sábado, 31 de agosto de 2024

SÃO DOMINGOS DE VAL - 31 DE AGOSTO DE 2024

 

Domingos de Val

São Domingos de Val
O martírio de São Domingos
Padroeiro dos Acólitos
NascimentoSaragoça, Aragão, Espanha
Morte1250, Saragoça, Espanha
Veneração porIgreja Católica
Festa litúrgica31 de Agosto
 Portal dos Santos

Domingos de Val ou del Val (Dominguito em castelhano e inglês; Domenico em italiano) foi um acólito de SaragoçaEspanha.[1][2]

Segundo a lenda, teria sido um infante do coro da Catedral do Salvador de Saragoça, vítima de um assassinato ritual no dia 31 de agosto de 1250 supostamente feito por judeus.[3][4] As evidências acerca de sua história são incertas, além das lendas criadas em torno dele.

Domingos de Val não é mais incluído no novo calendário litúrgico católico romano oficial, embora a capela dedicada a ele na Catedral de Saragoça ainda exista.

A lenda

A base histórica para a lenda é incerta. Não há referências medievais encontradas; o primeiro texto que conta a história é de 1583[5], ou seja, 333 anos após o suposto ocorrido.

A história aparenta ter sido copiada da lenda do Pequeno Santo Hugo de Lincoln.

De acordo com os relatos, Afonso X de Castela escreveu a capitulação original em 1250, dizendo: "Nós ouvimos que uns judeus muito cruéis, em memória da Paixão do Nosso Senhor na Sexta-feira Santa, sequestraram um menino cristão e o crucificaram".

De acordo com a lenda, Domingos era filho de Sancho de Val, notário, e Isabel. Aos sete anos foi sequestrado por um judeu chamado "Albayuceto" (ou "Albay-Huzet", nome que, por "soar hebraico" mas não ser de fato um nome judaico existente, suspeita-se ter sido inventado pelo escritor da lenda) que, com outros companheiros judeus, trataram de repetir a Paixão de Cristo e o crucificaram em uma parede com três cravos, de braços abertos. Após isso o decapitaram e cortaram os pés, escondendo o corpo nas margens do Rio Ebro. Uns pescadores, vendo luzes estranhas, avisaram as autoridades, que encontraram o corpo enterrado no local de onde saíam as luzes.[2][4]

Os restos mortais do santo teriam sido levados para a Igreja de São Gil e mais tarde para a catedral, onde existe a Capela de São Domingos de Val, local de veneração das relíquias.

A lenda é muito parecida com várias outras que alegavam o assassinato de crianças cristãs nas mãos de judeus, como a "Santa Criança de La Guardia" (inspirada em um processo inquisitorial real de 1491).

Durante a Idade Média, era muito comum surgirem estes tipos de lendas para fomentar medidas repressivas contra o povo judeu.[5]

A veneração

San Valero, San Vicente Mártir, San Pedro Arbués y Santo Dominguito de Val en la Gloria, Museu de Saragoça, Espanha. São Domingos é representado na extrema direita usando os paramentos de acólito.

Domingos foi canonizado e é considerado padroeiro dos acólitos.[3] Após o Concílio Vaticano II, seu culto foi suprimido, e sua festa removida do calendário litúrgico da Missa Nova, após não terem sido encontrados vestígios de sua existência.

Também foi criada uma confraria de lavradores para celebrá-lo e comemorá-lo. A confraria foi renovada em 1496, ano em que os restos mortais do menino foram transladados da Capela de São Vicente para a sacristia. Mais tarde foram levados para a Capela do Espírito Santo, onde ficaram até 1671, ano de criação de sua própria capela, ainda hoje existente.

Ver também

Referências

  1.   "Diocese of Saragossa" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
  2. ↑ Ir para:a b «San Domenico del Val»Santiebeati.it. Consultado em 26 de agosto de 2021
  3. ↑ Ir para:a b Angeles Del Altar. [S.l.: s.n.], pg 4
  4. ↑ Ir para:a b SL, DiCom Medios. «Gran Enciclopedia Aragonesa Online»www.enciclopedia-aragonesa.com (em espanhol). Consultado em 26 de agosto de 2021
  5. ↑ Ir para:a b «EL MARTIRIO DE SANTO DOMINGUITO DE VAL» (em espanhol). 31 de agosto de 2017. Consultado em 16 de dezembro de 2020

Bibliografia

  • DORMER, Diego José: Dissertación del Martyrio de Santo Domingo de Val, «Seyse o Infante de Coro de la Santa Iglesia Metropolitana de Zaragoça, en el Templo del Salvador, y del culto público inmemorial con que es venerado desde que padeció el Martyrio»; Zaragoza, Imp. Francisco Revilla, 1698.
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SANTO EDANO ou ADÃO DE LINDISFARNE - 31 DE AGOSTO DE 2024

 

Edano de Lindisfarne

Santo Edano de Lindisfarne
Iluminura de Edano de Lindisfarne, como nos Evangelhos de Lindisfarne.
Bispo e Apóstolo da NortúmbriaTaumaturgo
NascimentoConnachtIrlanda
Morte31 de agosto de 651
Parish Churchyard, BamburgoNortúmbria
Veneração porIgreja CatólicaIgreja OrtodoxaComunhão AnglicanaIgreja Luterana
Principal templooriginalmente a Abadia de LindisfarneNortúmbria; posteriormente disputado entre a Abadia de Iona e a Abadia de Glastonbury (todas destruídas).
Festa litúrgica31 de agosto (Igreja Católica, Comunhão Anglicana), 9 de junho (Igreja Luterana)
AtribuiçõesMonge segurando uma tocha flamejante; veado
PadroeiroNortúmbriaBombeiros
 Portal dos Santos

Edano ou Adão de Lisdisfarne (em latimAedanus), conhecido como o Apóstolo da Nortúmbria (Connacht, ? – BamburgoNortúmbria31 de agosto de 651), foi o fundador e primeiro bispo do mosteiro na ilha de Lindisfarne, na Inglaterra. Como missionário cristão, é creditado a ele a restauração da cristianismo naquela região. Em 2008, ele foi proposto como o provável santo padroeiro do Reino Unido.[1]

Vida

Irlandês, possivelmente nascido em Connacht, Edano foi um monge no mosteiro da ilha de Iona, na Escócia.

Império Romano havia espalhado o cristianismo no território bretão, mas devido à invasão anglo-saxã das ilhas Britânicas, o paganismo anglo-saxão agora era a religião dominante. Osvaldo da Nortúmbria e seus irmãos, viveram entre os gaélicos de Dál Riata como príncipes exilados desde suas expulsões por uma casa real rival em 616. Provavelmente Osvaldo visitou o mosteiro da ilha de Iona, e certamente converteu-se ao cristianismo, e foi batizado. Em 634, recuperou o reino da Nortúmbria, e estava determinado a trazer o cristianismo para a maioria daquela população pagã.

Devido ao seu passado entre os gaélicos, ele solicitou missionários de Iona, o mosteiro pré-eminente dos irlandeses, onde atualmente fica a Escócia, em vez dos missionários da Inglaterra. Inicialmente o mosteiro enviou um bispo novo chamado Cormano, mas ele não obteve sucesso algum e logo retornou a Iona, relatando que os nortúmbrios eram por demais teimosos para serem convertidos. Edano criticou os métodos de Cormano e foi enviado como substituto em 635.[2]

Edano escolheu Lindisfarne, assim como Iona, uma ilha, e próxima à fortaleza real de Bamburgo (Bamburgh), para ser a sede de sua diocese. O rei Osvaldo, que após seus anos de exílio, tinha um domínio perfeito do irlandês, muitas vezes tinha que servir de tradutor para Edano e seus monges, que no começo não falavam inglês. Quando Osvaldo morreu em 642, Edano continuou a receber apoio do rei Osvino de Deira e os dois tornaram-se amigos íntimos.

Um inspirado missionário, Edano percorreu a pé uma aldeia após outra, educadamente conversando com as pessoas que ele encontrava, e aos poucos, despertando-lhes o interesse pelo cristianismo. Segundo a lenda, o rei deu a Edano um cavalo para que ele não precisasse mais andar durante sua missão evangelizadora, mas Edano deu o cavalo para um mendigo. Com paciência, conversando com as pessoas em seu próprio nível, Edano e seus monges lentamente trouxeram o cristianismo para as comunidades nortúmbrias. Edano também acolheu doze meninos ingleses para treiná-los no mosteiro, a fim de assegurar que a futura liderança religiosa da região fosse inglesa.

Em 651, um exército pagão comandado por Penda atacou Bamburgo e tentou incendiar suas muralhas. Segundo a lenda, Edano rezou pedindo a proteção divina para a cidade, após o que, a direção do vento mudou e a fumaça e o fogo sopraram na direção do inimigo, repelindo-os. Daí ele ser considero o protetor daqueles que combatem incêndios.

Edano foi um membro do ramo irlandês do cristianismo, em oposição ao que poderíamos chamar de ramo romano, ou latino, mas seu caráter e sua energia no trabalho missionário granjeou a seu favor o respeito do Papa Honório I e de Félix da Borgonha.

Osvino de Deira, amigo de Edano, foi assassinado em 651. Doze dias depois Edano morreu, em 31 de agosto, no décimo sétimo ano de seu episcopado.[2] Adoeceu quando estava no castelo de Bamburgo, e morreu encostado ao contraforte de uma igreja em uma propriedade real perto de Bamburgo.

O mosteiro que fundou cresceu e ajudou a fundar igrejas e outros mosteiros em toda a região. Tornou-se também um típico centro de saber e guardião do conhecimento da época. São Beda, o Venerável viria a escrever mais tarde a biografia de Edano e descrever os milagres atribuídos a ele. Sua festa é comemorada no dia 31 de agosto (Igreja CatólicaComunhão Anglicana), e em 9 de junho (Igreja Luterana).

Referências

  1.  Cahal Milmo (23 de abril de 2008). «Home-grown holy man: Cry God for Harry, Britain and... St Aidan». The Independent. Consultado em 5 de março de 2010
  2. ↑ Ir para:a b Powicke Handbook of British Chronology p. 237
  • Attwater, Donald e Catherine Rachel John. The Penguin Dictionary of Saints. Terceira edição. Nova Iorque: Penguin Books, 1993. ISBN 0-140-51312-4.
  • Powicke, F. Maurice e E. B. Fryde Handbook of British Chronology. Segunda edição. Londres:Royal Historical Society 1961

Ver também

Ligações externas

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