sexta-feira, 29 de novembro de 2019

DIA INTERNACIONAL DA SOLIDARIEDADE PARA COM O MPOOVO PALESTINIANO - 29 DE NOVEMBRO DE 2019

Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
Dia Internacional da Solidariedade com o Povo Palestino
Selo postal alusivo aos direitos inalienáveis do povo palestino (1981).
TipoInternacional
Data29 de novembro
FrequênciaAnual
Dia Internacional da Solidariedade com o Povo Palestino é uma data comemorativa, instituída pelas Nações Unidas, para lembrar o aniversário da Resolução 181 da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 29 de novembro de 1947, que aprovou, sem consulta aos habitantes locais, o Plano de Partição da Palestina. O Plano consistia na divisão da área do Mandato Britânico da Palestina em dois estados: um estado judeu e outro um estado árabe.[1]
Nesse dia são realizadas comemorações, tanto na sede da ONU, em Nova Iorque,[2] como nos escritórios da Organização, em Genebra[3] e em Viena.[4][5]
A comemoração é regulamentada por várias resoluções da Assembleia Geral[6][7][8] e atividades especiais são organizadas pela Secretaria da Divisão de Direitos Palestinos da ONU, em articulação com o Comitê para o Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestino.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1.  Um chamado à solidariedade ao povo palestino[ligação inativa]. Por Soraya Misleh. Instituto da Cultura Árabe, 29 de novembro de 2013.
  2.  General Assembly. GA/PAL/1214 Committee on the Inalienable Rights of the Palestinian People. 337th Meeting (AM). On International Day of Solidarity, Palestinian Rights Committee Told 64 Years after Partition Plan, ‘History Once Again Knocking at United Nations Door’
  3.  United Nations Office at Geneva commemorates the International Day of Solidarity with the Palestinian People Arquivado em 2012-09-13 no Archive.is. 29 de novembro de 2011.
  4.  Summary of the Commemoration of the International Day of Solidarity with the Palestinian People Arquivado em 28 de março de 2012, no Wayback Machine.. United Nations Office at Vienna. Vienna International Centre. 29 de novembro de 2011.
  5.  «The International Day of Solidarity with the Palestinian People». Consultado em 4 de dezembro de 2011. Arquivado do original em 29 de setembro de 2014
  6.  General Assembly A/RES/32/40(A+B) 32/40. Question of Palestine. Arquivado em 12 de junho de 2012, no Wayback Machine. 2 de dezembro de 1977.
  7.  General Assembly A/RES/34/65 (A-D). Question of Palestine Arquivado em 29 de março de 2012, no Wayback Machine.. 12 de dezembro de 1979.
  8.  General Assembly. Fifty-sixth session. Resolution adopted by the General Assembly[ligação inativa]. 18 de dezembro de 2001.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

ALVES REDOL - ESCRITOR - MORREU EM 1969 - 29 DE NOVEMBRO DE 2019

Alves Redol

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
Alves Redol
Alves Redol
Nome completoAntónio Alves Redol
Nascimento29 de dezembro de 1911
Vila Franca de XiraPortugal
Morte29 de novembro de 1969 (57 anos)
LisboaPortugal
NacionalidadePortugal Português
OcupaçãoEscritor
PrémiosPrémio Ricardo Malheiros (1950)
Magnum opusHorizonte cerrado
António Alves Redol (Vila Franca de Xira29 de Dezembro de 1911 – Lisboa29 de Novembro de 1969) foi um escritor, considerado como um dos expoentes máximos do Neorrealismo português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

António Alves Redol, criado no Ribatejo, presencia desde jovem as precárias condições de vida do homem rural, o que mais tarde, irá refletir de forma preponderante na sua escrita.
Filho de um comerciante de pequeno porte, na infância sonhava tornar-se médico, mas, influenciado pelo seu avô e dada a admiração que foi nutrindo pelos jornalistas e escritores, passou a aspirar uma vida dedicada às letras. O pai, no entanto, pretendia para o filho uma carreira no comércio, mandando António Alves Redol frequentar o Curso Comercial, no Colégio Arriaga. Por volta dos 14 anos começou a enviar as suas prosas para os jornais.
Aos 15 anos passou a trabalhar como vendedor de mercearias e, mais tarde, de tecidos. Ao fim de pouco mais de um ano, corria o ano de 1929, parte para Angola, exercendo, primeiramente, a função de operário em Luanda e depois na agricultura, numa fazenda do interior, com o objetivo de conseguir novas e melhores perspectivas de vida futura. Contudo, depara, nessa região, com uma intensa situação de miséria e pobreza que o faz regressar à metrópole.
Quando regressa a Portugal, emprega-se numa casa comercial de automóveis, pneus e lubrificantes. Ao mesmo tempo leciona Língua Portuguesa a título particular. Começa a conviver com intelectuais de esquerda e adere aos ideais do Partido Comunista Português e do Movimento de Unidade Democrática, contrapondo-se, veemente, à conjuntura política da época, trazendo à tona diversas questões “esquecidas”.
Em virtude de sua convivência com as péssimas condições de vida das camadas rurais e de vivenciar duplamente essas condições (na infância e na juventude), volta seu olhar para a dimensão social, mais especificamente, para as questões de reivindicação de mudança social. A essa altura, reafirma a sua vocação para a escrita. Cria a Secção “De sol a sol”, no jornal O Diabo, em que passa a publicar textos voltados para as tensões sociais, contrapondo-se, assim, aos ideais de exploração dos regimes totalitários.
Fillus 2002 sinaliza o facto de a crise económica da década de 1920 ocasionar uma serie de problemáticas sociais, tais como: desemprego, fome, miséria e, sobretudo, a crise do capitalismo. Diante dessa quadro, eclodem os regimes totalitários (no solo português, o Salazarismo), iniciando uma intensa repressão, censura e exploração das classes minoritárias.
Tendo como pano de fundo esse contexto, surge o Neorrealismo, uma literatura de cunho político, que se opõe, veementemente, à opressão dos regimes totalitários. Eclode, assim, um novo conceito de arte numa perspectiva de consciencialização, acompanhada de novo papel social para o artista enquanto defensor da sociedade que busca melhorias a partir da ampliação da visão de mundo[1].
Isso entra em sintonia com Fillus 2002, pp. 127, que diz que o “movimento neorrealista corresponde a uma nova tomada de consciência da sociedade portuguesa”. Dentre os autores que defendem uma criação literária de denuncias das condições de exploração do povo (em sua grande diversidade), está Alves Radol
Figueiredo 2005 sinaliza o facto de a obra de Redol estar diretamente ligada às questões económicas, políticas, sociais e culturais respeitantes ao mundo do autor. Ou seja, seus escritos voltam se para uma perspectiva de cunho social, primando, sobretudo, pela crítica ao Regime de Salazar, transformando suas obras em instrumento de intervenção social. Um aspecto que ilustra esse viés é o facto de esse autor não se restringir ao uso de histórias de ficção, mas, acima de tudo, lançar mão de histórias que focam na realidade social circundante. Algumas dessas temáticas que até então eram ignoradas.
Em vista disso, Redol sofre repressão da ditadura militar, chegando até a ser preso e torturado. Ao lançar mão dessa postura de preocupação social, ele toma como base alguns ideais do marxismo e do socialismo, empregando-os em sua escrita os pressupostos de autores revolucionários clássicos tais como: MarxEngelsLenineLefebvreBukharin e Georges Friedmann[1]. E, à luz desses escritores adeptos do Marxismo e do Socialismo, Redol passa a abordar as condições de vida dos trabalhadores que viviam à margem da sociedade por conta de uma exploração desumana. Para tanto, ele retrata os diversos profissionais rurais e urbanos (destacando seus inúmeros grupos), suas práticas corriqueiras do dia a dia e, sobretudo, suas péssimas condições de vida em decorrência do capitalismo.
Inúmeros aspectos expostos na obra de Redol refletirem suas vivências particulares. Partindo desse pressuposto, ele não só apresentava as mazelas a que era submetido esse povo, mas, sobretudo, evidenciava sua natureza.[1] Com isso, as personagens do romancista, em geral, são apresentadas, de forma que suas individualidades sejam expostas. Contudo, reflectem um todo na mesma condição. Isso, de certa forma, evidencia uma dicotomia (individual vs colectivo). Em alguns casos, ele até estabelece comparações entre o animal e o homem, em vista das péssimas condições de vida deste último. Porém, ao apresentar essa faceta, lança mão de uma crítica e de um discurso velado, em função da repressão política. Isto é, pelo fato de a literatura estar silenciada por conta da opressão, ele adéqua sua linguagem, escrevendo de forma não explícita. Em outras palavras, ele revela sua preocupação social, suas ideologias subjacentes e seu não-ditos, por intermédio de uma linguagem nem sempre objetiva e direta. Destaca-se, ainda, o fato de tal autor trabalhar em constante renovação do seu estilo de escrita.
A obra de Redol é amparada por uma perspectiva social, primando pela abordagem de aspectos sócio-políticos e econômicos, focalizando, em especial, personagens que reflectem a diversidade dos grupos da sociedade portuguesa (rural e urbana). Apesar de suas obras serem pautadas de uma perspectiva de junção de fatores, elegendo como objeto de estudo o romance, a dramaturgia, obras voltadas para crianças e jovens, destaca-se, sobretudo, a temática da preocupação social, evidenciando a desigualdade intensa na distribuição da rendas.[1] Daí provém sua importância enquanto escrito neorrealista. Não só por “iniciar uma nova estética literária no século XX” [2], mas, sobretudo, por voltar seu olhar para o sofrimento do povo [a questão da exploração a que eram submetidos as pessoas das classes baixas, condições de vida, miséria, fome, prostituição etc..].

Opiniões sobre Redol[editar | editar código-fonte]

Muitos críticos literários e autores expressaram suas opiniões sobre o autor, entre eles, Mário Dionísio que prefaciou a obra Barranco de Cegos com os seguintes dizeres: "...Romance do Ribatejo, sim, e o mais completo livro que se escreveu sobre uma região que já entusiasmara Garrett e interessara Ramalho. Romance duma família poderosa e dum mundo que em torno dela e sob ela gravita, de campinos, varinos, valadores. Mas romance também duma época e dum país. Fundamentalmente, de cegos que conduzem cegos para o barranco, na imagem de S. Mateus, e do esforço mais ou menos cego, denodado e violento, para evitar -lo em vão.Quem são os cegos? Os políticos dum governo que cede perante a desordens dos tempos (indústria, caminhos-de-ferro, liberalismo) em vez de reagir-lhes com dureza, como pensa Diogo Relvas."
A autora de contos e poesias para o público adulto e infantil Matilde Rosa Araújo diz: “Julgo que toda obra de Alves Redol vive na raiz de um profundo respeito de amor pelos direitos do Homem. E, necessariamente, pelos direitos da criança.”
Arquimedes da Silva Santos expressa sua opinião sobre Redol: “... a qualidade de uma outra sua arte, hoje tão raramente cultivada, a da amizade. Sentimo-la, companheiros de Vila Franca, quando promovia reuniões de leitura e reflexão em sua casa, emprestando-nos livros, levando-os a colaborar em jornais e revistas, ou organizando sessões culturais, passeios às lezírias e visitas a museus, aproximando pessoas de diferentes estratos socioeconómicos, de rurais e citadinos, de embarcadiços ribatejanos a universitários lisboetas, num convívio de comunhão, ousados nesses tempos de suspeição.”

Redol sobre si mesmo[editar | editar código-fonte]

Alves Redol recebeu duras críticas pelo fato de sua obra abordar personagens, temas e situações que não eram explorados pela literatura e de utilizar uma linguagem simples que incorporava a fala das personagens de acordo com o ambiente em que viviam. Por isso, na epígrafe de Gaibéus, ele dá o seguinte aviso: “Este romance não pretende ficar na literatura como obra de arte. Quer ser, antes de tudo, um documentário humano fixado no Ribatejo. Depois disso, será o que os outros entenderem".
Redol expressa seu orgulho e prazer de exercer sua profissão na declaração a seguir: “Se algum dia alguém me perguntasse que aprendizagem deveria um jovem fazer para chegar a romancista, se o ofício se ensinasse, eu diria que enquanto a vida lhe não desse todas as voltas e reviravoltas, amores, sofrimentos, repúdios, sonhos, frustrações, equívocos, etc., etc., (...) seria avisado que o mandasse ensinar a sapateiro, não para saber deitar tombas e meias solas, porque nem para tanto ele usufruirá, às vezes, com a escrita, mas para que ganhasse o hábito de padecer bem, amarrado ao assunto durante largos anos, antes que provasse o paladar gostoso de algumas horas de pleno prazer.”
Foi diretor do semanário ribatejano Goal [3] (1933) e também se encontra colaboração da sua autoria no semanário Mundo Literário [4] (1946-1948).

Obras[editar | editar código-fonte]

Romances[editar | editar código-fonte]

  • Gaibéus (1939)
  • Marés (1941)
  • Avieiros (1942)
  • Fanga (1943)
  • Anúncio (1945)
  • Porto Manso (1946)
  • Ciclo Port-Wine:
    • Horizonte Cerrado (1949)
    • Os Homens e as Sombras (1951)
    • Vindima de Sangue (1953)
  • Olhos de Água (1954)
  • A Barca dos Sete Lemes (1958)
  • Uma Fenda na Muralha (1959)
  • Cavalo Espantado (1960)
  • Barranco de Cegos (1961), com prefácio de Mário Dionísio
  • O Muro Branco (1966)
  • Os Reinegros (1972)

Teatro[editar | editar código-fonte]

  • Maria Emília (1945)
  • Forja (1948)
  • O Destino Morreu de Repente (1967)
  • Fronteira Fechada (1972)

Contos[editar | editar código-fonte]

  • Nasci Com Passaporte de Turista (1940)
  • Espólio (1943)
  • Comboio das Seis (1946)
  • Noite Esquecida (1959)
  • Constantino, Guardador de Vacas e de Sonhos (1962)
  • Histórias Afluentes (1963)
  • Três Contos de Dentes Para o Ofício 4001(1968)

Literatura infantil para quem gosta de imaginar que está dentro destas histórias[editar | editar código-fonte]

  • Vida Mágica da Sementinha (1956)
  • A Flor Vai Ver o Mar (1968)
  • A Flor Vai Pescar Num Bote (1968)
  • Uma Flor Chamada Maria (1969)
  • Maria Flor Abre o Livro das Surpresas (1970)

Estudos[editar | editar código-fonte]

  • Glória: Uma Aldeia do Ribatejo (1938)
  • A França: Da Resistência à Renascença (1949)
  • Cancioneiro do Ribatejo (1950)
  • Ribatejo (Em Portugal Maravilhoso) (1952)
  • Romanceiro Geral do Povo Português (1964)

Conferência[editar | editar código-fonte]

  • Le Roman de Tage (Edição da Union Française Universitaire, Paris) (1946)

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d Figueiredo 2005.
  2.  Fillus 2002, pp. 126
  3.  Rita Correia (09 de Setembro de 2011). «Ficha histórica: Goal. Semanário ribatejano de Desporto, Literatura e Arte (1933)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 21 de Outubro de 2014 Verifique data em: |data= (ajuda)
  4.  Helena Roldão (27 de janeiro de 2014). «Ficha histórica: Mundo literário : semanário de crítica e informação literária, científica e artística (1946-1948).» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 03 de Novembro de 2014 Verifique data em: |acessodata= (ajuda)

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Etiquetas

Seguidores

Pesquisar neste blogue