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Às 08:46, o
Voo 11 da American Airlines atingiu a Torre Norte do
World Trade Center, seguido pelo
Voo 175 da United Airlines, que atingiu a Torre Sul às 09h03.
[9][10]
Outro grupo de sequestradores do
Voo 77 da American Airlines atingiu o Pentágono às 9:37. Um quarto voo, o
Voo 93 da United Airlines, caiu em uma área rural perto de
Shanksville, na
Pensilvânia,
às 10:03, depois de os passageiros terem tentado retomar o controle do
avião dos sequestradores. Acredita-se que a meta final dos
sequestradores seria o
Capitólio (sede do
Congresso dos Estados Unidos) ou a
Casa Branca.
[7][11]
Em setembro de 2002, em uma entrevista realizada para o documentarista Yosri Fouda, um jornalista da
Al Jazeera,
Khalid Sheikh Mohammed, junto a
Ramzi Binalshibh, afirmou que o quarto avião sequestrado estava se dirigindo para o
Capitólio dos Estados Unidos
e não para a Casa Branca. Eles ainda afirmaram que a al-Qaeda
inicialmente tinha planejado fazer com que os aviões sequestrados
atingissem
instalações nucleares em vez das torres do
World Trade Center e o
Pentágono,
mas foi decidido não atacar as centrais nucleares "por ora" por causa
de temores de que os ataques poderiam "sair de controle".
[12]
Durante o sequestro dos aviões, os terroristas usaram
armas brancas
para esfaquear e matar os pilotos das aeronaves, os comissários de voo e
os passageiros. Relatórios feitos com as chamadas telefônicas vindas
dos avião indicaram que facas foram usadas pelos sequestradores para
ferir atendentes e, em ao menos um caso, um passageiro, durante dois dos
sequestros.
[6][13] Alguns passageiros foram capazes de fazer ligações, usando o serviço de telefone da cabine e celulares,
[14][15] e fornecer detalhes, inclusive de que vários dos sequestradores que estavam a bordo de cada avião tinham usado
sprays químicos contra a tripulação, como
gás lacrimogêneo ou
spray de pimenta, e que algumas pessoas a bordo tinha sido esfaqueadas.
[16][17][18][19]
A
Comissão do 11 de Setembro estabeleceu que dois dos sequestradores tinham comprado recentemente ferramentas manuais multi-funções da marca
Leatherman.
[20]
Uma aeromoça do voo 11, um passageiro do voo 175 e os passageiros do
voo 93 mencionaram que os sequestradores tinham bombas, mas um dos
passageiros também mencionou que achava que as bombas eram falsas.
Nenhum vestígio de explosivos foram encontrados nos locais dos
incidentes e a Comissão do 11/09 concluiu que as bombas eram
provavelmente falsas.
[6]
Torres do WTC queimando no dia dos ataques.
No
Voo 93 da United Airlines as gravações da
caixa preta
revelaram que a tripulação e os passageiros tentaram assumir o controle
do avião dos sequestradores depois de ficarem sabendo, através de
chamadas telefônicas, que outros aviões sequestrados foram jogados
contra edifícios na manhã daquele dia.
[21] De acordo com a transcrição das gravações do voo 93, um dos sequestradores deu a ordem para
alterar a rota do avião, uma vez que tinha ficado evidente que eles iriam perder o controle do avião para os passageiros.
[22] Logo depois a aeronave caiu em um campo perto de
Shanksville,
Condado de Somerset,
Pensilvânia, às 10:03, hora local (14:03:11
UTC).
Khalid Sheikh Mohammed, o organizador dos atentados, mencionou em uma entrevista de 2002 com Yosri Fouda que o alvo do Voo 93 era o
Capitólio dos Estados Unidos, que foi dado o nome-código "Faculdade de Direito".
[23]
Três dos prédios do Complexo do World Trade Center desmoronaram devido a uma falha estrutural, no dia do ataque.
[24]
A Torre Sul (WTC 2) caiu às 9h59, após queimar por 56 minutos em um
incêndio causado pelo impacto de Voo 175 da United Airlines.
[24] A Torre Norte (WTC 1) desmoronou às 10:28, após queimar por aproximadamente 102 minutos.
[24] Quando a Torre Norte desabou, os escombros caíram próximo à
World Trade Center 7
(WTC 7), danificando o edifício e iniciando um incêndio. Estes
incêndios queimaram durante horas e comprometeram a integridade
estrutural do edifício, levando-o ao colapso total às 17:21.
[25][26]
Os ataques criaram confusão generalizada entre as
organizações de notícias e os
controladores de tráfego aéreo nos Estados Unidos. Todo o tráfego aéreo civil internacional foi proibido de desembarcar em solo estadunidense por três dias.
[27] As aeronaves já em voo ou foram afastadas ou desviadas para aeroportos no
Canadá ou no
México.
Fontes de notícias e relatórios não confirmados, muitas vezes
contraditórios, foram divulgados ao longo do dia. Um dos mais
prevalentes destes relatou que um
carro-bomba iria ser detonado na sede do
Departamento de Estado dos Estados Unidos, em Washington, D.C.
[28]
Logo após a divulgação pela primeira vez sobre o incidente no
Pentágono, alguns meios de comunicação também informaram brevemente que
um incêndio tinha eclodido no
National Mall.
[29] Outro relatório saiu na
Associated Press,
informando que o Voo 1989 da Delta Air Lines também havia sido
sequestrado. Este relatório também revelou-se falso; acreditou-se por
momentos que também este voo corria risco de sequestro, mas seu comando
respondeu aos controladores, e pousou em segurança em
Cleveland,
Ohio.
[30]
Vítimas
Houve um total de 2 996 mortes, incluindo os 19 sequestradores e as 2 977 vítimas.
[31] As vítimas foram distribuídas da seguinte forma: 246 nos quatro aviões (onde não houve sobreviventes), 2606 na cidade de
Nova Iorque e 125 no
Pentágono.
[32][33] Todas as mortes ocorridas foram de civis, exceto por 55 militares atingidos no Pentágono.
[34]
Em 2007, o escritório examinador médico da cidade de Nova Iorque
divulgou o número oficial de mortos do 11 de setembro, adicionando a
morte de Felicia Dunn-Jones. Dunn-Jones faleceu cinco meses após o 11/09
devido a uma doença pulmonar que foi associada à exposição à poeira
durante o colapso do World Trade Center.
[35] Heyward Leon, que morreu de
linfoma em 2008, foi adicionado ao número oficial de mortes em 2009.
[36]
O
Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia
(NIST) estimou que cerca de 17 400 civis estavam no complexo do World
Trade Center no momento dos ataques, enquanto as contas da Autoridade
Portuária de Nova Iorque sugerem que 14.154 pessoas estavam nas Torres
Gêmeas às 08h45min.
[37][38]
A grande maioria das pessoas abaixo da zona de impacto evacuaram os
edifícios com segurança, junto com dezoito pessoas que estavam na zona
de impacto na torre sul, e um número de pessoas que estava acima da zona
de impacto que, evidentemente, usaram a escadaria intacta na Torre Sul.
[39]
Pelo menos 1.366 pessoas morreram, pois estavam no andar do impacto da
Torre Norte ou em andares superiores, e pelo menos 618 na Torre Sul,
onde a evacuação tinha começado antes do segundo impacto.
[40] Assim, dos 2 753 mortos no WTC, 1 950 estavam nos andares atingidos pelas aeronaves ou acima deles.
[41]
Dois homens ajudando uma mulher ferida durante os ataques.
De acordo com o relatório da comissão centenas foram mortos
instantaneamente com o impacto, enquanto os demais ficaram presos e
morreram após o colapso da torre.
[42] Pelo menos 200 pessoas pularam dos edifícios para a morte (como mostrado na foto "
The Falling Man"), caindo nas ruas e telhados de edifícios adjacentes, centenas de metros abaixo.
[43]
Alguns dos ocupantes de cada torre, e que estavam acima do ponto de
impacto, subiram em direção ao teto, na esperança de um resgate por
helicóptero,
mas as portas de acesso ao telhado estavam bloqueadas. Não existia
qualquer plano de resgate de helicóptero e, em 11 de setembro, a fumaça e
calor intenso teria impedido tais aeronaves de realizarem salvamentos.
[44]
Um total de 411 trabalhadores de emergência que responderam aos
chamados de socorro morreram quando tentavam resgatar as pessoas e
apagar os incêndios. O
Corpo de Bombeiros da Cidade de Nova Iorque (FDNY) perdeu 341 bombeiros e dois
paramédicos.
[45] O
Departamento de Polícia da Cidade de Nova Iorque (NYPD) perdeu 23 funcionários.
[46] O Departamento de Polícia da
Autoridade Portuária perdeu 37 oficiais,
[47] e 8
EMTs adicionais e paramédicos de unidades privadas de serviços de emergência foram mortos.
[48][49]
A Cantor Fitzgerald L.P., um
banco de investimento nos pisos 101a-105a do World Trade Center 1, perdeu 658 funcionários, muito mais do que qualquer outra empresa.
[50]
A Marsh Inc., localizada imediatamente abaixo da Cantor Fitzgerald nos
pisos 93-101 (o local de impacto do voo 11) perdeu 355 funcionários, e
175 funcionários da
Aon Corporation foram mortos.
[51]
Depois de
Nova Iorque,
Nova Jérsei foi o
estado mais atingido, com a cidade de
Hoboken ostentando a maioria das mortes.
[52] Mais de noventa países perderam cidadãos nos ataques ao World Trade Center
[53] (três
brasileiros[54] e cinco
portugueses).
[55]
Semanas após o ataque, o número de vidas perdidas foi estimado em mais de seis mil.
[63]
A cidade de Nova Iorque só foi capaz de identificar os restos de cerca
de 1.600 das vítimas no World Trade Center, ficando sem identificação
mais de 1.100. O escritório legista também recolheu cerca de dez mil
ossos não identificados e fragmentos de tecidos humanos que não puderam
ser combinados para a lista de mortos. Em 23 de fevereiro de 2005, as
autoridades legistas reconheceram a limitação tecnológica na época, para
avançar nos trabalhos de identificação. Nos últimos cinco meses apenas
oito vítimas haviam sido identificadas.
[64]
Fragmentos ósseos ainda estavam sendo encontrados em 2006, quando os
trabalhadores estavam se preparando para demolir Deutsche Bank Building,
também danificado. Essa operação foi concluída em 2007. Em 2 de abril
de 2010 uma equipe de especialistas em
antropologia forense e
arqueologia começou a procurar por restos humanos, artefatos humanos e objetos pessoais no
aterro sanitário de Fresh Kills, em
Staten Island.
A operação foi concluída em junho de 2010, com 72 restos humanos
encontrados, elevando o total de restos humanos encontrados para 1845.
As identidades de 1629 das 2753 vítimas
[65] foram identificadas. Os perfis de
DNA, na tentativa de identificar as vítimas adicionais, são permanentes.
[66] Em agosto de 2011, 1 631 vítimas foram identificadas, enquanto que 1 122 (41%) das vítimas permaneceram não identificadas.
[67][68]
Os restos mortais estão sendo mantidos em armazenamento no Memorial
Park, fora das instalações do instituto médico de Nova York. Em 2013,
espera-se que os restos mortais sejam transferidos em 2013 para um
depósito atrás de uma parede no
Museu do 11 de Setembro.
Em julho de 2011, uma equipe de cientistas do instituto médico da
cidade tentaram novamente identificar os restos mortais, na esperança de
que a tecnologia melhor desenvolvida lhes permitisse identificar outras
vítimas.
[68]
Junto com os 110 andares das Torres Gêmeas, vários edifícios ao redor
foram destruídos ou seriamente danificados, incluindo os edifícios 3 a 7
do complexo do World Trade e a Igreja Ortodoxa Grega de São Nicolau.
[69] A Torre Norte, a Torre Sul, o
Marriott Hotel (WTC 3) e o
WTC 7 foram completamente destruídos. A Alfândega dos Estados Unidos (no
WTC 6), o
WTC 4, o
WTC 5 e duas passarelas de pedestres que ligavam os edifícios foram severamente danificadas. O
Deutsche Bank Building foi parcialmente danificado e mais tarde demolido.
[70][71] Os dois edifícios do complexo vizinho do
World Financial Center também sofreram danos.
[70]
O Deutsche Bank Building, na Liberty Street do complexo do World
Trade Center, foi mais tarde condenado por causa das condições tóxicas
no interior da torre de escritórios e foi desconstruído.
[72][73] O Fiterman Hall, do Colégio Comunitário do
Borough de Manhattan, na 30 West Broadway, foi condenado devido aos danos nos ataques e está sendo reconstruído.
[74] Outros edifícios vizinhos, como o
90 West Street e o
Edifício Verizon sofreram grandes danos, mas foram restaurados.
[75] Os edifícios do World Financial Center, o
One Liberty Plaza, o
Millenium Hilton e o 90 Church Street tiveram danos moderados e já foram restaurados.
[76]
Os equipamentos de telecomunicações no topo da Torre Norte também foram
destruídos, mas as estações de mídia rapidamente foram capazes de
redirecionar os seus sinais e retomar as transmissões.
[69][77]
O
Pentágono foi severamente danificado pelo impacto do
Voo 77 da American Airlines e por incêndios subsequentes, causando o desabamento de uma das seções do edifício.
[78]
Ao se aproximar do Pentágono, as asas do avião derrubaram postes de luz
e seu motor direito quebrou um gerador antes de cair no lado ocidental
do edifício, matando todos os 53 passageiros, os cinco sequestradores e 6
tripulantes.
[79][80]
O avião atingiu o Pentágono no nível do primeiro andar. A parte
dianteira da fuselagem desintegrou-se durante o impacto, enquanto que as
seções centrais e a cauda mantiveram-se em movimento por uma fração de
segundo.
[81]
Detritos provenientes da cauda penetraram mais fundo no edifício,
quebrando por 94 metros três dos cinco anéis mais externos do edifício
Al-Qaeda
A origem da
Al-Qaeda pode ser rastreada até 1979, quando a
União Soviética invadiu o Afeganistão.
Osama bin Laden viajou para o
Afeganistão e ajudou a organizar
mujahidin árabes para resistir aos soviéticos.
[89] Sob a orientação de Ayman al-Zawahiri, Bin Laden tornou-se mais radical.
[90] Em 1996, Bin Laden divulgou sua primeira
fatwa, pedindo para os soldados americanos deixarem a
Arábia Saudita.
[91]
Em um segundo
fatwa em 1998, Bin Laden delineou suas objeções à
política externa americana em relação a
Israel, bem como a contínua presença de tropas americanas na Arábia Saudita após a
Guerra do Golfo.
[92] Bin Laden usou textos islâmicos para exortar os
muçulmanos
a atacar americanos e, de acordo com bin Laden, muçulmanos juristas
"têm ao longo da história islâmica concordado unanimemente que a
jihad é um dever individual se o inimigo destrói os países muçulmanos."
[92]
Osama bin Laden
Bin Laden, quem orquestrou os ataques, inicialmente negou, mas depois
admitiu seu envolvimento com homens de sua família nos atentados.
[2][93][94] A rede
Al Jazeera
transmitiu uma declaração de Bin Laden em 16 de setembro de 2001,
afirmando que "gostaria de salientar que eu não realizei este ato, que
parece ter sido realizado por indivíduos com motivos próprios".
[95] Em novembro de 2001, as forças americanas recuperaram uma fita de vídeo de uma casa destruída em
Jalalabad, no Afeganistão. Na fita, Bin Laden é visto falando com Khaled al-Harbi e admite a presciência dos ataques.
[96]
Em 27 de dezembro de 2001, um segundo vídeo de Bin Laden foi divulgado.
Nas filmagens, ele disse: "o terrorismo contra os Estados Unidos merece
ser louvado, porque é uma resposta à injustiça, com o objetivo de
forçar a América a parar com seu apoio à Israel, que mata nosso povo",
mas ele parou de admitir a responsabilidade pelos ataques.
[97]
Pouco antes da
eleição presidencial nos Estados Unidos em 2004,
em uma declaração gravada, Bin Laden reconheceu publicamente o
envolvimento da Al-Qaeda nos ataques aos Estados Unidos e admitiu a sua
ligação direta com os atentados. Ele disse que os ataques foram
realizados porque "somos livres ... e queremos recuperar a liberdade sob
a nossa nação. Ao minar a nossa segurança, nós minamos a sua."
[98] Bin Laden disse que orientou pessoalmente seus seguidores a atacar o
World Trade Center.
[94][99]
Outro vídeo obtido pela Al Jazeera em setembro de 2006 mostra bin Laden
com Ramzi bin al-Shibh, bem como dois sequestradores, Hamza al-Ghamdi e
Wail al-Shehri, enquanto faziam os preparativos para os ataques.
[100]
Os Estados Unidos jamais indiciaram formalmente Osama bin Laden pelos
ataques de 11 de setembro de 2001, mas ele esteve na lista dos mais
procurados pelo
Escritório Federal de Investigação (FBI) por causa dos bombardeios das embaixadas americanas em
Dar es Salaam, na
Tanzânia, e em
Nairóbi, no
Quênia.
[101][102] Depois de uma perseguição de quase 10 anos,
Bin Laden foi morto por forças especiais americanas em um complexo em
Abbottabad, no
Paquistão, em 2 de maio de 2011.
[103][104]
Khalid Sheikh Mohammed
O jornalista Yosri Fouda do canal de televisão árabe
Al Jazeera relatou que em abril de 2002,
Khalid Sheikh Mohammed admitiu o seu envolvimento, junto com Ramzi bin al-Shibh, nos ataques de 11/9.
[105][106][107]
O Relatório da Comissão do 11/9 determinou que a animosidade de
Mohammed, o principal arquiteto dos ataques, para com os Estados Unidos
era resultado da sua "violenta discordância da política externa dos
Estados Unidos de favorecer Israel".
[108]
Mohammed foi também o consultor e financiador do
atentado de 1993 ao World Trade Center e era tio de
Ramzi Yousef, o terrorista líder do ataque.
[109][110]
Mohammed foi preso em 1 de março de 2003, em
Rawalpindi, Paquistão, por agentes de segurança paquistaneses que trabalhavam com a CIA, em seguida, foi transferido e interrogado na
Prisão de Guantánamo, na
Base Naval da Baía de Guantánamo, em
Cuba, com seções que incluíam
afogamento simulado.
[111][112] Durante as audiências na
Baía de Guantánamo
em março de 2007, Mohammed novamente confessou sua responsabilidade
pelos ataques, afirmando que ele "foi o responsável pela operação de
11/9, de A a Z" e que a sua declaração não foi feita sob coação.
[107][113]
Outros membros da Al-Qaeda
Durante o julgamento de
Zacarias Moussaoui,
cinco pessoas foram identificadas como terem tido conhecimento total
dos detalhes da operação. Elas são bin Laden, Khalid Sheikh Mohammed,
Ramzi bin al-Shibh, Abu al-Turab Urduni e Mohammed Atef. Até o momento,
apenas figuras periféricas foram julgadas ou condenadas pelos ataques.
[114]
Em 26 de setembro de 2005, um
tribunal superior espanhol
condenou Abu Dahdah a 27 anos de prisão por conspiração sobre os
ataques de 11/9 e de ser um membro da organização terrorista Al-Qaeda.
Ao mesmo tempo, outros 17 membros da Al-Qaeda foram condenados a penas
entre seis e 11 anos.
[115]
Em 16 de fevereiro de 2006, o Supremo Tribunal Espanhol reduziu a pena
de Abu Dahdah para 12 anos porque considerou que a sua participação na
conspiração não foi comprovada.
[116]
Também em 2006, Moussaoui, que originalmente era suspeito de ter sido
o vigésimo sequestrador, foi condenado por conspiração ao cometer atos
de
terrorismo e pirataria aérea. Ele está cumprindo uma sentença de
prisão perpétua sem liberdade condicional.
[117][118] Mounir el-Motassadeq, um associado dos sequestradores com sede em
Hamburgo,
Alemanha, está cumprindo 15 anos por seu papel em ajudar os sequestradores a se preparar para os ataques.
[119]
A célula de Hamburgo, incluiu os
radicais islâmicos que posteriormente se tornaram as peças-chave dos ataques de 11 de setembro.
[120] Mohamed Atta,
Marwan al-Shehhi,
Ziad Jarrah, Ramzi bin al-Shibh e Said Bahaji eram todos membros da célula terrorista da Al-Qaeda em Hamburgo.
[121]
Motivos
Alega-se que os três principais motivos para os ataques de 11 de setembro sejam a
presença americana na Arábia Saudita,
[122] o
apoio a Israel por parte dos Estados Unidos[123] e as
sanções contra o
Iraque.
[124][125] Estes motivos foram ditos explicitamente pela Al-Qaeda em declarações pretéritas aos atentados, incluindo a
fatwā de agosto de 1996
[126] e um pequeno fatwā publicado em fevereiro de 1998.
[127]
Após os ataques, Bin Laden e Al-Zawahiri publicaram fitas de vídeos e
fitas de áudio adicionais, algumas delas repetindo as razões pelos
ataques. Duas dessas publicações merecem destaque: "Carta para a
América" de 2002,
[125] e um vídeo de 2004 mostrando Bin Laden.
[124]
Além de pronunciamentos diretos de Bin Laden e a Al-Qaeda, inúmeros
analistas políticos têm postulado outras motivações para os ataques.
A Torre Norte em chamas após os atentados.
Bin Laden disse que o profeta
Maomé bania a "presença permanente de infiéis na Arábia".
[128] No
fatwā
de 1998, a Al-Qaeda escreveu que "Por mais de sete anos, os Estados
Unidos têm vindo a ocupar as terras do Islã e os lugares mais santos, a
Península Arábica,
saqueando suas riquezas, mandando em seus governantes, humilhando seu
povo, aterrorizando seus vizinhos, e transformando as bases da península
em uma liderança para lutar com os povos muçulmanos vizinhos."
[129]
Em uma entrevista em 1999 com o repórter paquistanês Rahimullah
Yusufzai, Bin Laden disse que pressentia que os norte-americanos estavam
"perto demais de
Meca" e considerou que isto era uma provocação à todo o mundo muçulmano.
[130]
Em novembro de 2002, na "Carta para a América", Bin Laden disse que o apoio dos Estados Unidos à
Israel
era outro motivo: "A criação e manutenção de Israel é um dos maiores
crimes, e vocês são os líderes desses criminosos. E, claro, não há
necessidade de explicar e demonstrar o grau de apoio americano a Israel.
A criação de Israel é um crime que deve ser apagado. Toda e qualquer
pessoa cujas mãos se tornaram poluídas do contributo para este crime tem
de pagar o seu preço, e pagar por isso fortemente."
[125] Em 2004 Bin Laden reforçou que o apoio à Israel era um dos motivos dos atentados.
[124] Vários analistas, incluindo John Mearsheimer e Stephen Walt, autores do livro
The Israel Lobby and U.S. Foreign Policy, também argumentam que o principal motivo dos ataques de 11 de setembro foi o apoio que os Estados Unidos deu à Israel.
[130][131]
No
fatwā de 1998, a Al-Qaeda pronunciou que as sanções do
Iraque eram razões para matar os estadunidenses: "apesar da grande
devastação infligida ao povo iraquiano pela aliança cruzado-sionista, e
apesar do grande número de pessoas mortas, que ultrapassou um milhão...
Apesar de tudo isso, os americanos estão mais uma vez contra a tentativa
de repetir os massacres horrendos, como se eles não se contentassem com
o bloqueio prolongado imposto após a guerra feroz ou a fragmentação e
destruição... Com base nisso, e em conformidade com a ordem de Deus,
emitimos a fatwa que se segue para todos os muçulmanos: A decisão de
matar os americanos e seus aliados, civis e militares é um dever
individual de todo muçulmano..."
[129]
Em adição a esses motivos dados pela própria Al-Qaeda, alguns
analistas têm sugerido outras razões, muitas vezes rejeitadas, incluindo
uma humilhação que o mundo islâmico teria ao ficar para trás do mundo
ocidental, especialmente pela diferença expressiva da economia devido à
globalização recente.
[132]
Outro motivo especulado pelos ocidentais é o de que os terroristas
teriam o desejo de provocar os Estados Unidos para uma guerra mais ampla
contra o mundo islâmico, com a esperança de motivar mais aliados a
apoiarem a Al-Qaeda.
[133][134][135]
Planejamento
Mapa mostrando os ataques ao World Trade Center (os aviões não estão em escala).
A ideia para os ataques veio de
Khalid Sheikh Mohammed, que primeiro apresentou o projeto a
Osama bin Laden em 1996.
[136] Nesse momento, Bin Laden e a
Al-Qaeda estavam em um período de transição, tendo acabado de se mudar de volta ao
Afeganistão, vindos do
Sudão.
[137] Em 1998, os
atentados terroristas às embaixadas dos Estados Unidos na África e o
fatwa de bin Laden marcaram um ponto de virada, quando Osama voltou suas atenções a atacar os
Estados Unidos.
[137] Em dezembro de 1998, Centro de Contraterrorismo da
CIA relatou ao então presidente
Bill Clinton que a Al-Qaeda estava se preparando para ataques contra os Estados Unidos que poderiam incluir sequestro de aviões.
[138][139]
No final de 1998 ou no início de 1999, Bin Laden deu a aprovação para
Mohammed avançar com a organização dos ataques. Uma série de reuniões
ocorridas no início de 1999, envolvendo Mohammed, bin Laden e seu vice,
Mohammed Atef.
[137]
Atef prestou apoio operacional para o projeto, incluindo seleções de
destino e ajuda na organização de viagens para os sequestradores.
[137] Bin Laden discordou de Mohammed, rejeitando alguns alvos potenciais, como a
US Bank Tower, em
Los Angeles, porque "não havia tempo suficiente para se preparar para uma operação desse tipo".
[140][141]
Bin Laden liderou e deu apoio financeiro para a trama, além de ter se envolvido na seleção de participantes.
[142] Osama inicialmente selecionou
Nawaf al-Hazmi e
Khalid al-Mihdhar, ambos
jihadistas experientes que lutaram na
Bósnia.
Hazmi e Mihdhar chegaram aos Estados Unidos em meados de janeiro de
2000. Na primavera de 2000, Hazmi e Mihdhar tiveram aulas de voo em
San Diego, na
Califórnia, mas ambos pouco falavam
inglês, mal fizeram as aulas de voo e, finalmente, serviram como sequestradores secundários.
[143][144]
No final de 1999, um grupo de homens a partir de
Hamburgo, na
Alemanha, chegaram no
Afeganistão, incluindo
Mohamed Atta,
Marwan al-Shehhi,
Ziad Jarrah e Ramzi bin al-Shibh.
[145] Bin Laden selecionou estes homens porque eles eram educados, falavam inglês e tinham experiência de vida no oeste dos EUA.
[146]
Novos recrutas foram examinados rotineiramente para habilidades
especiais e os líderes da al-Qaeda, consequentemente, descobriram que
Hani Hanjour já tinha uma licença de piloto comercial.
[147]
Hanjour chegou em San Diego em 8 dezembro de 2000, juntando-se a Hazmi.
[148] Eles logo partiram para o
Arizona,
onde tiveram cursos de reciclagem com Hanjour. Marwan al-Shehhi chegou
no final de maio de 2000, enquanto Atta chegou em 3 de junho de 2000 e
Jarrah em 27 de junho de 2000. Bin al-Shibh tentou por várias vezes
obter um visto para os
Estados Unidos, mas como um
iemenita, foi rejeitado devido a preocupações que ele ficasse mais tempo do que o seu visto e permanecesse como um
imigrante em situação ilegal.
Bin al-Shibh permaneceu em Hamburgo, proporcionando coordenação entre
Atta e Mohammed. Os três membros da célula de Hamburgo realizaram todo o
treinamento de piloto no sul da
Flórida.
[149]
Na primavera de 2001, os sequestradores secundários começaram a chegar nos Estados Unidos.
[150] Em julho de 2001, Atta reuniu-se com bin al-Shibh na
Espanha,
onde coordenou detalhes da trama, incluindo a seleção final de alvos.
Bin al-Shibh também passou o desejo de Bin Laden de que os ataques
fossem realizados o mais rapidamente possível.
[151]
Células de apoio
Cerca
de 1.200 estrangeiros foram presos e encarcerados secretamente em
relação à investigação dos ataques de 11 de setembro, ainda que o
governo não tenha divulgado o número exato.
[152]
Os métodos utilizados pelo Estado para investigar e deter suspeitos
têm sido severamente criticados por organizações de direitos humanos
como
Human Rights Watch[153] e chefes de governo como a chanceler alemã
Angela Merkel.
Até agora o governo dos Estados Unidos não falou a ninguém dos
participantes da conspiração que realizaram as operações em terra.
[154]
No dia 26 de setembro de 2005, a
Audiência Nacional da Espanha, dirigida pelo juiz
Baltasar Garzón,
condenou a Abu Dahdah a 27 anos de prisão por conspiração nos atentados
de 11 de setembro e por ser parte da organização terrorista Al-Qaeda.
Ao mesmo tempo, outros 1234 membros da Al-Qaeda foram condenados a penas
de entre 6 e 12 anos.
[155][156]
Em 16 de fevereiro de 2006, o Tribunal Supremo baixou a pena de Abu
Dahdah a 12 anos porque considerou que sua participação na conspiração
não estava provada.
[157]
Reação
Resposta imediata
Um caça
F-15 Eagle voando uma missão de patrulha sobre Nova York após o 11 de setembro.
Às 08:14, o piloto do voo 11 não respondeu a uma instrução para ascender emitida pelo Centro de
Controle de Tráfego Aéreo da
Administração Federal de Aviação (FAA) em
Boston, que controla o
espaço aéreo
local. O piloto estava naquele momento voando do lado oposto às
chegadas de Boston e, como o voo 11 passou a representar um perigo
aéreo, os controladores de tráfego aéreo começaram a redirecionar as
chegadas de aeronaves para promover uma separação adequada.
[158] Às 8:20, Betty Ong, uma comissária do
voo 11 da American Airlines, avisou a empresa sobre o sequestro da aeronave.
[159] Às 08:21, o avião (agora visível apenas no
radar
primário) começou a sair radicalmente da sua rota prevista. Às 08:25, o
controlador ouviu o que acreditou ser a voz de um dos sequestradores em
uma transmissão de rádio do voo 11. O Centro de Boston chamou o Centro
de Comando FAA em
Herndon,
Virgínia, às 8:28 para relatar o ocorrido.
[160] Às 8h32, os funcionários da FAA foram avisado de que o voo 11 tinha sido sequestrado e notificaram o
Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD). O NORAD então enviou dois caças
F-15 da Base Aérea da Guarda Nacional de Otis, em
Massachusetts, que estavam em voo às 08:53.
[161]
Por causa da lenta e confusa comunicação com os funcionários da FAA, o
NORAD tinha avisado apenas sobre o sequestro do voo 11, mas não fez
nenhum aviso sobre qualquer um dos outros voos anteriores que caíram.
[161]
Às 09:28, o controlador John Werth do Centro da FAA de Cleveland ouviu "sons de possíveis gritos" vindos do
voo 93 da United Airlines, notou que o avião tinha descido 700
pés e que o
transponder
estava desligado. Naquele momento, Werth já sabia que alguns aviões de
passageiros haviam sido sequestrados e que um deles tinha atingido uma
das torres do World Trade Center, em Nova Iorque.
[162] Depois de ambas as Torres Gêmeas terem sido atingidas, mais
caças foram enviados da Base da Força Aérea Langley–Eustis, na Virgínia, às 9:30.
[161]
Às 9:32, Werth ouviu uma voz dizendo: "Nós temos uma bomba a bordo" e
pediu a seu supervisor que notificasse a Sede da FAA. Às 09:36, Centro
de Cleveland chamou o Centro de Comando da FAA, em Herndon, e perguntou
se os militares tinham sido notificados. O Centro de Comando da FAA
então disse ao Centro de Cleveland que "o pessoal da FAA estava bem
acima deles na cadeia de comando para tomar a decisão de procurar ajuda
militar e que estavam trabalhando sobre a questão". Às 09:49, a decisão
sobre a possibilidade de chamar os militares ainda não havia sido tomada
e ninguém da FAA os chamou até às 10:07, quatro minutos após o voo 93
ter caído perto de Shanksville, na
Pensilvânia.
[163][164]
Às 10:20 o então vice-presidente
Dick Cheney
deu ordem para abater qualquer aeronave comercial que pudesse ser
identificada como sequestrada. No entanto, estas instruções não foram
transmitidas a tempo dos pilotos agirem.
[161][165][166][167]
Alguns caças chegaram ao ar, sem munição, sabendo que para evitar que
os sequestradores atingissem seus alvos, os pilotos poderiam ter que
interceptar e colidir os seus caças nos aviões sequestrados,
possivelmente ejetando no último momento. Isto aconteceu diretamente com
dois pilotos de F-16 da USAF, coronel Marc Sasseville e a
tenente-novata Heather “Lucky” Penney, que, impossibilitados de terem
seus jatos armados em tempo e portando apenas munição de festim de
treinamento, receberam ordem de derrubarem o voo 93 da United de
qualquer maneira. O plano, que acabou sendo desnecessário pela queda do
avião antes que os jatos chegassem a ele, era de um se jogar contra a
cabine e outro contra a cauda do Boeing 757. Penney não pretendia
ejetar-se no último segundo pois isso poderia mudar a rota do jato no
momento da colisão e tinha consciência de estar numa missão suicida.
[168]
Pela primeira vez na história dos Estados Unidos, o espaço aéreo foi
fechado e a todas aeronaves civis não-emergenciais nos Estados Unidos,
Canadá e em vários outros países foi dada a ordem de regressar imediatamente ao chão,
[169] deixando assim dezenas de milhares de passageiros ao redor do mundo.
[170]
A FAA fechou o espaço aéreo americano para todos os voos
internacionais, fazendo com que cerca de 500 voos fossem redirecionados
para outros países. O Canadá recebeu 226 dos voos desviados e colocou em
prática a
Operação Yellow Ribbon para lidar com o grande número de aviões em terra e passageiros retidos.
[171]
Os ataques de 11 de setembro tiveram efeitos imediatos sobre o povo americano.
[172]
Equipes policiais e de resgate de todo o país largaram seus postos e
viajaram à Nova York para ajudar a resgatar os corpos dos restos
retorcidos das Torres Gêmeas do WTC.
[173] Doações de sangue aumentaram em todo o país nas semanas seguintes ao 11 de setembro.
[174][175] As mortes dos adultos que faleceram nos ataques ou morreram nas operações de resgate resultaram em mais de 3 000 crianças
órfãos de pelo menos um dos pais.
[176]
Estudos posteriores documentaram as reações dessas crianças a estas
perdas e sobre as perdas que temiam durante a vida, o ambiente de
proteção após os ataques e os efeitos sobre os responsáveis que
sobreviveram.
[177][178][179]
Operações militares após os ataques
Às 14h40min de 11 de setembro, o
secretário da Defesa Donald Rumsfeld emitiu uma rápida ordem à seus assessores para procurar evidências do envolvimento do
Iraque
nos ataques, de acordo com anotações feitas pelo alto oficial Stephen
Cambone. "Melhor informação rápida. Julgo ser boa o bastante para atacar
S.H." — se referindo à
Saddam Hussein — "ao mesmo tempo. Não apenas UBL" (
Osama bin Laden),
as notas de Cambone citam Rumsfeld dizendo: "Precisamos nos mover
rapidamente — Próximos aos prazos estabelecidos para os alvos — vão com
força máxima — vasculhem tudo. Coisas relacionadas ou não."
[180][181]
O conselho da
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) declarou que os ataques contra os
Estados Unidos
foram considerados um ataque a todos os países da aliança militar e,
como tal, correspondem ao 5º artigo da Carta Magna da organização.
[182] Ao voltar para a
Austrália após uma visita oficial aos Estados Unidos na época dos ataques, o então
primeiro-ministro australiano,
John Howard, invocou o artigo IV do tratado
ANZUS. Na reação aos atentados, a
administração Bush anunciou uma "
Guerra ao Terror", com metas estabelecidas de levar
Osama bin Laden e a
Al-Qaeda à justiça e prevenir o aparecimento de outras redes
terroristas. Estes objetivos serão realizados através de sanções econômicas e militares contra os
Estados vistos como abrigo de terroristas e aumentando a vigilância global e o compartilhamento de informações.
[183]
Em 14 de setembro de 2001, uma resolução conjunta chamada
"Autorização para o Uso da Força Militar Contra os Terroristas" foi
aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos para autorizar o presidente
do país a lutar contra os terroristas e as nações que os abrigam.
[184] Em 7 de outubro de 2001, a
Guerra no Afeganistão começou quando as forças americanas e britânicas iniciaram campanhas de
bombardeio aéreo em campos do
Talibã e da
al-Qaeda e depois invadiram o território afegão com tropas terrestres das
Forças Especiais.
A derrubada do regime talibã no Afeganistão por uma coalizão liderada
pelos americanos foi a segunda maior operação de guerra dos Estados
Unidos contra o terrorismo internacional fora de seu território e a
maior operação militar diretamente relacionada ao terrorismo. O conflito
no Afeganistão entre a
insurgência talibã e a
Força Internacional de Assistência para Segurança (ISAF) está em curso.
Filipinas e
Indonésia, entre outros países com os seus próprios conflitos internos com o
terrorismo islâmico, também aumentaram a sua prontidão militar após os ataques.
[185][186]
Reação interna
Após os ataques, a taxa de aprovação do presidente
George W. Bush subiu para 90%.
[187]
Em 20 de setembro de 2001, ele dirigiu-se à nação em uma sessão
conjunta do Congresso dos Estados Unidos sobre os eventos de 11 de
setembro e os subsequentes nove dias de esforços de resgate e
recuperação foi criada e descreveu a resposta destinada aos ataques. O
papel altamente visível de
Rudy Giuliani, então prefeito de Nova York, recebeu elogios na cidade e em todo o país.
[188]
Muitos
fundos de ajuda foram imediatamente criados
para ajudar as vítimas dos atentados, com a missão de prestar
assistência financeira para os sobreviventes dos ataques e às famílias
das vítimas. Dentro do prazo estabelecido para a compensação das
vítimas, que era de 11 de setembro de 2003, 2 833 pedidos haviam sido
recebidos das famílias daqueles que foram mortos.
[189]
Planos de contingência para continuidade de governo e evacuação de líderes foram executados quase imediatamente após os ataques.
[189]
No entanto, o Congresso não disse que os Estados Unidos estiveram sob o
estatuto de "continuidade de governo" até fevereiro de 2002.
[190]
Na maior reestruturação do governo americano na história
contemporânea, os Estados Unidos promulgaram a Lei de Segurança Nacional
(
Homeland Security Act) de 2002 e criaram o
Departamento de Segurança Interna (DHS). O Congresso também aprovou o
USA PATRIOT Act, dizendo que a legislação iria ajudar a detectar e eliminar o terrorismo e outros tipos de crimes.
[191] Grupos defensores das
liberdades civis criticaram o
Patriot Act, dizendo que a lei permite a invasão da
privacidade dos cidadãos e elimina a supervisão judicial da aplicação da lei e da inteligência doméstica.
[192][193][194] Em um esforço para combater eficazmente futuros atos de terrorismo, amplos poderes foram dados á
Agência de Segurança Nacional (NSA). A NSA começou a vigiar as telecomunicações dos cidadãos do país sem
mandado judicial,
o que foi muito criticado, uma vez que permitiu à agência "espionar os
telefonemas e e-mails entre pessoas dos Estados Unidos e pessoas no
estrangeiro sem um mandado."
[195]
Em 6 de junho de 2002, o então
procurador-geral dos Estados Unidos,
John Ashcroft,
propôs regras que criaram um programa de registro especial obrigatório
no Serviço de Imigração e Naturalização (INS) para homens entre 16 e 64
anos que eram cidadãos de determinadas nações estrangeiras e residiam em
território norte-americano. Esse homens têm a sua identidade
verificada, são entrevistados, fotografados e têm suas
impressões digitais
coletadas. O chamado Sistema de Registro de Entrada e Saída de
Segurança Nacional (NSEERS), é composto por dois programas, o
monitoramento de chegadas e partidas, de um lado, e as inscrições
voluntárias daqueles que já estão nos Estados Undios. O
Departamento de Justiça
agia sob a autoridade da Lei de Imigração e Nacionalidade de 1952, que
havia autorizado um sistema de registro, mas foi caducada em 1980 por
causa de problemas com o orçamento.
[196][197]
Ashcroft identificou aqueles que eram obrigados a se registrar como
"indivíduos de elevada preocupação para a segurança nacional que
permanecerem no país por mais de 30 dias ".
[198][199]
O processamento das chegadas aos Estados Unidos começou em outubro de
2002. O programa centrou-se primeiramente nas chegadas do
Irã,
Iraque,
Líbia,
Sudão e
Síria.
[200] Foram registradas 127 694 pessoas antes do processo ser extinto e o programa de triagem universal ter sido posto em prática.
[197]
Crimes de ódio
Vários incidentes de assédio e
crimes de ódio contra
muçulmanos e sul-asiáticos foram registrados nos dias seguintes aos ataques de 11/9.
[201][202][203] Sikhs também tornaram-se alvo porque os homens que seguem o
sikhismo geralmente usam
turbantes, que são
estereotipados e associados com os muçulmanos. Houve relatos de ataques a
mesquitas e outros edifícios religiosos (incluindo o bombardeio de um templo
hindu),
e agressões a pessoas, incluindo um assassinato: Balbir Singh Sodhi, um
sikh confundido com um muçulmano que foi morto a tiros em 15 de
setembro de 2001, em
Mesa,
Arizona.
[203]
De acordo com um estudo acadêmico, as pessoas associadas com o
Oriente Médio tinham a mesma probabilidade de serem vítimas de crimes de ódio, assim como os seguidores do
islamismo
durante esta época. O estudo também constatou um aumento semelhante em
crimes de ódio contra pessoas que podem ser identificadas como
muçulmanas, árabes e outros povos vistos como originários do Oriente
Médio.
[204] Um relatório do grupo de defesa dos americanos sul-asiáticos conhecido como
South Asian Americans Leading Together, documentou 645 incidentes de preconceito contra os americanos do
sul da Ásia
ou do Oriente Médio entre 11 e 17 de setembro. Vários crimes, tais como
incêndios, vandalismos, assaltos, tiroteios, perseguições e ameaças
foram documentados em vários lugares.
[205][206]
Reação internacional
Vladimir Putin e sua esposa em uma homenagem às vítimas dos atentados de 11 de setembro, em 16 de novembro de 2001.
Os ataques foram anunciados pelos meios de comunicação e governos de
todo o mundo. Em todo o planeta, as nações pró-americanas ofereceram
apoio e solidariedade.
[207] Líderes na maioria dos países do
Oriente Médio e
Afeganistão, condenaram os ataques. O
Iraque foi uma notável exceção, ao fazer uma declaração oficial imediata, dizendo: "os
cowboys americanos estão colhendo os frutos de seus crimes contra a humanidade".
[208] Embora o governo da
Arábia Saudita tenha condenado oficialmente os ataques, muitos sauditas apoiam a causa de Bin Laden.
[209][210] Como nos Estados Unidos, após os ataques houve um aumento das tensões entre muçulmanos e não-muçulmanos em outros países.
[211]
A Resolução 1368 do
Conselho de Segurança das Nações Unidas
condenou os ataques e manifestou disponibilidade para tomar todas as
medidas necessárias para responder e combater todas as formas de
terrorismo, em conformidade com a sua Carta Magna.
[212]
Vários países introduziram algum tipo de legislação antiterrorismo e
congelaram as contas bancárias suspeitas de terem ligações com a
Al-Qaeda.
[213][214] A aplicação da lei e as agências de inteligência em vários países também prenderam supostos terroristas.
[215][216]
Dezenas de milhares de pessoas tentaram fugir do
Afeganistão após os ataques, temendo uma resposta por parte do governo dos Estados Unidos. O
Paquistão,
que já abriga muitos refugiados afegãos de conflitos anteriores, fechou
sua fronteira com o Afeganistão em 17 de setembro de 2001. Cerca de um
mês após os ataques, os Estados Unidos lideraram uma ampla coalizão de
forças internacionais para derrubar o regime
talibã no Afeganistão por ter acolhido a al-Qaeda.
[217]
Embora as autoridades paquistanesas terem inicialmente relutado em se
alinhar com os Estados Unidos contra o talibã, elas permitiram o acesso
da coalizão a suas bases militares e mais de 600 presos foram entregues
para os Estados Unidos como suspeitos membros da al-Qaeda.
[218][219]
Os Estados Unidos usaram a
Prisão de Guantánamo, na
Base Naval da Baía de Guantánamo em
Cuba,
para manter os presos que eles definiram como "combatentes inimigos
ilegais". A legitimidade destas detenções foi questionada pela
União Europeia e por organizações de
direitos humanos.
[220][221][222]
Consequências posteriores
Efeitos econômicos
Os ataques tiveram um impacto econômico significativo nos
Estados Unidos e nos mercados mundiais.
[223] A
New York Stock Exchange (NYSE), a
American Stock Exchange (AMEX) e a
NASDAQ não abriram em
11 de setembro e permaneceram fechadas até 17 de setembro. Quando os mercados de ações reabriram, o
Dow Jones Industrial Average (DJIA), índice do mercado de ações, caiu 684 pontos, ou 7,1%, para 8.921, um recorde de recuo de um ponto em um dia.
[224]
Até o final de semana, o DJIA tinha caído 1.369,7 pontos (14,3%), até
então, a maior queda em uma semana na história, embora mais tarde
ultrapassada em 2008, durante a
crise financeira global.
[225] As bolsas estadunidenses perderam 1,4 trilhão de dólares em valor em uma semana.
[225] Isto é o equivalente a 1,72 trilhão de dólares em termos atuais.
[226]
Em Nova York, cerca de 430 mil postos de trabalho por mês e 2,8
bilhões de dólares em salários foram perdidos nos três meses seguintes
ao 11/09. Os efeitos econômicos foram mais fortes principalmente nos
setores econômicos da cidade que lidavam com exportações.
[227]
Estima-se que o PIB da cidade diminuiu 27,3 bilhões dólares nos últimos
três meses de 2001 e em todo o ano de 2002. O governo federal concedeu
11,2 bilhões de dólares em assistência imediata ao Governo de Nova
Iorque em setembro de 2001 e 10,5 bilhões de dólares no início de 2002
para o desenvolvimento econômico e para necessidades de infraestrutura.
[228]
Os ataques de 11 de setembro também prejudicaram as
pequenas empresas em
Lower Manhattan, próximas ao World Trade Center, destruindo ou deslocando cerca de 18.000 delas. Foi prestada assistência por empréstimos
Small Business Administration e pela
Community Development Block Grants and Economic Injury Disaster Loans do governo federal.
[228] Cerca de 2.960.000 m² do espaço de escritórios de
Lower Manhattan foi danificado ou destruído.
[229]
Muitos se perguntam se esses postos de trabalho seriam repostos e se a base tributária danificada iria se recuperar.
[230] Os estudos dos efeitos econômicos do 11 de setembro mostram que o
mercado imobiliário de escritórios em
Manhattan
e o emprego de escritórios foram menos afetados do que o inicialmente
esperado, devido as necessidades de serviços financeiros da indústria.
[231][232]
O
espaço aéreo
estadunidense foi fechado por vários dias após os ataques e as viagens
aéreas diminuíram após a sua reabertura, levando a uma redução de quase
20% da capacidade de
transporte aéreo e agravando os problemas financeiros da indústria aérea do país.
[233]
Efeitos na legislação antiterrorismo
Como resultado dos ataques, muitos governos por todo o mundo alteraram ou criaram uma legislação
antiterrorismo.
[234] Na
Alemanha, onde vários dos terroristas do 11 de setembro tinham morado e tirado proveito das políticas alemãs liberais de
asilo,
dois grandes pacotes de leis antiterrorismo foram decretados. O
primeiro removeu brechas legais que permitiam que terroristas vivessem e
levantassem dinheiro na Alemanha. O segundo abordou a eficácia e a
comunicação da inteligência do governo e a aplicação da lei.
[235] O
Canadá aprovou Lei Canadense Antiterrorismo, a primeira legislação antiterrorismo da nação.
[236] O
Reino Unido decretou a Lei de Antiterrorismo, Crime e Segurança de 2001 e a Lei de Prevenção ao Terrorismo de 2005.
[237][238] A
Nova Zelândia decretou a Lei de Supressão ao Terrorismo de 2002.
[239]
Nos Estados Unidos, o
Departamento de Segurança Interna foi criado para coordenar os esforços nacionais antiterrorismo. O
USA PATRIOT Act
deu ao governo federal mais poder, incluindo a autoridade de deter
estrangeiros suspeitos de terrorismo por uma semana sem acusação, para
monitorar as comunicações de telefone, e-mail e o uso da internet por
suspeitos de terrorismo e para processar suspeitos de terrorismo sem
restrições de tempo. A
Administração Federal de Aviação (FAA) ordenou que os
cockpits
dos aviões deviam ser reforçados para evitar que terroristas tomem o
controle das aeronaves e permitiu a presença de oficiais do governo em
voos. Além disso, a Lei de Segurança da Aviação e Transportes tornou o
governo federal, e não mais os aeroportos, os responsáveis pela
segurança dos aeroportos. A lei criou uma força de segurança federal
para inspecionar passageiros e bagagens, causando atrasos e preocupação
com a privacidade dos passageiros.
[240]
Efeitos na saúde
As milhares de toneladas de detritos tóxicos resultantes do colapso
das Torres Gêmeas consistiram em mais de 2 500 contaminantes, incluindo
agentes
cancerígenos conhecidos.
[241][242]
Isto conduziu a doenças debilitantes entre os trabalhadores de
emergência e de resgate, que muitos afirmam serem diretamente
relacionados com a exposição de detritos.
[243] Por exemplo, o oficial do
NYPD, Macri Frank, morreu de
câncer de pulmão que se espalhou por todo o seu corpo em 3 de setembro de
2007; sua família afirma que o
câncer é o resultado de longas horas no local dos atentados e requer a linha de benefícios em caso de morte, que a cidade de
Nova Iorque tem ainda de se pronunciar sobre.
[244]
Os efeitos na saúde também se estenderam para alguns moradores, estudantes e trabalhadores de escritórios de
Lower Manhattan e do
Chinatown da cidade.
[245]
Várias mortes foram ligadas à poeira tóxica causada pelo colapso do
World Trade Center e os nomes das vítimas serão incluídas no memorial do
World Trade Center.
[246]
Existe também a especulação científica que a exposição a vários
produtos tóxicos no ar podem ter efeitos negativos no desenvolvimento
fetal. Devido a este risco potencial para crianças o centro de saúde
ambiental está atualmente analisando as crianças cujas mães estavam
grávidas durante o colapso do WTC e estavam morando ou trabalhando perto
das torres do World Trade Center.
[247]
Sobreviventes ficaram cobertos de poeira tóxica após o colapso das torres.
Um estudo da equipe de resgate lançado em abril de 2010 constatou que
todos os trabalhadores estudados tinham comprometimento da função
pulmonar e que de 30% a 40% dos trabalhadores estavam relatando sintomas
persistentes que começaram no primeiro ano do ataque com pouca ou
nenhuma melhora desde então.
[248]
As disputas legais sobre os custos de atendimento de doenças
relacionadas com os ataques ainda estão no sistema judicial. Em 17 de
outubro de 2006, o juiz federal Alvin Hellerstein rejeitou a recusa de
Nova Iorque para pagar os custos da saúde para os trabalhadores de
salvamento, permitindo a possibilidade de vários processos contra a
cidade.
[249] Os funcionários do governo foram acusados de incitar o público a retornar à
Lower Manhattan nas semanas logo após os ataques. Christine Todd Whitman, administradora da
Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos
(EPA), na sequência dos ataques, foi duramente criticada por dizer
incorretamente que a área dos ataques era ambientalmente segura.
[250] O presidente
George W. Bush foi criticado por interferir nas interpretações da EPA e por pronunciamentos sobre a
qualidade do ar na sequência do ataques.
[251] Além disso, o então prefeito,
Rudolph Giuliani, foi criticado por incitar o pessoal do setor financeiro para voltar rapidamente à maior área de
Wall Street.
[252]
Alguns estadunidenses ficaram preocupados com a possibilidade de utilizar
aviões para viagens, fazendo maior uso de
automóveis. Isto resultou em uma estimativa 1 595 mortes "em excesso" nas
auto-estradas do país no ano seguinte aos atentados.
[253]
Impacto cultural
Vanity Fair, do artista contemporâneo britânico Guy Denning.
O impacto do 11 de setembro se estende para além da geopolítica na
sociedade e na cultura em geral. Algumas das reações imediatas aos
atentados incluíram maior foco na vida familiar, maior participação na
igreja e expressões aumento de
patriotismo, como hastear a bandeira.
[254]
A indústria do rádio respondeu removendo certas músicas das listas de
reprodução e os ataques foram posteriormente utilizados como
background ou como elementos temáticos no
cinema, televisão, música e literatura.
Programas de televisão já em execução e programas desenvolvidos após os
ataques têm refletido as preocupações culturais pós-11 de Setembro.
[255]
As
teorias conspiratórias sobre os ataques de 11 de setembro de 2001
tornaram-se fenômenos sociais, apesar do apoio insignificante de tais
opiniões por cientistas, engenheiros, especialistas e historiadores
renomados.
[256]
O 11 de Setembro também teve um grande impacto sobre a
fé
religiosa de muitos indivíduos; para alguns a reforçou para encontrar
consolo para lidar com a perda de entes queridos e superar a dor, outros
começaram a questionar sua fé ou a perderam totalmente, porque não
conseguiam
conciliar os ataques com a sua visão religiosa.
[257][258]
Investigações
FBI
Imediatamente após os ataques, o
Escritório Federal de Investigação
(FBI) começou o PENTTBOM, o maior inquérito criminal da história dos
Estados Unidos. No seu auge, mais de metade dos agentes do FBI trabalhou
nessa investigação.
[259] O FBI concluiu que havia evidências "claras e irrefutáveis" ligando a al-Qaeda e Bin Laden aos ataques.
[260]
A instituição logo foi capaz de identificar os sequestradores, incluindo o líder
Mohamed Atta, quando sua bagagem foi descoberta no
Aeroporto Internacional de Boston. Devido a uma confusão, a bagagem não entrou a bordo do
Voo 11 da American Airlines,
conforme o planejado. A bagagem continha os nomes, as atribuições e as
conexões dos sequestradores e da al-Qaeda. "Ele tinha todos esses
documentos em língua árabe que resultaram na
Pedra de Roseta da investigação", disse um agente do FBI.
[261]
Poucas horas depois dos ataques, o FBI divulgou os nomes e, em muitos
casos, os dados pessoais dos pilotos suspeitos e dos sequestradores.
[262][263] Ao meio-dia, a
Agência de Segurança Nacional (NSA) e as agências de inteligência alemãs interceptaram comunicações que apontavam para Osama bin Laden.
[264][265]
Em 27 de setembro de 2001, o FBI divulgou as fotos dos 19
sequestradores, juntamente com informações sobre as possíveis
nacionalidades e pseudônimos de cada um deles.
[266] Quinze dos homens eram da
Arábia Saudita, dois dos
Emirados Árabes Unidos, um do
Egito (Atta) e um do
Líbano.
[267]
Comissão do 11/9
A
Comissão Nacional dos Ataques Terroristas nos Estados Unidos (Comissão do 11/9), presidida pelo ex-governador de
Nova Jersey,
Thomas Kean, foi formada no final de 2002 para preparar um relatório
completo das circunstâncias que envolveram os ataques, incluindo o
planejamento e a resposta imediata aos atentados.
[268]
Em 22 de julho de 2004, a Comissão do 11/9 emitiu o Relatório da
Comissão do 11 de setembro. O documentou detalhou os acontecimentos do
dia dos ataques, concluiu que os atentados foram realizados por membros
da
al-Qaeda
e examinou como as agências de segurança e inteligência estavam
inadequadamente coordenadas para evitar os atentados. Formada a partir
de um grupo independente bipartidário de senadores, a maioria dos
antigos parlamentares, comissários e governadores, explicou: "Nós
acreditamos que os ataques de 11/9 revelou quatro tipos de falhas: na
imaginação, na política, nos recursos e na gestão."
[269]
A comissão fez inúmeras recomendações sobre como prevenir futuros
ataques e, em 2011, constatou-se que várias dessas recomendações ainda
não haviam sido implementadas.
[270]
Colapso do World Trade Center
O
Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia
(NIST) dos Estados Unidos investigou o colapso das Torres Gêmeas e da
Torre 7 do World Trade Center. As investigações examinaram o porquê dos
prédios terem desmoronado, quais medidas de proteção contra incêndios
estavam no local e como sistemas de proteção contra incêndio podem ser
melhorados em construções futuras.
[271] A investigação sobre o colapso do WTC 1 e WTC 2 foi concluída em outubro de 2005 e a do WTC 7 foi concluída em agosto de 2008.
[272]
As colunas exteriores de apoio do nível mais baixo da torre sul permaneceram de pé após o desabamento do prédio.
O NIST constatou que a infraestrutura de aço à prova de fogo das
Torres Gêmeas foi arrancada pelo impacto inicial dos aviões e que, se
isso não tivesse acontecido, as torres provavelmente teriam permanecido
de pé.
[273] Um estudo de 2007 do colapso da Torre Norte e publicado por pesquisadores da
Universidade de Purdue
determinou que, uma vez que o impacto do avião retirou a maior parte do
isolamento térmico da estrutura, o calor do incêndio dos escritórios
teria amolecido e enfraquecido as vigas e colunas expostas o suficiente
para iniciar o colapso do edifício, independentemente do número de
colunas arrebentadas ou danificadas pelo impacto.
[274][275]
O diretor do relatório inicial afirmou que "as torres ficaram
surpreendentemente bem. A aeronave terrorista não levou os edifícios
abaixo; foi o incêndio que se seguiu. Foi provado que você pode tirar
dois terços das colunas de uma torre e o prédio ainda estaria de pé."
[276]
Os incêndios enfraqueceram as vigas que suportavam os pisos, levando ao
afundamento dos andares. A flacidez dos pisos puxou as colunas de aço
exteriores, o que levou as colunas exteriores a se curvarem para dentro.
Com o dano nas colunas centrais, as colunas exteriores fumegantes já
não podiam suportar a estrutura dos edifícios, fazendo-os entrar em
colapso. Além disso, o relatório descobriu escadas nas torres que não
foram adequadamente reforçadas para proporcionar uma evacuação de
emergência adequada para as pessoas que estavam acima das zonas de
impacto.
[277]
O NIST concluiu que incêndios descontrolados no WTC 7 queimaram o piso e
as vigas e, posteriormente, "causaram uma falha crítica do apoio da
coluna, dando início a um colapso induzido pelo progressivo incêndio que
levou o edifício abaixo."
[272]
Investigação interna da CIA
O inspetor geral da
Agência Central de Inteligência
(CIA) realizou uma avaliação interna do desempenho pré-11/9 da agência e
foi duramente crítico aos altos funcionários da CIA por não fazerem
todo o possível para enfrentar o terrorismo. Ele criticou sua
incapacidade de parar dois dos sequestradores,
Nawaf al-Hazmi e
Khalid al-Mihdhar, quando eles entraram nos Estados Unidos e sua incapacidade de compartilhar informações sobre os dois homens com o FBI.
[278]
Em maio de 2007, os senadores de ambos os principais partidos políticos
dos Estados Unidos elaboraram uma legislação para tornar pública a
revisão. Um dos apoiadores, o senador Ron Wyden, disse: "O povo
americano tem o direito de saber o que a Agência Central de Inteligência
estava fazendo naqueles meses críticos antes de 11/9."
[279]
Suspeita de financiamento saudita
Em fevereiro de 2015,
Zacarias Moussaoui, ex-membro da
Al Qaeda que cumpre prisão perpétua por participação nos ataques, disse a advogados de vítimas do atentado que membros da
família real da
Arábia Saudita
deram apoio ao grupo militante islâmico. Zacarias Moussaoui fez as
declarações em depoimento prestado em um tribunal federal em Manhattan.
Ele afirmou que uma lista de doadores do final da década de 1990 que ele
montou durante a liderança de
Osama bin Laden na Al Qaeda incluía algumas autoridades sauditas, como o príncipe
Turki al-Faisal Al Saud, ex-chefe da inteligência saudita. Moussaoui também disse que teve um encontro na cidade de
Kandahar, no
Afeganistão, com uma autoridade da embaixada da Arábia Saudita em
Washington e que os dois iriam juntos aos
Estados Unidos para planejar e executar um ataque contra o avião presidencial dos Estados Unidos, o
Air Force One. A embaixada saudita disse nesta quarta-feira que as acusações de Moussaoui pareciam ter o objetivo de prejudicar as
relações entre Arábia Saudita e Estados Unidos e contradiziam as conclusões da
Comissão do 11 de Setembro, que não encontrou evidências de financiamentos sauditas à Al Qaeda.
[280]
As declarações de Moussaoui somam-se a uma seção que ainda secreta do relatório dos comitês de inteligência do
Congresso dos Estados Unidos
sobre os atentados, que consiste de 28 páginas que examinam o apoio
dado aos terroristas e que supostamente implicam sauditas proeminentes
no financiamento ao terrorismo. Críticos no Congresso apontam que os
governos
Bush e
Obama
mantiveram o documento sob sigilo por medo de atrapalhar as relações
com a Arábia Saudita, um parceiro econômico e militar influente no
Oriente Médio,
e não pela segurança nacional. O governo saudita afirmou que defende a
divulgação das 28 páginas do relatório, porque tornaria mais fácil
refutar imputações que define como infundadas.
[281]
Controvérsias
Após a divulgação dos resultados das investigações oficiais sobre os
atentados, muitos civis, físicos, engenheiros, militares, pilotos e
alguns dos sobreviventes questionaram a versão governamental sobre as
causas e os responsáveis pelos ataques. Os teóricos da
conspiração
discordam da versão oficial dos atentados, questionam as motivações e
as partes envolvidas por trás deles, e se envolveram em investigações
independentes. Algumas das teorias da conspiração veem os ataques como
um
casus belli através de uma
operação de bandeira falsa (como com a malsucedida
Operação Northwoods,
nos anos 1960) para trazer o aumento da militarização e do poder do
governo sobre a população. Os defensores das teorias conspiratórias do
11 de setembro têm sugerido que indivíduos dentro dos
Estados Unidos possuíam informações detalhadas sobre os ataques e deliberadamente optaram por não evitá-los, ou que indivíduos de fora da
al-Qaeda planejaram, realizaram ou auxiliaram a realização dos atentados.
[282][283] Uma pesquisa realizada em 2013 pela empresa de
pesquisa de mercado
YouGov e publicada próximo ao décimo segundo aniversário dos ataques
apontou que um em cada dois norte-americanos ainda tem dúvidas sobre a
versão do governo do país sobre as causas e consequências dos atentados
de 11 de setembro.
[284]
O principal ponto de controvérsia é o
colapso estrutural das Torres Gêmeas e da
Torre 7 do complexo do
World Trade Center.
Alguns teóricos da conspiração reivindicam que o World Trade Center não
entrou em colapso por causa da colisão das aeronaves, mas que foi
implodido com a ajuda de
explosivos.
[282][283][285] Esta hipótese de demolição controlada, no entanto, é rejeitada por renomadas organizações como o
Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia e a
Sociedade Americana de Engenheiros Civis,
que, após investigação, concluíram que os impactos dos aviões em alta
velocidade, associados aos incêndios posteriores, causaram o colapso das
duas torres.
[286][287][288]
O ataque ao Pentágono também levantou diversas dúvidas. Um dos pontos
questionados é que, por ser um edifício relativamente baixo, a sede do
Departamento de Defesa dos Estados Unidos seria um alvo difícil para um
Boeing 757 a uma velocidade de 560 quilômetros por hora
[283] acertar com precisão.
[282] Entre os que questionam a versão oficial está o grupo
Pilots for Truth (em
português:
Pilotos pela Verdade
- tradução livre), que afirma que não foram encontradas marcas das asas
do avião ou destroços da aeronave no local do impacto. Também causou
controvérsia a falta de testemunhas oculares do momento do ataque, a
rapidez com que o
FBI
recolheu as gravações de circuito interno de câmeras da região do
Pentágono imediatamente após a explosão, além do fato das poucas imagens
disponibilizadas não mostrarem o momento do choque do 757 contra o
prédio.
[282][283] O jornalista e cientista político francês
Thierry Meyssan defende em seu livro
11 de setembro de 2001 – Uma Terrível Farsa que o Pentágono foi, na verdade, atingido por um míssil.
[289]
A explicação da Sociedade Americana de Engenheiros Civis para o buraco
na fachada do Pentágono foi a de que um avião, quando bate, não deixa
uma silhueta perfeita de si. Além disso, corpos de passageiros foram
identificados nos escombros. A falta de destroços do avião seria
explicada pelo fato de que, com o impacto e a explosão subsequente, a
aeronave teria sido praticamente desintegrada.
[290]
Memoriais
Nos dias que se seguiram aos ataques, muitos memoriais e vigílias foram realizadas ao redor do mundo.
[291][292][293] Além disso, as fotos foram colocadas em todo o
Ground Zero.
Uma testemunha descreveu ser incapaz de "se afastar dos rostos de
vítimas inocentes que foram mortas. Suas fotos estão em toda parte, em
cabines telefônicas, postes de luz, paredes de estações de metrô. Tudo o
que me fez lembrar de um grande funeral, as pessoas caladas e tristes,
mas também muito bom. Antes, New York me dava uma sensação de frio,
agora as pessoas estavam chegando para ajudar umas as outras."
[294]
Um dos primeiros memoriais foi o "
Tribute in Light",
uma instalação de 88 holofotes no local onde ficavam as torres do World
Trade Center que projeta duas colunas verticais de luz no céu.
[295] Em Nova Iorque, a concorrência pelo Memorial do World Trade Center realizou-se a concepção de um memorial apropriado no local.
[296] O desenho vencedor,
Refletindo Ausência, foi selecionado em agosto de 2006 e consiste de um par de
espelhos d'água no local onde estavam das torres, cercado por uma lista dos nomes de vítimas em um espaço memorial no subsolo.
[297] Os planos para um museu no local foram suspensos, na sequência do abandono do
International Freedom Center, em reação às denúncias das famílias das vítimas.
[298]
O
Memorial do Pentágono foi concluído e aberto ao público durante o sétimo aniversário dos ataques, em 11 de setembro de
2008.
[299][300] Trata-se de um parque com 184 bancos de frente para o Pentágono.
[301] Quando o
Pentágono
foi reparado entre 2001 e 2002, uma capela privada e um memorial no
interior foram incluídos, situada no local onde o voo 77 se chocou
contra o edifício.
[302]
Em
Shanksville, o
Memorial Nacional do Voo 93
está previsto para incluir um bosque esculpido de árvores formando um
círculo em torno do local do acidente, dividido pelo caminho do avião,
enquanto sinos de vento carregarão os nomes das vítimas.
[303] Um memorial temporário está localizado a 457 metros do local do acidente.
[304] Os bombeiros de Nova York doaram um memorial para o Corpo de Bombeiros Voluntários de Shanksville. É uma cruz de aço do
World Trade Center montada em cima de uma plataforma em forma de
pentágono.
[305] Foi instalado fora do quartel em 25 de agosto de 2008.
[306]
Muitos outros monumentos permanentes estão sendo construídos em
outros lugares e bolsas de estudo e caridade foram estabelecidas para as
famílias das vítimas, junto com muitas outras organizações e números
privados.
[307]
Reconstrução
No dia dos ataques, o então prefeito de Nova York,
Rudy Giuliani,
proclamou, "Nós vamos reconstruir. Nós vamos sair dessa mais fortes do
que antes, mais fortes politicamente, economicamente mais fortes. A
linha do horizonte será feita toda de novo."
[308] A
Lower Manhattan Development Corporation,
empresa responsável pela coordenação dos esforços de reconstrução no
local do World Trade Center, foi criticada por fazer pouco com o
financiamento direcionado para o enorme esforço de reconstrução.
[309][310]
Além da construção do
World Trade Center 7, junto ao local principal e concluído em 2006, e da
Estação PATH,
que abriu no final de 2003, o trabalho na reconstrução do local
principal do World Trade Center foi adiado até final de 2006, quando o
arrendatário
Larry Silverstein e a
Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey chegaram a um acordo sobre o financiamento dos novos edifícios.
[311] A
One World Trade Center está em construção no local e, com 541 metros após a conclusão em 2011, se tornará
um dos edifícios mais altos na
América do Norte, perdendo apenas para a
CN Tower em
Toronto,
Canadá.
[312][313]
No
local do World Trade Center,
mais três torres estão sendo construídas à leste de onde as torres
originais estavam. Embora a construção de todas as três torres já tenha
começado, elas estão previstas para serem concluídas pouco depois da
conclusão do
One World Trade Center.
[314] A seção danificada do
Pentágono foi reconstruída e ocupada dentro de um ano após os ataques.
[315]
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ATENÇÃO:
Limitei-me a transcrever o texto inserto em Wikipédia. Apesar de haver muitas discrepâncias em vários outros escritos chegando-se até a asseverar que tudo isto terá sido uma Farsa montada pelos Estados Unidos (no que eu não acredito) decidi não FAZER QUAISQUER COMENTÁRIOS.
Isso ficará para quem quiser ler, aprofundar e especular sobre o que se passou.
Obrigado pela Atenção que me dispensarem.
ANTÓNIO FONSECA