Américo Monteiro de Aguiar, mais conhecido por
Padre Américo (
Penafiel,
Galegos,
23 de Outubro de
1887 —
Campo,
Valongo,
16 de Julho de
1956), foi um importante benfeitor
português que dedicou a sua vida aos mais carenciados, principalmente jovens, que se traduziu em inúmeras realizações. Foi em
São Pedro de Alva, que o Padre Américo idealizou da Obra da Rua e fundou a sua primeira
Casa da Colónia como era assim chamada a
Casa do Gaiato, a mais conhecida e relevante referida obra.
O
Padre Américo nasceu a
23 de Outubro de
1887 na freguesia de
Galegos, Concelho de
Penafiel, tendo sido baptizado em
4 de Novembro do mesmo ano. Frequentou o Ensino Primário na sua terra natal, transitando, em
1898, para o
Colégio do Carmo, em Penafiel, e no ano seguinte para o
Colégio de Santa Quitéria, em
Felgueiras. Terminados os estudos liceais, em
1902, emprega-se, no
Porto, numa loja de ferragens. Em
1906, porém, resolve partir para
Moçambique, estabelecendo-se em
Chinde, onde trabalha na companhia
The British Central Africa e na
African Lakes, como despachante. Por essa altura trava conhecimento com o padre
Rafael Maria da Assunção, que mais tarde seria nomeado
Bispo de
Cabo Verde.
Regressado a Penafiel, em
1923, contacta o pároco local de quem tinha sido companheiro de infância e comunica-lhe o desejo de entrar para um convento franciscano, dando como única explicação a frase
é uma martelada!. Dois meses depois entra no
Convento de Santo António de Vilariño, em
Tui (
Espanha), onde permanece durante nove meses como
postulante, a estudar
latim e
ciências naturais e mais um ano, depois da tomada do hábito.
Depois de se formar em
Teologia no Seminário de Coimbra, foi nomeado Perfeito do Seminário e
professor de
Português. É igualmente capelão em Casais do Campo, freguesia de São Martinho do Bispo e designado pároco de São Paulo de Frades, não chegando a tomar posse, incapacitado por um esgotamento.
Em
Maio de
1935, foi convidado para
São Pedro de Alva pregar à população. Certo dia o pároco da freguesia leva-o à escola primária e foi aí que idealizou e teve a visão da obra da rua. Logo aí fundou a primeira
Casa da Colónia. Decidiu em
Agosto ir para a capital de distrito, e então inicia as Colónias de Férias do Garoto da Baixa em Coimbra, estágio embrionário do que viria a ser posteriormente a
Casa do Gaiato. Seguem-se
Vila Nova do Ceira e
Miranda do Corvo. A
7 de Janeiro de
1940, finalmente, o Padre da Rua funda a primeira Casa do Gaiato no lugar de Bujos, em Miranda do Corvo. A segunda Casa do Gaiato, no mosteiro beneditino de
Paço de Sousa, seria o local escolhido,para o surgimento da Aldeia do Gaiato para acolhimento e alojamento de jovens a que se seguiria o Lar do Gaiato, no Porto. No mesmo âmbito e sob o lema «cada freguesia cuide dos seus pobres» é o projecto de construção das primeiras casas do
património dos pobres, também em Paço de Sousa, em Fevereiro de
1951.
A Obra da Rua é consagrada ao
Santíssimo Nome de Jesus, e o seu ex-líbris é o Quim Mau, o garoto de braços abertos que pede o amor do próximo.
A
1 de Janeiro de
1941 abre o lar do Ex-Pupilo das Tutorias e dos Reformatórios, na Rua da Trindade, em Coimbra, instituição que será entregue aos Serviços Jurisdicionais de Menores em
1950; em Junho do mesmo ano, publica o primeiro volume do
Pão dos Pobres.
Em
1942, publica
Obra da Rua.
A
5 de Março de
1944 aparece o primeiro número do jornal
O Gaiato, quinzenário da Obra da Rua, de que é fundador e director.
A
4 de Janeiro de
1948 seria inaugurada a Casa do Gaiato de Lisboa, situada na quinta da Mitra, em Santo Antão do Tojal, em Loures.
Em 1950, saem a público o opúsculo Do Fundamento da Obra da Rua e do Teor dos seus Obreiros e o primeiro volume do livro Isto é a Casa do Gaiato.
Em
1952, viagem a África; publica um novo livro,
O Barredo, a que se seguem, em
1954,
Ovo de Colombo e
Viagens, no ano em que toma posse da quinta da Torre, em Beire, freguesia de
Paredes, para a instalação de uma Casa do Gaiato e do Calvário, para o abrigo de doentes incuráveis.
Em
1956, morre vitima de acidente de viação em Campo no concelho de Valongo. O seu processo de glorificação canónica teve início em 1986.
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