sexta-feira, 1 de abril de 2016

EXPRESSO CURTO - 1 DE ABRIL DE 2016


Os espinhos de Passos e as ameaças do Daesh

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com



Bom dia, este é o seu Expresso Curto 
POR MARTIM SILVA
Diretor-Executivo
 
1 de Abril de 2016
 
Os espinhos de Passos e as ameaças do Daesh
 
Bom dia,
Hoje é 1 de Abril, o Dia das Mentiras* mas o que aqui vou dizer é verdade. Nalguns dos casos, infelizmente...
Hoje é 1 de Abril e o PSD começa o seu Congresso, em Espinho. Uma reunião em que Passos Coelho tem a eleição garantida mas em que são de esperar alguns espinhos para o líder laranja.
Hoje é 1 de Abril e o Daesh ameaça Portugal. Até agora temos estado fora da mira dos ataques dos terroristas islâmicos mas os sinais que recebemos são significativos e não podem deixar de ser considerados preocupantes.

(* segundo reza a história, a data começou a ser assinalada em França depois de, no século XVI, se ter instituído, com o calendário gregoriano, que o ano novo passava a ser assinalado a 1 de janeiro em vez de no final de março, com uma semana de festejos non stop, o que na altura levou muitos a ignorarem as novas regras e a continuarem a celebrar a data antiga)

Vamos ao primeiro tema em destaque:
Passos abre hoje o Congresso do PSD em Espinho. Fá-lo na oposição e numa altura em que vão crescendo as vozes resistentes à sua liderança. Ainda de forma suave e muitas vezes velada, a temporada do líder incontestado já lá vai. O Jornal de Notícias diz “Passos pressionado pelas autárquicas e pela renovação”, o Observador fala no “laranja solitário”, o Público titula no destaque dado ao tema que “partido pede renovação mas Passos diz que não inventa”. E o Diário de Notícias dá voz a Pedro Duarte (um dos rostos desalinhados), que afirma que “a transição do Governo para a oposição está a ser traumática”.

Ao longo dos próximos três dias a equipa de Política do Expresso estará em Espinho para lhe contar tudo. Na edição semanal do jornal, amanhã, e no online non stop até domingo.

O Congresso não terá luta pela liderança mas por estes sinais, e pelo que nos diz a história do partido, vai seguramente ter momentos muito animados (o que também seguramente já não terá é Marcelo como animador de serviço, como aconteceu há dois anos em Lisboa).

Agora o Daesh:
"Hoje Bruxelas e o seu aeroporto, e amanhã pode ser Portugal e a Hungria"Esta mensagem foi colocada nos canais de propaganda do Daesh e foi ontem noticiada no Expresso Diário pelo Hugo Franco, que acompanha de perto o assunto para o jornal há já muito tempo.

Poucas horas depois a ministra da Administração Interna confirmava ao Expresso que o Governo está a acompanhar e monitorizar estas ameaças. "As autoridades portuguesas estão a acompanhar esta informação, como fazem com todas as outras, que direta ou indiretamente façam referência a Portugal ou a cidadãos portugueses", disse Constança Urbano de Sousa.
Já durante a noite ficou a saber-se que Portugal reforçou as medidas de segurança, nomeadamente as relacionadas com a segurança nos nossos aeroportos.
 



OUTRAS NOTÍCIAS
Cá dentro,

Começa hoje o prazo para a entrega da declaração de IRSrelativa a 2015 para quem não tem outros rendimentos que não o salário ou a pensão. O Jornal de Negócios é quem maior destaque dá ao tema, com um especial nas suas páginas e a capa dedicada ao tema: “IRS, separado ou conjunto, o que compensa mais?”
Também o Correio da Manhã dá grande destaque ao assunto, titulando na capa “Mais de um milhão com desconto máximo no IRS”.

António Varela, que foi administrador do Banif entre 2013 e 2014 indicado pelo Estado, foi ontem ouvido na comissão parlamentar de inquérito ao banco, na audição mais longa até ao momento, e afirmou que a gestão que foi feita antes de 2012 era "péssima"e que o banco era péssimo. Este ex-responsável pelo Banif e ex-responsável pela supervisão no Banco de Portugal, de onde saiu em rutura com Carlos Costa, não foi meigo com o Governador. Este, por sua vez, é hoje referido na manchete do Público, que afirma que“Carlos Costa garantiu a Vítor Gaspar em 2012 que o Banif era viável”.
A este propósito vale ainda a pena recuperar este artigo do Filipe Santos Costa na última edição do Expresso, em que se refere acuriosa troca de cartas entre três ministros das Finanças e Carlos Costa ao longo dos últimos anos.

Destaque ainda para esta notícia que hoje colocamos no site do Expresso, e que dá conta de como a “dívida da Ongoing supera 1,2 mil milhões de euros”.

O Parlamento chumbou ontem dois votos de condenação pelas penas de prisão contra 17 ativistas em Angola. O caso (além de ser vergonhoso) gerou polémica no Parlamento, com a líder do BE aenviar uma farpa ao seu parceiro de "geringonça" PCP.

O Banco de Portugal anunciou duas tentativas para vender o Novo Banco, uma junto de investidores estratégicos outra no mercado.

juíza que tem de decidir se a licenciatura de Miguel Relvas é ou não válida (ainda se lembra do caso?) decidiu. Decidiu que só vai decidir mais tarde se a sua decisão é decidir que é ou não válida. Estranho? simmm...

Noutro caso judicial, o que opõe Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho, os juízes não se entendem quanto a decidir se a juíza que tem o caso em mãos deve ou não ser afastada.

A atividade da extrema-direita aumentou em Portugal no último ano, de acordo com o RASI, o Relatório Anual de Segurança Interna.

Depois de ontem o Correio da Manhã ter dado grande destaque de capa a Alexandre Pinto da Costa, a propósito dos negócios de transferências do clube, com o título “Família de Pinto da Costa suga dragão”, hoje a resposta é dada… no Jornal de Notícias. Em entrevista, afirma “que fique claro, a minha influência, ou responsabilidade, no FC Porto, é zero. Não a tenho, seja nas contratações ou na constituição do plantel”. “Está na hora de dizer basta”, acrescenta.

Esta noite é lançada mais uma jornada da liga de futebol, com um escaldante Benfica-Braga pelas 20.30.

Ontem, soube-se da morte de uma antiga lenda do Sporting,Fernando Mendes.

A 12 de Março, na edição impressa, o José Pedro Castanheira publicava na Revista do Expresso um longo artigo sobre “A mais espectacular acção de sabotagem dos tempos da ditadura”. Tratou-se de um ataque em Tancos, em 1971. Agora, no Diário, temos a versão multimédia do tema. Leia e veja aqui.

E qual o novo filme em que Paulo Branco está metido?


Lá fora,
Tem-se falado da situação política e económica, mas também a nível social Angola vive momentos de alarme. “Falência do sistema de saúde entope morgues e cemitérios”, afirma na edição de ontem do Expresso Diário o correspondente do jornal em Angola, Gustavo Costa.

Sete polícias morreram em atentado na Turquia.

Uma semana depois dos atentados, o aeroporto de Bruxelas está pronto para voltar a funcionar.

Sérgio Moro, o polémico juiz que anda a investigar o caso decorrupção em que está envolvido Lula da Silva, foi mesmo afastado do caso pelo Supremo brasileiro.

Ainda no Brasil, com o aproximar dos Jogos Olímpicos há ainda muitas dúvidas. Inclusivamente sobre a qualidade e limpeza da águado mar junto à cidade.

Estados Unidos e China prometem assinar um acordo sobre o clima. E criam uma frente unida contra o programa nuclear da Coreia do Norte.

Ainda nos EUA, várias jogadoras de topo de futebol apresentaramuma queixa por receberem menos que os homens.

Um quinto da população mundial adulta será obesa dentro de menos de dez anos, alerta um estudo publicado na Lancet.


FRASES
"Se um dia formos chamados a defender 17 jovens comunistas presos na Hungria ou Ucrânia por lerem um livro, também não ficaremos em silêncio”, disse Catarina Martins, numa nota no twitter, depois da votação dos acontecimentos em Angola no Parlamento, uma referência ao PCP
“Gosto de acreditar que há por aí uns heróis à solta”Rui Pregal da Cunha, ex-Heróis do Mar, em entrevista ao Jornal de Negócios
“A minha influência no FC Porto é zero”Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente do clube, em entrevista ao Jornal de Notícias
“Fui profundamente infeliz nos últimos anos na Assembleia da República”Ana Drago, antiga dirigente do Bloco de Esquerda que entretanto se mudou para o Livre. E que agora, em entrevista ao i, confessa “hoje, creio que sim, votava no Bloco de Esquerda”. Não há amor como o primeiro…


O QUE EU ANDO A LER
Nos últimos dias dediquei-me a um vício antigo e sempre repetido mais ou menos por esta altura do ano. "The Best American Magazine Writing". Não é bem um livro não é bem uma revista. É uma mistura deliciosa dos dois. Vindo pela Amazon, chegou-me a edição de 2015 (já vou para aí em 12 anos disto). Trata-se de uma colectânea do que melhor se publicou (em papel e digital) no ano passado nas revistas norte-americanas. Da Vanity Fair à The New Yorker, The Atlantic, The Atavist, Slate, GQ, etc. Exemplos? um artigo do jornalista e escritor Ta-Nehisi Coates sobre a polémica das reparações aos afro-americanos, a peça "Shame and Survival" em que Monica Lewinsky relatou pela primeira vez tudo pelo que passou nestes 18 anos ou, por exemplo, um artigo sobreKate Upton e a loucura das modelos nas redes sociais.

Por hoje é tudo, amanhã é dia de edição semanal do Expresso. Adianto-lhe já que na Revista tem como temas mais longos um retrato da ascensão e queda de Pinto da Costa, revelações surpreendentes sobre Amílcar Cabral, uma entrevista a Borges Coelho e ainda uma reportagem dos nossos enviados a Bruxelas, a propósito dos últimos atentados terroristas.

Amanhã é 2 de Abril. Há precisamente 40 anos era aprovada no Parlamento a Constituição da República Portuguesa. Para assinalar a data, o Expresso vai distribuir gratuitamente aos seus leitores um exemplar de bolso da nossa Lei Fundamental. É caso para dizer que nunca foi tão fácil tornar-se um constitucionalista de algibeira.

Tenha um grande dia e um fim de semana ainda melhor.
 

 
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EXPRESSO DIÁRIO - 1 DE ABRIL DE 2016


Cinco notícias, aqui dos bastidores

Para: antoniofonseca1940@hotmail.com
535
01 ABR 2016
POR PEDRO SANTOS GUERREIRO
Diretor
 
Cinco notícias, aqui dos bastidores
Sexta-feira.

Eram duas da tarde quando a direção desenhou a primeira página, depois da última reunião da semana com os editores. É sempre assim. A página em branco parece enorme mas, à medida que selecionamos a manchete, a fotografia, as 24 Horas, as chamadas, a página fica pequena. É sempre assim.

Sexta-feira é dia de fecho do semanário que no dia seguinte os leitores poderão abrir e se o Expresso tem a folha maior da imprensa portuguesa, ela é sempre pequena para o nosso impulso de mostrarmos tudo o que, no nosso entendimento, os leitores precisam de saber que está lá dentro. Lá dentro no Primeiro Caderno, lá dentro na Economia, lá dentro na Revista E, lá dentro até nos livros, o segundo volume da História dos Descobrimentos de Jaime Cortesão, a edição de bolso da Constituição da República Portuguesa, oferecida 40 anos depois da Constituinte.

1. Há coisas nacionais que deviam ser causas nacionais.Dizemos muitas vezes que a geração que tem hoje entre 20 e 30 anos é a primeira a viver pior que a dos pais - razão pela qual, aliás, muitas vezes as duas gerações vivem na mesma casa. A existência deste fosso geracional não é apenas uma perceção. É um facto. Um facto que mostramos amanhã. A Joana Pereira Bastos e a Raquel Albuquerque estiveram duas semanas neste trabalho, que mostra que os jovens estão a perder rendimentos há vinte anos, agravando o fosso geracional e criando uma situação de desigualdade sem precedentes. São dados nunca antes divulgados, apurados pelo INE a pedido do Expresso (e obrigado por isso) e que cruzam rendimentos com idades. Falámos com economistas e sociólogos. E com uma dezena de jovens, muitos dos quais já não são assim tão jovens, e que têm o presente comprometido e o futuro hipotecado. Porque a pobreza ameaça até a sua velhice. Chama-se "a geração que a economia atraiçoou". E não é um lamento, é uma inquietação sobre a sociedade que construímos, deixámos construir e que não deixará de ser esta forma de aperto se todos estivermos pacificados com a ideia de apartar.

2. E é por isso que emigram. Tantos. Quantos? Mais do que nunca. Sim, é mesmo verdade, o fenómeno de emigração portuguesa só tem paralelo com os anos 60 e 70. Amanhã explicamos porquê. E por que tantos, partindo, não voltam nem pensam voltar. É outro fosso, não apenas geográfico, mas familiar. Entre os que vão e os que ficam.

3. É uma entrevista impressionante, pela coragem, pela revolta - mas também pelo desespero. Mónica Almeida estava em Lisboa quando soube da sentença de prisão de 17 ativistas em Angola, incluindo a do seu marido, Luaty Beirão. A Alexandra Simões de Abreu entrevistou-a ao início da noite aqui no Expresso, para ouvir que "em Angola ainda nada é suficiente para acender o rastilho". Foi em vão? "Isto não vai mudar agora, nem daqui a cem anos. Não deposito nenhum tipo de esperança na minha geração". Nem nas seguintes, diz. O que se passa em Luanda também passa por Lisboa. Os direitos humanos não são um assunto de nacionalidades, mas de homens e mulheres. Os que estão lá. Os que estão cá.

4. Daesh. As ameaças a Portugal feitas esta semana levaram o Hugo Franco e a Raquel Moleiro (os dois jornalistas que investigam o fenómeno em Portugal há mais tempo), bem como o Micael Pereira, a descobrir novos dados que podem criar perturbação. A Luísa Meireles e a Helena Pereiraentrevistaram o ministro da Defesa, que falou sobre o assunto. E sobre o medo e a forma de não ser consumido por ele.

5. A ascensão e queda de Jorge Nuno Pinto da Costa.Trata-se de um texto desenvolvido por Rui Santos, que faz uma análise sobre um líder que fez do FC Porto o que o FC Porto é, sem sabermos hoje o que será. Mas sabendo hoje que o presidente de sempre já não é incontestado. Nem ele nem os negócios que sob ele se têm feito no clube.

Depois de uma semana de intensas audições na Comissão Parlamentar de Inquérito ao Banif, ainda há muito por contar e muita documentação que merece ser revelada. Fazêmo-lo amanhã. Há ainda novidades sobre a Lei das Rendas… E sobre a forma como o Governo continua a preferir as nomeações aos concursos na escolha dos dirigentes da Administração Pública.

Esta newsletter é diferente do habitual, porque já estamos a falar de amanhã sem termos ainda escrito sobre hoje. Mas hoje já há um Expresso Diário, que mostra que nenhum partido à esquerda ou à direita do PS quer agora que o Presidente da República use a “bomba atómica”, arma a que já pode recorrer a partir de segunda-feira. E mostramos, também, o que mudou na Constituição nas sete revisões a que foi sujeita desde que foi aprovada, há 40 anos.

Já vai longo, o texto. Para nós, jornalistas, é um texto contínuo, que vamos escrevendo para si a cada hora. Agora são 18:45, faltam duas ou três horas para o semanário fechar, e a última página que fecharemos será a primeira que lerá. Amanhã. Daqui a pouco. Até já.
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A ameaça direta que o Daesh fez a Portugal é mesmo para levar a sério?
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Vai ter de dar uns minutinhos à nossa Constituição
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