segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

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Cristina Peres
CRISTINA PERES
JORNALISTA DE INTERNACIONAL
 
Duas horas por explicar
17 de Dezembro de 2018
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Começaram a ser divulgadas as primeiras explicações para o maior acidente aéreo do ano, aquele que vitimou no sábado à tarde, na zona de Valongo, dois pilotos, um médico e uma enfermeira do INEM. O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários explica, num comunicado enviado à agência Lusa, que a queda terá acontecido depois de o helicóptero ter chocado com uma antena emissora existente na zona, podendo a colisão ter “diversas causas possíveis”, que estão ainda por apurar. O i escreve hoje na edição impressa que o embate possa ter sido causado por falta de iluminação da antena. A investigação arrancou no domingo à tarde dificultada pelo “elevado grau de destruição da aeronave”. O JN mostra imagens do local. "Força Aérea atrasa socorro a helicóptero do INEM", titula o Público na edição desta manhã, explicando que elementos da PSP e da GNR, alertados pelo estrondo, deslocaram-se ao fim da tarde de sábado a um local perto de Valongo onde caiu o helicóptero. Não tendo encontrado sinais de anomalia regressaram à base. A Liga dos Bombeiros Portugueses pediu um “inquérito rigoroso” após o que alega ser falha da Proteção Civil.
O helicóptero regressava de Macedo de Cavaleiros, depois de ter transportado uma doente cardíaca em situação crítica. O ministério da Administração Interna ordenou um “inquérito técnico urgente” ao mecanismo de reporte da ocorrência e lançamento de alertas em relação ao acidente porque há duas horas entre a queda do aparelho e o alerta que estão por explicar.
Segundo o “Público” ontem à noite, a empresa que gere a navegação aérea (NAV) alertou, meia hora após a perda de contacto com o helicóptero do INEM, entidades como a Proteção Civil e a Força Aérea para a falha de comunicação com o aparelho. NAV afirmou que os centros distritais de operações de socorro não atenderam chamadas depois de ter alertado a Proteção Civil e Força Aérea meia hora depois de ter perdido o contacto com o helicóptero. Pelo seu lado, os centros distritais de operações de socorro negam não ter atendido o contacto da NAV… A primeira perda de contacto de sinal radar aconteceu às 18h55 de sábado e as forças de resgate, incluindo equipas da Proteção Civil, só chegaram ao terreno já passava das 20h.

Manchetes do dia: "Socorro tardio debaixo de críticas", JN; "CP demitiu diretor que alertou para riscos de segurança", Público; "Choque contra antena mata quatro do INEM", CM; "Coletes amarelos. Manifestação em Portugal envolta em secretismo", i; "Economia superou a crise 10 anos depois. O que Mudou?", Negócios
 
OUTRAS NOTÍCIAS
À beira de correr mal: a Coreia de Norte condenou as novas sanções impostas pelos Estados Unidos a três altas individualidades norte-coreanas, dizendo que elas podem “bloquear para sempre o processo de desnuclearização do país”.

Vários milhares de manifestantes saíram à rua ontem em Roma para protestar contra as novas leis anti-imigração. O chamado “decreto Salvini”, promovido pelo vice-presidente e líder do partido de extrema-direita Liga, Matteo Salvini, retira a proteção humanitária a candidatos a asilo que não recebam o estatuto de refugiados, mas que não possam ser deportados. Os críticos desta nova lei dizem que ela vai deixar milhares de migrantes sem abrigo após serem expulsos de centros de receção custeados pelo Estado.

Ao mesmo tempo, mas em Bruxelas, milhares de manifestantes de movimentos de extrema-direita atacaram a sede da Comissão Europeia. A polícia só reagiu meia hora após o início da “Marcha contra Marraquexe”, que pretendia repudiar o Pacto Mundial para uma Migração Segura, Ordenada e Regular aprovado na segunda-feira, em Marraquexe.

Coletes amarelos querem bloquear o acesso a Lisboa.

A tomada de posse da nova Presidente da Geórgia, a primeira mulher da história a ocupar este lugar, ocorreu sob o protesto dos opositores, que alegam que as eleições foram fraudulentas. Salome Zurabishvili disse durante o discurso que trabalharia para o processo de integração do país na NATO e na União Europeia.
Bolsonaro formou governo em ambiente de guerra civil. Como irá governar?

Mais de 40 pessoas ficaram feridas no domingo numa explosão num restaurante na cidade de Sapporo, na ilha Hokkaido, no norte do Japão. A explosão fez praticamente desaparecer o restaurante.

O número de mortos no atentado de Estrasburgo subiu para cinco.

Anis Amri, o autor do atentado do mercado de Natal de Breitscheid Platz, Berlim, em 19 de dezembro de 2016não agiu sozinho, revelou agora a polícia alemã.

O antigo colaborador do Eliseu Alexandre Benalla está de novo sob escrutínio a propósito da violência do último 1º de maio, escreve a AFP.

Desde que Mohammed Bin Salman é príncipe da Arábia Saudita que o país está no centro de uma série de crises regionais. Quem o afirma é a “Aljazeera”num artigo que defende o insucesso manobra de lavagem do nome de MBS como pacificador. Com o caso Jamal Kashoggi no centro da polémica.

O Presidente Daniel Ortega deu luz verde para que as forças de segurança da Nicarágua perseguissem organizações não-governamentais e meios de comunicação social. Ortega é acusado pelo diretor para as Américas da organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, José Miguel Vivanco, de Ortega estar a deixar clara a sua intenção de “governar pelo terror e intimidação”. Desde quinta-feira que as sedes da maior ONG, CENIDH, e do maior jornal independente, “Confidencial”, foram ocupadas pela polícia.

Donald Trump, que afirma que “a economia americana entraria em colapso” e que “muitos, muitos americanos ficariam muito, muito pobres” caso ele fosse destituído do cargo de Presidente, está sob investigação. Ou melhor, a maior parte das suas empresas estão sob investigação, escreve o “Wall Street Journal”, admitindo que há uma desconfiança crescente em torno do POTUS (President of the United States). Uma sondagem conjunta da NBC News e do WSJ apurou que 62% dos americanos acredita que Donald Trump não está a dizer a verdadesobre a investigação sobre o envolvimento da Rússia na campanha para as eleições presidenciais de 2016. Na mesma se conclui que há mais americanos a quererem os democratas - e não os republicanos do Congresso nem Trump - a tomar a liderança da escolha das leis para o país.

A ameaça vem de uma nova barragem planeada para o rio Mekong e são os peritos que avisam: os últimos 92 golfinhos Irrawady poderão não sobreviver à modernização do Camboja. Esta espécie, da qual ali existiam 200 em 1997, pertence à categoria das que estão seriamente ameaçadas, e a maior das cinco comunidades existentes no mundo vive no rio Mekong perto de Kratie, no nordeste do Camboja.

Um sismo de imagnitude 2,7 abalou o Alentejodiz IPMA.

FRASES
"É particularmente trágico que estes heróis da emergência médica, que passavam os seus dias a salvar doentes e vítimas de acidentes, tenham eles próprios poerecido desta forma"Marcelo Rebelo de Sousa, PR

"Uma palavra de solidariedade para todos aqueles que trabalham no INEM e que prestam um serviço inestimável aos protugueses"António Costa, PM

"Mudara linguagem por decreto é uma tentação irritante "Francisco José Viegas, escritor e editor ao jornal i defendendo que impor correção política é uma forma intolerável de se meter na vida dos outros

"Hostilidade aos lucros elevados promove salários baixos"Vítor Bento, economista, ao Negócios

O QUE ANDO A LER
Muitas imagens de Angela Merkel captadas desde que iniciou a sua carreira política serão previsíveis, pouco espetaculares. O livro “AM” prova o contrário. O fotógrafo alemão Andreas Herzbau fotografou a chanceler alemã entre 2009 e 2017 e publicou agora na editora suíça Nimbus (Kunst und Bücher), um livro de 108 páginas com 55 fotografiasdesdobráveis. Herzbau criou um objeto de colecionador no qual “apanha” pontos de vista raros sobre Merkel que merecem ser observados. Algum trechos de textos escolhidos (em alemão e inglês) propõem leituras filosóficas, mas o que interessa é o resultado da observação do fotógrafo, agora que a chanceler tornou pública a sua vontade de abandonar a vida política no final deste mandato. Em 2021, se não for antes.

O acordo para a aplicação do Acordo de Paris 2015 que foi alcançado por mais de 200 países depois de duas semanas de discussões em Katowice, na Polónia, sob os auspícios das Nações Unidas preveem: um acordo no modo como os países devem reportar as suas emissões de gases que provocam efeito de estufa e as medidas para reduzi-las; apoio financeiro assegurado a países pobres para que possam reduzir as emissões e pagar estragos já ocorridos. Ativistas consideraram o acordo promissor, mas denunciaram a falta de urgência manifestada por muitos países grandes emissores daqueles gases. Volto a partilhar o trabalho que o Expresso publicou há dias, “Estamos condenados? O prazo para salvar a Terra termina em 2030”. Créditos a Carla Tomás, Sofia Miguel Rosa, Tiago Pereira Santos e Maria Romero.

A terminar, um ensaio com título sumarento e corpo denso: “The news is dying but journalism will not - and should not”. Está apenas a perder a sua relevância cultural após dois séculos e, como tal, o seu valor de mercadoria, o que não é muito tranquilizante. Hossein Derahkshan é investigador do MIT Media Lab e do Harvard’s Shorenstein Center e explica porque é que a inovação em jornalismo deve ter por objeto não só o modelo de negócio e a tecnologia, mas também modelos culturais e formatos de representação radicalmente novos.

Fim do Curto, é tempo de correr para o dia com o qual começa a última semana antes do Natal. Boa sorte com os preparativos, mantenha-se imune às contrariedades, às obrigações, respire fundo nos engarrafamentos e faça por chegar ileso às Festas. Em caso de dúvida, ou mesmo sem ela, estamos aqui: www.expresso.pt
 
Gostou do Expresso 

oBSERVADOR

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360º

Por Filomena Martins, Diretora Adjunta
Bom dia!
Enquanto dormia... 
... sobre a queda do helicóptero do INEM em Valongo, continuam muitas, mas mesmo muitas, dúvidas por esclarecer, apesar dos habituais inquéritos já abertos e da promessa de repor um novo aparelho ainda hoje. A Sara Antunes de Oliveira e a Sónia Simões encontraram pelo menos 9 dúvidas e contradições no socorro após o acidente.
Está em curso uma megaoperação da PJ para capturar todos os autores do roubo de armas de guerra de TancosAté ao momento já foram feitas oito detenções, entre elas a de um militar, avança a Sábado.

Se mora do outro lado do Tejo, prepare-se para alguns problemas esta tardeOs barcos da Transtejo e da Soflusa vão parar devido a plenários dos trabalhadores.
 



Outra informação relevante 
Apesar das polémica sobre a veracidade do seu currículo e de ter enfrentado pedidos de impugnação do congresso, Maria Begonha foi mesmo eleita líder da JS com 72% dos votos. Costa não esteve presente (desviado por uma solidária viagem de Natal às nossas tropas no Afeganistão), mas não faltou apoio à nova jota socialista. Pedro Nuno Santos garantiu que Begonha (a sua delfim) não mentiu e Carlos César até aproveitou para fazer campanha ao seu lado.

O director da CP que se opôs à medida que diz afectar a segurança dos passageiros foi demitido. José Pontes Correia, ex-diretor de material circulante, que alertou para os riscos de prolongar o ciclo de manutenção dos rodados das automotoras eléctricas em mais 300 mil quilómetros, foi exonerado no inicio do mês, conta o Público.

Ainda há 39 famílias desalojadas por causa dos incêndios de outubro do ano passadoA culpa de continuarem sem casa para passar o Natal é sobretudo da burocracia, segundo o JN.

Se se prepara para umas férias de neve na Serra, não conte com o tapete rolante da estância de esqui da EstrelaFoi construído ilegalmente em 2015 e tem de ser retirado porque foi chumbado pelo estudo de impacto ambiental, noticia a TSF.

Amanhã o Bloco vai apresentar a sua proposta para a venda de canábis para fins recreativos em lojas licenciadas. O projecto prevê, contudo, a proibição da comercialização do produto sintético ou com aditivos (nada de exageros). 

As portagens não pagas por estrangeiros vão ser mais fáceis de cobrarOs países da UE vão agir segundo as leis de cada país e esta nova regra facilita a troca de informações sobre as taxas por pagar, conta o Jornal de Negócios.
O Sporting conseguiu virar o jogo com o Nacional, em que chegou a estar a perder por 2-1, e acabou com uma goleada por 5-2. Manteve assim o segundo lugar do campeonato, porque, como escreve a Maria Fernandes na crónica, Keizer foi o mestre que soube ser aluno e ouviu os avisos, tornado assim os leões uma espécie de 'laranja mecânica' à sua imagem. 

Antes o Benfica tinha aumentado a série de jogos sem perder ao bater o Marítimo no Funchal com um penálti de Jonas, o avançado que tem 95% de eficácia nestes lances, e o "bailinho do costume", como lhe chama o Bruno Roseiro. Como o FC Porto e o Braga também venceram, continua tudo igual na frente da I Liga.

Pelo meio, uma notícia triste: Nuno Pinto, lateral do V. Setúbal, anunciou em lágrimas que tem um linfoma e vai interromper a carreira aos 32 anos.“Força Nuno, a vitória está garantida!”, foi a mensagem que recebeu de clubes, jogadores, entidades e adeptos numa onda de apoio e solidariedade.

No Reino Unido, Theresa May recusou terminantemente convocar um segundo referendo ao Brexit. E criticou duramente Tony Blair por defender essa opção.

Subiram para cinco as vítimas mortais do ataque junto ao mercado de Natal de Estrasburgo. O pai do atacante confirmou que Chérif Chekatt defendia os ideais do Estado Islâsmico.

Ainda em França, a quinta manifestação dos 'coletes amarelos' perdeu força. Depois das muitas medidas anunciadas por Macron, houve metade dos manifestantes da última semana, 2200 nas ruas de Paris e 66 mil em todo o país

Já na Bélgica, as coisas foram mais complicadas. Milhares de participantes na "Marcha contra Marraquexe", organizada por movimentos de extrema-direita contra a migração, 'atacaram' a sede da Comissão Europeia em Bruxelas e tiveram de ser dispersados à força pela polícia.

O médium brasileiro dos famosos, acusado de abuso sexual entregou-se à políciaJoão Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, terá abusado de centenas de mulheres e vai cumprir prisão preventiva.

Este fim-de-semana a administração Trump perdeu mais um membroRyan Zinke vai deixar de ser secretário do Interior até final do ano, segundo um anúncio do próprio Presidente (no Twitter, claro). 



Os nossos Especiais
Depois do assassinato de Sidónio Pais, coube ao almirante Canto e Castro ocupar o cargo de Presidente da RepúblicaÉ sobre o homem que ocupou o cargo presidencial a 16 de dezembro de 1918 e apenas lá esteve durante dez meses o ensaio de Rui Ramos.




A nossa opinião
  • Alexandre Homem Cristo escreve "A verdade vem sempre ao de cima": "De mentira em mentira, Costa e a esquerda conseguiram ganhar tempo, gerir expectativas e comprar a paz. Agora, o discurso do governo está a esgotar-se à medida que o seu escrutínio se torna possível".
  • Luís Rosa escreve: "Porque razão os políticos têm medo da Justiça?": "Com a sua reforma judiciária pornográfica, Rio é uma espécie de idiota útil para todos os que vivem do enriquecimento ilícito à custa do interesse público sem que os tribunais e o MP os incomodem".
  • João Carlos Espada escreve "Livros para o Natal (II)": "Cinco sugestões de livros de autores nacionais para o Natal — mas não para a ‘época festiva’ ou para as ‘férias da estação’, como mandam as actuais directivas politicamente correctas".
  • Helena Matos escreve "Como é bela a vida num país sem populismo": "O PR comenta o descarrilamentos dos eléctricos. Os hospitais públicos recusam doentes. Saída para a crise? Adoptar uma coelha selvagem e também um ex-criador de vacas reconvertido energeticamente".
  • João Marques de Almeida escreve "O Reino Unido está mais próximo do segundo referendo":  "Se os Comuns chumbarem o acordo de May, o Reino Unido tem duas soluções: Brexit sem acordo, ou segundo referendo. Perante essa escolha, a maioria dos deputados votará a favor de um novo referendo".
  • Alberto Gonçalves escreve "E você, já adoptou um migrante?": "No fundo, o Pacto Global para a Migração acabará restrito a meia dúzia de países que recebem migrantes, 150 países que os exportam e o Vaticano, fechado às turbulências terrenas. A coisa promete".
  • P. Gonçalo Portocarrero de Almada escreve "Uma lança em África": "Neste tempo, em que muitos se orgulham do que os deveria envergonhar, também há quem se envergonhe das glórias da história de Portugal".



Notícias surpreendentes 
Morreu Colin Kroll, co-fundador da plataforma de vídeo Vine e da HQ TriviaO empresário, de 35 anos, foi encontrado morto este domingo no seu apartamento em Nova Iorque. Há suspeitas de overdose.

Quando é que o amor se transforma apenas em companheirismo? À procura de respostas, a Ana Cristina Marques fez cinco perguntas a três especialistas para ajudar a entender o que acontece depois de a paixão passar.

A pop brasileira em 2018 foi marcada por vozes femininasLuiza Lian, Ava Rocha, Anelis Assumpção e Salma Jô explicam ao Luís Freitas Branco este ano pautado por mulheres, e porque é que isso pode não ser relevante.

A pouco mais de uma semana do Natal, o Observador continua a dar uma ajuda nas compras de última hora. O Manuel Pestana Machado reuniu as análises que fez a 18 smartphones este ano e dá-lhe as sugestões de acordo com o que procura. Já o Mauro Gonçalves continua a elaborar listas de presentes: agora seleccionou 55 ideias para eles, dos 3 aos mil euros.




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Boa segunda-feira e boa semana
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MEVLANA RUMI fundador dos Derviches morreu em 1273. - 17 de Dezembro de 2018

Jalaladim Maomé Rumi

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Disambig grey.svg Nota: Para o sobrenome de origem árabe, veja Rumi (sobrenome).
Jalaladim Maomé Rumi
Nascimento30 de setembro de 1207
Morte17 de dezembro de 1273 (66 anos)
OcupaçãoPoetajuristateólogo
Commons possui uma categoriacontendo imagens e outros ficheiros sobre Jalaladim Maomé Rumi
Maulana Jalaladim Maomé (em árabeمولانا جلال الدین محمد رومیtransl.: RumiMawlānā Jalāl-ad-Dīn Muhammad Rūmī), também conhecido como Rumi de Bactro ({{langx|fr|محمد بلخى]}), ou ainda apenas Rumi ou Mevlana, (30 de setembro de 1207 — 17 de dezembro de 1273), foi um poetajurista e teólogo sufipersa[1] do século XIII. Seu nome significa literalmente "Majestade da Religião"Jalalsignifica "majestade" e Din significa "religião".[2] Rumi é, também, um nome descritivo cujo significado é "o romano", pois ele viveu grande parte da sua vida na Anatólia, que era parte do Império Bizantino dois séculos antes.[3]
Ele nasceu na então província persa de Bactro atualmente no Afeganistão. A região estava, nessa época, sob a esfera de influência da região de Coração e era parte do Império Corásmio. Vviveu a maior parte de sua vida sob o Sultanato de Rum, no que é hoje a Turquia, onde produziu a maior parte de seus trabalhos[4] e morreu em 1273 CE. Foi enterrado em Cônia e seu túmulo tornou-se um lugar de peregrinação. Após sua morte, seus seguidores e seu filho Sultan Walad fundaram a Ordem Sufi Mawlawīyah, também conhecida como ordem dos dervishes girantes, famosos por sua dança sufi conhecida como cerimônia sema.
Os trabalhos de Rumi foram escritos em novo persa. Uma renascença literária persa (século VIII/IX) começou nas regiões de Sistão, Coração e Transoxiana[5] e por volta do século X/XI, ela substituiu o árabe como língua literária e cultural no mundo islâmico persa. Embora os trabalhos de Rumi houvessem sido escritos em persa, a importância de Rumi transcendeu fronteiras étnicas e nacionais. Seus trabalhos originais são extensamente lidos em sua língua original em toda a região de fala persa. Traduções de seus trabalhos são bastante populares no sul da Ásia, em turco, árabe e nos países ocidentais. Sua poesia também tem influenciado a literatura persa bem como a literatura em urdubengaliárabe e turco. Seus poemas foram extensivamente traduzidos em várias das línguas do mundo e transpostos em vários formatos; A BBC o descreveu como o "poeta mais popular na América".[6]

Trabalhos principais[editar | editar código-fonte]

A poesia de Rumi é frequentemente dividida em diversas categorias: os quartetos (rubayāt) e odes (ğazal) do Divan, os seis livros do Masnavi, Os Discursos, As Cartas e o praticamente desconhecido Seis Sermões.

Trabalhos poéticos[editar | editar código-fonte]

Túmulo de Rumi em CôniaTurquia
Maṭnawīye Ma'nawī
Museu Mevlâna, Cônia, Turquia
  • A principal obra de Rumi é o Maṭnawīye Ma'nawī (Dísticos Espirituaisمثنوی معنوی), um poema em seis volumes considerado por alguns como sufi[7] como o Corão em língua persa. É considerado por muitos como um dos maiores trabalhos de poesia mística.
  • A outra grande obra de Rumi é o Dīwān-e Kabīr (Grande Obra) ou Dīwān-e Shams-e Tabrīzī (As Obras de Xamece de Tabrizدیوان شمس تبریزی intitulado em honra do grande amigo e inspiração de Rumi, o dervixe Xamece de Tabriz) e contendo aproximadamente quarenta mil versos. Várias razões foram dadas para a decisão de Rumi de dar o nome de Xamece à sua obra prima; algumas pessoas defendem a ideia de que já que Rumi não teria sido um poeta sem Xamece, é justo que a coleção receba seu nome.

Trabalhos em Prosa[editar | editar código-fonte]

  • Fihi Ma Fihi (Nele o Que Estiver Nele, Persa: فیه ما فیه) é uma coletânea de setenta e uma palestras dadas por Rumi em várias ocasiões para seus discípulos. Foi compilada a partir das anotações de vários de seus discípulos, e portanto Rumi não escreveu o trabalho diretamente.[8] Uma tradução para o inglês a partir do persa foi publicada pela primeira vez por A.J. Arberry como os Discourses of Rumi (Discursos de Rumi) (Nova Iorque: Samuel Weiser, 1972), e uma tradução do segundo livro por Wheeler Thackston, Sign of the Unseen (Sinal do Invisível) (Putney, VT: Threshold Books, 1994).
  • Majāles-e Sab'a (Sete Sessões, Persa: مجالس سبعه) contêm se sermões persas (como implicado pelo nome) ou palestras dadas em diferentes assembleias. Os sermões propriamente dão um comentário sobre o sentido mais profundo do Corão e do Hádice. Os sermões também incluem citações dos poemas de Sana'i, 'Attar e outros poetas, incluindo o próprio Rumi. Como relatado por Aflakī, após o Xamece, Rumi deu sermões pela requisição de notáveis, especialmente Salāh al-Dīn Zarkūb.[9]
  • Makatib (As Cartas, Persa: مکاتیب) é o livro contendo as cartas de Rumi em persa para seus discípulos, familiares e homens influentes e do governo. As cartas testificam que Rumi estava bastante ocupado ajudando familiares e administrando uma comunidade de discípulos que cresceu ao redor deles.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Wikiquote
Wikiquote possui citações de ou sobre: Jalal ad-Din Muhammad Rumi

Referências

  1.  B. Ghafurov, "Todjikon", 2 vols., Dushanbe 1983-5.
  2.  «Rumi's Spirituality». Consultado em 15 de outubro de 2007
  3.  Schwartz, Stephen. "The Balkin Front." Weekly Standard, 14 de maio de 2007.
  4.  Barks, ColemanRumi: The Book of Love: Poems of Ecstasy and Longing, p. xxv Harper Collins (2005), ISBN 0-06-075050-2
  5.  Lazard, Gilbert "The Rise of the New Persian Language", in Frye, R. N., The Cambridge History of Iran, Cambridge: Cambridge University Press, 1995, Vol. 4, pp. 595–632. (Lapidus, Ira, 2002, A Brief History of Islamic Societies, "Sob governo árabe, a língua árabe tornou-se a língua principal à administração e religião. A substituição do persa médio por árabe foi facilitada pela tradução dos clássicos persas em árabe. O árabe tornou-se o principal veículo da alta cultura persa e manteve-se assim até o século XI. A língua persa declinou, tendo sido mantida viva principalmente pelo clero zoroástrico no Irã ocidental. As conquistas árabes, entretanto, ajudaram a tornar o persa ao invés do árabe a língua mais comum falada no Coração e nas regiões além do rio Oxo. Paradoxalmente, o domínio árabe e islâmico criaram uma região cultural persa em áreas nunca antes unificadas pela língua persa. Um novo persa desenvolveu-se desta situação linguística complexa. No século IX, os governadores taíridas de Coração começaram a escrever a velha língua persa em caracteres árabes ao invés de caracteres pálavis. Ao mesmo tempo, senhores orientais nos principados pequenos começaram a patrocinar uma poesia da corte local numa forma elevada de persa. A nova poesia era inspirada por formas de versos árabes, de modo que patrões iranianos que não entendessem a língua árabe pudessem compreender e apreciar a apresentação de uma poesia elevada e dignificada na maneira de Bagdá. Esta nova poesia floresceu em regiões onde a influência cultural abássida foi atenuada e onde não tinha que competir com a tradição sobrevivente dos clássicos literários em persa médio cultivados por motivos religiosos no Irã ocidental. Nas regiões ocidentais, incluindo o Iraque, a Síria e o Egito e as terras do ocidente islâmico longínquo incluindo o norte da África e a Espanha, o árabe tornou-se a língua predominante tanto da alta cultura literária quanto do discurso oral." pp. 125–132, Cambridge: Cambridge University Press.)
  6.  Charles Haviland (30 de setembro de 2007). «The roar of Rumi - 800 years on». BBC News. Consultado em 30 de setembro de 2007
  7.  Abdul Rahman Jami nota:
    من چه گویم وصف آن عالی‌جناب — نیست پیغمبر ولی دارد کتاب
    مثنوی معنوی مولوی — هست قرآن در زبان پهلوی

    O que posso dizer em honra daquele grande homem?
    Ele não é um profeta mas veio com um livro;
    Masnavi Espiritual de Mowlavi
    Masnavi Espiritual de Mowlavi
    É o Corão na língua de Pahlavi (Persa).

    (Khawaja Abdul Hamid Irfani, "The

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