sexta-feira, 30 de outubro de 2015

SALAZAR... NEM TUDO FOI MAU - 30 DE OUTUBRO DE 2015

REALIDADE EM PORTUGAL....
Pedro Chagas Freitas adicionou 2 fotos novas.
«Moro num país em que a pobreza está legalizada»,
e Guilherme (nome fictício para algo que deveria ser ficção) passa a mão direita pelo olho do mesmo lado, esfrega uma e outra vez a pele molhada, as rugas a mostrarem que não é só por dentro que o tempo passa. Tem setenta e um anos, toda uma vida de trabalho para trás, e agora o que lhe resta é a casa a cair de sempre no bairro acabado de sempre.
«Moro num país em que a pobreza não é crime»,
a mão sempre nas lágrimas, as pessoas à volta a olharem com medo.
«Um pobre assusta as pessoas, sabe»,
pergunta-me, os olhos grandes e azuis como que a pedirem desculpa pelo cheiro de quem não sabe o que é água quente há anos, as mãos que se mexem como se procurassem o motivo para a vida.
«Às vezes, por uma questão de respeito, desisto de estender a mão e de pedir, sei que as pessoas têm os seus problemas e não querem saber de mim. Nesses dias opto pelos caixotes do lixo e até nem me tenho dado mal»,
conta, e consegue sorrir o sorriso mais corajoso que existe, e desta vez já são as minhas lágrimas que querem sair; aguento e prossigo, pergunto-lhe o que fazia, o que levou ali, àquele pedaço de nada numa vida tão grande que se foi.
«Trabalhei nas obras, tive uma mercearia, depois até abri um restaurante, veja lá. Mas depois veio esta coisa da crise e tive de voltar aos trabalhos forçados. Mas ninguém me queria. Já era velho demais para trabalhar e ainda era novo demais para deixar de trabalhar»,
pára um segundo, talvez dois, e continua, as lágrimas pararam mas a cabeça não.
«Era velho demais para viver e novo demais para morrer»,
as vidas de todos os velhos deste país, e de tantos velhos neste mundo, definidas numa frase, apetece-me abraçá-lo, dizer-lhe que venha comigo para casa, que farei o que puder e o que não puder para que nada lhe falte, mas nada lhe digo: sei que se há algo que não lhe falta é o orgulho que resta a quem já nada tem.
«Já houve quem me quisesse ajudar, dar-me uma vida longe daqui, onde houvesse água da boa para beber e comida da boa para comer. Mas eu não quero. Trabalhei demais para aceitar morrer de esmolas»,
a expressão fica na minha cabeça, ele explica-a, talvez haja outra lágrima quase a sair.
«Viver de esmolas não existe, sabe? Viver de esmolas não existe. Quem anda aqui por esmolas está a morrer de esmolas, e eu trabalhei tanto, tanto, sabe? Não quero o que não mereço, nunca quis o que não merecia. Só quero o que me disseram que ia ter, mas aqui neste país, não sei se já lhe disse, a pobreza não é crime, parece que os políticos que lá estão a legalizaram»,
revela, e mostra um jornal tão gasto como a pele dos braços, a notícia de um qualquer orçamento de Estado aprovado a cobrir a primeira página toda.
«O que eles querem é que a malta tenha medo de ficar como eu. Nada assusta mais do que a pobreza, não sei se já lhe tinha dito. A pobreza não é o fim mas é um final movente, vai-nos acabando por dentro, vai-nos levando aos poucos; começa pelo orgulho, depois leva a autoconfiança, até que, se não estamos atentos, ficamos sem nada, resta-nos pedir e ficar nas mãos de quem nos pôs assim. Mas a mim esta gente não leva. A mim esta gente não leva»,
as palavras abanadas como uma bandeira, branca de paz e nunca de rendição, cada vez mais pessoas à nossa volta, a noite a cair e, ao longe, no céu, a promessa da chuva quase a chegar.
«O que eles querem é que a gente se refugie da chuva, entende? Querem que a gente tenha medo de se molhar e se refugie da chuva, e que por isso, para isso, faça o que eles querem. O que eles querem é que nós todos sejamos cordeirinhos, e eles dizem vai e nós vamos, e eles mandam fica e nós ficamos. Estamos todos como estamos agora, mesmo agora, a chuva quase a cair e cada um de nós a ter de escolher se se abriga ou se se deixa ficar»,
até que a chuva começa mesmo, as pessoas a correr, os cafés a encher em redor, os toldos das lojas ocupados, eu e Guilherme sozinhos no meio da rua.
«Está ver como todos fogem? É isto que eles fazem»,
outra vez o jornal abanado, as folhas molhadas a caírem aos pedaços.
«Ameaçam que vem chuva, fazem chover mesmo, e as pessoas fogem dela, é mais fácil fazer de conta que se aguenta assim; as pessoas preferem estar recatadas, escondidas do que molha. Mas olhe: a minha avó, Deus a guarde num lugar especial, sempre me disse que quem anda à chuva molha-se, e eu prefiro estar todo encharcado do que só levemente molhado, sabe? Se é para molhar que sirva para lavar, dizia-me ela»,
a rua deserta, eu e ele ensopados, e por momentos até as rugas parecem desaparecer por debaixo da água.
«Todas as águas servem para sarar. Já não vai ser no meu tempo mas tenho a certeza de que um dia as pessoas vão perceber que todas as águas servem para sarar, e aí a revolução chega. Aí a revolução chega. Vou morrer, fique o senhor a saber, com a esperança da revolução, e até não é uma maneira feia de se morrer, pois não?»,
sorri, a vida perdida nos dentes perdidos, passa-me a mão pelo ombro, dá-me uma palmada amigável nas costas, e segue o seu caminho, a chuva e a silhueta dele, a noite a fechar-se, e uma recusa final quando lhe pergunto se quer que o acompanhe ou que o leve a algum lado:
«Deixe estar. Eu fico aqui onde chove.»
E fica. E fica.
_______________________________________
in "Prometo falhar", de Pedro Chagas Freitas
Encomenda de exemplares autografados através do e-mail pedrochagasfreitas1@gmail.com
(encontrado em pxleyes.com)
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António Fonseca

SALAZAR... NEM TUDO FOI MAU - 30 DE OUTUBRO DE 2015

Muito Respeitinho acima de tudo ...
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Fernanda Brito Que grande verdade venha outro igual
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Arnaldina Barreira Grande homem não ha outro..
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Eduardo Oliveira O problema era a fome.
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Mário Antunes Só ele é que punha este Portugal na ordem , estes que andam ai com ganância do poder iam todos à vida............
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Adalberto Dias Faz ca falta alguem como ele , - fome so quem nao queria trbalhar
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Ana Maria Canelas respeito havia educação havia nunca fui salazarista meu pai era mas hoje reconheço que este homem era sério atrasou o País isso é verdade mas também sou dessa época tive a pide em minha casa a revistar tudo que era meu não estive presa porque respondi com verdade e convicção a todo o interrogatório a que fui sujeita e quem não deve não teme que foi o meu caso mas cada pessoa responde por si
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Eduardo Oliveira Passamos do 8 para o 80. O problema foi esse.
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Eduardo Oliveira As ideias e políticas eram boas mas o autoritarismo violento é que estragou tudo. Não fosse a guerra do ultramar e hoje o país seria uma. 2 Suíça..
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Manuel Santos VERDADE
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José Banzé Foi um Homem do seu tempo.Como foi o Marquês do Pombal ou o próprio D. Afonso Henriques. Tiveram o seu papel na nossa História. Mas que que já nada têm a haver com a nossa sociedade moderna e tecnológica actual.
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Luis Castro autoritarismo, era só com aqueles que queriam destruir o que com muito sacrifício ele construiu, mas para compreender isso é preciso olhar uns anitos para antes dele, e ver a bagunça que existia, muito semelhante á de hoje.....
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Manuel Carreira Pinheiro Por causa dessa falta de adaptação, temos um falido, sem moral nem respeito
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Joaquim Pereira Caros amigos,eu vou responder a voçes todos ao mesmo tempo,nao queirao voçes comparar um Patriota com um bando de LADROES esfomeados curruptos e bolas de ping pong,que tudo fazem para mamar a custa do Ze Povo sao todos iguais sem tirar nem por,e por fa...Ver mais
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Sousa Augusto de Sousa E seguranca nas pessoas tambem !
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Rui Amaro nao havia bullyng nem carjacking e andava se na rua dia e noite a vontade a kualker hora
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Augusto Mendes Nunca pensei vir a dar valor ao nosso SALAZAR,muito mal vamos neste País para se elogiar um ditador alguém pode explicar:Somos os melhores do mundo em tanta coisa e piores de políticos,será o defeito meu?
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Moretty Vieira Meu rico Salazarinho descansa em paz em Santa Comba Dao,que nos Portugueses estaras sempre no Coraçao...Tudo pela Naçao e nada Contra a Naçao...
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Amelia Silva AGora faz muita falta nunca roubou dinheiro ao Povo agora é que nos roubam e de que maneira agora vão aos ordenados dos trabalhadores 25 de Abril de ladrões grande SALAZAR fazes muita falta
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Eduardo Oliveira Fome para quem trabalhava diariamente por uma fraca refeição por dia.. Nesse tempo trabalhava se muito por um prato de sopa.
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Moretty Vieira Mentira Eduardo Oliveira Salazar foi Pai dos Pobres,so passava fome quem tinha muita filharadaaaa.
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Amelia Silva É verdade
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Abílio Martins E apesar de haver menos de metade dos bombeiros não havia a décima, ou mesmo a centésima parte dos fogos florestais o que quer dizer que os de agora são fogos ateados pela democracia com direito a época oficial e tudo.
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Mario Ricardo de Mesquita Essa gente nova nao percebe nada disso....
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Armando Lopes de Oliveira Ainda acrescento mais amigo Abilio,nesse tempo os comboios eram a carvão e deitavam faulhas por todo lado e passavam pelo meio das florestas e não haviam incendios.
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Eduardo Oliveira Pois a minha família materna sofreu isso na pele.. Muita fome e trabalho infantil no monte. Mas naquela época as coisas eram diferentes.
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Lisa Natividade HOJE PRESISAVAMOS DE 50 SALAZARES E AIDA SERIÃO PRESISOS UNS 10 ANOS PARA POR ISTO NO CAMINHO CERTO
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Renato Pereira Absolutamente com toda verdade e toda razão!!!
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Albino Guerreiro e muita miséria e fome e muito analfabeto
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Morais Fernandsomama analfabeto so era quem nao tinha vontade todos erao obrigados a ir ha escola
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Luis Castro FacebookÉ MENTIRAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
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Luis Castro FacebookMAS NÃO HAVIA INCENDIARIOS PROFISSIONAIS COMO AGORA.
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Luis Castro FacebookJá se informou das escolas primárias e secundarias que e
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Manuel Branco É O ATONHO? COITADO DO ATONHO............
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Luis Castro FacebookEduardo Oliveira, quem te contou tal patranham, não fale daquilo que não sabe, ou então, não minta tão descaradamente, eu tenho 77, fui pastor por conta de outros em criança, e nunca me aconteceu isso, e quando quis mudar de patrão, nunca tive dificuldade......
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Mário Figo Monchique Quanto a Salazar já quase tudo foi dito, quantos aos incendiários cada anã há mais ,só vejo dois culpados um a justiça , que não faz o que devia fazer,,,. E o outro é quem aluga os helicópteros , o povo paga milhões pra ver as matas a arder. Isto é neg...Ver mais
José Salgado Mas muinta fome
Joaquim Rosa Em Portugal só depois de mortos é que se dá o valor,sofreu muitas constetações e agora vêm as virtudes .Ainda vamos e os nossos filhos e netos sofrer na carne pelo motivo destes homens que se governam á nossa custa governando-se a eles familiares e amigos ,.Não á comentários.
Amilcar Vaz Basta a fotografia para fazer tremer muito imbecil e traidor.
João Garção Hummmmm.......gosto desses valores, e mais gostaria que, ao invés de serem impostos, fossem livremente adoptados e interiorizados...............coisa que parece não estar a acontecer.............demora gerações a mudar mentalidades.
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Vasco Carvalho Pois...
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José Salgado Amigos agora é tudo rico já não se lembram do passado más a minha humanidade me faz recordar
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Jacinto Moreira Tanta letra e nada se diz com verdadeiro conhecimento de causa!...

O Salazar está morto e a mim não deixou saudades nenhumas!...
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António Fonseca
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