Boa tarde.
A rentrée política, os jovens millenial, os sem-abrigo de São Francisco, por uma Comporta mais ecológica, a nova bandeira dos U2, o futuro depois da morte de John McCain, o paradoxo da biodiversidade. Estes foram alguns dos temas tratados esta semana no Expresso Diário e que este sábado recuperamos na nossa habitual sugestão de (re)leitura.
Deu muito que falar no passado fim de semana a rentrée política do PS, por causa do comício realizado em Caminha e do comboio fretado à CP para levar os militantes mais sulistas até ao Minho – tudo por causa da prioridade garantida pela CP a essa composição, a qual poderia atrasar o serviço regular da empresa pelas zonas onde passasse. Polémica à parte, no principal discurso da tarde, o secretário-geral e também primeiro-ministro António Costa apontou como objetivo ganhar as eleições legislativas, europeias e as regionais da Madeira, e lançou várias promessas para o último Orçamento desta legislatura. Discurso feito, na redação fizemos o “fact-cheking” – verificar se as declarações de Costa correspondiam com a realidade. E em 15 frases proferidas descobrimos quatro falsidades e alguns assim-assim.
Santana Lopes almoçou na terça-feira com Carlos Carreiras. O primeiro diz que foi uma conversa de amigos, motivada pela morte do pai do presidente da Câmara de Cascais. O segundo admite que o sonho de apear a geringonça pode passar por um bloco alternativo de direita PSD/CDS/Aliança. Na véspera, em entrevista à SIC, Santana já tinha começado o namoro ao PSD, “o partido de que estou mais próximo a seguir à Aliança”.
Louis-Albert de Broglie é um dos interessados na compra da Comporta, processo entretanto adiado. A sua proposta prevê o desenvolvimento de apenas 16% dos 650.000 metros quadrados de construção aprovados na propriedade, atendendo à “fragilidade dos eco-sistemas do território”, e a criação de oito centros de qualificação para dinamizar a economia local. Foi com esse objetivo que o aristocrata francês lançou esta semana a Comporta.Utopia – Associação para a Sustentabilidade da Comporta, que pretende ter um papel ativo no processo de venda e do desenvolvimento que vier a ser feito na herdade alentejana, qualquer que seja o futuro proprietário.
Em São Francisco não existem abrigos suficientes para acolher as mais de sete mil pessoas que vivem nas ruas. Algumas delas partilham a mesma artéria onde grandes empresas como o Twitter e a Uber têm a sua sede. O luxo das lojas de marcas caras mistura-se com a sujidade e os cheiros a droga e excrementos, num contraste quase desconcertante. Leia a reportagem que fizemos na cidade da costa oeste dos Estados Unidos.
Senador norte-americano durante mais de três décadas, John McCain morreu há exatamente uma semana, aos 81 anos, vitimado por um cancro no cérebro. Antigo prisioneiro de guerra no Vietname, era elogiado pelo sentido de Estado e “humildade em reconhecer que era americano em primeiro lugar e só depois republicano”. Na etapa final da vida, fez de Donald Trump o seu alvo preferencial. Curiosamente, há quem veja na sua morte uma “oportunidade política” para os republicanos no Senado, já que o substituto de McCain deverá ajudar a confirmar o juiz conservador Brett Kavanaugh para o Supremo Tribunal.
“And we love to fly a flag”, nós adoramos esvoaçar uma bandeira, cantavam os U2 nos tempos do album “War”, que os marcou como pacifistas. Trinta e cinco anos depois, eles vão esvoaçar uma bandeira azul nos seus concertos, e anunciam-no como uma causa. A radicalidade agora não é estar contra, é estar a favor: a favor da União Europeia. Uma causa? Dois “rockers” portugueses, Miguel Guedes e Adolfo Luxúria Canibal, preferem a palavra marketing.
Novos tempos: a maioria dos jovens nascidos entre a década de 80 do século passado e a viragem do milénio encara a hipótese de trabalhar como prestador de serviços em vez de ter um patrão, revela o mais recente estudo anual nesta área da consultora Deloitte. E quase 3/4 dos mais de 10 mil inquiridos em 36 países não querem ficar mais de cinco anos na mesma empresa.
Chama-se paradoxo da biodiversidade e é considerado pelos cientistas um dos maiores quebra-cabeças da ecologia: como é possível que um número limitado de recursos naturais consiga sustentar uma grande diversidade de espécies na Terra? Cientistas da Fundação Champalimaud ajudaram a decifrar o mistério.
São estas as nossas propostas. Boas leituras.