sábado, 14 de setembro de 2024

ÉLIA FLACILA - (ALBA DOMINICA - Oriente) - (FLÁVIA MÁXIMA CONSTÂNCIA - Ocidente) - 14 DE SETEMBRO DE 2024

 

Élia Flacila

 Nota: Para outras imperatrizes de mesmo nome, veja Élia.
Élia Flacila
Augusta
Busto de Élia Flacila.
Imperatriz-consorte romana
Reinadoagosto de 378-385
ConsorteTeodósio I
Antecessor(a)Albia Dominica (oriente)
Flávia Máxima Constância (ocidente)
Sucessor(a)Gala
 
Morte386
Nome completoAelia Flavia Flacila
DinastiaTeodosiana
Filho(s)Arcádio
Honório
Pulquéria

Élia Flávia Flacila, (em latimAelia Flavia Flaccilla; m. 385) conhecida geralmente apenas como Élia Flacila, foi uma imperatriz-consorte romana, primeira esposa do imperador Teodósio I. Ela era descendente de romanos hispânicos. Ela teve dois filhos, os futuros imperadores Arcádio e Honório, e uma filha, Pulquéria. Deu-se-lhe o título de Augusta, como demonstram as moedas cunhadas com a sua efígie.

Família

De acordo com o poema "Laus Serenae" ("Elogio a Serena"), de Claudiano, tanto Serena quando Flacila eram originárias da Hispânia.[1]

Uma passagem de Temístio (Oratio XVI, De Saturnino) tem sido interpretada como identificando Flávio Cláudio Antônioprefeito pretoriano da Gália entre 376 e 377 e cônsul romano em 382 como seu pai. Porém, o relacionamento é duvidoso.[2] Em 1967, John Robert Martindale, que seria posteriormente um dos vários autores da Prosopografia do Império Romano Tardio, sugeriu que a passagem na verdade identifica Antônio como sendo o cunhado de Teodósio. Porém, ela é vaga o suficiente para permitir que Flávio Afrânio Siágrio, co-cônsul de Antônio em 382, seja o tal cunhado.[3]

O único parente dela claramente identificado nas fontes primárias era seu sobrinho Nebrídio, filho de uma irmã não identificada. Ele se casou com Salvina, uma filha de Gildão. O casamento dos dois foi mencionado por Jerônimo em sua correspondência com Salvina. Eles tiveram um filho e uma filha.[4]

Casamento

Por volta de 375-376, Flacila se casou com Teodósio, filho do conde Teodósio.[5] Na época, seu marido havia caído em desgraça com Valentiniano I e havia se retirado da corte para viver em Cauca, na Galécia.[6]

O primeiro filho do casal, Arcádio, nasceu antes da elevação dos dois ao trono. O segundo, Honório, nasceu em 9 de setembro de 384 e sugere-se que a filha, Pulquéria, também teria nascido antes por conta de outra passagem em "Laus Serenae". É certo porém que ela faleceu antes dos pais, como menciona Gregório de Níssa.[2]

Um Graciano, mais jovem - mencionado juntamente com as crianças por Ambrósio - já foi sugerido como tendo sido um terceiro filho. Porém, Gregório de Níssa relata a existência de apenas três filhos e outras fontes não mencionam Graciano. Ele era provavelmente um parente, mas não um membro de fato da Dinastia teodosiana.[5]

Imperatriz

Valente, o imperador romano do Oriente, foi morto na Batalha de Adrianópolis em 9 de agosto de 378 e deixou a esposa, Albia Dominica, e suas filhas, Anastácia e Carosa. Porém, ele já havia perdido seu único filho, Valentiniano Galates. Seu sobrinho, Gracianoimperador romano do ocidente, era seu herdeiro e assumiu o controle da metade oriental do império também. Seu meio-irmão mais jovem, Valentiniano II, era nominalmente seu coimperador.

Em 19 de janeiro, Graciano declarou Teodósio, mestre dos soldados da Ilíria (magister militum per Illyricum), como seu novo colega no Império Romano do Oriente. É possível que Teodósio tenha sido o mais graduado oficial de origem romana disponível para promoção na época, uma vez que Merobaldo e Frigérido, os dois mestres dos soldados em presença (magistri militum in praesenti), tinham origem germânica e diversas outras posições equivalentes ainda estavam vagas desde as enormes perdas em Adrianópolis.[6]

Flacila se tornou imperatriz-consorte nesta época.

Ela era uma fervorosa defensora do credo niceno e Sozomeno relata que ela teria evitado um encontro entre Teodósio e Eunômio de Cízico, o principal líder do anomoeanismo, uma das mais radicais seitas arianas e que ensinava que Jesus (o Deus Filho) era de uma natureza diferente e de forma nenhuma similar a Deus (o Pai). Ambrósio e Gregório elogiam sua virtude cristão e comentam sobre seu papel como "líder da justiça" e "pilar da Igreja".[5]

Teodoreto conta sobre suas obras de caridade e sua atenção pessoal aos aleijados. Ele afirma que ela teria dito que "distribuir dinheiro é missão da dignidade imperial, mas eu ofereço à própria dignidade imperial serviço pessoal ao Provedor".[5]

Élia Flacila morreu no início de 386 e sua morte foi mencionada por, entre outros, ClaudianoZósimoFilostórgio e João Zonaras. De acordo com a Crônica Pascal, o Palácio Flaciliano (em latimPalatium Flaciilianum) de Constantinopla foi batizado em sua homenagem e uma estátua dela foi colocada no Senado bizantino.[7]

Glorificação

Élia é comemorada como santa pela Igreja Ortodoxa no dia 14 de setembro.[5][8]

Árvore genealógica

Ver também

Élia Flacila
Nascimento:  ? Morte: 385
Títulos reais
Precedido por:
Albia Dominica
No Império Romano do Oriente
Imperatriz-consorte romana
379–385
com Flavia Maxima Constantia (379–383)
Leta (383)
Sucedido por:
Gala
Precedido por:
Flávia Máxima Constância
No Império Romano do Ocidente

Referências

  1.  Claudiano (1922). «Laus Serenae» (em inglês). Consultado em 15 de julho de 2013
  2. ↑ Ir para:a b Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology
  3.  Christian Settipani. «Flavius Afranius Syagrius» (em inglês). Ancestry.com. Consultado em 15 de julho de 2013
  4.  Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology 🔗. Gildo (em inglês). [S.l.: s.n.] Consultado em 15 de julho de 2013
  5. ↑ Ir para:a b c d e  "Ælia Flaccilla" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
  6. ↑ Ir para:a b David Woods. «Teodósio I (379-395 A.D.)» (em inglês). Consultado em 15 de julho de 2013
  7.  Prosopografia do Império Romano Tardio, vol. 2
  8.  «Santos ortodoxos comemorados em setembro» (em inglês). Consultado em 14 de julho de 2013

Ligações externas

EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ - 14 DE SETEMBRO DE 2024

 

Exaltação da Santa Cruz

Ícone russo da Festa da Exaltação da Santa Cruz por Gury Nikitin, 1680. Galeria Tretyakov, Moscou,Rússia.

Esta festa é chamada em Grego de Ὕψωσις τοῦ Τιμίου Σταυροῦ e em Latim de Exaltatio Sanctae Crucis (literalmente, "Exaltação da Santa Cruz"[a]). Em algumas partes da Comunhão Anglicana a festa é chamada Santo Dia da Cruz, um nome também utilizado por Luteranos. A celebração é às vezes chamada Festa da Cruz Gloriosa.[1]

No calendário litúrgico cristão há várias Festas relacionadas à Cruz, todas com a intenção de relembrar a crucificação de Jesus Cristo, evento central da fé, como diz o apóstolo São Paulo: "nós pregamos a Cristo crucificado, que é para os judeus, na verdade, uma pedra de tropeço, e para os gentios uma estultícia; mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus."[2] Enquanto a Sexta-Feira Santa é dedicada à paixão e Crucificação, a Festa da Exaltação da Santa Cruz, em 14 de Setembro, celebra a cruz como instrumento de salvação, fonte de santidade e símbolo revelador da vitória de Jesus sobre o pecado, a morte e o demônio.

Santo André de Creta diz: "Celebramos a festa da cruz; por ela as trevas são repelidas e volta a luz. Celebramos a festa da cruz e junto com o Crucificado somos levados para o alto para que, abandonando a terra com o pecado, obtenhamos os céus. A posse da cruz é tão grande e de tão imenso valor que seu possuidor possui um tesouro."

Segundo a tradição, a Vera Cruz foi descoberta em 326 por Helena de Constantinopla, mãe do Imperador Constantino I, durante peregrinação à cidade de Jerusalém. A Igreja do Santo Sepulcro foi construída no local da descoberta, por ordem de Helena e Constantino. A igreja foi dedicada nove anos após, em 335, com uma parte da cruz em exposição. Em 13 de Setembro ocorreu a dedicação da igreja e a cruz foi posta em exposição no dia 14, para que os fiéis pudessem orar e venerá-la. Em 614 os persas invadiram a cidade e tomaram a cruz, que foi recuperada pelo Imperador Bizantino Heráclio em 628. Após um ano em Constantinopla, a cruz retornou ao Santo Sepulcro.

A Exaltação da Santa Cruz é a festa principal dos Cônegos Regulares da Ordem da Santa Cruz.[3]

Exaltação da Santa Cruz no Les très riches heures du duc de Berry (Musée CondéChantilly)

Igreja Católica Apostólica Romana

De acordo com as regras litúrgicas da Igreja Católica Romana, o presbítero deve utilizar vestimentas vermelhas neste dia. Se a celebração ocorrer num domingo, a Festa tem precedência sobre a liturgia do tempo comum.[4] Até 1969, a quarta-feira, sexta e sábado após 14 de Setembro eram considerados como um dos quatro conjuntos de dias de têmporas. A organização destas celebrações específicas, agora, estão sob discernimento das conferências episcopais, que devem considerar usos e costumes de suas localidades. Esta data também marca o início do tempo de jejum pela Regra de Santo Alberto.

Igreja Ortodoxa

Na Igreja Ortodoxa Oriental, a festa da Exaltação Universal da Honorável e Vivificante Cruz é considerada uma das doze grandes festas do calendário litúrgico. É sempre um dia de jejum, mesmo que ocorra num Sábado ou Domingo, sendo proibida a ingestão de carne ou peixes. Ela é precedida por um dia de vigília e se conclui em 21 de setembro. Durante a Vigília, que se estende por toda noite, a cruz é colocada na Mesa Sagrada (altar), no local normalmente utilizado para a Bíblia, onde repousa durante a celebração sobre uma almofada, decorada com flores e uma vela. Parte da celebração é realizada em frente à Cruz.[5]

Ícone da Festa

A tradição ortodoxa, com efeito, narra que quando foram descobertas nas escavações três cruzes, para distinguir a de Jesus Cristo das dos ladrões, foi colocado o cadáver de um homem e, ao simples contato com o madeiro que sustentou o Salvador do mundo, ele foi milagrosamente ressuscitado. O ícone da festa evoca tal acontecimento: no meio está a Cruz sustentada pelo bispo de Jerusalém, à esquerda (de quem olha) estão duas figuras coroadas, protagonistas da busca e do achado da preciosa relíquia, à direita aparece a figura do miraculado e do povo. Na tradição cristã, uma mulher moribunda foi trazida ao local das cruzes, tendo sido curada pela verdadeira cruz.[6]

Ver também

Notas e referências

Notas

  1.  A palavra "Exaltatio" é às vezes traduzido como "Exaltação", em outros tempos, como em 1973, a tradução era como "Triunfo".

Referências

Ligações externas

Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Exaltação da Santa Cruz

 "The True Cross" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.

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