terça-feira, 27 de agosto de 2024

SÃO CESÁRIO DE ARLES - 27 DE AGOSTO DE 2024

 

Cesário de Arles

Cesário de Arles
Bispo e Padre da Igreja
Nascimento470, Chalon-sur-SaôneImpério Romano do Ocidente
Morte27 de Agosto de 542
Veneração porIgreja Católica
Festa litúrgica27 de Agosto
PadroeiroContra incêncidos
 Portal dos Santos

Cesário de Arles ou César de Arles[1] (Chalon-sur-Saône, c. 470 – Arles, 27 de agosto de 542 ou 543), foi monge em Lérins, abade de um mosteiro próximo a Arles e, mais tarde, bispo de Arles. Foi uma das lideranças políticas e eclesiásticas mais importantes da Gália na primeira metade do século VI. É considerado santo pela Igreja Católica Romana e pela Igreja Ortodoxa. Sua celebração litúrgica é em 27 de agosto. É padroeiro contra incêndios[2][3][4]


Vida

470-502: Juventude, formação monástica e ascensão ao episcopado


Cesário nasceu por volta de 470, em Chalon-sur-Saône (à época chamada Cabillonum), região que fazia então parte do reino dos burgúndios. Este era um dos reinos germânicos estabelecidos no território da Gália, que corresponde grosso modo ao da atual França.[5][6] Informações sobre a vida de Cesário são conhecidas por meio da análise de sua hagiografia, das atas dos concílios que presidiu e de outros textos de sua autoria (cartas, regras monásticas, testamento e tratados).[7]

Filho de pais cristãos pertencentes à aristocracia galo-romana, Cesário adotou a vida clerical aos dezessete ou dezoito anos (ca. 487-488). Ingressou no clero de Chalon-sur-Saône sob os cuidados do bispo Silvestre, supostamente sem o consentimento de sua família, e permaneceu ali por cerca de dois anos, antes de partir para o mosteiro de Lérins a fim de tornar-se monge.[8][9] Importante centro intelectual, Lérins era um destino comum para aristocratas cristãos da Gália desse período, e foi o local de formação de muitos bispos que marcaram seu cenário político e eclesiástico, especialmente no século V.[10]

Segundo seus hagiógrafos, Cesário se destacou entre os monges de Lérins e logo foi nomeado despenseiro do mosteiro. É dito que sua conduta nesse posto atraiu a antipatia de seus pares, pois retinha a comida dos demais monges, dizendo que não estavam sendo suficientemente austeros. Como resultado, o abade Porcário o retirou de seu posto. Em reação a essa experiência infeliz, Cesário teria se dedicado ainda mais à ascese, a ponto de ficar doente por negligenciar sua alimentação. O adoecimento de Cesário teria levado o abade a ordenar que ele fosse à cidade de Arles para cuidar de sua saúde.[11] Não deixa de ser possível que a escolha de Arles como destino fosse devida à sua reputação em possuir bons médicos, mas o mais provável é que Cesário tenha se deslocado para essa cidade em virtude da presença do bispo Eônio de Arles, seu parente.[12]

Cesário chegou em Arles em algum momento antes de 499 (talvez em 495), onde foi hospedado por notáveis da cidade. Logo fez contatos entre os aristocratas da cidade, com destaque para Eônio.[13] Embora a narrativa da hagiografia sustente que ele não sabia que o bispo da cidade era seu parente, isso é pouco provável.[14] Essa relação de parentesco com o bispo arlesiano provavelmente colaborou para a carreira "meteórica" de Cesário, que em poucos anos foi nomeado diáconopresbítero e depois abade de um mosteiro em Arles.[15]

Antes de morrer, Eônio tentou promover Cesário como seu sucessor, pedindo ao clero arlesiano e aos senhores da cidade (os visigodos) que elegessem Cesário como bispo após sua morte. Eônio morreu em 501 ou 502, e alguns meses depois Cesário tornou-se bispo de Arles – mas não sem oposição, como indica o longo intervalo (de quatro ou dezesseis meses) entre a morte de seu predecessor e sua ascensão ao episcopado.[16] É possível, inclusive, que o clero de Arles tenha preferido ignorar o pedido de Eônio e elegido um bispo chamado João (Johannes), sobre o qual nada se sabe além do nome. Porém, não há certeza quanto à veracidade da existência de João de Arles, e, se este realmente existiu, permaneceu por pouco tempo no cargo, assumido por Cesário a partir de 502.[17]

502-514: Oposição e consolidação de seu bispado


Depois de eleito bispo, Cesário se destacou por seu investimento na produção de sermões a serem pregados em paróquias rurais, pelo incentivo ao estudo direto da Bíblia por seus fiéis,[18] e pela implantação de um novo modelo de disciplina para o clero, inspirado no monasticismo. Os primeiros anos do bispado de Cesário foram atribulados, marcados por diversas acusações de traição e por um cerco à cidade entre 507 e 508. As acusações contra Cesário foram provavelmente motivadas pelo fato de ser nativo do reino burgúndio, pelo uso de recursos da Igreja para patrocinar a construção de mosteiros e libertar de escravos,[19] e talvez também pela imposição da disciplina monástica para todo o clero.[20]

A primeira acusação de traição aconteceu em algum momento antes de 506, e aparentemente fez com que Cesário fosse exilado em Bordeaux pelas autoridades visigodas por conta de suspeitas de colaboração com os burgúndios.[21] A narrativa do exílio é questionada por parte da historiografia, que sugere a hipótese de que tenha se tratado na verdade de uma visita diplomática ao rei visigodo.[22] De todo modo, caso o exílio tenha sido verdadeiro, durou pouco tempo, e Cesário foi logo convidado para presidir o Concílio de Agde (506), que foi promovido pelas autoridades visigodas e pretendia reunir todos os bispos do reino.

A segunda acusação de traição se deu durante o cerco de burgúndios e francos à cidade de Arles, que tinham derrotado o exército visigodo na Batalha de Vouillé (507).[23] Reforçando as suspeitas de traição que já tinham embasado a acusação anterior, a hagiografia de Cesário narra que um de seus parentes, um clérigo jovem, fugiu da cidade durante a noite e correu em direção às tropas sitiantes. Isso teria levado a população da cidade a se revoltar, e Cesário acabou preso pelas autoridades visigodas, que supostamente pretendiam afogá-lo no rio Ródano, mas não o fizeram por conta da presença das tropas inimigas.[24][25] Cesário acabou sendo inocentado, possivelmente usando os judeus de Arles como bodes-expiatórios.[26]

O cerco foi suspenso graças à intervenção de tropas do reino ostrogodo,[24] e é dito que Cesário investiu recursos da Igreja para comprar e libertar os cativos de guerra.[27] O conflito acabou destruindo o edifício destinado a abrir um mosteiro feminino planejado por Cesário, situado no exterior dos muros da cidade. Isso fez com que sua fundação fosse adiada para 512, desta vez construído intra-muros.[28] Este foi o chamado mosteiro de São João de Arles, onde sua irmã Cesária foi abadessa entre 512 e 524 (ou 525), quando foi substituída por Cesária (a Jovem), provável sobrinha de Cesário. Foi para este mosteiro que Cesário redigiu sua Regula ad virgines, concluída nos anos próximos ao final de sua vida.

Por fim, a terceira acusação movida contra Cesário ocorreu por volta de 513, e fez com que o bispo tivesse de viajar até Ravena para prestar esclarecimentos ao rei Teodorico. O conteúdo da acusação não é especificado pelos hagiógrafos, sendo possível que se trate de outra acusação de colaboração com os burgúndios, ou, o mais provável, de uso indevido do patrimônio da Igreja para financiar obras autopromocionais, como a fundação de mosteiros.[29] A veracidade desta narrativa também é questionada por parte da historiografia, que destaca a possibilidade de que Cesário tenha viajado à Itália para estreitar seus laços com o monarca ostrogodo e com o bispo de Roma, algo condizente com seu perfil de bispo politicamente ativo.[30] De uma forma ou de outra, Cesário se beneficiou de sua viagem à Itália, pois recebeu doações do rei e benefícios do bispo Símaco de Roma, que lhe deu o direito de usar o pálio e, um ano mais tarde, o nomeou vigário de Roma na Gália e na Hispania.[31]

514-531: Auge da carreira

É certo que Cesário voltou da Itália fortalecido, dispondo de mais recursos financeiros e das prerrogativas dadas por Símaco de Roma, que reforçavam sua autoridade enquanto bispo metropolitano. Contudo, sabe-se bem menos a respeito dessa etapa de sua carreira do que sobre seus anos iniciais, pois seus hagiógrafos optaram por omitir os detalhes sobre sua trajetória entre 514 e 542, ano de sua morte.[32] A única exceção é a menção ao Concílio de Valence (ca. 528), que colocou em dúvida a ortodoxia das opiniões de Cesário sobre a Graça (vide Controvérsia Semipelagianista). Cesário não participou desse concílio, alegando estar doente, mas enviou o bispo Cipriano de Toulon como seu representante.

Dito isso, sabe-se que o auge da carreira episcopal de Cesário se deu nesse contexto, sobretudo a partir do ano de 523, quando os ostrogodos avançaram para o norte e conquistaram o restante do território da província eclesiástica de Viennensis, região em que o bispo de Arles tinha autoridade metropolitana. Cesário aproveitou-se dessa situação favorável para reunir vários concílios e assim reforçar sua autoridade na região ao norte do Rio Durance, que antes estava fora de seu alcance e era dominada pelo bispo de Vienne, seu rival.[33][34] Afora o primeiro concílio que organizou nesse período – o Concílio de Arles (524) – todos os demais foram organizados em cidades em que antes não conseguia exercer sua autoridade na prática: o Concílio de Carpentras (527), II Concílio de Orange (529) e Concílio de Vaison (529). Destes, os mais destacados são o II de Orange, que formulou uma defesa da concepção de Graça de Cesário no contexto da Controvérsia Semipelagianista,[35] e o de Vaison, em que foi aprovada uma das propostas mais ousadas do programa de reformas de Cesário: a extensão do direito de pregar a clérigos menores, sobretudo os responsáveis por paróquias rurais. Este último já expressa um certo declínio da autoridade de Cesário, pois o baixo número de assinaturas sugere que sua base de apoio estava diminuindo.[36]

532-542: Perda de autoridade e falecimento

Embora já apresentasse sinais de enfraquecimento em 529, a investida de Cesário no sentido de fortalecer sua autoridade metropolitana foi frustrada mais claramente em 532, quando o reino ostrogodo, enfraquecido após a morte do rei Teodorico (526), cedeu seus territórios ao norte do Rio Durance para o reino franco em troca de apoio militar.[37] Isso inseriu a diocese de Arles em um reino com cuja monarquia Cesário não tinha laços estabelecidos, e cujos centros de decisão se encontravam mais ao norte, onde o bispo de Arles não tinha grande projeção eclesiástica e política.[38] Além disso, a partir do bispado de Agapito de Roma (535-536) os bispos de Roma mudaram sua política em relação a Arles: não suspenderam as prerrogativas que já tinham conferido ao bispo arlesiano, mas na prática deixaram de apoiar as pretensões da diocese de Arles à primazia na Igreja gálica.[39][40]

Diante da idade avançada e dessa retração de sua autoridade, os anos finais da vida de Cesário foram dedicados em grande parte à tentativa de assegurar a permanência do mosteiro feminino que fundou, escrevendo, além da Regula ad virgines, um testamento em que demanda a seus sucessores o respeito às propriedades e rendas do monastério.[41]

Cesário morreu em algum momento entre 540 e 543, sendo 542 a data mais consensual. A redação de sua hagiografia, a Vita Caesarii, foi feita a pedido da abadessa Cesária, e serviu promover a imagem de santidade de Cesário, o que colaboraria para a preservação do mosteiro que fundou.[42][43]

Obras

Ele escreveu vários tratados: Libellus de mysterio sanctae TrinitatisBreviarium adversus haereticosOpusculum de gratiaExhortationes e alguns livretos publicados pela Bibliotheca Patrum (Leida1677). Estes incluem os sermões e homilias, cerca de 238, alguns publicados em Basileia1558 e outros publicados pela Bibliotheca Patrum em Veneza1776.[44]

Suas obras mais conhecidas são as duas regras monásticas que escreveu: Regula ad monachos, para comunidades monásticas masculinas, e Regula ad virgines, para comunidades monásticas femininas. A combinação das duas regras é conhecida como a Regra de São Cesário.[45]

Iconografia

Vestes episcopais, com pontifical e pálio, sustenta um báculo episcopal.

Seus atributos são uma espada fincada em um livro que sustenta em uma das mãos; luva insuflada sobre livro.

Há representações que apresentam São Cesário de Arles atendendo pessoas enfermas e empobrecidas. Há ainda representação dele detento as chamas de um convento de monjas.[1]

Citações

Ver também

Referências

  1. ↑ Ir para:a b Lorêdo, Wanda Martins (2002). Iconografia religiosa: dicionário prático de identificação. Rio de Janeiro: Pluri Edições. p. 55. 397 páginas
  2.  Tavares, Jorge Camos (2001). Dicionário de santos. Porto: Lello Editores. p. 39. 300 páginas
  3.  Attwater, Donald (1983). Dicionário de santos. Lisboa: Publicações Europa-América. p. 96. 424 páginas
  4.  Malnory, Arthur (1894). Saint Césaire, évêque d'Arles : 503-543 (em francês). Paris: E. Bouillon. pp. xxvii; 317
  5.  BRESSAN, Nicoletta. Identità cristiana, antigiudaismo e presenza ebraica nei sermoni di Cesario di Arles. Pádua, 2010. 156f. Dissertação (Mestrado em Ciência das Religiões) – Universidade de Pádua - Ca' Foscari de Veneza, Pádua, 2010. p. 8.
  6.  Klingshirn, William E. (1993). Caesarius of Arles: The Making of a Christian Community in Late Antique Gaul. Col: Cambridge Studies in Medieval Life and Thought: Fourth Series. Cambridge: Cambridge University Press. pp. 16–17
  7.  Silva, Paulo Duarte (2017). Pregação e poder no ocidente: as festas cristãs nos séculos V-VI (440-553). Rio de Janeiro: Autografia. p. 131. ISBN 978-85-518-0560-2
  8.  Klingshirn, William E. (1993). Caesarius of Arles: The Making of a Christian Community in Late Antique Gaul. Col: Cambridge Studies in Medieval Life and Thought: Fourth Series. Cambridge: Cambridge University Press. pp. 19–20
  9.  SAINT-SAËNS, Alain. Césaire d'Arles et les Juifs: contribution à l'Histoire des rapports Judéo-chrétiens au VIème siècle. Estrasbugo, 1979. 139f. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade de Estrasburgo, Estrasburgo, 1979. p. 17.
  10.  Bailey, Lisa Kaaren (2010). Christianity's quiet success : the Eusebius Gallicanus sermon collection and the power of the church in late antique Gaul. Notre Dame, Ind.: University of Notre Dame Press. p. 109. OCLC 794700554
  11.  CIPRIANO DE TOULON et al. The Life of Caesarius. In: The Life, Testament and Letters of Caesarius of Arles: translated texts for historians. Ed. William Klingshirn. Liverpool: Liverpool University, 1994. 9-65. p. 11-13.
  12.  Klingshirn, William E. (1993). Caesarius of Arles (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. p. 31
  13.  DELAGE, Marie-José. Introduction. Césaire d’Arles: Sermons au peuple, tome I (Sermons 1-20). Sources Chrétiennes, v. 175, ed. Marie-José Delage. Paris: Du Cerf, 1971. 13-208. p. 48.
  14.  Klingshirn, William E. (1993). Caesarius of Arles: The Making of a Christian Community in Late Antique Gaul. Col: Cambridge Studies in Medieval Life and Thought: Fourth Series. Cambridge: Cambridge University Press. p. 72
  15.  Klingshirn, William E. (1993). Caesarius of Arles: The Making of a Christian Community in Late Antique Gaul. Col: Cambridge Studies in Medieval Life and Thought: Fourth Series. Cambridge: Cambridge University Press. pp. 82–83
  16.  Delaplace, Christine (2012). «Pour une relecture de la Vita Caesarii : le rôle politique de l'évêque d'Arles face aux représentants des royaumes burgonde, wisigothique et ostrogothique»Annales du Midi (279): 312. doi:10.3406/anami.2012.7414. Consultado em 11 de junho de 2022
  17.  Klingshirn, William E. (1994). Caesarius of Arles: the making of a Christian community in Late Antique Gaul. Cambridge: Cambridge University Press. pp. 85–86
  18.  Ferreiro, Alberto (janeiro de 1992). «'Frequenter Legere' The Propagation of Literacy', Education, and Divine Wisdom in Caesarius of Arles»The Journal of Ecclesiastical History (em inglês) (1): 5–15. ISSN 1469-7637doi:10.1017/S0022046900009635. Consultado em 11 de junho de 2022
  19.  Leyser, Conrad (2000). «The Pure Speech of Caesarius of Arles». Authority and Ascetism from Augustine to Gregory the Great. Oxford: Oxford University Press. pp. 87–88
  20.  Delage, Marie-José (1994). Un évêque aux temps des invasions. In: Bertrand, Dominique et al. Césaire d'Arles et la christianisation de la Provence: actes des journées « Césaire ». Paris: Les éditions du Cerf. p. 21-44. p. 33-34.
  21.  DELAGE, Marie-José (1971). Introduction. Césaire d’Arles: Sermons au peuple, tome I (Sermons 1-20). Sources Chrétiennes, v. 175, ed. Marie-José Delage. Paris: Du Cerf. p. 13-208. p. 40-41.
  22.  Delaplace, Christine (2012). «Pour une relecture de la Vita Caesarii: le rôle politique de l'évêque d'Arles face aux représentants des royaumes burgonde, wisigothique et ostrogothique». Annales du Midi124 (279): 314-315
  23.  Silva, Paulo Duarte (2017). Pregação e poder no ocidente: as festas cristãs nos séculos V-VI (440-553). Rio de Janeiro: Autografia. p. 139. ISBN 978-85-518-0560-2
  24. ↑ Ir para:a b DELAGE, Marie-José (1971). Introduction. Césaire d’Arles: Sermons au peuple, tome I (Sermons 1-20). Sources Chrétiennes, v. 175, ed. Marie-José Delage. Paris: Du Cerf. p. 13-208. p. 41.
  25.  Klingshirn, William E. (1994). Caesarius of Arles: The Making of a Christian Community in Late Antique Gaul. Cambridge: Cambridge University Press. p. 107-108.
  26.  Klingshirn, William E. (1994). Caesarius of Arles: The Making of a Christian Community in Late Antique Gaul. Cambridge: Cambridge University Press. p. 108-109.
  27.  CIPRIANO DE TOULON et al. The Life of Caesarius. In: The Life, Testament and Letters of Caesarius of Arles: translated texts for historians. Ed. William Klingshirn. Liverpool: Liverpool University, 1994. 9-65. p. 25-26.
  28.  Klingshirn, William E. (1994). Caesarius of Arles: The Making of a Christian Community in Late Antique Gaul. Cambridge: Cambridge University Press. p. 117-118.
  29.  Delaplace, Christine (2012). «Pour une relecture de la Vita Caesarii: le rôle politique de l'évêque d'Arles face aux représentants des royaumes burgonde, wisigothique et ostrogothique». Annales du Midi. 124 (279): 319
  30.  Février, Paul-Albert (1994). Césaire et la Gaule Méridionale au VIe siècle. In: BERTRAND, Dominique et al. Césaire d'Arles et la Christianisation de la Provence: actes des journées « Césaire ». Paris: Les éditions du Cerf. p. 45-73. p. 60-61.
  31.  Klingshirn, William E. (1994). Caesarius of Arles: The Making of a Christian Community in Late Antique Gaul. Cambridge: Cambridge University Press. p. 125-130.
  32.  Delaplace, Christine (2012). «Pour une relecture de la Vita Caesarii: le rôle politique de l'évêque d'Arles face aux représentants des royaumes burgonde, wisigothique et ostrogothique». Annales du Midi124 (279): p. 321.
  33.  SILVA, Paulo D. (2018). Episcopado ocidental e a sede romana na Primeira Idade Média: o caso de Arles (417-513). Brathair, v. 18, n. 2, p. 19-30. p. 24.
  34.  SILVA, Paulo D. (2018). Secundum statuta canonum: poder e memória nos concílios do sul da Gália (5 24-529). OPSIS, v. 18, n. 1, p. 21-43. p. 26.
  35.  DELAGE, Marie-José (1971). Introduction. Césaire d’Arles: Sermons au peuple, tome I (Sermons 1-20). Sources Chrétiennes, v. 175, ed. Marie-José Delage. Paris: Du Cerf. p. 13-208. p. 55-57.
  36.  Klingshirn, William E. (1994). Caesarius of Arles: The Making of a Christian Community in Late Antique Gaul. Cambridge: Cambridge University Press. p. 246.
  37.  Klingshirn, William E. (1994). Caesarius of Arles: The Making of a Christian Community in Late Antique Gaul. Cambridge: Cambridge University Press. p. 256.
  38.  LÖHR, Winrich (2008). Western Christianities. In: CASIDAY, Augustine; NORRIS, Frederick W. (Ed.). The Cambridge History of Christianity: Constantine to c. 600. Cambridge: Cambridge University, p. 9-51. p. 35.
  39.  Bressan, Nicoletta. Identità cristiana, antigiudaismo e presenza ebraica nei sermoni di Cesario di Arles. Pádua, 2010. 156f. Dissertação (Mestrado em Ciência das Religiões) – Universidade de Pádua - Ca' Foscari de Veneza, Pádua, 2010. p. 14.
  40.  Klingshirn, William E. (1994). Caesarius of Arles: The Making of a Christian Community in Late Antique Gaul. Cambridge: Cambridge University Press. p. 249.
  41.  Klingshirn, William E. (1994). Caesarius of Arles: The Making of a Christian Community in Late Antique Gaul. Cambridge: Cambridge University Press. p. 250–255.
  42.  Klingshirn, William E. (1994). Caesarius of Arles: The Making of a Christian Community in Late Antique Gaul. Cambridge: Cambridge University Press. p. 261, 264.
  43.  Leyser, Conrad (2000). «The Pure Speech of Caesarius of Arles». Authority and Ascetism from Augustine to Gregory the Great. Oxford: Oxford University Press. p. 89–90.
  44.  Ferreiro, Divine Wisdom in Caesarius of Arles, 9
  45.  Delcogliano, Mark. 2006. Caesarius of 

SANTA MÓNICA DE HÍPONA - 27 DE AGOSTO DE 2024

 

Mônica de Hipona

 Nota: "Santa Mônica" e "Santa Mónica" redirecionam para este artigo. Para outros significados, veja Santa Mônica (desambiguação).
Santa Mônica
Santa Mônica e Santo Agostinho
Modelo de Mãe e Esposa
Nascimento331
Tagaste (atual Souk Ahras
Morte387 (56 anos)
Óstia
Veneração porIgrejas católica e ortodoxa
Festa litúrgica27 de agosto (desde 1969),

4 de maio (antes de 1969)[1]

 Portal dos Santos

Santa Mônica (português brasileiro) ou Santa Mónica (português europeu) (331387) é a mãe de Santo Agostinho de Hipona e uma santa cristã. A sua festa realiza-se em 27 de agosto.[2]

Biografia

Esta santa nasceu em 331, em Tagaste (atual Souk Ahras, na Argélia), mas há controvérsias acerca dessa data. Foi, segundo as tradições católicas, criada por uma dada, ou seja, uma escrava que cuidava dos filhos dos senhores, dessa senhora recebeu "educação e rígidos ensinamentos religiosos".[2]

Casou-se aos dezessete ou dezoito anos com Patrício. O casal ocupava razoável posição social, mas apesar disso Mônica não era feliz no casamento, pois sofria com a infidelidade do marido. Por isso começou a atingir o ideal cristão de boa esposa e mãe, já que nunca criou discórdia embora sofresse.[3]

Foi mãe de Santo Agostinho, também Doutor da Igreja. E, segundo ele o seu alicerce espiritual que o conduziu em direção à "fé verdadeira", já que o converteu ao cristianismo. Ele julgava ser a mãe a "intermediária" entre ele e Deus. Durante a adolescência de Agostinho até ao seu batismo, Mônica vivia entre lágrimas, lamentando a "vida de heresias" do filho, e orava fervorosamente para que ele encontrasse a "verdadeira ".[4]

Agostinho atribuiu a um sonho de sua mãe o passo definitivo para sua conversão e a "confirmação" de sua vocação religiosa, desse modo Mônica se torna responsável pelo destino cristão do filho.[5]

A partir disso o filho vê a mãe de forma santificadora, mas reconhece o fardo feminino que ela carrega, já que nos primórdios da cristandade, a mulher era vista entre dois extremos, o da exaltação e da condenação. A parte "boa" do sexo feminino era representada por Maria e a parte "ruim", que se entrega à tentação, representada por Eva. Foi dessa forma que Mônica foi vista por seu filho e pela Igreja.[4]

Morte e veneração

Morreu aos 56 anos, no ano de 387, em Óstia na Itália, mesmo ano da conversão de seu filho. Seu corpo foi "descoberto" em 1430 e transferido para a Basílica de Santo Agostinho, em Roma. Mônica foi canonizada não por ter operado milagres, mas sim por ter sido a "responsável pela conversão de seu filho", mostrando empenho em ensinar condutas cristãs como moral, pudor e mansidão, mostrando a intervenção feminina no interior da família, pois foi o meio, através da oração, que contribuiu para a vida religiosa do filho.[4]

Referências

  1.  Calendarium Romanum (Typis Vaticanis Polyglottis 1969), p. 102
  2. ↑ Ir para:a b «Conheça Santa Mônica, a mãe de Santo Agostinho»Santo do Dia. Consultado em 25 de junho de 2021
  3.  «Santa Mónica (332-387) [Relations to actor] :: museum-digital:bremen»bremen.museum-digital.de. Consultado em 25 de junho de 2021
  4. ↑ Ir para:a b c «Santa Mônica - A criação do ideal da mãe cristã»Idade Média - Prof. Dr. Ricardo da Costa. 22 de junho de 2012. Consultado em 25 de junho de 2021
  5.  «Santa Mônica»Aleteia: vida plena com valor. Consultado em 25 de junho de 2021

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