quinta-feira, 29 de agosto de 2019

BERNARDO SANTARENO - MORREU EM 1980 - 29 DE AGOSTO DE 2019

Bernardo Santareno

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
António Martinho do Rosário
Pseudónimo(s)Bernardo Santareno
Nascimento19 de novembro de 1920
SantarémPortugal
Morte29 de agosto de 1980 (59 anos)
OeirasPortugal
Nacionalidadeportuguês
OcupaçãoMédico e dramaturgo
PrémiosPrémio Bordalo 1962 Teatro
Prémio Bordalo 1963 Teatro
Magnum opusO judeu: narrativa dramática em três actos
Bernardo Santarenopseudónimo literário de António Martinho do Rosário (Santarém19 de Novembro de 1920 — Oeiras29 de Agosto de 1980) é considerado o maior dramaturgo português do século XX.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Bernardo Santareno nasceu em 19 de Novembro de 1920, em Santarém, no Ribatejo, filho de Maria Ventura Lavareda e de Joaquim Martinho do Rosário. Estudou no Liceu Nacional de Sá da Bandeira até 1939, em Santarém, após o que frequentou os cursos preparatórios para a Faculdade de Medicina, na Universidade de Lisboa. Em 1945 transferiu-se para a Universidade de Coimbra, onde se licenciou em medicina em 1950. Viria a especializar-se em Psiquiatria.[1]
Em 1957 e 1958, a bordo dos navios David MelgueiroSenhora do Mar e do navio-hospital Gil Eanes, acompanhou as campanhas de pesca do bacalhau como médico. A sua experiência no mar serviria de inspiração a muitas das suas obras, como O LugreA Promessa e o volume de narrativas Nos Mares do Fim do Mundo.
Bernardo Santareno foi distinguido por duas vezes com o Prémios Bordalo. Primeiro, foi-lhe atribuído o Óscar da Imprensa1962, na categoria Teatro, juntamente com os actores Laura Alves e Rogério Paulo e o Teatro Moderno de Lisboa, entregue pela Casa da Imprensa em 1963. No ano seguinte, ser-lhe-ia novamente atribuído na mesma categoria o Prémio Imprensa1963, agora acompanhado dos actores Eunice Muñoz e Jacinto Ramos, do autor Luís de Sttau Monteiro e da Companhia do Teatro Moderno de Lisboa.[2]
Intelectual de esquerda, teve várias vezes problemas com o regime salazarista, tendo a sua peça A Promessa sido retirada de cena após a estreia por pressão da Igreja Católica.[1] Depois da revolução de 1974 milita activamente no partido MDP/CDE e no Movimento Unitário dos Trabalhadores Intelectuais.[1]
Bernardo Santareno faleceu em CarnaxideOeiras, em 1980, com 59 anos de idade, e está sepultado no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.[1]
Em 1981, Bernardo Santareno foi feito Grande Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada em 13 de Julho. [3]
Santareno deixou inédito um dos seus mais vigorosos dramas, O Punho, cuja acção se localiza no quadro revolucionário da Reforma Agrária, em terras alentejanas. A sua obra dramática completa está publicada em quatro volumes. Parte do espólio de Bernardo Santareno encontra-se no Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea da Biblioteca Nacional de Portugal.

Obra[editar | editar código-fonte]

Poesia[editar | editar código-fonte]

Médico de profissão, formado pela Universidade de Coimbra, revelou-se como autor de teatro apenas depois de publicar três livros de poesia (1954 - Morte na Raiz, 1955 - Romances do Mar, 1957 - Os Olhos da Víbora), onde se enunciam alguns temas e motivos dominantes da sua obra dramática.

Teatro[editar | editar código-fonte]

Reconhecido como o mais pujante dramaturgo português do século XX, a sua obra reparte-se por dois ciclos, menos distanciados um do outro do que a evolução estética e ideológica do autor terá feito supôr, já que as peças compreendidas em qualquer deles respondem à mesma questão essencial: a reivindicação feroz do direito à diferença e do respeito pela liberdade e a dignidade do homem face a todas as formas de opressão, a luta contra todo o tipo de discriminação, política, racial, económica, sexual ou outra.
Esta temática exprime-se, nas peças integrantes do primeiro ciclo (A PromessaO Bailarino e A Excomungada, publicadas conjuntamente em 1957; O Lugre e O Crime de Aldeia Velha, 1959; António Marinheiro ou o Édipo de Alfama, 1960; Os Anjos e o SangueO Duelo e O Pecado de João Agonia, 1961; Anunciação, 1962), através de um naturalismo poético apoiado numa linguagem extremamente plástica e coloquial e estruturado sobre uma acção de ritmo ofegante que atinge, nas cenas finais, um clima de trágico paroxismo.
A partir de 1966, com a "narrativa dramática" O Judeu, que retrata o calvário do dramaturgo setecentista António José da Silva, queimado pelo Santo Ofício, o autor plasma as suas criações no molde do teatro épico de matriz brechteana, adaptando-o ao seu estilo próprio, e assume uma posição de crescente intervencionismo que irá retardar até à queda do regime fascista a representação dessa e das suas peças seguintes: O Inferno, baseada na história dos "amantes diabólicos de Chester" (1967), A Traição do Padre Martinho (1969) e Português, Escritor, 45 Anos de Idade (1974), drama carregado de notações autobiográficas e que seria o primeiro original português a estrear-se depois de restaurada a ordem democrática no país.
Em 1979, depois de uma curta incursão no teatro de revista, colaborando com César de Oliveira, Rogério Bracinha e Ary dos Santos na autoria do texto da peça de Sérgio de AzevedoP'ra Trás Mija a Burra (1975), publica quatro peças em um acto sob o título genérico Os Marginais e a Revolução (RestosA ConfissãoMonsanto e Vida Breve em Três Fotografias), em que combina elementos das duas fases da sua obra, inserindo a problemática sexual das primeiras peças no âmbito mais vasto de um convulsivo processo social que é a própria substância das segundas.
Santareno, ele próprio um "homossexual discreto"[4] aborda a temática da homossexualidade em muitas das suas peças, antevendo a importância que esta questão — e outras relacionadas com os direitos e as liberdades individuais face aos preconceitos morais e sociais da época, como o adultério, a virgindade, o papel da mulher no casamento, a moral religiosa, e outros — viriam a ter num futuro mais ou menos próximo.[5] A homossexualidade desempenha papel central no drama de algumas das suas obras, como em O pecado de João Agonia, em que o "pecado" é a orientação sexual de João,[6] ou em Vida Breve em Três Fotografias, em que prostituição masculina é o ponto focal.

Prosa[editar | editar código-fonte]

Publicou em 1959 um volume de narrativas, Nos Mares do Fim do Mundo, fruto da sua experiência como médico da frota bacalhoeira, experiência que dramaticamente transpôs em O Lugre.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Poesia
  • A Morte na Raiz (1954)
  • Romances do Mar (1955)
  • Os Olhos da Víbora (1957)
Teatro
  • A Promessa (1957)
  • Nos Mares do Fim do Mundo (1957)
  • O Bailarino e a Excomungada (1957)
  • O Lugre (1959)
  • O Crime da Aldeia Velha (1959)
  • António Marinheiro ou o Édipo de Alfama (1960)
  • Os Anjos e o Sangue (1961)
  • O Duelo (1961)
  • O Pecado de João Agonia (1961)
  • Anunciação (1962)
  • O Judeu (1966)
  • O Inferno (1967)
  • A Traição do Padre Martinho (1969)
  • Português, Escritor, 45 Anos de Idade (1974)
  • Os Marginais e a Revolução (“Restos”, “A Confissão”, “Monsanto”, “Vida Breve em Três Fotografias”) (1979)
  • O Punho (publicado postumamente em 1987)

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d Mário Lopes (25 de outubro de 2006). «Santarém comemora 50º aniversário da primeira peça de Bernardo Santareno». Tinta Fresca, jornal de arte, cultura e cidadania. Consultado em 24 de setembro de 2008
  2.  «Prémios Bordalo». Em 1962 denominados "Óscar da Imprensa"e em 1963 "Prémio da Imprensa". Sindicato dos Jornalistas. 22 de janeiro de 2002. Consultado em 22 de setembro de 2017
  3.  «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Bernardo Santareno". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 22 de setembro de 2017
  4.  Daniel Abrunheiro. «O herbário de António, o Santareno». Jornal "O Ribatejo". Consultado em 24 de setembro de 2008
  5.  Sociedade Portuguesa de Autores. «"Bernardo Santareno - lutar Contra o Esquecimento». Consultado em 22 de setembro de 2008
  6.  Isabelita Maria Crosariol. «Bernardo Santareno e a representação de Portugal em um tempo de tragédia» (PDF). Consultado em 22 de setembro de 2008

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

ALJEZUR - FERIADO - 29 DE AGOSTO DE 2019

Aljezur

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
Question book-4.svg
Esta página cita fontes confiáveis e independentes, mas que não cobrem todo o conteúdo (desde setembro de 2017). Ajude a inserir referências. Conteúdo não verificávelpoderá ser removido.—Encontre fontes: Google (notíciaslivros e acadêmico)
Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Aljezur (desambiguação).
Aljezur
Brasão de AljezurBandeira de Aljezur
FotoDeAljezur.jpg
Vista geral de Aljezur, parte mais nova
Localização de Aljezur
GentílicoAljezurense
Área323,50 km²
População5 884 hab. (2011)
Densidade populacional18,2  hab./km²
N.º de freguesias4
Presidente da
câmara municipal
José Gonçalves (PS)
Fundação do município
(ou foral)
12 de novembro de 1280(738 anos)
Região (NUTS II)Algarve
Sub-região (NUTS III)Algarve
DistritoFaro
ProvínciaAlgarve
OragoNossa Senhora da Alva
Feriado municipal29 de Agosto (Banho Santo)
Código postal8670-005 Aljezur
Sítio oficialwww.cm-aljezur.pt
Municípios de Portugal Flag of Portugal.svg
Aljezur ou Algezur[1] é uma vila portuguesa pertencente ao distrito de Faro, região e sub-região do Algarve, com menos de 2 000 habitantes.[2]
É sede de um município com 323,50 km² de área[3] e 5 884 habitantes (2011),[4][5] subdividido em 4 freguesias.[6] O município é limitado a norte pelo município de Odemira, a leste por Monchique, a sueste por Lagos, a sudoeste por Vila do Bispo e a oeste tem uma extensa costa com o oceano Atlântico. O limite noroeste, com o concelho de Odemira, é marcado pela Ribeira de Seixe. O litoral do município faz parte do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Dom Dinis concedeu-lhe foral em 1280.

População[editar | editar código-fonte]

Número de habitantes [7]
186418781890190019111920193019401950196019701981199120012011
3 9564 2254 5935 0535 7206 1606 9777 8898 0888 1396 2025 0595 0065 2885 884
(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)
Número de habitantes por Grupo Etário [8]
190019111920193019401950196019701981199120012011
0-14 Anos1 7892 1422 2792 2512 7192 2661 8441 245753679625668
15-24 Anos9398971 0931 2691 3381 4911 337725534522502460
25-64 Anos2 1602 2922 3622 8023 2813 6914 2413 3952 6612 5372 6273 056
= ou > 65 Anos1753203733354966277179651 1111 2681 5341 700
> Id. desconh0727436
(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)

Freguesias[editar | editar código-fonte]

Freguesias do concelho de Aljezur
O concelho de Aljezur está dividido em 4 freguesias:

História[editar | editar código-fonte]

Castelo de Aljezur
Aljezur é uma terra de origens remotas, cuja antiguidade é atestada pelos muitos vestígios arqueológicos que têm sido encontrados. O seu território é habitado desde os tempos pré-históricos.
Aljezur foi fundado no século X pelos árabesque aqui permaneceram durante cinco séculos até à conquista cristã e aqui deixaram importantes marcas tais como o castelo, a sua cisterna, a toponímia, como muitas lendas e histórias populares.
No século XIII, no reinado de Afonso III, Aljezur foi definitivamente tomada aos mouros por Paio Peres Correia. Aljezur passa a ter foral a partir de 12 de Novembro de 1280, concedido pelo Rei D. Dinis.
Em 1 de Junho de 1504, D. Manuel reformou a Carta Diplomática de D. Dinis, concedendo à vila o título de "Nobre e Honrada".
Em 1755 Aljezur foi profundamente devastada por um terramoto. O Bispo D. Francisco Gomes do Avelar mandou construir a Igreja da Nossa Senhora D'Alva em local fronteiro à vila para que os habitantes se transferissem para aquele local e para ali crescer um novo aglomerado populacional, passando a se chamar a Igreja Nova.

Praias[editar | editar código-fonte]

Com uma linha de costa muito rochosa, que por diversas vezes é interrompida por maravilhosos areais que dão nome às diversas praias. Quase todas as praias são a foz das principais ribeiras da região. Junto às praias pode-se observar as imponentes arribas , talhadas de xisto e grauvaques, de cor acentuadamente cinzenta e preta.

Património[editar | editar código-fonte]

Cultura[editar | editar código-fonte]

  • Museu do Mar e Terra da Carrapateira

Geminações[editar | editar código-fonte]

O concelho de Aljezur é geminado com as seguintes cidades:[9]

Política[editar | editar código-fonte]

Eleições autárquicas[editar | editar código-fonte]

Data%V%V%V%V
PSAPU/CDUPPD/PSDPSD-CDS
197654,49323,04115,251
197950,96326,55119,131
198252,73320,30122,161
198550,87424,11111,76-
198930,54243,97221,741
199327,59146,54320,171
199739,96244,37310,03-
200160,21317,34115,571
200561,86411,24-19,461
200966,02413,20-16,311
201362,82414,19-16,061
201758,63318,731PSD-CDS16,521

Eleições legislativas[editar | editar código-fonte]

Data%
PSPCPPSDCDSUDPAPU/CDUADFRSPRDPSNBEPANPàF
197637,6423,8914,133,151,62
197940,52APUADAD2,3427,7218,88
1980FRS1,7025,9520,4339,40
198348,0212,902,470,8527,44
198527,7914,762,911,1520,8625,09
198731,56CDU30,992,010,9817,147,17
199135,2938,582,0410,801,392,90
199556,6216,897,101,0311,400,52
199952,0119,516,5713,571,70
200249,3125,047,339,722,46
200556,4216,214,1910,056,19
200935,7718,287,9513,7813,93
201125,0328,0911,3112,987,191,47
201537,38PàFPàF11,8511,191,6723,61

Imagens[editar | editar código-fonte]

Referências

  1.  Ciberdúvidas (1998). «Como devo escrever o nome da localidade algarvia: ALGEZUR ou ALJEZUR?». Consultado em 12 de setembro de 2011
  2.  INE (2013). Anuário Estatístico da Região Algarve 2012 (PDF). Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 26. ISBN 978-989-25-0215-1ISSN 0873-0008. Consultado em 11 de janeiro de 2015
  3.  Instituto Geográfico Português (2013). «Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas da CAOP 2013»Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013. Direção-Geral do Território. Consultado em 28 de novembro de 2013. Arquivado do original (XLS-ZIP) em 9 de dezembro de 2013
  4.  INE (2012). Censos 2011 Resultados Definitivos – Região Algarve (PDF). Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 95. ISBN 978-989-25-0183-3ISSN 0872-6493. Consultado em 27 de julho de 2013
  5.  INE (2012). «Quadros de apuramento por freguesia» (XLSX-ZIP)Censos 2011 (resultados definitivos). Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador "Q101_ALGARVE". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 27 de julho de 2013
  6.  Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013.
  7.  Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  8.  INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros
  9.  «Geminações de Cidades e Vilas»www.anmp.pt. Associação Nacional de Municípios Portugueses. Consultado em 9 de setembro de 2012
Commons possui uma categoriacontendo imagens e outros ficheiros sobre Aljezur

Etiquetas

Seguidores

Pesquisar neste blogue