domingo, 8 de setembro de 2024

PONTA DO SOL - MADEIRA - MUNICIPIO E VILA PORTUGUESA - FERIADO - 8 DE SETEMBRO DE 2024

 

Ponta do Sol (Madeira)

Ponta do Sol

Vila da Ponta do Sol
Brasão de Ponta do SolBandeira de Ponta do Sol
Localização de Ponta do Sol
Gentílicoponta-solense
Área46,19 km²
População8 862 hab. (2011)
Densidade populacional191,9  hab./km²
N.º de freguesias3
Presidente da
câmara municipal
Célia Pessegueiro (PS2021-2025)
Fundação do município
(ou foral)
Povoamento:
c. 1425
Elevação a vila e sede de concelho:
2 de dezembro de 1501 (522 anos)
Região (NUTS II)Madeira
IlhaMadeira
Antigo DistritoFunchal
OragoNossa Senhora da Luz
Feriado municipal8 de setembro
Código postal9360 - Ponta do Sol
Sítio oficialwww.pontadosol.pt
Município de Portugal 

Ponta do Sol é um município português na ilha da MadeiraRegião Autónoma da Madeira, com sede na vila de Ponta do Sol que dá igualmente o nome à freguesia homónima a que pertence.[1]

O município tem 46,19 km² de área e 8 862 habitantes (2011), subdividido em três freguesias, sendo limitado a norte pelos municípios do Porto Moniz e de São Vicente, a leste pela Ribeira Brava, a oeste pela Calheta e a sul tem litoral no oceano Atlântico.

Toponímia

(…) Ponta do Sol se chama assi por ter uma ponta ao Occidente da villa que tem o parecer… aonde também dá o sol primeiro que na villa quando nace
 
— Gaspar FrutuosoSaudades da Terra (respeitando-se a grafia original do autor).

Segundo Gaspar Frutuoso, o seu topónimo surge porque em 1420João Gonçalves Zarco, em viagem de reconhecimento da costa da Madeira, atingiu uma ponta que entrava no mar e sobre a qual se avistava uma rocha que, de tão polida pela rebentação das ondas, parecia iluminada pelo reflexo dos raios solares, daí a designação de Ponta do Sol.

História

O povoamento da Ponta do Sol ocorre por volta de 1425, pouco tempo depois da descoberta da ilha, por colonos portugueses oriundos do Minho, das Beiras e do Algarve.

Devido à fertilidade dos seus solos, foi desde sempre aproveitada para as chamadas culturas ricas, sendo na época da colonização um dos mais ativos centros de produção agrícola, especialmente da cana-de-açúcar. Não alheio a isso, a 2 de dezembro de 1501, por alvará de D. Manuel I, esta povoação é elevada à categoria de vila e concelho municipal.

Desde o início do seu povoamento, a cana sacarina constituiu a principal economia do concelho, sendo usado como moeda de troca com o reino por outros produtos necessários à vida quotidiana, como ferramentas, tecidos, sal, azeite, e outros.

Ao fim da Era de quatrocentos, já a produção do «ouro branco» era bastante para o consumo regional e nacional e, ainda, suficiente para exportar.

Monumento alusivo aos 500 anos do concelho.

Para o progresso desta povoação, e à semelhança do que aconteceu em toda a parte sul da Ilha, contribuíram, para além dos portugueses, elementos estrangeiros, nomeadamente, flamengosinglesesescandinavoslombardosgenovesesjudeus e alguns escravos mouriscos e africanos, de modo a satisfazer a carência de mão-de-obra nas plantações durante o auge do ciclo do açúcar na Ilha.

Em 1835, foram acrescentadas ao concelho as freguesias da TabuaRibeira Brava e Serra de Água, facto que em 1914, depois da Implantação da República, viu-se alterado pela criação do concelho da Ribeira Brava, voltando a diminuir-se a extensão do concelho da Ponta do Sol. Tornando-se, assim, o concelho mais pequeno da Região Autónoma da Madeira, facto que se mantém até aos dias de hoje.

Entre finais do século XIX e princípios do século XX, a Ponta do Sol deteve uma posição de forte influência política e cultural na zona Oeste da Madeira, facto registado pela publicação de cinco títulos de jornais no concelho, um dos quais, o Brado d'Oeste, que se prolongou por uma década (1909 a 1918), e registou 858 números. Chegou a existir, também, três salas de cinema, uma em 1932, outra em 1934 e outra, ainda, em 1967, sendo que atualmente nenhuma delas se encontra operacional.

Hoje em dia, este concelho regista um grande desenvolvimento culturaleconómico e social, sendo uma localidade muito procurada pelo clima, pelo rico património e pelas belezas naturais.

História no Século XVIII

No século XVIII, «o concelho da Ponta do Sol vivia, um pouco sobre a dependência do Funchal, não só pelo distanciamento, mas também pela escassez de meios humanos, como salientava, logo em 1769, o corregedor da comarca, citando os seus 54 vizinhos».[2] O corregedor consultava o escrivão da Câmara, Hilário Manuel de Castro, mas obteve, entretanto, outras informações, salientando que era «uma vila muito pequena e com a falta de homens, estes estavam aptos para servirem os cargos do Governo e apenas compreenderem no seu limitado termos duas freguesias»[2] , neste caso, os Canhas e a Madalena do Mar. A relação da Câmara com o juiz era instável visto que levou «esta a queixar-se do mesmo na correição de 1737 acusando o juiz sendo assistente da cidade do Funchal»,[2] ordenava prender na Ponta do Sol, «o alcaide e o escrivão, todas as vezes que lhe parecia» [2] acabando por se suceder muitas vezes a vereação sem oficiais, isto porque muitas vezes «o escrivão acumulava os dois lugares embora só recebesse por um» [2], tinha deferido o corregedor Manuel Vieira Pedrosa da Veiga que não cabia ao juiz tal regalia de determinar prender o alcaide ou o escrivão. Em outros termos, ainda havia «a Câmara que recebia o juiz nas suas deslocações 2$400 reis por dia para distribuir pelos órfãos».[2] A conveniência da queixa mantinha-se em 1768, levando o corregedor Francisco Moreira de Matos a recopiar esse capítulo. 

Madalena do Mar.

«Embora as queixas se aplicassem ao anterior juiz dos órfãos do Funchal e da Ponta do Sol, Manuel de Carvalho Valdavesso e apesar, de nos meados do século ser então o juiz o Dr. António da Silva Conde, que possuía nesta vila um procurador,(…) desde sempre que não existia, nem sequer na Ponta do Sol, a chamada a arca dos órfãos»,[2] falta ordenada a providenciar nas correições anteriores. Apenas no prosseguimento das correições de Francisco Moreira de Matos e na segunda correição de 1769 foi decidido o problema havendo indicação expressa do corregedor e ordem à Câmara e ao juiz para que remetesse à produção de uma arca para guardar o dinheiro dos órfãos e que acabou por ser paga pela Câmara, acionando o assunto do procurador e mencionando depois nas vereações que, sem a arca, o dinheiro se desvanecia sem saber da sua existência. No início do século XIX, já este juízo estava integrado na Câmara. 

«A vereação da Câmara da Ponta do Sol, à semelhança do Funchal era constituída por dois juízes ordinários, três vereadores e um procurador do Concelho».[2] Devido aos problemas populacionais, não havia lugar para um tesoureiro, nem para os procuradores dos mesteres, até pela sua curta representatividade na vila dos mesmos. «A Câmara funcionava geralmente com três dos elementos, revesando-se nesse serviço os juízes e os vereadores entre si, comparecendo, assim só um juiz e um vereador a cada sessão, e o procurador do concelho. Os oficiais nomeavam ainda o alcaide coadjuvado pelos quadrilheiros: quatro para a vila, um ou dois para os lugares da Madalena do Mar e dos Canhas, e os almotacés, cargo semestral provido nos membros da anterior vereação».[2] As eleições trienais eram orientadas por um ouvidor e de seguida por um corregedor ou pelos seus delegados, já as eleições normais por um juiz ordinário, isto é, o juiz mais velho da vereação renunciante.  

«O único poder local que algumas vezes apareceu a criar alguns problemas à vereação camarária foi a colegiada de Nossa Senhora da Luz, da matriz da vila, apagando-se de imediato»,[2] quase que não teve alguma alteração ao longo dos séculos XVII/XVIII, optando sempre pelos elementos e ordenados na altura de quando tinha sido criada nos finais do século XVII.

O século XVIII obteve uma demarcação de poderes e esferas da ação, o que na Ponta do Sol, era observável nas próprias propriedades e nas ligações entre o juiz e os órfãos e com o ouvidor do capitão – donatário. «Na correição de 1684, levada a cabo pelo desembargador António Martins Machado, a Câmara desconhecia a existência de foral tendo então sido efetuada uma cópia.»[2]

Vila da Ponta do Sol.

Uma das maiores inquietações do século XVIII na Ponta do Sol, «foi a progressiva devastação das serras e as consequentes aluviões, que causaram graves prejuízos na parte baixa das vilas, sendo na Ponta do Sol devidas ao fabrico de carvão vegetal».[2] Em 1747, a Câmara atua na notificação de todas os indivíduos que tinham o hábito de produzir carvão para não o venderem para fora. A mesma lei foi dada aos patrões, para não carregarem carvão para fora do poder jurídico deste concelho. «No ano seguinte, a Câmara mandou copiar mesmo o velho regimento das madeiras de 1562, para poder fazer face à situação.[2] Em 1749, o procurador do Concelho contestava que apesar das interdições continuar-se-ia a proceder ao corte de madeira para a lenha, para carvão e para exportação. 

Só em 1771 foi instaurado a reflorestação das áreas altas ponta-solenses, embora já estivessem citados na correição de 1684. «Logo em 1769, o problema da Ponta do Sol era o de uma certa rarefação populacional».[2] Assim, em 1778, alguns agricultores reclamaram do procurador do concelho, António José Spínola, e então concederam a ordem de prisão ao procurador.

«Efetivamente, depois de uma época de alguma euforia económica, como foi a época da safra açucareira dos séculos XV/XVI, a partir de meados do século XVI, o Ponta do Sol passou a conhecer uma certa recessão “visível, como no caso do arrendamento da incumbência dos vinhos na qual metade deveria reverter para a forte do Funchal.[2]

Contudo, o turismo na Ponta do Sol tem crescido com o passar dos séculos e tem sido visto como uma mais valia «dadas as potencialidades do concelho tais como o bom clima, temperaturas da água do mar cálidas e uma frente de mar invejável, proporcionando boas condições» [3]. Seguidamente existe também as belezas naturais que se acrescentam nas três freguesias da Ponta do Sol.

Clima e relevo

Costa marítima da Ponta do Sol.

A Ponta do Sol possui um clima subtropical, segundo Köppen-Geiger, com uma temperatura média durante o ano de 19,4 °C,[4] sendo considerado o concelho onde o sol brilha durante maior número de horas.

Quanto ao relevo apresenta uma morfologia bastante acidentada, tendo alguns montes com altitudes superiores a 1000 m, como Fonte do Juncal (1595 m) e Loiral (1415 m), e serras, de menor altitude, como a de Salões, com 479 m. Aí situa-se um dos pontos mais altos da ilha da Madeira o Paul da Serra, sendo este o único planalto existente na ilha, com 24 km² de superfície e 1500 m de altitude.

Como recursos hídricos são de destacar a ribeira da Ponta do Sol e a de Santiago.

População

Número de habitantes [5]
186418781890190019111920193019401950196019701981199120012011
8 2879 3609 13710 45213 21212 11413 29614 98415 73513 82910 9459 1498 7568 1258 862

(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)

Número de habitantes por Grupo Etário [6]
190019111920193019401950196019701981199120012011
0-14 Anos7 2328 2074 3274 8005 9175 4994 8184 025S/ dados2 0721 6691 616
15-24 Anos3 2313 3242 3782 4102 6703 1392 5281 485S/ dados1 5671 1951 122
25-64 Anos7 3667 2324 1845 1045 3255 5065 4424 110S/ dados3 7073 8564 479
= ou > 65 Anos1 1091 2756308639879831 0411 325S/ dados1 4101 4051 645
> Id. desconh356401312

(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)

Freguesias e distribuição da população

Freguesias do município da Ponta do Sol.

Segundo os censos de 2001, a população do concelho totalizava 8 125, distribuídas pelas três freguesias da seguinte maneira:

  1. Ponta do Sol: 4 224 hab.
  2. Canhas: 3 214 hab.
  3. Madalena do Mar: 687 hab.

Património edificado

Economia

As atividades económicas concentram a maioria da população no setor primário, correspondendo a 44 km² para a prática agrícola. Destacando-se o cultivo de cana-de-açúcar, horticultura, floricultura e banana, sendo que a última é o concelho da região que mais produz, graças às excelentes condições ao seu cultivo.

Existe, ainda, uma empresa de exportação de plantas que exporta, intensamente, para a França. Destaca-se, também, para o crescimento do comércio tradicional e da hotelaria.

Gastronomia e artesanato

Na gastronomia do concelho encontram-se os pratos típicos da região, como a espetada em espeto de louro, caldeirada de peixe, bifes de atum, filetes de espada preto, lapas grelhadas, entre outros.

Quanto ao artesanato, os principais trabalhos do concelho são: tapeçaria de retalhos, telas, bordado Madeiratanoaria e obras de vime. Destaque-se ainda o facto de na Lombada da Ponta do Sol serem criadas e utilizadas castanholas de tamanho e toque característico e único desta mesma zona do concelho em especial nos grupos que se juntam no adro da igreja de nossa senhora da Conceição após as missas do parto. Actualmente este instrumento musical é construído apenas por um habitante local (Raul Gaspar) nos seus tempos livres.

Personalidades de relevo

Canhas.

O pai do escritor norte-americano John dos Passos era originário da freguesia da Ponta do Sol, facto lembrado no nome do principal equipamento cultural do município, o Centro Cultural John dos Passos.

A escritora e dramaturga Eugénia Rego Pereira nasceu neste município em 1877.

Geminações

A vila de Ponta do Sol está geminada com:

Uma curiosidade sobre essa geminação, é que no concelho da Ribeira Grande existe uma vila homónima à vila da Ponta do Sol.

Ver também

Bibliografia

Referências

  1.  Portal do Município da Ponta do Sol
  2. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j k l m n o Carita, Rui. O Século XIV: Arquitetura de Poderes. Secretaria Regional da Educação: História da Madeira. pp. 256–263
  3.  Nunes, Isabel. Dicionário Enciclopédia das Freguesias. [S.l.: s.n.] pp. 1003–1004
  4.  «Câmara Municipal da Ponta do Sol». Arquivado do original em 13 de fevereiro de 2010
  5.  Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  6.  INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros
  7.  «Geminações de Portugal». Associação Nacional de Municípios Portugueses. Consultado em 16 de agosto de 2009

Ligações externas

SANTO ALANO DA ROCHA - 8 DE SETEMBRO DE 2024

 

Alano da Rocha

Alano da Rocha
Virgem Santíssima com o Menino Jesus e São Domingos de Gusmão e o Beato Alano da Rocha
Religioso
Nascimentoc. 1428
Dinan
Morte8 de setembro de 1475 (47 anos)
Zwolle
Veneração porIgreja Católica
Principal temploBroerenkerkZwolle
Festa litúrgica8 de setembro
AtribuiçõesVestes de dominicano, segurando o rosário ou um estandarte mariano
Padroeirodos devotos do Santo Rosário e suas confrarias
 Portal dos Santos

Alano da Rocha (em francêsAlain de La RochePlouër-sur-Rancec. 1428 – Zwolle8 de setembro de 1475) foi um frade dominicano bretão que se tornou famoso pela sua particular devoção ao rosário. É tradicionalmente venerado como beato pela Igreja Católica.[1]

Biografia

Virgem com o menino fazem a promessa ao beato Alano da Rocha

Nascido em DinanBretanha, por volta de 1428, ele entrou para a Ordem Dominicana em 1459, aos trinta e um anos. Enquanto prosseguia seus estudos em Saint Jacques, Paris, ele se destacou em filosofia e teologia. De 1459 a 1475, ele ensinou quase ininterruptamente em Paris, LilleDouaiGante e Rostock, onde em 1473, foi reconhecido "Mestre em Teologia". Durante seus dezesseis anos de ensino, ele se tornou um pregador renomado. Ele era infatigável no que considerava sua missão especial, a pregação e o restabelecimento do Rosário, o que fez com sucesso em todo o norte da FrançaFlandres e Holanda.[2] Por volta de 1470, ele fundou a Confraria do Saltério da Gloriosa Virgem Maria, que foi fundamental na disseminação do rosário por toda a Europa.[3]

Alano não publicou nada durante sua vida, mas imediatamente após sua morte os irmãos de sua província foram ordenados a coletar seus escritos para publicação. Estes foram editados em diferentes momentos e causaram alguma controvérsia entre os estudiosos.[2] Uma lista de escritos atribuídos a Alanus foi compilada por JGT Graesse em Trésor des livres rares et précieux (1859).[4]

A antiga igreja de Zwolle, onde hoje funciona uma biblioteca

Alano faleceu em 8 de setembro de 1475, em Zwolle, Holanda, de causas naturais. Apesar de suas contribuições significativas e sua personificação das virtudes dominicanas, ele nunca foi formalmente beatificado, embora assim seja tradicionalmente invocado. Sua memória é celebrada em 8 de setembro pela Igreja Católica.[1] Na Bélgica, Alano é celebrado em 14 de agosto.[5]

Alano foi enterrado em Broerenkerk, uma igreja dominicana em Zwolle que foi posteriormente desconsagrada. Por volta do ano de 1630, um padre dominicano e um irmão da mesma ordem vieram a Zwolle, ambos disfarçados em roupas civis, com o objetivo de recuperar o seu túmulo, mas a investigação não levou a nenhum resultado.[6] Hoje, o local da antiga igreja dominicana funciona como uma biblioteca.[7]

Devoção ao Rosário

Xilogravura do "Saltério de Alano", 1492

De acordo com uma antiga tradição dominicana, no início do século XIII, Domingos de Gusmão estava angustiado com sua falta de sucesso em sua pregação contra os albigenses e orou à Virgem Maria por ajuda. Ela teria aparecido a ele e lhe dito para usar seu saltério em conjunto com sua pregação. Este saltério, um costume de rezar 150 Ave-Marias em vez de Salmos, desenvolveu-se no Rosário.

Esta origem tradicional para o Rosário foi geralmente aceita até o século XVII, quando os Bolandistas concluíram que o relato se originou com Alano, escrevendo mais de duzentos anos após a vida de Domingos. Alano atribuiu suas descrições de Domingos a uma visão de 1460; autores posteriores sugeriram que ele pode tê-las inventado para animar sermões. John Timothy McNicholas, um bispo católico, sustentou que os relatos de Alano não deveriam ser considerados históricos.[2] Herbert Thurston, ao descrever Alano como piedoso e sincero, argumentou que ele era "uma vítima das alucinações mais espantosas" e que suas revelações eram baseadas no testemunho imaginário de escritores inexistentes.[8][9]

De acordo com Alano, Maria fez quinze promessas específicas aos cristãos que rezam o Rosário.[10] As quinze promessas do rosário variam de proteção contra o infortúnio a merecer um alto grau de glória no céu. Um panfleto comumente impresso das promessas traz o imprimatur de Patrick Joseph Hayes, que foi arcebispo de Nova York de 1919 a 1938. O panfleto pode ser um trecho de uma obra anterior com o imprimatur do prelado.[11] Tal imprimatur teria sido emitido após a emissão de um nihil obstat ("nada obsta") por um censor que revisou o material para determinar se ele contradizia o ensino católico. Sob as regras do direito canônico, nem um nihil obstat nem um imprimatur refletiriam necessariamente a opinião pessoal do censor ou do arcebispo em relação ao documento revisado. Foi o antecessor de Hayes, o cardeal John Murphy Farley, que emitiu um imprimatur para a edição da Enciclopédia Católica que descreve as promessas do rosário como não históricas.[11]

Referências

  1. ↑ Ir para:a b «Calendar of Saints - 8 September» (em inglês). Catholic Saints. Consultado em 31 de agosto de 2024
  2. ↑ Ir para:a b c McNicholas, John. «Alanus de Rupe» (em inglês). Enciclopédia Católica, Vol. 1. New York: Robert Appleton Company, 1907. Consultado em 31 de agosto de 2024
  3.  Rabenstein, Katherine I. «Saints of the Day, 1998.» (em inglês). CatholicSaints.Info. Consultado em 31 de agosto de 2024
  4.  «Trésor des livres rares et précieux, Volume 6, pt. 1, pg 193, 1859» (em francês). Grasse, J.G.T. Consultado em 31 de agosto de 2024
  5.  «Blessed Alanus De Rupe» (em inglês). Saint for a Minute. Consultado em 31 de agosto de 2024
  6.  «Nieuw Nederlandsch biografisch woordenboek. Deel 3 (1914)» (em nepalês). Wyers, Engelbertus. Consultado em 31 de agosto de 2024
  7.  «Biblioteca é construída em antiga Catedral». Publiki. 15 de novembro de 2013. Consultado em 31 de agosto de 2024
  8.  Thurston, Herbert. «"Alan de Rupe and his Indulgence", The Month, Vol. 100, p.284, Longmans, Green and Co., London 1902» (em inglês). Consultado em 31 de agosto de 2024
  9.  Thurston, Herbert, and Andrew Shipman. «"The Rosary." The Catholic Encyclopedia. Vol. 13. New York: Robert Appleton Company, 1912» (em inglês). Consultado em 31 de agosto de 2024
  10.  «Rosary Center». Dominican Fathers. Consultado em 31 de agosto de 2024
  11. ↑ Ir para:a b «Bl. Alan de la Roche» (em inglês). Santo Sepulcro. Consultado em 31 de agosto de 2024

Ligações externas

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