Teixeira de Pascoaes
Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos | |
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Teixeira de Pascoaes por António Carneiro | |
Pseudónimo(s) | Teixeira de Pascoaes |
Nascimento | 8 de novembro de 1877 Amarante, Portugal |
Morte | 14 de dezembro de 1952 (75 anos) Gatão, Portugal |
Nacionalidade | Português |
Cônjuge | Maria |
Ocupação | Poeta |
Influenciados | |
Movimentoliterário | Renascença Portuguesa |
Magnum opus | Embriões |
Teixeira de Pascoaes, pseudónimo literário de Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos, (Amarante, 8 de novembro de 1877[1] — Amarante, Gatão, 14 de dezembro de 1952) foi um poeta e escritor português e um dos principais representantes do saudosismo[2]
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Índice
Vida[editar | editar código-fonte]
Teixeira de Pascoaes nasceu no seio de uma família da aristocracia rural, com raízes em Amarante, sendo o segundo filho (de sete) de João Pereira Teixeira de Vasconcelos, juiz e deputado às Cortes e de Carlota Guedes Monteiro. Foi uma criança solitária, introvertida e sensível, muito propenso à contemplação nostálgica da Natureza.
Em 1883 iniciou os estudos primários em Amarante e, em 1887, ingressou no Liceu dessa vila. Em 1895 muda-se para Coimbra, onde termina os seus estudos secundários — em Amarante não foi bom aluno, tendo até reprovado em Português — e em 1896 inscreve-se no curso de Direito da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Ao contrário da maioria dos seus camaradas, não faz parte da boémia coimbrã, passando o seu tempo, monasticamente, no quarto, a ler, a escrever e a refletir.
Licencia-se em 1901 e, renitentemente, estabelece-se como advogado, primeiro em Amarante e, a partir de 1906, no Porto. Em 1911 é nomeado juiz substituto em Amarante, cargo que exerce durante dois anos. Em 1913, com alívio, dá por terminada a sua carreira judicial. Sobre esses penosos anos dirá: "Eu era um Dr. Joaquim na boca de toda a gente. Precisava de honrar o título. Entre o poeta natural e o bacharel à força, ia começar um duelo que durou dez anos, tanto como o cerco de Tróia e a formatura de João de Deus. Vivi dez anos, num escritório, a lidar com almas deste mundo, o mais deste mundo que é possível — eu que nascera para outras convivências." [3]
Sendo um proprietário abastado, não tinha necessidade de exercer nenhuma profissão para o seu sustento, e passou a residir no solar de família em São João do Gatão, perto de Amarante, com a mãe e outros membros da sua família. Dedicava-se à gestão das propriedades, à incansável contemplação da natureza e da sua amada Serra do Marão, à leitura e sobretudo à escrita. Era um eremita, um místico natural e não raras vezes foi descrito como detentor de poderes sobrenaturais.[4] Trocou correspondência com Bernardo Vaz Lobo Teixeira de Vasconcelos, mais conhecido por Frei Bernardo de Vasconcelos, um jovem monge beneditino que era seu parente e amigo. Nunca se encontraram, mas tinham uma grande admiração e estima um pelo outro. Teixeira de Pascoaes diria, em carta a uma sua irmã, que Frei Bernardo de Vasconcelos foi "o maior e mais perfeito amigo que Deus me concedeu".
Apesar de ser um solitário, Gatão era local de peregrinação de inúmeros intelectuais e artistas, nacionais e estrangeiros, que o iam visitar frequentemente.[5] No final da vida, seria amigo dos poetas Eugénio de Andrade e Mário Cesariny de Vasconcelos. Este último haveria de o eleger como poeta superior a Fernando Pessoa, chegando a ser o organizador da reedição de alguns dos textos de Pascoais, bem como de uma antologia poética, nos anos 70 e 80.
Pascoais morreu aos 75 anos, em Gatão, de bacilose pulmonar, alguns meses depois da morte da sua mãe, em 1952. O seu corpo encontra-se num jazigo no cemitério em frente à Igreja de São João Baptista de Gatão. A campa é rasa e tem inscritos versos que o autor propositadamente escreveu para ali figurarem: "Apagado de tanta luz que deu / Frio de tanto calor que derramou"[6].
Obra[editar | editar código-fonte]
Com António Sérgio e Raul Proença foi um dos líderes do chamado movimento da "Renascença Portuguesa" e lançou em 1910 no Porto, juntamente com Leonardo Coimbra e Jaime Cortesão, a revista A Águia, principal órgão do movimento. Também se encontra colaboração da sua autoria nas revistas Serões[7] (1901-1911), Atlântida[8] (1915-1920), Contemporânea[9] [1915]-1926, Revista de turismo [10] iniciada em 1916, Conímbriga [11] de 1923 e na 1ª série da revista Panorama [12] (1941-1949).
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
Poesia[editar | editar código-fonte]
- 1895 - Embriões
- 1896 - Belo 1ª parte
- 1897 - Belo 2ª parte
- 1898 - À Minha Alma e Sempre
- 1899 - Profecia (colaboração com Afonso Lopes Vieira)
- 1901 - À Ventura (eBook)
- 1903 - Jesús e Pan
- 1904 - Para a Luz
- 1906 - Vida Etérea
- 1907 - As Sombras
- 1909 - Senhora da Noite
- 1911 - Marânus
- 1912 - Regresso ao Paraíso
-
- Elegias (eBook)
- 1913 - O Doido e a Morte (eBook)
- 1920 - Elegia da Solidão (eBook)
- 1921 - Cantos Indecisos
- 1924 - A Elegia do Amor
-
- O Pobre Tolo
- 1925 - D. Carlos
-
- Cânticos
- Sonetos
- 1949 - Versos Pobres
Prosa[editar | editar código-fonte]
- 1915 - A Arte de Ser Português
- 1916 - A Beira Num Relâmpago
- 1919 - Os Poetas Lusíadas (conjunto de conferências proferidas na Catalunha)
- 1921 - O Bailado
- 1923 - A Nossa Fome
- 1928 - Livro de memórias (autobiografia)
- 1934 - S. Paulo (biografia romanceada)
- 1936 - S. Jerónimo e a trovoada (biografia romanceada)
- 1937 - O Homem Universal
- 1940 - Napoleão (biografia romanceada)
- 1942 - Camilo Castelo Branco o penitente (biografia romanceada)
-
- Duplo passeio
Conferências[editar | editar código-fonte]
-
- A Caridade (conferência)
- 1950 - Duas Conferências em Defesa da Paz
- 1951 - João Lúcio (conferência, não professada mas publicada posteriormente, sobre o poeta olhanense)
Reconhecimento[editar | editar código-fonte]
- 1923 - [13]A 12 de Abril de 1923, Pascoaes e Raul Brandão são eleitos para a Academia de Ciências de Lisboa. Júlio Dantas, David Lopes e Henrique Lopes de Mendonça (relator) assinam o parecer onde se afirma que «Pascoaes é da raça excelsa de poetas que têm como remotos antepassados Hesíodo e Lucrécio, e cuja suprema representação, nas auroras do romantismo, é porventura Shelley.»
- 1942 - [14]O poeta do saudosismo foi nomeado para o Nobel da Literatura em 1942, 1943, 1944, 1947 e 1948, sempre por João António de Mascarenhas Júdice, visconde de Lagoa e membro da Academia Portuguesa na secção de Humanidades. O arquivo do comité Nobel não revela as obras em causa.
Teatro[editar | editar código-fonte]
- 1926 - Jesus Cristo em Lisboa (colaboração com Raul Brandão)
{{referências
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