupi antigo sagûi e também designa os macacos calitriquídeos de pequeno porte.[3]
Ainda segundo Cunha,[4] o termo símio, que também designa os macacos (tendo sido registrado no português dos séculos XVI e XVII), vem do latim simius, de simus, "que tem o nariz chato".

Nomenclatura

Na classificação popular brasileira, geralmente se utilizam os termos "macaco" ou mono (segundo o Dicionário Aurélio, antigo termo português para espécie de símio africano),[5] seguidos de um adjetivo que identifique o animal, a exemplo de "mono-carvoeiro" e "macaco-aranha", como exemplificado abaixo na galeria de fotos.

Classificação científica

Ver artigo principal: Simiiformes
A classificação científica também se vale desse esquema de adjetivação. Por exemploː no gênero Cebus, incluem-se espécies designadas por libidinosus (macaco-prego), ruivorobustus etc. Ainda nessa classificação, alguns deles são associados a demônios como Beelzebuth (Ateles belzebuth) e Satanás (Chiropotes satanas) ou se referem a lendas como por exemplo a dos cércopes, salteadores de força descomunal que assaltavam e matavam os viajantes da Grécia Antiga. Conta-se que, no seu atrevimento, chegaram a atacar Hércules enquanto este dormia mas que este, ao acordar, os dominou com facilidade, tratando então de amarrá-los, pretendendo vendê-los como escravos. No caminho do mercado, os cércopes, mesmo amarrados, fizeram tantas brincadeiras e piadas que o herói findou por soltá-los. Contudo, Zeus, o senhor dos homens e dos deuses do Olimpo, não foi tão piedoso e transformou os cércopes em macacosː mais especificamente, os do gênero Cercopithecus.[6]
Macacos do Novo Mundo
Macacos do Velho Mundo

Provérbios, ditos e trovas [Nota 1]

  • "Macaco velho não mete a mão em cumbuca".
  • "Macaco velho não aprende arte nova".
  • "Macaco que pula muito leva chumbo".
  • "A brincadeira a brincar, vai o macaco à banana".
  • "Quando a árvore cai os macacos se dispersam".
  • "Macaco gordo não pula em galho seco".
  • "Quem quebra-galho é macaco gordo".
  • "Macaco que coça o rabo, cedo ou tarde cheira o dedo"
  • "Macaco de feira só dança quando vê dinheiro no chapéu"
  • "Macaco não enjeita banana".
  • "Macaco não olha para o próprio rabo".
  • "Macaco, quando acha galho, trepa e balança".
  • "Macacos me mordam!".
  • "Vá pentear macaco!".
  • "Pagando mico!".
  • "Peguntar se macaco quer banana"
  • "Muita gente se admira do macaco andar em pé, o macaco já foi gente pode andar como quiser".
  • "Cada macaco no seu galho!".
  • "Guariba na serra, chuva na terra"
  • "Macaco meu veste roupa" [7]
  • "Mulateiro florando - tempo de macaco gordo" [8]
  • "...está com a macaca" [9]
  • "Há no macaco uma inteligência não aproveitada que faz falta a muita gente".[10]

Ver também

O macaco peregrino personagem do clássico texto budista chinês "Jornada ao Oeste[11]

Referências

  1.  HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. RJ, Objetiva. 2001.
  2.  AURÉLIO. Novo Dicionário Eletrônico Aurélio versão 5.0. Rr, Positivo, 2004
  3.  NAVARRO, E. A. Dicionário de Tupi Antigoː a Língua Indígena Clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 436.
  4.  CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário etimológico da língua portuguesa. RJ, Lexikon, 2010
  5.  FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 153.
  6.  COSTA, Mônica R.; COSTA, Paulo Pedro P.R. Os Segredos do Macaco, Livro e CD - BOOK. SP, Maltese / Revista Neo-interativa, 1995
  7.  ROSA, Guimarães. Grande sertão: veredas.
  8.  MESQUITA, Erika. Ver de perto pra contar de certo : as mudanças climáticas sob os olhares dos moradores da floresta do Alto do Juruá. Tese (doutorado). Campinas, SP, Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, 2012 PDF Acesso Dez. 2014
  9.  RIBOLDI, Ari. Veja de onde vêm 10 expressões populares com animais. Dez expressões populares com animais Infograficos terra.com (acesso nov. 2015)
  10.  ANDRADE, Carlos Drummond. O Avesso das Coisas. Aforismos. Editora Record. 2ª Edição. 1990.
  11.  CH'ÊNG-ÊN, Wu. O macaco peregrino ou a saga ao ocidente. SP, Horus Editora, 2002

Ligações externas

Wikcionário
Wikcionário tem o verbete macaco.

Notas

  1.  Compiladas da tradição lusitana, afro-indígena brasileira por diversos autores entre os quais:ITABERABA, Lyra. Já dizia minha vó...sabedoria popular. Salvador, Ed. Assembléia Legislativa do estado da Bahia, 2010; CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. RJ, Ediouro, 1972

TEIXEIRA DE PASCOAIS - - POETA - MORREU EM 1962 - 14 DE DEZEMBRO DE 2019

Teixeira de Pascoaes

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Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos
Teixeira de Pascoaes por António Carneiro
Pseudónimo(s)Teixeira de Pascoaes
Nascimento2 de novembro de 1877
AmarantePortugal
Morte14 de dezembro de 1952 (75 anos)
Gatão, Portugal
NacionalidadePortugal Português
CônjugeMaria
OcupaçãoPoeta
Movimento literárioRenascença Portuguesa
Magnum opusEmbriões
Pintura de Teixeira de Pascoaes, o Rio Tâmega e o Marão
Pintura de Teixeira de Pascoaes
Teixeira de Pascoaes, pseudónimo literário de Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos, (Amarante2 de novembro de 1877[1] — Amarante, Gatão14 de dezembro de 1952) foi um poetaescritor e filósofo[2] português e um dos principais representantes do saudosismo.

Vida[editar | editar código-fonte]

Teixeira de Pascoaes nasceu no seio de uma família da aristocracia rural, com raízes em Amarante, sendo o segundo filho (de sete) de João Pereira Teixeira de Vasconcelos, juiz e deputado às Cortes e de Carlota Guedes Monteiro. Foi uma criança solitária, introvertida e sensível, muito propenso à contemplação nostálgica da Natureza.
Em 1883 iniciou os estudos primários em Amarante e, em 1887, ingressou no Liceu dessa vila. Em 1895 muda-se para Coimbra, onde termina os seus estudos secundários — em Amarante não foi bom aluno, tendo até reprovado em Português — e em 1896 inscreve-se no curso de Direito da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Ao contrário da maioria dos seus camaradas, não faz parte da boémia coimbrã, passando o seu tempo, monasticamente, no quarto, a ler, a escrever e a refletir.
Licencia-se em 1901 e, renitentemente, estabelece-se como advogado, primeiro em Amarante e, a partir de 1906, no Porto. Em 1911 é nomeado juiz substituto em Amarante, cargo que exerce durante dois anos. Em 1913, com alívio, dá por terminada a sua carreira judicial. Sobre esses penosos anos dirá: "Eu era um Dr. Joaquim na boca de toda a gente. Precisava de honrar o título. Entre o poeta natural e o bacharel à força, ia começar um duelo que durou dez anos, tanto como o cerco de Tróia e a formatura de João de Deus. Vivi dez anos, num escritório, a lidar com almas deste mundo, o mais deste mundo que é possível — eu que nascera para outras convivências." [3]
Sendo um proprietário abastado, não tinha necessidade de exercer nenhuma profissão para o seu sustento, e passou a residir no solar de família em São João do Gatão, perto de Amarante, com a mãe e outros membros da sua família. Dedicava-se à gestão das propriedades, à incansável contemplação da natureza e da sua amada Serra do Marão, à leitura e sobretudo à escrita. Era um eremita, um místico natural e não raras vezes foi descrito como detentor de poderes sobrenaturais.[4] Trocou correspondência com Bernardo Vaz Lobo Teixeira de Vasconcelos, mais conhecido por Frei Bernardo de Vasconcelos, um jovem monge beneditino que era seu parente e amigo. Nunca se encontraram, mas tinham uma grande admiração e estima um pelo outro. Teixeira de Pascoaes diria, em carta a uma sua irmã, que Frei Bernardo de Vasconcelos foi "o maior e mais perfeito amigo que Deus me concedeu".
Teixeira de Pascoaes com o seu conterrâneo, o pintor António Carneiro, autor do ex-libris da Renascença Portuguesa.
Apesar de ser um solitário, Gatão era local de peregrinação de inúmeros intelectuais e artistas, nacionais e estrangeiros, que o iam visitar frequentemente.[5] No final da vida, seria amigo dos poetas Eugénio de Andrade e Mário Cesariny de Vasconcelos. Este último haveria de o eleger como poeta superior a Fernando Pessoa, chegando a ser o organizador da reedição de alguns dos textos de Pascoais, bem como de uma antologia poética, nos anos 70 e 80.
Pascoais morreu aos 75 anos, em Gatão, de bacilose pulmonar, alguns meses depois da morte da sua mãe, em 1952. O seu corpo encontra-se num jazigo no cemitério em frente à Igreja de São João Baptista de Gatão. A campa é rasa e tem inscritos versos que o autor propositadamente escreveu para ali figurarem: "Apagado de tanta luz que deu / Frio de tanto calor que derramou"[6].

Obra[editar | editar código-fonte]

Com António Sérgio e Raul Proença foi um dos líderes do chamado movimento da "Renascença Portuguesa" e lançou em 1910 no Porto, juntamente com Leonardo Coimbra e Jaime Cortesão, a revista A Águia, principal órgão do movimento. Também se encontra colaboração da sua autoria nas revistas Serões[7] (1901-1911), Atlântida[8] (1915-1920), Contemporânea[9] [1915]-1926, Revista de turismo [10] iniciada em 1916, Conímbriga [11] de 1923 e na 1ª série da revista Panorama [12] (1941-1949).

Pensamento[editar | editar código-fonte]

Teixeira de Pascoaes foi o principal pensador do Saudosismo e um dos mais importantes pensadores contemporâneos da Saudade e da Portugalidade, sobretudo durante a década de 1910 e através de obras como A Arte de Ser Português (1915) e Os Poetas Lusíadas (1919). Além disso, a sua poesia e as suas prosas revelam uma constante preocupação filosófica, configurando um «pensamento poético»[2] que faz de Pascoaes «estruturalmente um poeta-filósofo»[13] e um dos autores mais revisitados e interpretados pelos filósofos portugueses contemporâneos, particularmente pelo Grupo da Filosofia Portuguesa e por filósofos da espiritualidade, como Paulo Borges[14].
A Saudade é para Pascoaes a condição ontológica universal de todo o Ser e da existência, tanto no ser humano, como na natureza, como no próprio Deus, numa cosmogonia panteísta em que Deus vive na natureza e no ser humano para resgatar a queda - que é, no pensamento pascoalino, inerente ao próprio divino - através de uma redenção que advém pela dor e pelo desejo da Unidade aparentemente perdida e saudosamente procurada.[14]
Teixeira de Pascoaes por Bottelho

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Poesia[editar | editar código-fonte]

Elegias (eBook)
O Pobre Tolo
  • 1925 - D. Carlos
Cânticos
Sonetos
  • 1949 - Versos Pobres

Prosa[editar | editar código-fonte]

  • 1915 - A Arte de Ser Português
  • 1916 - A Beira Num Relâmpago
  • 1919 - Os Poetas Lusíadas (conjunto de conferências proferidas na Catalunha)
  • 1921 - O Bailado
  • 1923 - A Nossa Fome
  • 1928 - Livro de memórias (autobiografia)
  • 1934 - S. Paulo (biografia romanceada)
  • 1936 - S. Jerónimo e a trovoada (biografia romanceada)
  • 1937 - O Homem Universal
  • 1940 - Napoleão (biografia romanceada)
  • 1942 - Camilo Castelo Branco o penitente (biografia romanceada)
Duplo passeio
  • 1945 - Santo Agostinho (biografia romanceada)
  • 1951 - Dois Jornalistas (Novela)

Conferências[editar | editar código-fonte]

  • 1919 - Os Poetas Lusíadas (conjunto de conferências proferidas na Catalunha)
  • 1922 - Conferência
A Caridade (conferência)
  • 1950 - Duas Conferências em Defesa da Paz
  • 1951 - João Lúcio (conferência, não professada mas publicada posteriormente, sobre o poeta olhanense)

Reconhecimento[editar | editar código-fonte]

  • 1923 - [15]A 12 de Abril de 1923, Pascoaes e Raul Brandão são eleitos para a Academia de Ciências de Lisboa. Júlio Dantas, David Lopes e Henrique Lopes de Mendonça (relator) assinam o parecer onde se afirma que «Pascoaes é da raça excelsa de poetas que têm como remotos antepassados Hesíodo e Lucrécio, e cuja suprema representação, nas auroras do romantismo, é porventura Shelley.»
  • 1942 - [16]O poeta do saudosismo foi nomeado para o Nobel da Literatura em 1942, 1943, 1944, 1947 e 1948, sempre por João António de Mascarenhas Júdice, visconde de Lagoa e membro da Academia Portuguesa na secção de Humanidades. O arquivo do comité Nobel não revela as obras em causa.

Teatro[editar | editar código-fonte]

  • 1926 - Jesus Cristo em Lisboa (colaboração com Raul Brandão)

Referências

  1.  Todas as fontes bibliográficas indicam 2 de Novembro de 1877 como a sua data de nascimento. Contudo, o assento de nascimento/baptismo refere indubitavelmente que ele nasceu às cinco horas da tarde de 2 de Novembro de 1877, em Amarante. Segundo Luísa Borges, em O Lugar de Pascoais, Pascoais terá adoptado 2 de Novembro, como data do seu aniversário, por razões puramente simbólicas, por ser o Dia dos Mortos, uma "porta" para o "Mais Além".
  2. ↑ Ir para:a b Calafate, Pedro. «Teixeira de Pascoaes». Filosofia Portuguesa. Instituto Camões. Consultado em 25 de outubro de 2019
  3.  Livro de Memórias Ana Sofia.
  4.  «Isso é corroborado por um simples camponês que viu o Pascoais vir não sei de onde e disse: "Quem é aquele homem que deita fogo pela cabeça?"» in Amor, Liberdade, Poesia - Entrevista a Mário Cesariny de Vasconcelos, por Óscar Faria, Público, 19-01-2002, separata Mil FolhasArquivado em 18 de abril de 2003, no Wayback Machine.
  5.  Um dia, um grupo de estudantes que o foi visitar confundiu-o com o jardineiro da quinta, tão humilde e arcaica era a sua aparência: um homem baixo, franzino e seco.
  6.  Rota do Românico. «1 Dia». Consultado em 28 de Março de 2018 Texto " Pascoaes: Existir não é pensar, é ser lembrado." ignorado (ajuda)
  7.  Serões: revista semanal ilustrada (1901-1911) [cópia digital, Hemeroteca Digital]
  8.  Atlântida : mensário artístico literário e social para Portugal e Brazil (1915-1920) [cópia digital, Hemeroteca Digital]
  9.  Contemporânea [1915]-1926 [cópia digital, Hemeroteca Digital]
  10.  Jorge Mangorrinha (16 de janeiro de 2012). «Ficha histórica:Revista de Turismo: publicação quinzenal de turismo, propaganda, viagens, navegação, arte e literatura (1916-1924)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de Maio de 2015
  11.  Jorge Mangorrinha (1 de março de 2016). «Ficha histórica: Conímbriga : revista mensal de arte, letras, sciências e crítica (1923)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 9 de fevereiro de 2018
  12.  José Guilherme Victorino (julho de 2018). «Ficha histórica:Panorama: revista portuguesa de arte e turismo»(pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 14 de setembro de 2018
  13.  Maria das Graças Moreira de Sá, Teixeira de Pascoaes, Instituto Camões. URL consultato il 26 ottobre 2019.
  14. ↑ Ir para:a b Cf. Borges, Paulo, Princípio e Manifestação. Metafísica e Teologia da Origem em Teixeira de Pascoaes, Lisboa, INCM, 2008.
  15.  Vasconcelos, Maria (abril de 1993). Fotobiogafia "Na sombra de Pascoaes". Porto: Vega. 2 páginas
  16.  iol (9 de outubro de 2017). «Os nomeados portugueses para prémios nobel»

Ver também[editar | editar código-fonte]

Wikiquote
Wikiquote possui citações de ou sobre: Teixeira de Pascoaes

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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