Nascido numa grande família de classe média, viveu os primeiros anos de sua infância migrando para diversas cidades da
Região Nordeste do Brasil. Trabalhou como jornalista na cidade do
Rio de Janeiro, onde escreveu para
O Malho e
Correio da Manhã, até regressar para o Nordeste em 1915, devido tragédia familiar em que perdeu quatro irmãos. Fixou-se na cidade de
Palmeira dos Índios, onde casou-se, e em 1927 foi eleito prefeito, cargo que exerceu por dois anos. Logo, voltou a escrever e publicou seu primeiro romance,
Caetés (1933). Vivendo em
Maceiódurante a maior parte da década de 1930, trabalhou na Imprensa Oficial e publicou
São Bernardo (1934). Foi preso na capital alagoana em março de 1936, acusado de ser
militante comunista. Esse incidente o inspiraria a publicar duas de suas principais obras:
Angústia e o texto "Baleia", que daria origem à
Vidas Secas em 1938. Já na década de 1940, ingressou no Partido Comunista do Brasil ao lado do militar e político
Luís Carlos Prestes. Nos anos posteriores realizaria viagens a países europeus, incluindo a
União Soviética em 1952. Morreu em 20 de março do ano seguinte, aos 60 anos, no Rio de Janeiro. Suas obras póstumas notáveis incluem
Memórias do Cárcere, a crônica
Viagem e o livro de contos
Histórias de Alexandre.
Tradutor de obras em inglês e francês e honrado com diversos prêmios em vida, a obra de Graciliano Ramos recebeu riqueza da crítica literária e atenção do mundo acadêmico. Seu
romance modernista também conhecido como
regionalista Vidas Secas é visto como um clássico da
literatura brasileira.
Em setembro de 1915, motivado pela morte dos irmãos Otacília, Leonor e Clodoaldo e do sobrinho Heleno, vitimados pela epidemia de peste bubônica, volta para o Nordeste, fixando-se junto ao pai, que era comerciante em
Palmeira dos Índios,
Alagoas. Neste mesmo ano casou-se com Maria Augusta de Barros, que morreu em 1920, deixando-lhe quatro filhos.
[4]
Foi eleito
prefeito de
Palmeira dos Índios em 1927, tomando posse no ano seguinte. Ficou no cargo por dois anos, renunciando a 10 de abril de 1930.
[4] Segundo uma das auto-descrições, "(...) Quando prefeito de uma cidade do interior, soltava os presos para construírem estradas."
[5] Os relatórios da prefeitura que escreveu nesse período chamaram a atenção de
Augusto Frederico Schmidt, editor carioca que o animou a publicar
Caetés (1933).
[6]
Entre 1930 e 1936 viveu em
Maceió, trabalhando como diretor da Imprensa Oficial, professor e diretor da Instrução Pública do estado. Em 1934 havia publicado
São Bernardo,
[4] e quando se preparava para publicar o próximo livro, foi preso após a
Intentona Comunista de 1935. Com ajuda de amigos, entre os quais
José Lins do Rego, consegue publicar
Angústia (1936), considerada por muitos críticos como sua melhor obra.
[7]
Em 1938 publicou
Vidas Secas. Em seguida estabeleceu-se no Rio de Janeiro, como inspetor federal de ensino.
Adoeceu gravemente em 1952. No começo de 1953 foi internado, mas acabou falecendo em 20 de março de 1953, aos 60 anos, vítima de
câncer do
pulmão.
[4]
As obras de Graciliano Ramos:
[9]
- Relatorio ao Governador do Estado de Alagoas. 1929
- 2.° Relatorio ao Sr. Governador Alvaro Paes. 1930
- Caetés - romance - Editora Schmidt, 1933; (ganhador do Prêmio Brasil de Literatura);
- São Bernardo - romance - Editora Arial, 1934;
- Angústia - romance - Editora José Olympio, 1936;
- Vidas Secas - romance, - Editora José Olympio, 1938;
- A Terra dos Meninos Pelados - contos infanto-juvenis - Editora Globo, 1939;
- Brandão Entre o Mar e o Amor - romance - Editora Martins, 1942 - Escrito com Jorge Amado, José Lins do Rego, Aníbal Machado e Rachel de Queiroz;
- Histórias de Alexandre - contos infanto-juvenis - Editora Leitura, 1944;
- Dois dedos - coletânea de contos - R.A. Editora, 1945;
- Infância - memórias - Editora José Olympio, 1945;
- Histórias Incompletas - coletânea de contos - Editora Globo, 1946;
- Insônia - contos - Editora José Olympio, 1947;
- Memórias do Cárcere - memórias - Editora José Olympio, 1953; (obra póstuma)
- Viagem - crônicas - Editora José Olympio, 1954; (obra póstuma)
- Linhas Tortas - crônicas - Editora Martins, 1962; (obra póstuma)
- Viventes das Alagoas - crônicas - Editora Martins, 1962; (obra póstuma)
- Alexandre e Outros Heróis - contos infanto-juvenis - Editora Martins, 1962); (obra póstuma)
- Cartas - correspondência - Editora Record, 1980; (obra póstuma)
- O Estribo de Prata - literatura infantil - Editora Record, 1984; (obra póstuma)
- Cartas de amor à Heloísa - correspondência - Editora Record, 1992; (obra póstuma)
- Garranchos - textos inéditos - Editora Record, 2012. (obra póstuma)
Graciliano Ramos também dominava o
inglês e o
francês e realizou algumas traduções:
[10]
- Graciliano Ramos - Literatura Comentada - Vivina de Assis Viana, Ed. Abril Cultural, 1989
- Graciliano Ramos: cidadão e artista - Carlos Alberto dos Santos Abel, UNB, 1999.
- Graciliano Ramos e o Partido Comunista Brasileiro: as memórias do cárcere, Ângelo Caio Mendes Corrêa Junior, 2000. (Dissertação de Mestrado em Letras, Universidade de São Paulo | orientador: Alcides Celso de Oliveira Vilaça.
- Graciliano Ramos: infância pelas mãos do escritor - Taisa Viliese de Lemos, Musa Editora, 2002.
- Graciliano Ramos - Wander Melo Miranda, Coleção Folha Explica, Publifolha, 2004.
- A infância de Graciliano Ramos - Audálio Dantas, Callis, 2005. (Menção Altamente Recomendável, em 2006, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, na categoria Informativo.)
- Graciliano Ramos - Myriam Fraga, Moderna, 2007.
- Cartas inéditas de Graciliano Ramos a seus tradutores argentinos Benjamin de Garay e Raúl Navarro - Pedro Moacyr Maia, EDUFBA, 2008.
- Graciliano Ramos: um escritor personagem - Maria Izabel Brunacci, Autêntica, 2008.
- Graciliano Ramos e o mundo interior: o desvão imenso do espírito - Leonardo Almeida Filho, UNB, 2008.
- Graciliano Ramos e o desgosto de ser criatura - Jorge de Souza Araujo, EDUFAL, 2008.
- A imagem da linguagem na obra de Graciliano Ramos - Maria Celina Novaes Marinho, Humanitas FFLCH, 2.ed., 2010.
- Graciliano Ramos e a novidade: o astrônomo do inferno e os meninos impossíveis - Ieda Lebensztayn, Hedra, 2010.
- Graciliano: Retrato fragmentado - Ricardo Ramos, Globo, 2011.
- O velho Graça - Denis de Moraes, Boitempo, 2012.
- ALVES, Francisco José. A Pátria é um orangotango: o Brasil nas crônicas de Graciliano Ramos. Síntese, Brasília, n. 5, p. 46-55, 2000.
Os prêmios concedidos a Graciliano Ramos:
Referências