quarta-feira, 4 de setembro de 2019

RAUL DE CARVALHO - Poeta - nASCEU EM 1920 - 4 DE SETEMBRO DE 2019

Raul de Carvalho (poeta)

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Raul de Carvalho
Nome completoRaul Maria de Carvalho
Nascimento4 de setembro de 1920
AlvitoAlvito
Morte3 de setembro de 1984 (64 anos)
Porto
ResidênciaLisboa
Nacionalidadeportuguês
OcupaçãoPoeta
Principais trabalhosTudo é Visão (1971)
PrémiosPrémio Simon Bolívar (Siena, Itália)
Raul Maria de Carvalho (AlvitoAlvito4 de Setembro de 1920 — Porto3 de Setembro de 1984), foi um poeta português.
Foi incluído no lote dos 100 melhores poetas do século XX português, por Jorge de Sena e Eduardo Lourenço considerou-o herdeiro de Álvaro de Campos.[1]

Vida[editar | editar código-fonte]

Raul de Carvalho nasceu a 4 de Setembro de 1920 em Alvito, localidade da província Baixo Alentejo.[2] Quase desde criança se envolve com a escrita e com a pintura.[1] Filho de um sapateiro e de uma doméstica, cedo começou a trabalhar numa farmácia na sua vila no distrito de Beja e depois em Lisboa, onde viria a viver quase toda a sua vida.[3]
Já adulto, Raul de Carvalho vai acabar a sua formação de Liceu e chega a inscrever-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.[1]
Na década de 1940, torna-se frequentador do café Martinho da Arcada, contactando regularmente com personalidades do meio literário[2], e começa a publicar em 1942.[1]
Para além de colaborador de revistas como "Távola Redonda" ou "Cadernos de Poesia",[2] Raul de Carvalho fundou com Ramos RosaJosé Terra, Luís Amaro, José Luís Moita, a que se juntou Egito Gonçalves no último número, a revista de poesia "Árvore".[1] [4] Foi co-director desta revista de 1951 a 1953,[2] que veio a ser extinta pela censura.[1]
Em pouco mais de quatro décadas, entre 1942 e o ano da sua morte 1984, publica 25 obras,[1] tendo sido premiado, em Itália, com o "Prémio Simon Bolívar", em 1956, no Concurso Internacional de Poetas de Siena.[2]
Na sua vida, foi ainda um fotógrafo apaixonado e pintor com exposições públicas, ao mesmo tempo que militante inscrito no Partido Comunista e homossexual assumido.[1]
Uma doença do coração de que recusa fazer-se operar começa a afectá-lo desde a década de 1970.[1]
A morte, na sequência de um ataque cardíaco, iria encontrá-lo no Porto, quando estava em casa de amigos.[1]
Raul de Carvalho morreu a 3 de Setembro de 1984, no Hospital de São João, na véspera de completar 64 anos.[5] Pouco tempo depois da sua morte, a sua casa foi assaltada, tendo sido roubados manuscritos inéditos seus e obras de arte de autores consagrados, tudo de valor inestimável.[6]

Obra[editar | editar código-fonte]

Raul de Carvalho esteve fortemente ligado ao movimento neo-realista e surrealista que marcaram as décadas de 1950 e de 1960 em Portugal.[7]

Algumas obras[editar | editar código-fonte]

  • As Sombras e as Vozes (1949)
  • Poesia 1949-1958 (1965)
  • Tautologia (1968)
  • Tudo É Visão (1970)
  • Poemas Inactuais (1971)
  • Tempo Vazio (1975)
  • A Casa Abandonada (1977)
  • Duplo Olhar (1978)
  • Elsinore (1980)
  • Mágico Novembro (1982)
  • Um mesmo livro (1984)

Tradução[editar | editar código-fonte]

Prémio de poesia[editar | editar código-fonte]

Em 1997, a Câmara Municipal de Alvito instituiu o "Prémio de poesia Raul de Carvalho". Para além de homenagear o poeta local, este prémio pretende ainda apoiar e divulgar de novos talentos.[9][10]
Prémio de poesia Raul de Carvalho
EdiçãoAnoTítuloAutorRef.
In.d."Na Lassidão do Sono"Leonilde Leal[11][12]
II1999"Além-Rio"Arlinda Mártires[13]
IIIn.d."A Casa dos Afectos"Fernando Fitas[10][14]
IV2005"O Livro do Regresso"Xavier Zarco[15][16]

Bienal Internacional[editar | editar código-fonte]

A “Bienal Internacional Raul de Carvalho” foi instituída em 2008 pela Câmara Municipal de Alvito. Este evento incluía secções de Fotografia, Pintura, Prosa e Conto, Poesia e Escultura e vinha substituir o prémio de poesia.[17][18]
Em 2010 não se viria a realizar a segunda edição em virtude da reprovação da proposta de Regulamento da Bienal em sessão de Assembleia Municipal.[19]

Notas

  1. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j Mª João Marçalo & Mª Célia Lima-Hernandes, Elisa Esteves, Mª do Céu Fonseca, Olga Gonçalves, Ana Luísa Vilela, Ana Alexandra Silva. "Língua portuguesa: ultrapassar fronteiras, juntar culturas". Universidade de Évora. 2010. ISBN: 978-972-99292-4-3.Acesso 2011-10-12
  2. ↑ Ir para:a b c d e Perfil do Autor no Instituto Camões. Acesso 2011-10-12
  3.  LEAL, Maria Luísa (1993). “Notícia biográfica sobre Raul de Carvalho”. Obras de Raul de Carvalho I – Obra Publicada em Livro (com Nota de Luiz Fagundes Duarte). Lisboa: Caminho. 1015-1023. Citada in "Língua portuguesa: ultrapassar fronteiras, juntar culturas" Acesso 2011-10-12
  4.  Árvore: folhas de poesia (1951-1953) cópia digital, Hemeroteca Digital
  5.  MARTINS, Albano. "Morreu o poeta Raul de Carvalho". In: Revista Colóquio/Letras. Letras em Trânsito, n.º 81, Set. 1984, p. 114. Acesso 2011-10-12
  6.  Referido por Mário Viegas no programa "Palavras Vivas".
  7.  "Câmara de Alvito e Universidade de Évora estudam obra de Raul de Carvalho" in Correio Alentejo Acesso 2011-10-12
  8.  Co-traduzido com M. S. Lourenço.
  9.  "RAUL DE Carvalho: a vila de Alvito homenageia o seu poeta". In: Revista Colóquio/Letras. Letras em Trânsito, n.º 142, Out. 1996, p. 285. Acesso 2011-10-12
  10. ↑ Ir para:a b Grupo de Acção Local Terras Dentro. Projectos Aprovados. Ficha 2. 29 de Julho de 2003. Acesso 2011-10-12
  11.  Serafim Ferreira. Apresentação do livro. Centro Cultural de Alvito.3 de Outubro de 1998. Acesso 2011-10-12
  12.  Livro no Catálogo Geral da Biblioteca Municipal de Beja[ligação inativa] Acesso 2011-10-12
  13.  Breve biografia da autora no Instituto CamõesAcesso 2011-10-13
  14.  Livro no Catálogo Geral da Biblioteca Municipal de Beja[ligação inativa] Acesso 2011-10-12
  15.  Ficha do livro na editora. Arquivado em 3 de março de 2016, no Wayback Machine. Acesso 2011-10-12
  16.  Notícia da Câmara Municipal de Alvito Acesso 2011-10-12
  17.  Notícia in Correio Alentejo. 15 de Maio de 2008 Acesso 2011-10-12
  18.  Notícia in Rádio Pax. 14 de Maio de 2008[ligação inativa]Acesso 2011-10-12
  19.  Notícia da Câmara Municipal de Alvito Acesso 2011-10-12

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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CHATEAUBRIAND - Escritor - nasceu em 1768 - 4 de SETEMBRO DE 2019

François-René de Chateaubriand

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François-René de Chateaubriand
Nascimento4 de setembro de 1768
Saint-Malo
Morte4 de julho de 1848 (79 anos)
Paris
Sepultamentotúmulo de Chateaubriand
CidadaniaFrança
Etniafranceses
Irmão(s)Lucile de Chateaubriand
Ocupaçãotradutor, político, diplomata, historiadorpoeta, romancista, jornalista, ensaísta, crítico literário, escritor, militar, biógrafo
PrêmiosOficial da Legião de Honra, Cavaleiro da Ordem Real e Militar de São Luís, Cavaleiro da Ordem do Espírito Santo, Cavaleiro da Ordem de São Miguel, Ordem do Mérito para as Artes e Ciência, Cavaleiro da Ordem do Tosão de Ouro, Ordem da Águia Negra, Cavaleiro da Ordem do Santo Sepulcro, Ordem de Santo Alexandre NevskyOrdem de Santo André, Grã-Cruz da Ordem de Cristo, Grã-Cruz da Ordem de Carlos III
Magnum opusAtalaO Gênio do CristianismoRené, Memórias de alémtúmulo
Movimento estéticoromantismo
Títulovisconde
ReligiãoIgreja Católica
'François-René de Chateaubriand', pintura de Anne-Louis Girodet de Roussy-Trioson
Itinéraire de Paris à Jérusalem et de Jérusalem à Paris, 1821
François-René de Chateaubriand (nome completo: François René Auguste de ChateaubriandSaint-Malo4 de Setembro de 1768 — Paris4 de Julho de 1848), também conhecido como visconde de Chateaubriand, foi um escritor, ensaísta, diplomata e político francês que se imortalizou pela sua magnífica obra literária de caráter pré-romântico. Pela força da sua imaginação e o brilho do seu estilo, que uniu a eloquência ao colorido das descrições, Chateaubriand exerceu uma profunda influência na literatura romântica de raiz europeia, incluindo a lusófona.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Oriundo de uma família aristocrática, François-René de Chateaubriand nasceu em 4 de setembro de 1768 em Saint Malo. O último de dez filhos de Chateaubriand, ele passou a sua infância no castelo ancestral de sua família, o Combourg. Sentia desde muito cedo a vocação eclesiástica mas, apesar disso, decidiu tentar a sua sorte fazendo carreira na Marinha Francesa, seguindo o exemplo de alguns dos seus antepassados. Por volta de 1786 já era subtenente e, pouco tempo depois, teve a honra de ser apresentado ao então rei da França, Luís XVI, pelo que passou a frequentar a corte em Paris.
Esteve na América e, regressando ao tempo em que se deu a Revolução Francesa, emigrou em 1792 para a Inglaterra, onde passou a viver. De volta à França em 1800, apesar de lisonjeado por Bonaparte, acabou rompendo com ele após o assassínio do Duque d'Enghien. No mesmo ano sofreu um enorme desgosto ao ter notícias da morte da mãe e da irmã, e tornou a abraçar a fé católica.
Durante a Restauração, foi embaixador em Londres, depois ministro dos Negócios Estrangeiros de 1822 a 1824, mas manifestou sua oposição às nomeações feitas por Carlos X.
Sua reputação literária foi-lhe assegurada por O Gênio do Cristianismo, de 1802, ao que se seguiram os episódios romanescos de Atala e de René. Distanciando-se assim de Napoleão, zarpou em viagem em 1806, desta feita rumo ao Oriente, visitando lugares tão longínquos como a Grécia, a Turquia, o Egito e o Magrebe, em busca dos lugares onde a fé cristã começara. Em decorrência dessa sua experiência publicou Os Mártires, em 1809, que tornar-se-iam a ilustração das teses defendidas em o Gênio do Cristianismo. Mas sua obra-prima foi o diário apaixonado de sua vida, as Memórias de Além-Túmulo.
Pela força de sua imaginação e o brilho de seu estilo, que uniu a eloquência da paixão ao colorido das descrições, Chateaubriand exerceu influência considerável no movimento romântico.
Encontra-se colaboração da sua autoria, publicada postumamente, na revista Serões[1] (1901-1911).

Obra[editar | editar código-fonte]

As obra completas de Chateaubriand foram editadas pela primeira vez em 1859-1860 por Charles Augustin Sainte-Beuve, em 20 volumes, acompanhadas por um estudo introdutório daquele autor. A listagem de obras que se segue, incompleta, é apresentada com os títulos originais, em francês:

Poesia[editar | editar código-fonte]

  • Poèmes Ossianiques Traduits de J.Smith par Chateaubriand
  • Poésies Diverses
  • Tableaux de la Nature
  • Le Paradis Perdu: Traduction de Milton

Romances e novelas[editar | editar código-fonte]

Teatro[editar | editar código-fonte]

  • Moïse (tragédia em cinco actos)

Ensaios e cartas[editar | editar código-fonte]

  • De Buonaparte et des Bourbons(1814)
  • De la Nouvelle Proposition Relative au Bannissement de Charles X et de sa Famille
  • Cinq Jours a Clermont (Auvergne)
  • De la Presse
  • Itinéraire de Paris a Jérusalem et de Jérusalem a Paris (1811)
  • Sur L'Art du Dessin dans les Paysages
  • Mémoires Sur Le Duc De Berry
  • Duchesse De Berry
  • Génie Du Christianisme (1802)
  • Génie Du Christianisme Variantes
  • Congrès de Vérone, Guerre d'Espagne de 1823, Colonies Espagnoles
  • Analyse Raisonnée De l'Histoire De France
  • Litterature Angloise
  • Lettre A M. De Fontanes, Sur L'ouvrage De Mme De Staël
  • Mélanges Politiques
  • Mémoires d'Outre-Tombe (18481850)
  • De la Monarchie Selon la Charte
  • Notices nécrologiques
  • Politique Opinions Et Discours
  • Réflexions Politiques
  • Essai Historique, Politique Et Moral Sur Les Révolutions Anciennes Et Modernes
  • Essai sur les révolutions (1797)
  • Vie de Rancé (1844)
  • Les Quatre Stuarts
  • Voyage En Amérique
  • Voyage Au Mont-Blanc
  • Voyage en Italie
  • Études Historiques
  • Mémoire Sur La Captivité De Mme La Duchesse De Berry
  • Mélanges Littéraires
  • Polémique
  • Politique Documents Généraux
  • Pensées, Réflexions Et Maximes
  • Correspondance Avec La Marquise De Vichet
  • Shakespeare

Curiosidades[editar | editar código-fonte]

  • O jornalista Assis Chateaubriand não é parente de René. Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello leva esse nome porque seu pai era um grande admirador da obra de François-René de Chateaubriand e resolveu registrar os filhos com esse sobrenome.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Abel-François VillemainChateaubriand, sa vie, ses éecrits et son influence (Paris, 1859);
  • Agénor BardouxChateaubriand (Paris, 1893);
  • Alexander Texeira de Mattos (tradução e comentário), Mémoires d'outreé tombe, 6 volumes, New York e Londre, 1902;
  • Alexandre VinetMadame de Staël et Chateaubriand(Paris, 1857);
  • Anatole FranceLucile de Chateaubriand (Paris, 1879);
  • Joseph BédierEtudes critiques (Paris, 1903);
  • Jules LemaîtreChateaubriand (1912);
  • Marc FumaroliChateaubriand: poésie et terreur, Fallois, (Paris, 2004);
  • Bertrin, La sincérité réligieuse de Chateaubriand (1901);
  • E. Champion, L'itinéraire de Paris à Jérusalem par Julien, domestique de Chateaubriand (Paris, 1904);
  • Gribble, Chateaubriand and his Court of Women (New York, 1909);
  • L. Thomas (editor), Correspondance genéral de Chateaubriand (3 volumes), (Paris, 1912-13);
  • Lescure, Chateaubriand (Paris, 1892);
  • Maurel, Essai sur Chateaubriand (Paris, 1899);
  • Pailhès, Chateaubriand, sa femme et ses amis(Bordeaux, 1896);
  • Saint-Beuve, Chateaubriand et son groupe littéraire(Paris, 1860) e outros ensaios apareceram em Portraits contemporains e Causerie de lundis, Nouveaux lundis, Premiers lundis;
  • Stathers, Chateaubriand et l'Amérique (Grenoble, 1905);
  • V. Girard, Chateaubriand: Etudes litt. (Paris, 1904).

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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