Vila Nova de Cerveira
Igreja de Vila Nova de Cerveira | |
Gentílico | Cerveirense |
Área | 108,47 km² |
População | 9 253 hab. (2011) |
Densidade populacional | 85,3 hab./km² |
N.º de freguesias | 11 |
Presidente da câmara municipal | Fernando Nogueira (Independente) Mandato 2017-2021 |
Fundação do município (ou foral) | 1321 |
Região (NUTS II) | Norte |
Sub-região (NUTS III) | Alto Minho |
Distrito | Viana do Castelo |
Província | Minho |
Orago | São Cipriano (São Cibrão) |
Feriado municipal | 1 de Outubro |
Código postal | 4920 |
Sítio oficial | http://www.cm-vncerveira.pt/ |
Municípios de Portugal |
Vila Nova de Cerveira (conhecida frequentemente apenas por Cerveira) é uma vila portuguesa no Distrito de Viana do Castelo, região do Norte e sub-região do Alto Minho, com cerca de 1 400 habitantes.
É sede de um município com 108,47 km² de área[1] e 9 253 habitantes (2011[2]), subdividido em 11 freguesias.[3] O município é limitado a nordeste pelo município de Valença, a leste por Paredes de Coura, a sueste por Ponte de Lima, a sudoeste por Caminha e a noroeste pela Galiza (concelhos do Rosal e Tomiño).
O ponto mais alto do concelho situa-se no alto de São Paio, com 638 metros de altitude, na freguesia de Loivo.
A sua principal freguesia é Campos, pois lá se situam os dois polos industriais, que desenvolvem e dinamizam todo o concelho e concelhos limítrofes.
Índice
População[editar | editar código-fonte]
Número de habitantes [4] | ||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
10 241 | 10 427 | 9 850 | 9 691 | 9 825 | 9 889 | 10 794 | 10 922 | 11 666 | 11 030 | 8 645 | 8 666 | 9 144 | 8 852 | 9 253 |
(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)
Número de habitantes por Grupo Etário [5] | ||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | |
0-14 Anos | 2 791 | 3 106 | 3 074 | 3 614 | 3 701 | 3 734 | 3 441 | 2 405 | 2 064 | 1 733 | 1 278 | 1 230 |
15-24 Anos | 1 635 | 1 521 | 1 552 | 1 708 | 1 759 | 1 862 | 1 569 | 1 245 | 1 306 | 1 379 | 1 186 | 935 |
25-64 Anos | 4 098 | 4 231 | 4 136 | 4 448 | 4 467 | 4 923 | 4 780 | 3 805 | 3 872 | 4 307 | 4 444 | 4 911 |
= ou > 65 Anos | 808 | 903 | 917 | 1 026 | 941 | 1 087 | 1 240 | 1 190 | 1 424 | 1 725 | 1 944 | 2 177 |
> Id. desconh | 24 | 18 | 38 | 11 | 32 |
(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)
História[editar | editar código-fonte]
A presença humana no território hoje correspondente ao Concelho de Vila Nova de Cerveira, remonta à pré-história. Entre os vários elementos detectados, merece destaque o tesouro da sepultura da Quinta de Água Branca, cujo espólio está integrado no Museu Nacional de Arqueologia. A grande expansão demográfica que está na base do povoamento actual deu-se durante o Câmbio de Era com a multiplicação do número de castros, já sob uma forte influência da romanização. O melhor exemplo deste movimento pode ser encontrado no Aro Arqueológico de Lovelhe, cuja ocupação se estende desde o século I a.C. ao século VII d.C.
No entanto, o Concelho de Vila Nova de Cerveira só começaria a ganhar expressão territorial aquando do processo de reconquista, após as invasões árabes, o que viria a ser enfatizado pela autonomização do Condado Portucalense, em 1096. É neste período que o Rio Minho assume definitivamente o seu papel de fronteira, forçando ao estabelecimento de pontos fortificados que balizassem e defendessem o curso do rio. Surgia assim as Terras de Cerveira, cujo castelo, localizado no sítio onde hoje podemos encontrar a escultura do cervo do José Rodrigues, tinha por missão patrulhar e defender, fosse contra as investidas árabes, fosse contra as normandas.
Em 1297, D. Dinis e D. Fernando IV de Castela assinavam o Tratado de Alcanizes, pondo fim aos confrontos que tinham ocorrido nos dois anos anteriores. Este tratado mais do que um acordo de paz, delineou a fronteira entre os dois reinos, que desde então conheceria alguma estabilidade geográfica e política. Esta assinatura faria com que fosse novamente necessário fortificar a fronteira do Minho. A partir deste momento iríamos assistir a um renovado esforço de repovoamento da região. Assim surgia a "Vila Nova" de Cerveira com a atribuição da Carta de Foral por D. Dinis, corria o ano de 1321, e a construção de um novo castelo, destinado a proteger a vila em desenvolvimento.
O século XVII e as Guerras da Restauração marcariam a história deste Concelho e o seu património histórico, ao ser construída uma fortaleza que envolveu a vila, apoiada por dois outros pontos fortificados, a Atalaia do Alto do Lourido, e o Forte de Lovelhe, mandados edificar pelo Governador das Armas do Minho, pressionado pela necessidade de defesa da fronteira.
Este novo movimento de construção consistiu basicamente numa reformulação e alargamento da fortificação medieval, à qual foi aplicada uma plataforma voltada ao rio vocacionada para bater a vizinha fortaleza de Goian. O alargamento das muralhas envolveria o burgo, que desde sempre extravasara o perímetro do Castelo
A vila, assim circundada, consolidou o seu edificado mediante os principais eixos viários, a Rua Queirós Ribeiro fechada pela Porta de Valença, a Rua César Maldonado e Costa Brava, com a Porta de Viana, a Travessa da Matriz com a Porta de Traz da Igreja e a Porta do Cais fechando a vila ao rio. O Forte de Lovelhe, especificamente construído e preparado para resistir às tentativas de união ibérica, acabaria por prestar outros relevantes serviços ao País, em especial nas Invasões Francesas. Se no decurso das Guerras da Restauração a sua presença foi determinante na dissuasão das hostes filipinas, nesta última acção foi tanto mais importante, ao impedir as tropas francesas, sob o comando do Marechal Soult, de efectuarem a pretendida travessia do Rio Minho, no dia 13 de Fevereiro de 1809.
O século XIX iniciou-se com momentos de agitação e destruição, mas que findariam por trazer a estabilização da fronteira e a paz a estas terras. O seu castelo e fortalezas, de elementos defensivos transformaram-se em património histórico, que importa conservar enquanto símbolos portadores da identidade do concelho e das suas gentes. O mesmo se poderá dizer das suas igrejas e demais património histórico, cultural e etnográfico, cujo conhecimento permite compreender, hoje, o que é ser "cerveirense".
Freguesias[editar | editar código-fonte]
O concelho de Vila Nova de Cerveira está dividido em 11 freguesias:
- Campos e Vila Meã
- Candemil e Gondar
- Cornes
- Covas
- Gondarém
- Loivo
- Mentrestido
- Reboreda e Nogueira
- Sapardos
- Sopo
- Vila Nova de Cerveira e Lovelhe
Património[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Lista de património edificado em Vila Nova de Cerveira
- Convento de SanPayo
- Castelo de Vila Nova de Cerveira
- Forte de Lovelhe
- Aquamuseu do Rio Minho
- Forte da Atalaia (século XVII)
- Igreja Matriz
- Capela de São Sebastião
- Capela de Nossa Senhora da Ajuda
- Capela de Nossa Senhora da Encarnação
- Pelourinho
- Cruzeiro
- Outeiro da Forca
- Vila Romana
- Heróis da Guerra Peninsular
- Solar dos Castros
- Cervo
Aquamuseu do rio Minho[editar | editar código-fonte]
O Aquamuseu do Rio Minho está em funcionamento desde Julho de 2005.
No aquamuseu está recriado todo o percurso do rio Minho, das suas espécies (estão representadas 40 vivas e outras tantas mortas), das tradições e actividades que lhe estão associadas. O aquamuseu é um dos pontos mais atractivos da vila, está situado junto ao Rio Minho, no Parque do Castelinho onde se pode usufruir de várias actividades ao ar livre, está equipado de campo de jogos e de mini-golfe, parque infantil e aquático e ainda equipamento para praticar exercício físico.
Ver também[editar | editar código-fonte]
Personalidades[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ Instituto Geográfico Português, Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013 Arquivado em 9 de dezembro de 2013, no Wayback Machine. (ficheiro Excel zipado). Acedido a 28/11/2013.
- ↑ INE (2012) – "Censos 2011 (Dados Definitivos)", "Quadros de apuramento por freguesia" (tabelas anexas ao documento: separador "Q101_NORTE"). Acedido a 27/07/2013.
- ↑ Diário da República, Reorganização administrativa do território das freguesias, Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, Anexo I. Acedido a 19/07/2013.
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros