terça-feira, 17 de setembro de 2024

SÃO LAMBERTO DE MAASTRICHT - 17 DE SETEMBRO DE 2024

 

Lamberto de Maastricht

São Lamberto de Maastricht
Relicário de São Lamberto na Catedral de Liège
Bispo de MaastrichtMártir
Nascimento636
Maastricht
Morte700 (64 anos)
Liège
Veneração porIgreja Católica
Igreja Ortodoxa
Igreja Anglicana
Festa litúrgica17 de setembro
AtribuiçõesPalma do martírio
 Portal dos Santos

Lamberto de Maastricht (em latimLandebertus ou Lambertusca. 636–ca. 700) foi bispo de Maastricht (Tongeren) entre 670 até sua morte. De uma família nobre da cidade, Lamberto era um protegido de seu tio, o bispo Teodardo de Maastricht. Quando ele foi assassinado, logo depois de 669, os conselheiros do rei merovíngio Quilderico II nomearam Lamberto seu sucessor. Ele era parente de Hugoberto e Plectrude, a esposa de Pepino de Herstal, um parente dos poderosos prefeitos do palácio (majordomo) hereditários que controlavam os reis merovíngios da Austrásia. Depois que Quilderico foi assassinado, em 675, a facção de Ebroíno, o prefeito do palácio da Nêustria e o verdadeiro poder atrás do trono, expulsou-o de sua sé em favor de seu próprio candidato, Faramundo. Lamberto passou sete anos no exílio na recém-inaugurada Abadia de Stavelot (674–681). Com uma mudança na situação política da época, Lamberto conseguiu retornar para sua .

Contexto

Acompanhado de São Vilibrordo, que havia chegado da Inglaterra em 691, Lamberto pregava o evangelho aos pagãos no baixo Meuse. Logo depois que a família de Lamberto (e Plectrude) assassinou Dodo, um doméstico de Pepino de Herstal e pai da amante dele, Alpaida, os parentes de Dodo assassinaram Lamberto em sua propriedade, a villa galo-romana que tornar-se-ia a cidade de Liège. Assim, Lamberto tornou-se mártir da fidelidade conjugal por denunciar a ligação de Pepino com Alpaida, a futura mãe de Carlos Martel[1].

Embora Lamberto esteja enterrado em Maastricht, seu sucessor como bispo, Hubertotransladou suas relíquias para Liège, para onde a sé episcopal acabaria se mudando. O santuário tornou-se a Catedral de São Lamberto, destruída em 1794. No local está atualmente a Place Saint-Lambert, a "praça São Lamberto". Seu túmulo está atualmente na Catedral de Liège.

Sua festa litúrgica é celebrada no dia 17 de setembro. A "Lambertusfest", em Münster, é, há muito tempo, um feriado popular, celebrado nas duas semanas que antecedem a véspera de 17 de setembro. Crianças constroem "pirâmides de Lamberto" com ramos decorados com lanternas e lâmpadas à volta da qual elas cantam e dançam canções tradicionais conhecidas como "Lambertussingen" ou "Käskenspiel".

Referências

  1.   "St. Lambert" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.

Ligações externas

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SÃO PEDRO DE ARBUÉS - 17 DE SETEMBRO DE 2024

 

Pedro de Arbués

 Nota: Para outros significados, veja São Pedro (desambiguação).
Pedro de Arbués
Assassinato de São Pedro de Arbués, por Murillo
Mártir
Nascimentoc. 1441
Reino de Aragão
Morte17 de setembro de 1485 (44 anos)
Saragoça, Reino de Aragão
Veneração porIgreja Católica
Canonização29 de junho de 1867
Roma
por Papa Pio IX
Principal temploCatedral do SalvadorSaragoçaEspanha
Festa litúrgica17 de setembro
 Portal dos Santos

Pedro de ArbuésC.R.S.A., (c. 1441–1485), foi um oficial da Inquisição Espanhola assassinado na Catedral do Salvador (La Seo) de Saragoça, em 1485, num suposto complô perpetrado por conversos e judeus. Rapidamente passou a ser venerado como santo por aclamação popular e sua morte em muito ajudou a Inquisição e o inquisidor-geral Tomás de Torquemada em sua campanha contra a heresia e o criptojudaísmo. Foi oficialmente canonizado em 1867.

Biografia

Nascido na região de Saragoça, era filho de Antonio de Arbués, um nobre, e Sancia Ruiz. Estudou filosofia, provavelmente em Huesca, mas seguiu depois para Bolonha numa bolsa para o Collegio di Spagna, que era parte da Universidade de Bolonha. Obteve seu doutorado em 1473 enquanto lecionava filosofia moral. Ao retornar para a Espanha, tornou-se membro do capítulo catedrático dos cônegos regrantes em La Seo, onde proferiu seus votos solenes em 1474[1].

Durante o reinado dos Reis Católicos, obteve do papa Sisto IV uma bula para fundar no reino um tribunal para caçar heréticos. Judeus que haviam recebido o batismo eram conhecidos como "conversos" e alguns continuavam a praticar o judaísmo em segredo (cripto-judeus). Torquemada, em 1483, foi nomeado "Grande Inquisidor" para Castela e nomeou Arbués inquisidor-provincial para o Reino de Aragão no ano seguinte[1].

Tribunal do Santo Ofício foi recebido no reino com oposição não apenas dos conversos, mas também de outros setores da população aragonesa, que via no seu estabelecimento uma ameaça aos seus direitos (os aforamentos)[2].

Em 14 de setembro de 1485, Arbués foi atacado na catedral enquanto rezava, mesmo estando paramentado com um elmo e uma cota de malha. Aparentemente, algumas das mais poderosas famílias de judeus convertidos — as famílias Sánchez, Montesa, Paternoy e Santángel — se consideravam vítimas preferenciais da Inquisição e acabaram implicadas no assassinato. Juan de la Abadia, cujo pai havia sido condenado e sua irmã, executada, foi identificado como um dos assassinos. Uma tentativa anterior de invadir o quarto de Arbués já havia sido frustrada, mas os assassinos conseguiram seu intento desta vez: dois dias depois do ataque, Arbués morreu em consequência dos ferimentos[3].

Como consequência, um movimento antijudaico irrompeu na cidade: "nove foram finalmente executados e mais dois se suicidaram, treze foram queimados na estaca e outros quatro foram punidos por cumplicidade" segundo o relato do historiador Jerónimo Zurita y Castro.

Veneração

Honrado como mártir, os restos de Arbués estão depositados numa capela especialmente dedicada à sua memória. Sua canonização pelo papa Pio IX, em 1867, incitou protestos não apenas da comunidade judaica, mas também entre os católicos[3]. Ainda hoje o ato gera controvérsias. Em 2001, Garry Wills, questionando a motivação de Pio IX, escreveu: "Em 1867, ele canonizou Pedro de Arbués, um inquisidor do século XV famoso por suas conversões forçadas de judeus e afirmou no documento de canonização: 'A divina sabedoria providenciou que, naqueles tristes dias, nos quais os judeus ajudavam os inimigos da igreja com seus livros e dinheiro, este decreto de santidade se realizasse"[4].

Leonardo Sciascia, em Morte dell'inquisitore (1967), afirma que Arbués, juntamente com Juan Lopez Cisneros (m. 1657), foram "os dois únicos casos de inquisidores assassinados".

Ver também

Referências

  1. ↑ Ir para:a b  "St. Peter of Arbues" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
  2.  "Arbués, Pedro de", Gran Enciclopedia Aragonesa, 21 de outubro de 2009
  3. ↑ Ir para:a b Este artigo incorpora texto da Enciclopédia Judaica (Jewish Encyclopedia) (em inglês) de 1901–1906 (artigo "Arbues, Pedro"), uma publicação agora em domínio público.
  4.  Garry Wills, "The Popes Against the Jews: Before the Holocaust," New York Times, 23 de setembro de 2001.

Bibliografia

  • Simon Whitechapel, Flesh Inferno: Atrocities of Torquemada and the Spanish Inquisition (Creation Books, 2003). ISBN 1-84068-105-5 (em inglês)

Ligações externas

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