quarta-feira, 24 de julho de 2024

ALEXANDRE DUMAS (PAI) - NASCEU EM 1802 - 24 DE JULHO DE 2024

 

Alexandre Dumas

 Nota: Para o filho, veja Alexandre Dumas (filho).
Alexandre Dumas
Dumas em 1855
Nome completoDumas Davy de la Pailleterie
Nascimento24 de julho de 1802
Villers-Cotterêts, departamento de AisneRepública Francesa
Morte5 de dezembro de 1870 (68 anos)
Dieppe, departamento de Seine-MaritimeRepública Francesa
Nacionalidadefrancesa
Género literárioromancedrama
Movimento literárioromantismo e ficção histórica
Magnum opusLes Trois Mousquetaires (1844)
Le Comte de Monte-Cristo (1844-45)
Carreira musical
Período musical1819-1885

Alexandre Dumas (Villers-Cotterêts24 de julho de 1802 – Puys, 5 de dezembro de 1870) foi um romancista e dramaturgo francês. Conhecido como Alexandre Dumas, Pai, escreveu os livros Os Três Mosqueteiros e O Conde de Monte Cristo, clássicos do romance de capa e espada de grande aceitação popular. Nasceu na região de Aisne, próximo a Paris. Era neto do marquês Alexandre Antoine Davy de la Pailleterie e de uma escrava (ou liberta, não se sabe ao certo) negra, Marie-Césette Dumas. Seu pai foi Thomas Alexandre Davy de la Pailleterie, mais conhecido como General Dumas, grande figura militar de sua época[1] que nasceu em Saint-Domingue (atual Haiti).[2][3]

Carreira literária

Enquanto trabalhava em Paris, Dumas começou a escrever artigos para revistas e também peças para teatro. Em 1829, foi produzida sua primeira peça, Henrique III e sua Corte, alcançando sucesso de público. Na revolução que depôs o rei Carlos X de França e substituiu-o no trono pelo ex-patrão de Dumas, o Duque d'Orléans, que governaria com o nome de Luís Filipe de França, alcunhado de Rei Cidadão.

Até meados da década de 1830, a vida na França permaneceu agitada, com tumultos esporádicos em busca de mudanças promovidas por republicanos frustrados e trabalhadores urbanos empobrecidos. À medida que a vida retornava lentamente à normalidade, o país começava a se industrializar e, com uma economia em crescimento combinada com o fim da censura à imprensa, a vida recompensou as habilidades de escritor de Alexandre Dumas.

Após escrever mais algumas peças de sucesso, passou a se dedicar aos romances. Apesar de ter um estilo de vida extravagante e sempre gastar mais do que ganhava, Dumas provou ser um divulgador astuto. Com a alta demanda dos jornais por romances seriados, em 1838 simplesmente reescreveu uma de suas peças para criar sua primeira série em romance. Intitulada "O Capitão Paulo" (em francês Le Capitaine Paul) levou-o a criar um estúdio de produção que lançou centenas de histórias, todas sujeitas à sua apreciação pessoal.

Em 1840, casou-se com uma atriz, Ida Ferrier, mas continuou a manter seus casos com outras mulheres, sendo pai de pelo menos três filhos fora do casamento. Um desses filhos, que recebeu o seu nome, seguiria seus passos na carreira de novelista e escritor de peças teatrais. Por causa do mesmo nome e da mesma profissão, para distinguir um do outro, um é chamado Alexandre Dumas pai (Alexandre Dumas, père) e o outro Alexandre Dumas, filho (em francês, Alexandre Dumas, fils).

Alexandre Dumas, pai, escreveu romances e crônicas históricas com muita aventura que estimulavam a imaginação do público francês e de outros países nos idiomas para os quais foram traduzidos. Alguns destes trabalhos foram:

Seu trabalho como escritor lhe rendeu muito dinheiro, porém Dumas vivia endividado por conta de seu alto gasto com mulheres e de seu estilo de vida. O grande e dispendioso château que construiu estava constantemente cheio de pessoas estranhas que se aproveitavam de sua generosidade. Com a deposição do rei Luís Filipe após uma revolta, não foi visto com bons olhos pelo presidente recém-eleito, Napoleão III, e em 1851 Dumas teve que ir embora para Bruxelas para fugir de seus credores. Dali viajou à Rússia, onde o francês era a segunda língua falada e suas novelas também eram muito populares.

Dumas passou dois anos na Rússia antes de se mudar em busca de aventuras e inspiração para mais histórias. Em março de 1861, o reino da Itália foi proclamado, com Vítor Emanuel II como rei. Nos três anos seguintes, Alexandre Dumas se envolveria na luta pela unificação da Itália, retornando a Paris em 1864.

Reconhecimento póstumo

Sepultado no local onde nasceu, o corpo de Alexandre Dumas ficou no cemitério de Villers-Cotterêts até 30 de novembro de 2002. Sob as ordens do presidente francês Jacques Chirac, seu corpo foi exumado e, numa cerimónia televisiva, seu novo caixão, carregado por quatro homens vestidos como os mosqueteiros Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan, foi transportado em procissão solene até o Panteão de Paris, o grande mausoléu onde grandes filósofos e escritores da França estão sepultados.

Em seu discurso, o presidente Chirac disse: "Contigo, nós fomos D'Artagnan, Monte Cristo ou Balsamo, cavalgando pelas estradas da França, percorrendo campos de batalha, visitando palácios e castelos -- contigo, nós sonhamos." Numa entrevista após a cerimônia, Chirac reconheceu o racismo que existiu, dizendo que um erro agora foi reparado, com o sepultamento de Alexandre Dumas ao lado dos companheiros autores Victor Hugo e Voltaire.

A honraria reconheceu que, apesar de a França ter produzido vários grandes escritores, nenhum deles foi tão lido quanto Alexandre Dumas. Suas histórias foram traduzidas em quase 100 idiomas e inspiraram mais de 200 filmes.

Referências

  1.  «Général Dumas»Dumaspere.com. La Société des Amis d'Alexandre Dumas.
  2.  Gallaher, John G. (1997). General Alexandre Dumas: Soldier of the French Revolution. [S.l.]: SIU Press. pp. 7–8. ISBN 978-0809320981
  3.  Gates, Henry Louis Jr. (2017). 100 Amazing Facts about the Negro. [S.l.]: Pantheon Books. p. 332. ISBN 978-0307908711
  4.  «Review of Œuvres»The North American Review (118): 109–137. 1843. ISSN 0029-2397. Consultado em 19 de maio de 2023
  5.  Munro, Douglas (1981). Alexandre Dumas père, a bibliography of works published in French, 1825-1900. Internet Archive. [S.l.]: New York : Garland Pub.

Ligações externas

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SANTA CRISTINA A ADMIRAVEL - 24 DE JULHO DE 2024

 

Cristina, a Incrível

Santa Cristina, a Incrível
Gravura de Santa Cristina, a Incrível, numa Pagela devocional de 1892 do bispo Victor-Joseph Doutreloux da Diocese de Liège.
Mística
Nascimento1150
Sint-TruidenLimburgoBélgica
Morte24 de julho de 1224 (-32 anos)
Sint-TruidenLimburgoBélgica
Veneração porIgreja Católica
CanonizaçãoInformal. Andreas Brunner e Alban Butler a elencam entre os santos.
Festa litúrgica24 de julho
Padroeiradoenças mentais, profissionais de saúde mental
 Portal dos Santos

Cristina, cognominada "a Incrível" ou "a Maravilhosa" (em latim: Christina Mirabilis[1]) foi uma mulher piedosa, beguina e mística belga do século XII. Ela foi considerada uma santa[2] ainda em vida, e logrou fama durante os séculos posteriores à sua morte, conforme observado por sua aparição no Fasti Mariani, o Calendário dos Santos de Andreas Brunner em 1630, e na Vidas dos Santos - Edição Concisa, de Alban Butler, publicado no século XVIII.

Vida

Christina nasceu em uma família religiosa, a caçula de três filhas. Depois de ficar órfã aos quinze anos, ela trabalhou como pastora de animais, levando o rebanho para o pasto. No entanto, quando tinha 20 anos, sofreu uma forte crise epiléptica, e essa condição de convulsão mostrou-se tão grave que acabou em Catalepsia patológica onde as testemunhas presumiram que ela havia morrido de fato. Assim, realizou-se um funeral, mas durante a missa de corpo presente, ela se levantou do caixão cheia de vigor, estupefata e assombrando toda sua cidade de Sint-Truiden que presenciara essa maravilha. Naquele instante levitou, sob olhar atento dos presentes, até o teto da Igreja, quando, sob a ordem do padre oficiante, desceu próximo ao altar e explicou que não suportava o mau cheiro das pessoas pecadoras que estavam ali no recinto.

Reportou que enquanto seu corpo jazia no caixão sendo velado pelos concidadãos, sua alma foi levada ao Inferno, ao Purgatório e ao Paraíso e relatou sua experiência de quase morte, testemunhando tudo o que se passou consigo nesses estados. Afirmou que assim que sua alma foi separada de seu corpo, os anjos a conduziram para um lugar muito sombrio, inteiramente cheio de almas cujos tormentos que ali padeciam eram tais que eram impossíveis de descrever. Ela alegou que lhe foi oferecida a possibilidade de permanecer no céu ou retornar à terra para realizar penitência e libertar almas das chamas do purgatório. Cristina concordou em escolher voltar à vida e ressuscitou naquele instante. Ela verbalizou explicitamente aos que estavam ao seu redor que retornara à vida com o único propósito de sofrer pelo alívio dos fiéis defuntos e converter os pobres pecadores.

Conforme podemos ler no relato do cônego regular dominicano monge Thomas de Cantimpré:

Assim que minha alma foi separada de meu corpo, foi recebida pelos anjos que primeiro a conduziram a um lugar muito escuro, inteiramente cheio de almas e os tormentos que elas suportaram naquele lugar pareciam-me tão excessivos que é impossível dar uma ideia aproximada da sua gravidade (...) Eu vi muitos de meus conhecidos entre eles e, profundamente tocada por sua triste condição, perguntei se ali acaso era o Inferno, mas me disseram que era o Purgatório. Foi então que meus anjos da guarda levaram-me para o Inferno, onde pude novamente identificar aquelas pessoas que conheci em vida. Em seguida, fui transportada para o Céu, até ao Trono da Divina Majestade, onde fui recebida com olhos favoráveis e experimentei uma alegria extrema e estas palavras me foram ditas: "Na verdade, minha querida, um dia você estará comigo. Agora, entretanto, eu permito que você escolha ficar comigo aqui ou retornar à Terra para cumprir uma missão de caridade e sofrimento para libertar das chamas do Purgatório as almas que te inspiraram tanta compaixão, [e] você sofrerá por elas na terra: você suportará grandes tormentos, porém sem morrer de seus efeitos. E você não apenas aliviará os mortos, mas o exemplo que você dará aos vivos e seu sofrimento contínuo levará os pecadores a se converterem e a expiarem seus crimes. Depois de completar esta nova vida, você voltará aqui carregada de méritos a gozar o Céu".

Cristina, ouvindo essas palavras e vendo os grandes benefícios que as almas tirariam de sua volta ao mundo para penitenciar-se, decidiu sem hesitar voltar à vida e imediatamente ressuscitou. Ela disse aos que a cercavam que seu único propósito ao retornar fora o alívio dos mortos e a conversão dos pecadores e que ninguém deveria se surpreender com a penitência que ela praticaria, nem com a vida que levaria doravante. Diz-se que ela disse: "Será tão extraordinário que nada assim jamais aconteceu em toda a história". A penitência pelas almas no Purgatório e a conversão dos pecadores se tornaria a maior preocupação de sua vida dali em diante.

Foto da igreja de Santa Cristina, a Maravilhosa (Mirabilis) com a legenda "Da peste, da fome e da guerra, livrai-nos Senhor - Santa Cristina, por sua comunidade, intercedei" - reconhecendo sua santidade generalizada pelos leigos, conforme permitido pela Igreja Católica.

Cristina começou imediatamente a obra para a qual acreditava ter sido enviada por Deus, e renunciou completamente a todos os confortos da vida, mudou-se para a área central das muralhas de Sint-Truiden na Diocese de Liège, reduziu-se à extrema miséria, vestiu-se em farrapos, viveu sem casa e sem lar, dormindo sobre pedras, fazendo jejuns extenuantes e castigando-se sobremaneira mas ainda não contente com a severidade de suas privações, buscou avidamente tudo o que pudesse lhe causar sofrimentos. No início, ela fugiu de todo contato humano mas, suspeita de estar possessa, foi presa. Imediatamente solta, começou a praticar a penitência extrema, sob a direção de Jacques de Vitry.

Santa Cristina foi distinguida por Deus com vários CarismasDons do Espírito Santo e Habilidades psíquicas. Cristina morreu de causas naturais no mosteiro dominicano de Santa Catarina em Sint-Truiden, aos 74 anos. Conforme testemunhou a prioresa, apesar de seu comportamento, Cristina sempre obedeceu humilde e completamente a qualquer ordem que lhe desse a superiora do mosteiro. Na arte religiosa, Cristina é retratada como uma freira alada.

Cristina, a Incrível, aparecendo no Fasti Mariani (1630), o Calendário de Santos do Historiador Jesuíta Andreas Brunner - sua festa, dia 24 de julho, está indicada na página.

O testemunho do Cardeal Jacques de Vitry

Jacques de Vitry, se encontrou com Cristina várias vezes e testemunhou suas penitências extraordinárias: ela se jogava proposital e regularmente em fornos ardentes, de chamas devoradoras, ali sofrendo grandes torturas por longos períodos, proferindo gritos terríveis, mas saía deles sem nenhuma queimadura. No auge do rigoroso inverno europeu ele viu Cristina mergulhar no Rio Mosa com água congelada e ali permanecer orando e implorando a misericórdia de Deus por horas, dias e até semanas a cada vez, sem sofrer o mínimo desconforto. Às vezes ela se permitia levar pelas correntezas rio abaixo até ser sugada por um moinho onde, segundo ele, "a roda girava com ela de uma maneira terrível de se ver", mas ela nunca sofreu qualquer deslocamento ou quaisquer ossos quebrados. Vitry também a viu ser perseguida e atacada por cães que a alcançaram e morderam intensamente, mas nenhum dano lhe sucedeu. Testemunhou que isso se dera em várias ocasiões. Toda sorte de aflição por si conhecida ela escolheu sofrer: corria descalça entre pontiagudos espinhos e brasas incandescentes. Mas mesmo com todas estas coisas, ela sempre saia ilesa.

Manuseava o fogo com desenvoltura, submergia profundamente nas águas, trancava-se por longos períodos em tumbas, sempre permanecendo impávida. Ele tinha êxtases frequentes durante os quais cantava em latim, uma língua que nunca havia aprendido, com uma voz angelical. Em êxtase também afirmava ter guiado as almas de pessoas recém-falecidas ao Purgatório, e as do Purgatório ao Paraíso; além disso, ela alegou que não podia suportar a proximidade de certas pessoas porque podia sentir o cheiro horrível de seus pecados e, para evitá-los, subia em árvores ou edifícios, escondia-se em fornos ou armários, ou até levitava nas alturas. Ela foi presa uma segunda vez porque muitos a consideravam uma louca ou possessa e, quando foi libertada, comportou-se com mais moderação em suas penitências, mas sempre aconselhando, orando e profetizando sobre as pessoas. Santa Lutgarda ingressou na Ordem cisterciense precisamente por seguir um conselho de Cristina. A beata Maria d'Oignies muito se aconselhava com Cristina e a tinha em alta conta.

O testemunho do Cardeal São Roberto Belarmino

O grande cardeal romano assim se referiu a Santa Cristina, a Incrível:

Temos razão para crer no seu testemunho, pois tem por garantia outro grave autor, Jacques de Vitry, Bispo e Cardeal, e porque relata o que aconteceu no seu próprio tempo, e mesmo na província onde viveu. Além disso, os sofrimentos desta admirável virgem não estava escondido [dos seus concidadãos]. Todos puderam ver que ela estava no meio das chamas sem ser consumida e coberta de feridas, todas as quais desapareceram alguns momentos depois. Mas mais do que isso foi a vida maravilhosa que ela levou durante quarenta e dois anos depois que ela ressuscitou dos mortos, Deus claramente mostrando que as maravilhas operadas nela era pela virtude do alto. As conversões impressionantes que ela efetuou, e os milagres evidentes que ocorreram após sua morte, provaram claramente o dedo de Deus, e a verdade daquilo que, após sua ressurreição, ela havia revelado a respeito da outra vida. Deus quis silenciar aqueles libertinos que fazem profissão aberta de não acreditar em nada, e que têm a audácia de perguntar com desprezo: Quem voltou do outro mundo? Quem já viu os tormentos do Inferno ou do Purgatório? Eis duas testemunhas. Elas nos asseguram que as viram e que são terríveis. O que se segue, então, se não que o incrédulo é indesculpável, e que aqueles que crêem e, no entanto, negligenciam fazer penitência estão ainda mais condenados?

Culto e Mecenato

Santa Cristina, a Incrível, é reconhecida como santa desde o século XII. Ela foi colocada no calendário dos santos por pelo menos dois bispos da Igreja Católica em dois séculos diferentes (17 e 19) que também reconheceram sua vida em uma ordem religiosa e preservação de suas relíquias. A Igreja Católica permite e reconhece a veneração dos santos sustentada pelos leigos; a canonização é entendida como uma reafirmação dos exemplos mais notáveis de vida cristã mencionados no Catecismo da Igreja Católica, e Santa Cristina, a Incrível, tendo o reconhecimento da Igreja na Idade Média, deve seu título de Santa declarado pelo Magistério da Igreja e Tradição sagrada.

Suas relíquias foram originalmente preservadas na Abadia de Nonnenmielen, na aldeia de Metsteren, e mais tarde foram transladadas para a Igreja dos Redentoristas em Sint-Truiden.

Embora nunca formalmente canonizada, permanece uma forte devoção a Santa Cristina em Limburg. As orações são tradicionalmente feitas a Cristina para pedir sua intercessão pelos moleiros, pelos que sofrem de doenças mentais e pelos profissionais de saúde mental em geral.

Referências

  1.  https://opac.vatlib.it/auth/detail/495_116783 Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  2.  «AUT - Full View of Record»aleph.nkp.cz. Consultado em 5 de junho de 2021

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