terça-feira, 18 de setembro de 2018

EXPRESSO CURTO

Bom dia, já leu o Expresso CurtoBom dia, este é o seu Expresso Curto
Sugira o Expresso Curto a um/a amigo/a
SUGERIR SUBSCRIÇÃO
João Vieira Pereira
JOÃO VIEIRA PEREIRA
DIRETOR-ADJUNTO
 
Joana fica, Costa e Catarina secretos, Rio tramado e Varandas com plano
15 de Setembro de 2018
FacebookTwitter
 
 
2394.jpg
Bom dia,

Para começar a desfrutar bem cedo o seu sábado deixo-lhe os principais destaques do seu jornal.

Joana a desejada É um dos tabus mais recentes da política portuguesa. Vai ou não a procuradora-geral da República ser mantida no cargo. Desde o início deste ano que o debate é permanente sobre a recondução de Joana Marques Vidal. Agora parece que há fumo no horizonte e que será branco.

A notícia surge nas vésperas da visita a Angola de António Costa e pode marcar a deslocação do primeiro-ministro, até porque as relações entre Portugal e aquele país deterioraram-se na sequência do processo judicial que envolvia Manuel Vicente.

Para já, António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa vão manter o blackout total sobre a escolha do próximo procurador-geral da República, pelo menos até terminar a visita a Angola, mas o Expresso conta nesta edição que tudo está pronto para uma recondução de Joana Marques Vidal.

Costa e Catarina em encontro secreto Quinta-feira à noite, António Costa encontrou-se em São Bento com Catarina Martins e Pedro Filipe Soares. O Orçamento do Estado para o próximo ano foi o único ponto na agenda da reunião. Fora do encontro ficou o tema que incendiou as relações entre Governo e BE durante os últimos dias, a ‘taxa Robles’.

Afinal foi Juncker que explicou mal Em conversa com o Expresso Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, garante que não há espaço para alterar a proposta orçamental que está a ser negociada com os Estados-membros e que corta fundos a Portugal e outros países quando aumenta os destinados a países como Espanha ou Itália: “não vamos mudar a proposta mas vamos ter de a explicar melhor, de facto. Foi o que fiz ao telefone, vezes sem conta, ao meu bom amigo António Costa”, confessa.  A proposta de quadro financeiro plurianual que está em cima da mesa diminui em 6% a fatia destinada a Portugal (o que pode representar uma perda de cerca de 3 mil milhões de euros)
 
2394_economia
publicidade
Publicidade
Rio na corda bamba Apear Rui Rio antes das legislativas de 2019 passou a ser tema no PSD. Nos bastidores do partido, sobretudo nas tropas dos críticos que veem em Luís Montenegro a alternativa, há cada vez mais gente a conspirar sobre como e quando dar a estocada final na liderança, antes que o partido se veja na iminência de passar de grande a médio.

Casa pelo canudo Há cada vez mais estudantes carenciados a não conseguirem um quarto nas residências universitárias. No ano passado, cerca de 11.500 alunos de famílias com baixos rendimentos estavam matriculados longe de casa e precisavam de alojamento. Desses, 2058 (18%) ficaram de fora, o dobro do que acontecia há cinco anos.

Avante violência Alegadas agressões durante a Festa do “Avante” tornaram-se daquelas notícias que se repetem. Depois de há três anos o Expresso ter revelado vários casos de agressões, este ano há mais. Conheça na primeira pessoa a história de quem se queixa de ter sido barbaramente agredido por “seguranças” do evento.

A mobilidade está mudar as nossas vidas Portugal está 30 anos atrasado em relação a países considerados lideres nas melhores práticas de mobilidade. A boa noticia é que há espaço para recuperar aproveitando as soluções disponíveis. Mobilidade elétrica e partilhada são os novos desafios. Em Lisboa as bicicletas batem recordes de utilização e já existem 15 mil passes anuais. Segways, uniciclos, trotinetas e até skates enchem as ciclovias da capital.

AVC sem transportes A maioria das pessoas com trombose é condenada a uma vida presa à cama porque o Serviço Nacional de Saúde não consegue que chegue a tempo aos hospitais onde pode ser tratada. Faltam ambulâncias, médico ou enfermeiro para o transporte e sobram oportunidades perdidas a quem podia ter recuperado e ficou limitado para sempre. O caso mais “dramático” é o dos doentes do Algarve. Mas a demora existe mesmo quando se está perto dos grandes hospitais. Em Lisboa, para transferir um doente do Hospital de Santa Maria para o vizinho São José, a quatro quilómetros, são precisas duas horas e meia.

Varandas vazias no Sporting O novo presidente do Sporting recebe uma SAD na falência técnica, sem tesouraria, com prejuízos, elevados custos salariais e receitas futuras já antecipadas. Para dar a volta tem um plano: corte de custos, incluindo da massa salarial, venda de jogadores e negociação de um empréstimo obrigacionista são as prioridades.

O Fisco é amigo Desde 2009 foi concedido o estatuto especial de residente não-habitual a 23.767 cidadãos de 147 países, o que lhes permite acesso a uma taxa reduzida de IRS. Só em 2017 foram atribuídas 28 autorizações por cada dia útilOs dadosque o Expresso divulga mostram que a França domina já que é o país de origem de 27% dos contribuintes que optaram pelo nosso regime fiscal.

Crise à la carte Uma década depois do colapso do Lehman Brothers a 15 de setembro de 2008, a situação é paradoxal. A crise que vivemos nestes últimos dez a onze anos ainda não foi sequer deitada definitivamente para o caixote do lixo da História, mas já regressaram os rumores de uma nova a formar-se no horizonte. Há mesmo quem já tenha marcado data e tenha escolhido o décimo aniversário do Lehman Brothers para nos revelar.

Velho emprego Em Portugal, há quase 250 mil pessoas empregadas com 65 e mais anos.
Mas só 25% são trabalhadores por conta de outrem. Três em cada quatro dos seniores que estão empregados em Portugal trabalham por conta própria ou para a família, sem um salário.

Salazar o fim Cinquenta anos depois, muitos episódios da queda de Oliveira Salazar e da sua vida pessoal parecem ainda uma misteriosa ficção, dividindo e surpreendendo políticos, investigadores e a opinião pública.

Um ano de Lourenço António Costa chega na segunda-feira a Luanda para uma visita de dois dias a Angola. Vai encontrar um país diferente do que aquele que João Lourenço herdou há cerca de um ano. José Eduardo dos Santos, que governou com mão de ferro durante 40 anos, deixou o MPLA e é agora um homem só e amargurado.

Tu também Fechamos em beleza. Para os ouvidos. O regresso dos U2 a Portugal para dois concertos na Altice Arena, a 16 e 17 de setembro, traz de volta o cantor de rock mais intervencionista e relevante dos nossos dias. A atual digressão está pejada de referências políticas. A sua última grande entrevista também. Emmanuel Macron, Mike Pence, George W. Bush, Aung Suu Kyi e “o homem que não pode ser mencionado” estão na berlinda, um texto de Jann S. Wenner, fundador e diretor da revista “Rolling Stone”.

Ainda pode ler no Expresso as entrevistas aArménio Carlos (líder da CGTP), Henriques Gaspar (presidente do Supremo Tribunal de Justiça), Richard Thaler (Nobel da Economia) e Nuno Fernandes (Diretor da Católica Lisbon School of Business and Economics).

Tenha um ótimo fim de semana, compre o seu jornal, e aproveite o sol (ainda) de verão em muitas das regiões de Portugal.
 
revista.jpg
Gostou do Expresso Curto de hoje?

ALETEIA


CURIOSIDADES
Cerith Gardiner

Mark Wahlberg revela sua surpreendente rotina de oração

RELIGIÃO
Padre Paulo Ricardo

Gestos e posições do povo na Santa Missa

ATUALIDADE
Redação da Aleteia

22 de setembro: seminário gratuito sobre Estado laico na PUC-Rio

ESPIRITUALIDADE
A12

Uma oração a Nossa Senhora das Dores

RELIGIÃO
ACI Digital

Imagem de Maria que “chora” nos EUA: nenhuma causa natural identificada

PARA ELA
Famifi

O ingrediente mais importante para um casamento duradouro não é o que você pensa

ATUALIDADE
Agências de Notícias

Grande marcha pela vida será realizada no Brasil dia 30 de setembro

VIAGEM E CULTURA
Aleteia Video

Prever o futuro: por que rezar ao invés de buscar videntes (VÍDEO)

PARA ELA
NamOrei

Por que todo mundo consegue ser feliz no amor e comigo nada acontece?

Oração do dia

FESTIVIDADE DO DIA

Bem-aventurado Carlos de Montegranelli

Oração para esta manhã
Meditação do dia
Oração para esta tarde
Evangelho do dia
FRASE INSPIRADORA

“Não condenem a prata só porque possuem ouro”

São Cirilo de Jerusalém
Compartilhe esta frase
Conteúdo publicitárioLearn more about RevenueStripe...
Compartilhe esta

OBSERVADOR

15394f37-d15a-4db8-9900-7c4008f236fe.jpg

Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!

Inicialmente esta newsletter esteve para ser sobre algumas extraordinárias reações ao que se passou entre Serena Williams e o árbitro português Carlos Ramos na final do Open de Ténis dos Estados Unidos. Mas depois de o Observador ter procurado responder num especial à questão sobre se a Polémica com Serena poderá minar a luta feminista?, Luís Aguiar-Conraria tocou no nervo mais sensível dos debates em Culpado por ser português. Como ele escreveu chegou-se a um ponto em que “Não interessa o que se passou no court de ténis. Para saber que Carlos Ramos é culpado basta ter dois dados em conta: 1º, Serena Williams é uma mulher negra; 2º, Carlos Ramos é um português branco.”

Há na verdade todo um debate interessante sobre o sexismo no desporto e Martina Navratilova no New York Times – em What Serena Got Wrong – escreveu provavelmente o melhor artigo sobre o tema sem deixar de condenar o comportamento de Serena. O extraordinário foi o que se passou a seguir, como conta Conraria: “Sendo Navratilova uma das melhores tenistas de sempre, sendo mulher e tendo sido também vítima de sexismo, seria de esperar que tivesse uma grande autoridade para falar do assunto. Mas, como alguém lembrou na secção de comentários ao seu artigo, ela tem um problema. É branca. Como é branca não pode perceber as queixas de Serena. Mas logo alguém deu uma resposta à altura. É verdade que é branca, mas, em compensação, é homossexual.”

Ou seja: o que se defende não vale pela inteligência do argumento, mas pela cor da pela, pelo sexo ou mesmo pela nacionalidade de quem o defende – e isso condenou inexoravelmente Carlos Ramos aos olhos de colunistas/académicas/activistas citadas nesse artigo, como Crystal Fleming que, no Twitter, defendeu, por exemplo, que a explicação para o que acontecera à tenista norte-americana não tivera a ver com o seu comportamento em campo mas com o facto de “Carlos Ramos was born in 1971, in Lisbon — under a dictatorship where “ultra orthodox patriarchy” reigned supreme. His sexism in the women’s final must be understood not only in the context of global misogyny but also the extreme sexism that still ravages Portugal”- today.Ou como  Rebecca Traister que, na The New York York Magazine, em Serena Williams and the Game That Can’t Be Won (Yet). What rage costs a woman, misturou tudo: “Ramos’s censure of Williams on Saturday night cannot be disentangled from her gender and race any more than the other recent obstacles she’s faced, from the physical toll of pregnancy, to her profession’s status-tax on it, to her higher risk of maternal mortality and postpartum complication.



Este texto de Luís Aguiar-Conraria e as formas caricaturais de debate que critica permitem-me no entanto levá-los para um outro debate que mostra como dois órgãos de informações tidos como referências podem lidar de formas radicalmente diferentes com um mesmo dilema. Refiro-me em concreto à americana New Yorker e à britânica The Economist. Ambas as revistas tiveram a mesma ideia: convidar Steve Bannon, o génio da propaganda por trás da eleição de Trump, para eventos em que desafiariam as suas ideias. Sem surpresa as tribos anti-Bannon invadiram as redes sociais e, nessa altura, a New Yorker resolveu desconvidar quem já tinha convidado enquanto a The Economist manteve a sua posição. Vejamos como se justificaram os directores dessas publicações: 
  • David Remnick da New Yorker (num memorando enviado ao staff da revista) começa por recordar que a entrevista a Bannon, que ele própria faria num Festival organizado pela revista, fora preparada durante meses, mas que o seu anúncio provocara uma forte reacção nas redes sociais. Sendo assim, “I’ve thought this through and talked to colleagues — and I’ve re-considered. I’ve changed my mind. There is a better way to do this. Our writers have interviewed Steve Bannon for The New Yorker before, and if the opportunity presents itself I’ll interview him in a more traditionally journalistic setting as we first discussed, and not on stage.
  • Zanny Minton Beddoes, directora da The Economist, optou por escrever directamente aos leitores, The Open Future Festival and Steve Bannon. Nesse texto recorda o objectivo do festival – “The Open Future festival is the culmination of an initiative to mark this newspaper’s 175th anniversary. Our goal is to remake the case for liberal values in the 21st century by engaging in a global conversation about our world view with our supporters and, crucially, our critics.” – e defende de forma vigorosa a ideia de que só confrontando em terreno aberto as ideias de que se discorda elas podem ser derrotadas: “The future of open societies will not be secured by like-minded people speaking to each other in an echo chamber, but by subjecting ideas and individuals from all sides to rigorous questioning and debate. This will expose bigotry and prejudice, just as it will reaffirm and refresh liberalism. That is the premise The Economist was founded on. When James Wilson launched this newspaper in 1843, he said its mission was to take part in “a severe contest between intelligence, which presses forward, and an unworthy, timid ignorance obstructing our progress.” Those words have guided us for 175 years. They will guide our debates at the Open Future festival on September 15th. That is why our invitation to Mr Bannon will stand.”
    (Sem surpresa a The Economist abre as suas colunas a quem apoia e a quem critica a sua opção, dando voz em On refusing and agreeing to speak at an event with Steve Bannon, a duas opiniões contrastantes.)

A posição diferente das duas revistas suscitou também ela bastantes comentários, como o de Bret Stephens no New York Times, que em Now Twitter Edits The New Yorker, considera que a cedência da revista à pressão das redes sociais coloca uma questão perturbante: “The next time we journalists demand “courage” of the politicians, let’s first take care to prove that we know what the word means, and to exhibit some courage ourselves.



Sejá lá como for, tivesse ou não ocorrido esta controvérsia, o Macroscópio de hoje não poderia passar sem chamar a atenção para a importância do texto que faz a capa da The Economist, precisamente na edição em que a revista comemora o seu 175º aniversário: A manifesto for renewing liberalismSuccess turned liberals into a complacent elite. They need to rekindle their desire for radicalism. Não tenho a pretensão de resumir o conteúdo deste documento cuja leitura considero fundamental, indispensável mesmo. Mas deixo-vos uma passagem, entre muitas outras possíveis: “True liberals contend that societies can change gradually for the better and from the bottom up. They differ from revolutionaries because they reject the idea that individuals should be coerced into accepting someone else’s beliefs. They differ from conservatives because they assert that aristocracy and hierarchy, indeed all concentrations of power, tend to become sources of oppression. Liberalism thus began as a restless, agitating world view. Yet over the past few decades liberals have become too comfortable with power. As a result, they have lost their hunger for reform. The ruling liberal elite tell themselves that they preside over a healthy meritocracy and that they have earned their privileges. The reality is not so clear-cut.”

Há neste manifesto tudo o que não há nas lutas tribais das redes sociais de que são reflexos tanto as polémicas sobre Serena Williams como os convites e desconvites a Steve Bannon. Para haver tribalismo não pode haver tribos só de um lado. As “bolhas” em que só se fala com os que concordam connosco podem ser confortáveis, mas cegam-nos para as realidades do mundo. E as apostas nas identidades como explicações que se sobrepõem aos argumentos e à inteligência podem começar por ser apenas formas de recusa de pensar para acabarem a cavar divisões que nos fazem recuar ao tempo dos extremos e das guerras civis. Por isso, e também porque hoje é sexta-feira e ao fim-de-semana podem ter mais tempo para ler, a minha última sugestão vai precisamente para uma crítica de Francis Fukuyama às políticas identitárias publicada na Foreign Affairs, Against Identity Politics – The New Tribalism and the Crisis of Democracy. Trata-se, de novo, de um longo e interessante ensaio a merecer leitura atenta, no qual se defende, em síntese, que “People will never stop thinking about themselves and their societies in identity terms. But people’s identities are neither fixed nor necessarily given by birth. Identity can be used to divide, but it can also be used to unify. That, in the end, will be the remedy for the populist politics of the present.

E é tudo por hoje e por esta semana. Tenham bom descanso e melhores leituras, se possível com pontos de vista contrastantes que ajudem a abrir a cabeça, não a fecharmo-nos na nossa concha.

 
Mais pessoas vão gostar da Macroscópio. Partilh

Etiquetas

Seguidores

Pesquisar neste blogue