segunda-feira, 15 de abril de 2019

FERNANDO NAMORA NASCEU HÁ 100 ANOS EM 1919 - 15 DE ABRIL DE 2019

Fernando Namora

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Fernando Namora
Fernando Namora
Nome completoFernando Gonçalves Namora
Nascimento15 de abril de 1919
Condeixa-a-NovaPortugal
Morte31 de janeiro de 1989 (69 anos)
LisboaPortugal
NacionalidadePortugal Português
OcupaçãoEscritor ,médico
PrémiosPrémio Ricardo Malheiros(1953)
Medalha de Ouro da "Societé d'Encouragement au Progrés" (1979)
Prémio D. Dinis (1982)
Magnum opusDeuses e demónios da medicina
Assinatura
Assinatura Fernando Namora.svg
Fernando Gonçalves Namora (Condeixa-a-NovaCondeixa-a-Nova15 de Abril de 1919 - Lisboa31 de Janeiro de 1989) foi um médico e escritor português, autor duma extensa obra, das mais divulgadas e traduzidas nos anos 70 e 80.[1] Existe uma escola secundária com o seu nome em Condeixa-a-Nova.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Licenciado em Medicina (1942) pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, pertenceu à geração de 40, grupo literário que reuniu personalidades marcantes como Carlos de OliveiraMário DionísioJoaquim Namorado ou João José Cochofel, moldando-o, certamente, como homem, à semelhança do exercício da profissão médica, primeiro na sua terra natal depois nas regiões da Beira Baixa e Alentejo, em locais como TinalhasMonsanto e Pavia, até que, em 1951, acabaria por se instalar em Lisboa - onde, curiosamente, muito jovem estudara no Liceu Camões -, como médico assistente do Instituto Português de Oncologia.[2]
O seu volume de estreia foi Relevos (1937), livro de poesia, porventura sob a influência de Afonso Duarte e do grupo da Presença. Mas já publicara em conjunto com Carlos de Oliveira e Artur Varela, um pequeno livro de contos Cabeças de Barro. Em (1938) surge o seu primeiro romance As Sete Partidas do Mundo que viria a ser galardoado com o Prémio Almeida Garrett no mesmo ano em que recebe o Prémio Mestre António Augusto Gonçalves, de artes plásticas - na categoria de pintura. Ainda estudante e com outros companheiros de geração funda a revista Altitude e envolve-se activamente no projecto do Novo Cancioneiro (1941), colecção poética de 10 volumes que se inicia com o seu livro-poema Terra, assinalando[3] o advento do neo-realismo, tendo esta iniciativa colectiva, nascida nas tertúlias de Coimbra, de João José Cochofel, demarcado esse ponto de viragem na literatura portuguesa. Na mesma linha estética, embora em ficção, é lançada a colecção dos Novos Prosadores (1943), pela Coimbra Editora, reunindo os romances Fogo na Noite Escura, do biografado, Casa na Duna, de Carlos de OliveiraOnde Tudo Foi Morrendo, de Vergílio FerreiraNevoeiro, de Mário Braga ou O Dia Cinzento, de Mário Dionísio, entre outros.[4]
Com uma obra literária que se desenvolve ao longo de cinco décadas é de salientar a sua precoce vocação artística, de feição naturalista e poética, tal como a importância do período de formação em Coimbra, mais as suas tertúlias e movimentos estudantis. Ao dar-se o amadurecimento estético do neo-realismo e coincidente com as vivências dos anos 50, enveredaria por novos caminhos, através de uma interpretação pessoal da narrativa, que o levaria a situar-se entre a ficção e a análise social. Os muitos textos que escreveu, nos diferentes momentos ou fases da vida literária, apresentam retratos com aspectos de picaresco, observações naturalistas e algum existencialismo. Independentemente do enquadramento, Namora foi um escritor dotado de uma profunda capacidade de análise psicológica, inseparável de uma grande sensibilidade e linguagem poética.[3] Escreveu, para além de obras de poesia e romancescontos, memórias e impressões de viagem, com destaque para os cadernos de um escritor, que proporcionam um diálogo vivo com o leitor, a abertura a outras culturas, terras e gentes, a visão de um mundo em transformação, de uma realidade emergente, expressa em Estamos no Vento (Fevereiro de 1974).
Entre os muitos títulos que publica em prosa contam-se Fogo na Noite Escura (1943), Casa da Malta (1945), As Minas de S. Francisco (1946), (capítulo inédito publicado no nº 16 da revista Mundo Literário [5] existente entre 1946 e 1948), Retalhos da Vida de um Médico (1949 e 1963), A Noite e a Madrugada (1950), O Trigo e o Joio (1954), O Homem Disfarçado (1957), Cidade Solitária (1959), Domingo à Tarde (1961Prémio José Lins do Rego), Os Clandestinos(1972), Resposta a Matilde (1980) e O Rio Triste (1982Prémio Fernando ChinagliaPrémio Fialho de Almeida e Prémio D. Dinis). Ou, as biografias romanceadas de Deuses e Demónios da Medicina (1952). Além dos títulos já referidos, publicou em poesia Mar de Sargaços (1940), Marketing (1969) e Nome para uma Casa (1984) . Toda a sua produção poética seminal foi reunida numa antologia(1959) denominada As Frias Madrugadas. Escreveu ainda sobre o mundo e a sociedade em geral, na forma de narrativas romanceadas ou de anotações de viagem e reflexões críticas, sendo disso exemplo Diálogo em Setembro (1966), Um Sino na Montanha (1968), Os Adoradores do Sol (1971), Estamos no Vento (1974), A Nave de Pedra (1975), Cavalgada Cinzenta (1977), URSS, Mal Amada, Bem Amada e Sentados na Relva, ambos de (1986). Porém, foram romances como os Retalhos da Vida de um MédicoO Trigo e o JoioDomingo à TardeO Homem Disfarçado ou O Rio Triste, que vieram a ser traduzidos em diversas línguas, tendo inclusive, em 1981, sido proposto para o Prémio Nobel da Literatura, pela Academia das Ciências de Lisboa e pelo PEN Clube.[6]
Se quisermos contextualizar, sistematizar a sua obra em fases distintas de criação literária, podemos identificar: (1) o ciclo de juventude, principalmente enquanto estudante em Coimbra, coincidente com o livro-poema Terra e o romance Fogo na Noite Escura; (2) o ciclo rural, entre 1943 e 1950, representado pelas novelas Casa da Malta (escrita em 8 dias) e Minas de San Francisco, ou pelos romances A Noite e a MadrugadaO Trigo e o Joio sem esquecer os Retalhos da Vida de um Médico, cuja edição espanhola (1ª tradução) apresenta o prefácio de (Gregório Marañón); (3) o ciclo urbano, coincidente com a sua vinda para Lisboa, marcado pela solidão e vivências do quotidiano, e que se terá reflectido no romance O Homem Disfarçado, em Cidade Solitária ou no Domingo à Tarde; (4) o ciclo cosmopolita, ou seja, dos cadernos de um escritor, balizado no final dos anos 60 e década de 70, explicado pelas muitas viagens que fez, nomeadamente à Escandinávia, e pela sua participação nos encontros de Genebra; (5) o ciclo final, entre a ficção contemporânea, onde se insere o romance O Rio Triste ou Resposta a Matilde, intitulado pelo próprio divertimento, e as reflexões íntimas de Jornal sem Data (1988).[6]
Sendo talvez uma das suas obras mais conhecidas, Retalhos da Vida de um Médico, foi a primeira a ser adaptada ao cinema, por intermédio do realizador Jorge Brum do Canto (em 1962, filme seleccionado para o Festival de Berlim), seguindo-se a série televisiva, da responsabilidade de Artur Ramos e Jaime Silva (1979-1980).
Trigo e o Joio foi adaptado para o cinema em 1965, por Manuel Guimarães, com Manuel da Fonseca. Do mesmo realizador, para televisão e em 1969, tem-se Fernando Namora.
Domingo à Tarde (seleccionado para o Festival de Veneza), foi realizado por António de Macedo em 1965 e contou com actores como Isabel de CastroRuy de Carvalho e Isabel Ruth.
Em 1975, surge Fernando Namora – Vida e Obra, realizado por Sérgio Ferreira. Também em 1975 Namora colaborou na publicação periódica Jornal do Caso República[7] (1975)
A Noite e a Madrugada, de 1985, deve a sua realização a Artur RamosResposta a Matilde, de 1986, foi adaptado a televisão por Dinis Machado e Artur Ramos', com a participação de Raúl Solnado e Rogério Paulo. Em 1990, regista-se O Rapaz do Tambor, curta metragem de Vítor Silva.
Foi sepultado no Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.[carece de fontes]

Casa Museu Fernando Namora[editar | editar código-fonte]

Casa onde nasceu Fernando Namora em Condeixa-a-Nova
Ali, a dois passos da Vila, o Rio de Mouros. Nasceu de um fio de água, do suor de uma rocha, entre urzes e montes. Ainda a meio da serra, é um ribeirito que não dá para matar a sede a um rebanho. Mas depois, a terra começa, subitamente, a ficar brava, com penedos que têm o ar de montanhas, e o rio despenha-se entre os silvais e as fragas em som e espuma, com um fragor que, de Inverno, com as cheias, estremece os ouvidos da serra e dos homens. – texto de 1941.[8]
É possível visitar a casa onde Fernando Namora nasceu, e onde os seus pais abriram um pequeno estabelecimento comercial, situada no centro da vila de Condeixa-a-Nova, distrito de Coimbra.
Inaugurada em 30 de Junho de 1990, esta iniciativa resultou da ideia de um grupo de amigos, seus conterrâneos, que quiseram homenageá-lo através da proposta da criação de uma Casa-Museu, de modo a recordar a todos, e nas palavras do Sr. Ramiro de Oliveira, que é Condeixense e que aqui viveu a sua infância e parte da mocidade.[8]
Aberta ao público desde então, nela se pode encontrar o seu escritório, tal qual estava em Lisboa, com todos os seus livros e objectos pessoais, e que acabou por ser o destino do que fui acumulando ao longo dos anos, coisas minhas, coisas do que vi e vivi e ainda valiosas coisas alheias que de algum modo se relacionam comigo. - carta de 7 de junho de 1984.[8]

Obras[editar | editar código-fonte]

  • As Sete Partidas do Mundo, romance – 1938
  • Terra, romance, 1941
  • Fogo na Noite Escura, romance – 1943
  • Casa da Malta, romance – 1945
  • Minas de San Francisco, romance – 1946
  • Retalhos da Vida de um Médico, narrativas / primeira série – 1949
  • A Noite e a Madrugada, romance – 1950
  • Deuses e Demónios da Medicina, biografias romanceadas – 1952
  • O Trigo e o Joio, romance – 1954
  • O Homem Disfarçado, romance – 1957
  • Cidade Solitárianarrativas – 1959
  • As Frias Madrugadas', poesia / antologia – 1959
  • Domingo à Tarde, romance – 1961
  • Retalhos da Vida de um Médico, narrativas / segunda série – 1963
  • Diálogo em Setembro, crónica romanceada – 1966
  • Um Sino na Montanha, cadernos de um escritor – 1968
  • Marketing, poesia – 1969
  • Os Adoradores do Sol, cadernos de um escritor – 1971
  • Os Clandestinos, romance – 1972
  • Estamos no Vento, narrativa literário-sociológica – 1974
  • A Nave de Pedra, cadernos de um escritor – 1975
  • Cavalgada Cinzenta, narrativa – 1977
  • Encontros, entrevistas – 1979
  • Resposta a Matilde, divertimento – 1980
  • O Rio Triste, romance – 1982
  • Nome para uma Casa, poesia – 1984
  • URSS mal amada, bem amada', crónica – 1986
  • Sentados na Relva, cadernos de um escritor – 1986
  • Jornal sem Data, cadernos de um escritor – 1988

Prémios e honras[editar | editar código-fonte]

GURU NANAK - NASCEU EM 1469 - (um bocadinho "antigo"...550 ANOS. - 15 DE ABRIL DE 2019

Guru Nanak

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Guru Nanak
ਗੁਰੂ ਨਾਨਕ
Gurus siques com Bhai Bala e Bhai Mardana
Outros nomesBaba Nanak
Nana Shah
Conhecido(a) porFundador do Siquismo
Primeiro Guru Sique
Nascimento15 de abril de 1469
Rāi Bhoi Kī Talvaṇḍī, (Atual Nankana SahibPunjabePaquistão)
Morte22 de setembro de 1539 (70 anos)
Kartarpur, Império Mughal(Atual Paquistão)
ProgenitoresMãe: Mehta Kalu
Pai: Mata Tripta
CônjugeMata Sulakkhani
Filho(s)Sri Chand
Lakhmi Chand
Início da atividade1499
Fim da atividade1539
ReligiãoSiquismo
Guru Nanak Loudspeaker.svg? pronúncia[1] (em punjabiਗੁਰੂ ਨਾਨਕ; em hindiगुरु नानकUrduگرونانک‎, ˈɡʊɾu ˈnɑnək Gurū Nānak) (15 de abril de 1469 — 22 de setembro de 1539) foi o fundador do siquismo e o primeiro dos gurus siques. Seu nascimento é celebrado mundialmente no Kartik Puranmashi, o dia de lua cheia que cai anualmente em datas diferentes no mês de Katak, entre outubro e novembro no calendário gregoriano.[2]
Guru Nanak viajou por muitos lugares ensinando a mensagem do Deusúnico que vive em cada uma de suas criações e constitui a Verdade eterna.[3] Ele assentou as bases para uma plataforma espiritual, social, e política baseada na igualdade, no amor fraterno, na bondade e na virtude.[4][5][6]
É parte da crença religiosa sique que o espírito de santidade, divindade e autoridade religiosa de Guru Nanak subsistiu sobre cada um dos nove Gurus subsequentes quando a condição lhes foi passada.[7]

Família e início[editar | editar código-fonte]

Baba Nanak vai à escola
Gurdwara Janam Asthan.
Nanak nasceu em 15 de abril de 1469 em Rāi Bhoi Kī Talvaṇḍī (atual Nankana Sahib, Punjabe, Paquistão), próximo a Lahore.[8][9] Seus pais eram Kalyan Chand Das Bedi, popularmente conhecido como Mehta Kalu e Mata Tripta.[10] Seu pai era o contador local das colheitas da vila de Talwandi.[11] Seus pais eram hindus e pertenciam à casta dos mercadores.[12]
Ele tinha uma irmã, Bebe Nanaki, cinco anos mais velha. Em 1475 ela casou-se e se mudou para Sultanpur. Nanak era ligado à irmã e foi junto para Sultanpur, para viver com ela e o marido. Por volta dos 16 anos, Nanak começou a trabalhar para Daulat Khan Lodi, empregador do marido de Nanaki. Este tempo foi marcante para Nanak, como sugere a obra Janam Sakhi e em suas numerosas alusões à estrutura governamental em seus hinos, foram provavelmente concebidas durante esse tempo.[13]
Comentários sobre sua vida dão detalhes do desenvolvimento precoce de sua consciência. Aos cinco anos, diz-se que Nanak já havia demonstrado interesse em assuntos divinos. Aos sete, seu pai matriculou-o na escola da vila, como mandava o costume.[8] A tradição oral diz que, ainda criança, Nanak impressionou seu professor ao descrever o simbolismo implícito da primeira letra do alfabeto, que consiste numa linha praticamente reta no Alfabeto persaou árabe, lembrando a versão matemática de um, como denotante da natureza única de Deus.[14] Outras histórias da infância de Nanak referem-se a estranhos e miraculosos eventos, tais como o testemunhado por Rai Bular, no qual a cabeça da criança dormente foi protegida da forte luz do sol, em um dos relatores, pela sombra estacionária de uma árvore[15] ou, em outro, por uma cobra venenosa.[16]
Em 24 de setembro de 1487 casou-se com Mata Sulakkhani, filha de Mūl Chand e Chando Rāṇī, na cidade de Batala. O casal teve dois filhos, Sri Chand (8 de setembro de 1494 – 13 de janeiro de 1629)[17] e Lakhmi Chand (12 de fevereiro de 1497 – 9 de abril de 1555). Sri Chand recebeu iluminação dos ensinamentos de Guru Nanak e tornou-se fundador do grupo dos Udasi.[18][19]

Biografias[editar | editar código-fonte]

Janamsakhi, de Bhai Mani Singh.
As primeiras fontes biográficas da vida de Nanak reconhecidas atualmente são os Janamsākhīs (histórias da vida) e os vārs (exposições) do escriba Bhai Gurdas. Gurdas, um escriba do Gurū Granth Sahib, também descreveu sobre a vida de Nanak nos seus vārs. Ainda que estes tenham sido compilados em um tempo posterior ao da vida de Nanak, são menos detalhados que os Janamsākhīs. Os Janamsākhīs recontam em minúcias as circunstâncias do nascimento do guru.
Gyan Ratanavali atribuiu a Bhai Mani Singh, que escreveu com a intenção expressa de corrigir relatos heréticos sobre a vida de Guru Nanak. Bhai Mani Singh foi um sique contemporâneo ao Guru Gobind Singh que foi demandado por alguns siques com a requisição de que preparasse um relato autêntico da vida do Guru Nanak. Outro Janamsākhī popular foi alegadamente escrito por um companheiro próximo do Guru, Bhai Bala.[20] Entretanto, o estilo de escrita e a linguagem empregada deixaram os estudiosos, tais como Max Arthur Macauliffe, certos de que eles foram compostos após a morte de Nanak.[8] De acordo com os estudiosos, há considerável base para duvidar da alegação de que o autor fosse um companheiro próximo do Guru Nanak e o tenha acompanhado em muitas de suas viagens.

Siquismo[editar | editar código-fonte]

Rai Bular, o proprietário local, e a irmã de Nanak, Bibi Nanaki, foram as primeiras pessoas a reconhecer qualidades divinas no rapaz. Eles encorajaram-no e apoiaram-no para estudar e viajar. A tradição sique diz que, por volta de 1499, aos 30 anos de idade, ele teve uma visão. Depois de não ter conseguir retornar de suas abluções, suas roupas foram encontradas nas margens de um rio chamado Kali Bein. As pessoas imaginaram que ele tivesse se afogado no rio; Daulat Khan fez com que o curso d'água fosse dragado; no entanto, corpo algum foi encontrado. Três dias após o desaparecimento, Nanak reapareceu, permanecendo em silêncio. No dia seguinte, ele declarou[13]:
Nanak disse ter sido levado à corte de Deus. Lá, foi-lhe oferecida um taça com amrita (néctar) e dada a ordem:
Desse ponto em diante, Nanak é descrito nos relatos como Guru (mestre) e o Siquismo nasceu.[21]
A crença básica do siquismo é espalhar a mensagem da gentileza e da paz, em vez da vingança e do despeito. O siquismo é uma das mais novas religiões do mundo. Os siques seguem os ensinamentos do Guru Granth Sahib, o livro sagrado que abrange o ensinamento de seis dos dez gurus do siquismo e alguns santos e homens devotos.[22] O Guru Granth Sahib é cultuado como a autoridade suprema do siquismo e é considerado o décimo-primeiro, último e final Guru sique.[23] Na condição de primeiro guru sique, Guru Nanak contribuiu com um total de 974 hinos para o livro.[24]

Ensinamentos[editar | editar código-fonte]

Afresco de Guru Nanak.
Os ensinamentos de Nanak podem ser encontrados na Escritura sique Guru Granth Sahib, como uma vasta coleção de versos revelatórios escritos em Gurmukhi. Deste conjunto alguns princípios comuns são discerníveis. Primeiramente, uma Divindade Suprema - ainda que incompreensível, manifesta-se em todas as grande religiões, o "Executor" Singular e sem forma, descrito em sua forma indestrutível e eterna.
Nanak descreve os perigos do egotismo (haumai - "Eu sou") e convoca os devotos a se engajarem no culto à palavra de Deus. Naam implica Deus, a Realidade, uma palavra mística ou fórmula para recitar ou meditar (shabad em Gurbani), através da Ordem Divina (hukam), as instruções do Guru,[25] e o louvar das qualidades de Deus, descartando a dúvida no processo. Este culto deve ser desinteressado (sewa). A palavra de Deus limpa o indivíduo para fazer este culto possível. Isto relaciona-se à revelação de que Deus é o Executor e sem Deus não há outro nem nada. Nanak advertiu sobre a hipocrisia e a falsidade, declarando a natureza pervasiva destas na humanidade e que as ações religiosas também podem ser em vão. Pode-se dizer também que as práticas ascéticas sejam desfavorecidas por Nanak, que sugere a permanência interna nestes princípios sem destacar-se da família e da sociedade.
Através da tradição popular, os ensinamentos de Nanak são entendidos pela prática em três formas:
  • Vaṇḍ Chakkō: Partilhar com os outros, ajudar os que têm menos ou que precisam;
  • Kirat Karō: Ganhar a vida honestamente, sem exploração ou fraude;
  • Naam Japna: Meditar sobre o Nome de Deus para controlar as cinco fraquezas da personalidade humana.
Nanak pôs grande ênfase no culto à Palavra de Deus (Naam Japna).[25] Deve-se seguir os passos dos indivíduos "despertos" (Gurmukh) em vez da mente (estado de Manmukh - conduzidos pela vontade própria) - a última sendo perigosa e levando somente à frustração.
Reformas ocorridas na instituição e na Divindade e na Divindade e na Devoção são vistas como transcendentes de qualquer consideração religiosa ou divisão, por Deus não estar separado de qualquer indivíduo.

Jornadas (Udasis)[editar | editar código-fonte]

As cinco jornadas e outras localidades visitadas pelo Guru Nanak.
Ainda que a descrição exata das viagens seja disputadas, reconhece-se que Nanak fez quatro grandes jornadas, de milhares de quilômetros:
Nanak cruzou em direção a Arunachal Pradesh. Inicialmente indo para Lhasa(Tibet) ele foi por Tawang depois de ter passado pelo Butão e entrar no Tibete por Samdurang Chu. Retornou de Lhasa e foi ao famoso monastério Samye e entrou Pemoshubu Menchukha em Arunachal Pradesh. Ele meditou por algum tempo nessa localidade. De Menchukha ele retornou ao Tibete, trouxe moradores do sul do Tibete e os realocou em Menchukha. Depois de ter passado por Gelling e Tuting ele foi a Sadiya e Braham-Kund, antes de entrar novamente em Assam.
Nanak foi movido pelo apuro das pessoas do mundo e queria dizer-lhes sobre a "mensagem real de Deus". As pessoas do mundo estavam confusas pelas mensagens conflitantes dadas pelos sacerdotespundits, qazis, mulás, etc. Ele estava determinado a trazer sua mensagem às massas; decidiu então, em 1499, partir para sua sagrada missão para difundir a mensagem da paz e da compaixão a toda a humanidade.
A maior parte de suas jornadas foi feita a pé com seu correligionário Bhai Mardana. Viajou em todas as direções dos pontos cardeais – norte, sul, oeste e leste. Acredita-se que o primeiro guru sique tenha viajado mais de 28 000 km em suas jornadas pelo mundo no período entre 1500 e 1524. Após 1499, embarcou em sua missão e visitou centros hindusislâmicosbudistasjainssufisiogues e sidhas. Nessas jornadas, encontrou pessoas de diferentes religiões, tribos, culturas e raças. Na sua primeira jornada, Nanak cobriu o leste do subcontinente indiano e retornou após seis anos. Partindo de Sultanpur em 1499 e indo à vila de Talwandi para encontrar seus pais e informar-lhes de sua longa jornada; estes lhe disseram que preferiam sua presença para que Nanak lhes desse conforto e proteção na velhice e não partisse. Mas Nanak lhes respondeu que o mundo estava queimando no fogo da Kali Yuga e que milhares e milhares esperavam pela mensagem divina do Todo-Poderoso para o conforto, o amor e a salvação. O Guru disse assim aos pais: "Há um chamado de Deus, eu devo ir para onde ele me disser que devo ir". Ao ouvir essas palavras, seus pais concordaram e deram-lhe suas bênçãos. Assim Nanak iniciou sua missão e começaram a ser estabelecidas as raízes do siquismo.

Sucessão[editar | editar código-fonte]

Nanak indicou Bhai Lehna como o Guru sucesso, renomeando-o como Guru Angad, significando "um próprio" ou "parte de você". Em seguida à proclamação de Bhai Lehna como seu sucessor, Guru Nanak faleceu em 22 setembro de 1539 em Kartarpur, no atual Paquistão, aos 70 anos.[27]

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