Nascida em 1921, no número 638 da
Rua de São Bento, em
Lisboa. Nasceu efetivamente em 8 de Setembro de 1921 (e não em 1927 ou 1923, como surge em muitos lados… ao contrário do que atestam o seu registo na escola onde estudou, a sua ficha biográfica no Teatro Nacional Dona Maria II, bem como o artigo “Laura Alves: o sorriso inesquecível”, de Maria João Duarte, na revista N 276, de Junho 2009, da Fundação INATEL).
Filha de Celestino Magno (
Viseu,
Rio de Loba, 18 de junho de 1896 - Lisboa, Socorro, 24 de setembro de 1945) e de sua mulher Mariana Alves (Lisboa, São Miguel, 15 de dezembro de 1895 - Amadora, Reboleira, 23 de maio de 1988), frequentou a Escola Industrial Machado de Castro e a Escola de Dança do Conservatório Nacional. Avós paternos, Alexandre Magno e Encarnação de Jesus e avós maternos, Frederico António Alves e Ana Maria de Jesus Júnior.
Antes da estreia profissional, já aos três anos recitava, aos cinco entrava como “o miúdo” de uma peça policial representada na Associação Recreativa Triângulo Vermelho (uma sociedade de recreio da Rua de S. Bento de que o seu pai era sócio) e aos seis representava, como amadora, no Grupo Dramático Lisbonense.
Estreou-se profissionalmente em 20 de Agosto de 1935, no
Teatro Politeama, ainda com 13 anos, a 20 dias de fazer os catorze, contracenando logo na estreia com o grande actor
Alves da Cunha, na peça "As duas garotas de Paris". Tirou a carteira profissional logo depois, aos catorze anos, e passou do Politeama para o Teatro Nacional, onde fez duas épocas, representando ao lado de Palmira Bastos, Álvaro Benamor, Amélia Rey Colaço, Nascimento Fernandes, Maria Lalande, etc.
Daí até à sua morte somou muitos sucessos. Ao longo da sua carreira interpretou cerca de quatrocentos espectáculos.
Por tudo isto, seria muito redutor ficar registada a sua passagem pelo cinema, muito mais conhecida do que a sua carreira teatral por todos os nascidos na década de 1960 e posteriores, apenas por não haver na RTP, ou nela não passarem, registos das muitas peças que fez, e só passarem sucessivas repetições dos 3 filmes da década de 1940 em que entrou (
O pai tirano, O Leão da Estrela, O Pátio das Cantigas).
Em
1986 foi homenageada como o filme
Laura Alves, Evocação de uma actriz, e também com a criação do
Teatro Laura Alves, onde
Ivone Silva actuou pela última vez. Em
2001 foi homenageada no
Teatro Politeama. Foi enterrada no Cemitério dos Prazeres, não longe do jazigo do grande actor António Silva, con quem partillhou rol em
O Leão da Estrela.
A 25 de Maio de 2012, um incêndio destrói o edifício que abrigava o Teatro Laura Alves, transformado então numa pensão.
Retirada dos palcos em
1982, casou-se a 25 de Agosto de 1948 com
Vasco Morgado e a 18 de Julho de 1979 com
Frederico Valério. Do primeiro casamento teve um único filho, Vasco Manuel Alves Veiga Morgado, casado primeira vez com Maria Teresa Belo Botelho Moniz (1953), de quem tem uma filha, Mafalda Cristina Botelho Moniz Morgado (Lisboa, São Sebastião da Pedreira, 15 de Junho de 1970), solteira e sem geração, e casado segunda vez com Verónica Cristina Lopes (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro), de quem tem dois filhos, Diogo Lopes Morgado e Vasco Lopes Morgado (31 de Março de 1974), casado e pai de dois filhos e uma filha.
Lista de algumas das peças por ela representadas entre 1951 e 1982[editar | editar código-fonte]
Opereta As três valsas (1951 - Inauguração do Teatro Monumental, o seu teatro, que existiu na Praça Duque de Saldanha), O homem que veio para jantar (1952) A Sereia do Mar e da Terra (1952), A fera amansada (1952), Ela não gostava do patrão (1953), opereta Maria da Fonte (1953), A menina feia (1954), Casei com um anjo (1954), Perdeu-se Um Marido (1954), Crime Perfeito (1954), Jogo de damas (1955), Sua Alteza (1955), comédia musical Toiros de morte (1956), Atrás da porta (1956), A conspiradora (1956), Daqui fala o morto! (1956), Quando elas se encontram (1957), A 8ª mulher do milionário (1957), Os bebés (1957), Uma nora ideal (1958), A Rainha do Ferro Velho (1958), Um Fantasma Chamado Isabel (1958), Gata em Telhado de Zinco Quente (1959), O Baile (1959), Margarida da Rua (1960), Boa-Noite Betina (1960), O Apolo de Bellac (1961), Criada Para Todo o Serviço (1962), Meu Amor é Traiçoeiro (1962), O amansar da fera (1964), A idiota (1964), A Rapariga do Apartamento (1965), O Comprador de Horas (1965), A Mulher do Roupão (1966), A Promessa (1967), A Flor do Cacto (1967), Pobre Milionária (1970), Querida Mamã (1971), A menina Alice e o inspector (1973), Adeus Valentina (1975), Aqui quem manda sou eu (1977), Um Zero à Esquerda (1978 - esteve 3 anos em cena), Não Há Quem me Escape, Pai precisa-se (1982) – a sua última peça. (Dados retirados da biografia “Laura Alves – A rainha do palco”, de Luciano Reis, e da Internet)
Referências
- ↑ DIAS, Patrícia Costa (2011). A Vida com um Sorriso - Histórias, experiências, gargalhadas, reflexões de Isabel Wolmar. Lisboa: Ésquilo. p. 39. ISBN 978-989-8092-97-7
- “Laura Alves – Viveu e morreu pelo Teatro”, do cronista Carlos Castro, no Correio da Manhã, em 17 de Maio 2009
- Redacção Quidnovi, com coordenação de José Hermano Saraiva, História de Portugal, Dicionário de Personalidades, Volume XI, Ed. QN-Edição e Conteúdos,S. A., 2004
- O Cais do Olhar de José de Matos Cruz - Ed Cinemateca Portuguesa