Há 10 anos em Madrid foi assim:
Atentados de 11 de março de 2004
Estação de Atocha (Madrid), um dos lugares onde os ataques ocorreram.
Local
Madrid, Comunidade de Madrid
Espanha
Data
11 de março de 2004
07:36 - 07:40 (UTC+1)
Tipo de ataque
Terrorismo islâmico
Mortes
191 mortos
Feridos
1.858
Os atentados de 11 de Março de 2004, também conhecidos como 11-M, foram uma série de ataques terroristas cometidos em quatro comboios da rede ferroviária de Madrid1 , capital da Espanha. A investigação policial e o auto do processo judicial fixaram como indício racional que a autoria dos atentados é de uma célula islamista local que tentava reproduzir as acções da rede terrorista Al Qaeda.
Trata-se do mais grave atentado cometido na Espanha até à atualidade, com 10 explosões quase simultâneas em quatro comboios na hora de pico da manhã (8:00). Mais tarde foram detonadas pela polícia duas bombas adicionais que não tinham explodido e foi desativada uma terceira, que permitiu identificar os responsáveis. As bombas estavam no interior de mochilas carregadas com TNT (trinitrotolueno).
Morreram 191 pessoas e mais de 1.700 ficaram feridas. O comando terrorista foi encontrado e cercado pela polícia espanhola poucas semanas depois em Leganés. Os seus membros cometeram suicídio fazendo explodir o apartamento em que se tinham entrincheirado, quando os GEO iniciaram o assalto. Nesta ação morreram todos os membros presentes da célula islamista e um agente do grupo policial.
Locais dos atentados[editar | editar código-fonte]
As explosões ocorreram entre as 7:39 e as 7:42 da manhã nas estações madrilenhas de Atocha (3 bombas), El Pozo de Tío Raimundo (2 bombas), Santa Eugenia (1 bomba) e num comboio a caminho de Atocha (4 bombas). As forças de segurança encontraram mais 3 bombas, que segundo o ministro do Interior Ángel Acebes, estariam preparadas para explodir quando chegassem os primeiros socorros às vítimas.
Autoria[editar | editar código-fonte]
Placa em memória às vítimas do atentado
A dificuldade inicial de atribuir a autoria dos atentados provocou aceso debate em Espanha e terá ultimamente contribuído para a mudança de governo. De notar que houve eleições legislativas apenas quatro dias depois da tragédia.
O governo espanhol inicialmente atribuiu o atentado à ETA1 , argumentando que foi utilizado um explosivo normalmente usado pela ETA e a Guardia Civil já tinha evitado um atentado de grandes proporções em 29 de fevereiro, quando apreendeu 500 kg de explosivos e prendeu dois prováveis membros da ETA.
No entanto a esquerda abertzale, através de Arnaldo Otegi (dirigente do partido político Batasuna, ilegalizado por pela sua associação à ETA) recusou qualquer responsabilidade da ETA neste atentado e o condenou.
Num segundo momento, o governo espanhol admitiu como possível a hipótese de a Al Qaeda estar envolvida. Quatro provas apontaram neste sentido:
- um grupo próximo da Al Qaeda, as Brigadas de Abu Hafs Al Masri reivindicou o atentado em nome da Al Qaeda.
- os atentados têm características em comum com outros atentados da Al Qaeda.
- na tarde do dia 11 de Março foi encontrada, na região de Madrid, uma fita cassete com orações em árabe numa carrinha com detonadores.
- na noite de 11 de Março foi divulgada a suspeita de que um bombista suicida seguia a bordo de um dos comboios.
Monumento às vítimas do atentado
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Há 3 anos no Japão foi assim:
Sismo e tsunami de Sendai de 2011
Vista aérea de Sendai em 12 de março de 2011.
Localização do epicentro e intensidade do sismo e réplicas.
Epicentro
38° 19' 19.2" N 142° 22' 8.4" E
Profundidade
24
Data
11 de março de 2011, 14:56:23 hora local
Zonas atingidas
Japão
Vítimas
13 333 mortos confirmados e cerca de 16 000 desaparecidos2
Sismo e tsunami de Sendai de 2011 ou sismo e tsunami de Sendai (designado oficialmente Grande Terremoto do Leste do Japão3 4 ) foi um sismo de magnitude de 8,9 MW1 com epicentro ao largo da costa do Japão ocorrido às 05:56 UTC (14:56 no horário local) de 11 de março de 2011. O epicentro foi a 130 km da costa leste da península de Oshika, na região de Tohoku, com o hipocentro situado a uma profundidade de 24,4 km. O sismo atingiu o grau 7 — a magnitude máxima da escala de intensidade sísmica da Agência Meteorológica do Japão — ao norte da Prefeitura de Miyagi, grau 6 em outras prefeituras e 5 em Tóquio.5 6
O sismo provocou alertas de tsunami e evacuações na linha costeira japonesa do Pacífico e em pelo menos 20 países, incluindo toda a costa do Pacífico da América do Norte e América do Sul. Provocou também ondas de tsunami de mais de 10 m de altura, que atingiram o Japão e diversos outros países. No Japão, as ondas percorreram mais de 10 km de terra.7 8 9
De acordo com as autoridades, houve 13 333 mortes confirmadas e cerca de 16 000 desaparecidos.2 O sismo causou danos substanciais ao Japão, incluindo a destruição de rodovias e linhas ferroviárias, assim como incêndios em várias regiões, e o rompimento de uma barragem. Aproximadamente 4,4 milhões de habitantes no nordeste do Japão ficaram sem energia elétrica, e 1,4 milhão sem água.10 Muitos geradores deixaram de funcionar e pelo menos dois reatores nucleares foram danificados, o que levou à evacuação imediata das regiões atingidas enquanto um estado de emergência era estabelecido. A Central Nuclear de Fukushima I sofreu uma explosão aproximadamente 24 horas depois do primeiro sismo, e apesar do colapso da contenção de concreto da construção, a integridade do núcleo interno não teria sido comprometida.11 12
Estima-se que a magnitude do sismo de Sendai faça deste o maior sismo a atingir o Japão e um dos cinco maiores do mundo desde que os registros modernos começaram a ser compilados.13 14 15
Sismo[editar | editar código-fonte]
Tempo estimado de viagem do tsunami gerado pelo sismo.
O sismo gerou um tsunami com ondas de quatro metros, estando alertas ativos para vários países, regiões e arquipélagos como Nova Zelândia, Austrália, Rússia, Guam, Filipinas, Indonésia, Papua-Nova Guiné, Nauru, Havai e Marianas Setentrionais (Estados Unidos), Taiwan, Equador e Chile. O aviso de tsunami emitido pelo Japão foi o de maior gravidade na escala de alertas, esperando-se que possam ser atingidos os 10 metros de altura de algumas ondas.16 Uma onda de 0,5 m de altura atingiu a costa norte do Japão17 A agência Kyodo relatou que uma onda de 4 m de altura atingiu a prefeitura de Iwate no Japão, e houve também inundações na prefeitura de Miyagi, arrasando a parte baixa da costa, levando automóveis e causando destruição.18
O número de vítimas é impreciso, com relatos iniciais apontando mais de mil mortos e milhares de feridos.19 Estes dados não contam com a destruição quase completa da cidade de Sendai.
Impacto geofísico[editar | editar código-fonte]
Relatórios do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia da Servia sugerem que o efeito dos terremotos na região foi tão forte que o eixo da Terra foi alterado em 10 cm.20 Um relatório separado do Serviço Geológico dos Estados Unidos disse que Honshu, a principal ilha do Japão, foi movimentada em 2,4 m na direção leste.20
Tsunami[editar | editar código-fonte]
Mapa do NOAA da altura da onda do tsunami.
Animação do NOAA da propagação do tsunami.
Japão[editar | editar código-fonte]
O terremoto provocou um alerta de tsunami e evacuações da costa japonesa do Pacífico e de pelo menos outros 20 países, incluindo toda a costa do Pacífico, tanto da América do Norte como da América do Sul, desde o Alasca até ao Chile.7 8 9 O alerta de tsunami emitido pelo Japão foi a mais grave em sua escala de alerta, o que implica que a onda era esperada para ter uma altura de, ao menos, 10 metros de altura.21 Uma onda desse tamanho ocorreu às 15:55 JST inundações Aeroporto de Sendai, que fica perto da costa da Prefeitura de Miyagi,22 23 com ondas varrendo carros e inundando vários edifícios conforme ia para o interior da ilha.24 O impacto do tsunami em torno do Aeroporto de Sendai foi filmado por um helicóptero de notícias da rede NHK, mostrando vários veículos em estradas locais tentando escapar da onda que se aproximava rapidamente.25 Uma onda de tsunami de 4 metros de altura atingiu a Prefeitura de Iwate.26
Como no Sismo do Oceano Índico de 2004 e no Ciclone Nargis, o dano da afluência de água, embora muito mais localizado, pode ser muito mais letal e destrutivo do que o terramoto em si. Há relatos de "cidades inteiras destruídas" nas áreas atingidas pelo tsunami no Japão, incluindo 9500 desaparecidos em Minamisanriku;27 Kuji e Ofunato foram "varridas...não deixando nenhum vestígio de que uma cidade estava lá."28
Em outras partes do Pacífico[editar | editar código-fonte]
Em Guam, dois submarinos de ataque dos Estados Unidos foram retirados de suas amarras, mas logo foram tomados ao abrigo do reboque.29 O estado do Havaí estimou os danos à infra-estrutura pública em três milhões de dólares, com danos privados ainda maiores. Uma casa foi levada para o mar.30
O Centro de Alerta de Tsunami da Costa Oeste dos Estados Unidos e do Alasca emitiu um alerta de tsunami para as zonas costeiras da Califórnia e do Oregon, de Point Conception, na Califórnia, até à fronteira do Oregon e Washington.31 Na Califórnia, o porto em Crescent City foi atingido por ondas de tsunami de oito pés, com docas e cerca de 35 barcos severamente danificados, enquanto o porto de Santa Cruz estimou prejuízos de 10 milhões de dólares como resultado dos danos, com outros 4 milhões de dólares em danos em embarcações que atracam ali.32 A Ilha Catalina, na Califórnia e Brookings, no Oregon, também sofreram danos.33 34
Ao longo da costa do Pacífico no México e na América do Sul, foram registrados surtos de tsunami, mas na maioria dos lugares causou pouco ou nenhum dano.35 O Peru relatou uma onda de 1,5 m e mais de 300 casas foram danificadas na cidade de Pueblo Nuevo de Colan e Pisco.35
Mapa do NOAA da altura da onda do tsunami.
Animação do NOAA da propagação do tsunami.
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Vista aérea de área atingida pelo tsunami.
O sistema de alerta de terremotos da Agência Meteorológica do Japão alertou a população cerca de um minuto antes do tremor, através de emissoras de televisão e rádio, além de correio eletrônico e mensagens via celular para pessoas cadastradas no sistema.36
O sismo atingiu severamente Honshu, incluindo Tóquio. Verificaram-se numerosos incêndios em instalações industriais. Cerca de 13 horas depois do primeiro grande abalo, dois fortes sismos de magnitude 6,2 e 6,1 atingiram novamente a costa do Japão.37 Um barco com cerca de 100 pessoas a bordo foi virado pelo tsunami que atingiu a costa do Japão. A embarcação estava na costa da prefeitura de Miyagi.38 Um grande incêndio atingiu a cidade de Kesennuma.39
Vista aérea de área atingida pelo tsunami.
Centrais nucleares[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Acidente nuclear de Fukushima I
Mapa mostrando o epicentro do terremoto e a posição das centrais nucleares afetadas (legendas em inglês).
Outro dos efeitos do sismo foi a explosão ocorrida no dia 12 de março na Central Nuclear de Fukushima I.40 O tsunami atingiu-a e provocou uma avaria no sistema de refrigeração. O corte de electricidade impediu a recuperação desse sistema, permitindo que os bastões do combustível continuassem a aquecer, aumentando a pressão e originando a explosão.
No dia anterior fora declarado estado de emergência na central nuclear e, apesar da informação de que não existiam fugas radioactivas, evacuaram-se cerca de 3000 residentes num raio de 3 km do reator.41 Horas depois o raio de evacuação tinha sido elevado para 10 km, afectando já 45 000 pessoas42 . O reactor é refrigerado através da circulação de água através do seu combustível nuclear, tendo sido detectada uma alta pressão de vapor no reactor, o dobro do que é permitido. A empresa Tokyo Electric Power avaliou a possibilidade de libertar parte deste vapor para reduzir a pressão no mesmo, vapor esse que contém material radioactivo. Os níveis de radiação na sala de controlo da central eram cerca de 1000 vezes maiores que os níveis normais.43 e na entrada da central foram medidos níveis 8 vezes superiores aos normais.44 45 existindo a possibilidade do derretimento do núcleo dos reatores.46
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, falou ao país após o sismo, lamentando o sucedido e oferecendo as suas condolências às famílias das vítimas. Indicou igualmente que já estaria em marcha a construção de um quartel-general para as operações de emergência e assegurou que não foi detectada nenhuma fuga radioactiva nas centrais nucleares do país.47
Mapa mostrando o epicentro do terremoto e a posição das centrais nucleares afetadas (legendas em inglês).
Marinheiros dos Estados Unidos carregando um helicóptero humanitário em um porta-aviões.
O Japão recebeu mensagens de condolências e ofertas de ajuda de diversos líderes internacionais. De acordo com as Nações Unidas, equipes de busca e resgate de 45 países foram oferecidas ao Japão. O país requisitou especificamente equipes da Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos;48 49 solicitou também (através de sua agência espacial JAXA) a ativação do International Charter on Space and Major Disasters, permitindo que imagens via satélite das regiões afetadas fossem compartilhadas de forma imediata com organizações de ajuda e resgate.50 A Alemanha enviou especialistas do Technisches Hilfswerk, enquanto o Reino Unido enviou 70 técnicos, incluindo dois cães farejadores especialmente treinados para localizar sobreviventes soterrados.51 52 53 Ma Ying-Jeou, presidente de Taiwan, requisitou ao governo a doação de 100 milhões de novos dólares taiwaneses ao Japão, enquanto uma equipe de resgate taiwanesa preparava-se para juntar-se aos esforços humanitários.54
O Governo brasileiro enviou nota de solidariedade ao Japão, prestando sinceras condolências a todo povo japonês. O Governo acompanha, com preocupação, os desdobramentos após o terremoto e o consequente tsunami. O Brasil possui a maior colônia de imigrantes japoneses e inúmeros descendentes. Cerca de 254 mil brasileiros vivem atualmente no Japão. A Embaixada do Brasil no Japão e os Consulados Gerais em Tóquio, Nagoia e Hamamatsu até o momento não têm notícia de mortos ou feridos brasileiros.55 56
O Presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, enviou uma mensagem de condolências ao Imperador Akihito e ao povo japonês, em nome do povo português, pelas vítimas dos trágicos efeitos do sismo e do tsunami que atingiram o Japão.57
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Transcrição de artigos publicados em Wikipedia.org
ANTÓNIO FONSECA - 11 de Março de 2014