quarta-feira, 10 de julho de 2024

SÃO MARTINHO - 10 DE JULHO DE 2024

 

Martinho de Tours

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São Martinho de Tours
São Martinho no Mosteiro de Tibães
O Apóstolo da Gália e Bispo de Tours
Nascimento316
SabáriaPanônia PrimaPanônia
Morte8 de novembro de 397 (81 anos)
CondateArmóricaGália Lugdunense
Veneração porIgreja CatólicaIgreja OrtodoxaIgrejas ortodoxas orientaisComunhão Anglicana e Igreja Luterana
Festa litúrgica11 de Novembro

12 de Novembro (Pela Igreja Ortodoxa)

AtribuiçõesMitra, báculo e mendigo
 Portal dos Santos

Martinho de Tours (em latimMartinus TuronensisSabáriaPanónia316 – CondateGália8 de novembro de 397), foi um militarmonge e, mais tarde, bispo da Cidade dos Turões (atual Tours), sendo considerado santo pela Igreja Católica.[1]

Contexto Histórico

Viveu no século IV, época de importantes transformações. Martinho de Tours teve um importante papel nessas mesmas transformações ao ter sido, primeiro, um convertido à religião cristã e, depois, um dos impulsionadores de uma maior cristianização da Europa, cujo processo avançou significativamente no século IV. Ainda em termos de contexto histórico, nasceu três anos após o Edito de Milão promulgado pelo imperador Constantino (r. 306–337) no ano de 313, que havia concedido aos cristãos liberdade de culto.

Foi discípulo de Santo Hilário de Poitiers (um dos doutores da Igreja), que se notabilizou na Teologia, e também foi contemporâneo de outro importante doutor da Igreja - Agostinho de Hipona (354–430). Embora Martinho fosse um homem culto, foi na ação prática (caridade, ensino, fundação e construção de igrejas, de mosteiros e de escolas) que se distinguiu e notabilizou.

A sua ação missionária e pedagógica, a par da de outros, foi muito importante na cristianização da Gália (é mesmo apelidado de apóstolo da Gália ou “Pai das Gálias”), mas também numa área geográfica e cultural mais vasta, tendo esta se repercutido em outras províncias ocidentais do Império Romano. A sua ação educativa, caritativa e religiosa revelar-se-ia fundamental a longo prazo ao ter contribuído para deixar um legado cultural e religioso que perdurou para além da queda do Império Romano do Ocidente (no ano de 476) e que faz parte da formação da própria civilização cristã europeia. Foi um dos fundadores do monaquismo na Europa Ocidental. Devido à sua vida exemplar, ainda em vida foi reverenciado.

Biografia

Infância

Martinho (Martinus em latim) era filho de um Tribuno, comandante e soldado do exército romano. Nasceu e cresceu na cidade de Sabária/Savária (atual Szombathely), localizada na antiga província da Panónia, atual área da Hungria a oeste do rio Danúbio, em 316, uma província nas fronteiras do Império Romano. A família na qual nasceu não era cristã, a educação da sua família foi feita na religião dos seus antepassados: a da religião politeísta romana antiga (que tinha crença em deuses mitológicos venerados no Império Romano).[2]

Por curiosidade começou a frequentar uma igreja cristã, ainda criança, sendo instruído na doutrina cristã, porém sem receber o batismo. Aos 10 anos de idade (no ano de 326) entrou para o grupo dos catecúmenos (aqueles que estão se preparando para receber o batismo). Assim, despertou para a fé cristã quando ainda menino.[2][3]

Membro do exército romano

Ao atingir a adolescência, aos 15 anos de idade (em 331), para tê-lo mais à sua volta, seu pai o alistou na cavalaria do exército imperial contra a própria vontade. Mas se o intuito do pai era afastá-lo da Igreja, o resultado foi inverso, pois Martinho, continuava praticando os ensinamentos cristãos, principalmente a caridade.[2][3]

Depois, prestou serviço na Gália, atual França; no entanto, mesmo como soldado da cavalaria do exército romano, jamais abandonou os ensinamentos de Cristo.[3]

Foi nessa época que ocorreu o famoso episódio do manto, que poderá ter ocorrido no ano de 337, próximo da cidade de Samarobriva/Ambiano (atual Amiens, capital da Picardia). Um dia um mendigo que tiritava de frio pediu-lhe esmola e, como não tinha, o cavalariano cortou seu próprio manto com a espada, dando metade ao pedinte. Contam os relatos escritos que, durante a noite, o próprio Jesus lhe apareceu em sonho, usando o pedaço de manta que dera ao mendigo e agradeceu a Martinho por tê-lo aquecido no frio. Dessa noite em diante, decidiu que deixaria as fileiras militares para dedicar-se à religião.[2][3]

Batismo

Com quarenta anos foi batizado (no ano de 356), provavelmente por Hilário de Poitiers, bispo da cidade de Pictavium (Pictávio, atual Poitiers), mas também é possível que o tenha sido pelo bispo de Samarobriva ou Ambiano (atual Amiens), cidade perto da qual ocorreu o célebre repartir do manto a um mendigo.[4]

Monge e Professor

Afastou-se da vida da corte e do exército, tornou-se monge, tendo permanecido na Gália.

No ano de 354, aos 38 anos de idade, chega a Pictavium (Pictávio, a atual Poitiers), para se tornar discípulo do seu famoso bispo - Santo Hilário, que o ordenou diácono. Nesse mesmo ano, parte em viagem de regresso à Panónia, para a sua cidade natal de Sabária, com o objectivo de se encontrar com a sua família e tentar converter vários dos seus conterrâneos à religião cristã através da pregação e da evangelização. Entre os novos convertidos que fez contaram-se a sua mãe, mas não o seu pai, que permaneceu na religião politeísta.[4]

No ano seguinte (355), no entanto, é expulso da Panónia por questões relacionadas com a perseguição movida pelos partidários do arianismo, pois Martinho era um firme defensor do cristianismo católico ou catolicismo.[4]

Durante 5 anos permaneceu isolado, vivendo como monge, numa ilha do Mar Tirreno, na Ilha de Galinária, ao largo da costa de Itália.

Em 361, aos 45 anos de idade, Martinho regressou à Gália, no mesmo ano em que Santo Hilário voltou do exílio e regressou à cidade de Pictávio. Tendo sabido esta informação, Martinho viaja para essa cidade. Ambos contactam diretamente e Santo Hilário doou a Martinho um terreno em Ligugé, a doze quilômetros de Pictávio. Lá, Martinho fundou uma comunidade de monges. Mas logo eram tantos jovens religiosos que buscavam sua orientação, que construiu o primeiro mosteiro da França e da Europa ocidental.[2]

Missionário e evangelizador

No ocidente, ao contrário do oriente, os monges podiam exercer o sacerdócio para que se tornassem apóstolos na evangelização. Martinho liderou então a conversão de muitos habitantes da região rural. Com seus monges ele visitava as aldeias pagãs, pregava o evangelho, derrubava templos e ídolos e construía igrejas. Onde encontrava resistência fundava um mosteiro com os monges evangelizando pelo exemplo da caridade cristã, logo todo o povo se convertia.[2]

Dizem os escritos (como os de Sulpício Severo) que, nesta época, havia recebido dons místicos, operando muitos prodígios em benefício dos pobres e doentes que tanto amparava. Sua vida foi uma luta contra o paganismo e em favor do cristianismo.[2]

Bispo

Quando a diocese de Cesaroduno, também conhecida por Cidade dos Turões (atual Tours), na Gália (atual França), ficou vaga, no ano de 371, tinha Martinho 55 anos, o povo o aclamou por unanimidade para ser o bispo, no entanto, pessoalmente preferiria recusar o cargo.[2]

Martinho aceitou, apesar de resistir no início. Mas não abandonou sua peregrinação apostólica, visitava todas as paróquias, zelava pelo culto e não desistiu de converter pagãos (ou politeístas) e exercer exemplarmente a caridade. Nas proximidades da cidade fundou outro mosteiro, denominado Marmoutier. E sua influência não se limitou a Tours, mas se expandiu por toda a Gália (atual França) e para além desta em outras províncias do Império Romano, tornando-o querido e amado por todo o povo.[2]

Martinho exerceu o bispado por vinte e cinco anos. Já idoso, aos oitenta e um anos de idade, Martinho, bispo de Tours, ainda afirmava: Senhor, se o vosso povo precisa de mim, não vou fugir do trabalho. Seja feita a vossa vontade. Estava na cidade de Condate (atual Candes de Saint Martin, na região de Centre-Val de Loire), perto de Tours, quando morreu no dia 8 de novembro de 397, aos oitenta e um anos de idade.[2]

Três dias após a sua morte, em 11 de novembro, foi sepultado em Cesaroduno, dia que lhe passou a ser dedicado mais tarde em sua memória.

Relatos Biográficos

A vida de São Martinho é sobretudo conhecida devido aos escritos de Sulpício Severo (c.360-c.420), que foi seu discípulo e amigo, e de Gregório de Tours (538-594), que também foi bispo de Tours mas duzentos anos mais tarde.

Sulpício Severo escreveu a obra Vida de São Martinho (Vita Martini, em latim) que é o relato da sua vida que melhor informação nos dá mais próxima da época em que ele viveu, embora Sulpício lhe tenha acrescentado diversas lendas e prodígios. Esta obra teve grande divulgação pelas províncias do Império Romano e, mais tarde, tornou-se uma das mais famosas biografias de santos (hagiografia) da época medieval europeia, tendo esta contribuído ainda mais para o conhecimento e fama acerca de São Martinho.[4]

Culto

Importância

Venerado como São Martinho de Tours, tornou-se o primeiro Santo não mártir a receber culto oficial da Igreja e tornou-se um dos Santos mais populares da Europa medieval.

Quatro mil igrejas são dedicadas a ele na França, e o seu nome dado a milhares de localidades, povoados e vilas; como em toda a Europa, nas Américas, enfim, em muitos países do mundo.

É em Tours, na França, que está o seu santuário e basílica que parte das suas relíquias dentro do braço erguido de uma enorme estátua, que o representa a abençoar.

Discorrendo sobre ele, o Papa Bento XVI disse: O gesto caritativo de São Martinho se insere na lógica que levou a Jesus a multiplicar os pães para as multidões famintas, mas sobretudo a dar-se a si mesmo como alimento para a humanidade na Eucaristia. (...) Com esta lógica de compartilhar se expressa de modo autêntico o amor ao próximo. (Alocução do Ângelus, de 11 de novembro de 2007).

Santo Padroeiro

São Martinho é padroeiro de diversas profissões (antigas e modernas) que são as seguintes: curtidores, alfaiates, peleteiros, soldados, cavaleiros, restauradores (hotéis, pensões, restaurantes), produtores de vinho.[4]

Também é o padroeiro dos mendigos.

Festa de São Martinho

Ver artigo principal: Dia de São Martinho

Sua festa é comemorada no dia 11 de Novembro, data em que foi sepultado na cidade de Tours.

Há diversas tradições festivas associadas a esta data e que se relacionam com um espírito de convívio e de solidariedade.

Algumas dessas tradições são:
- Comer a chamada oca de São Martinho (um ganso);
- Beber do vinho novo (guardado após as vindimas), chamado vinho de São Martinho;
- Acender de fogos de festa: os fogos de São Martinho;
- Fazem-se Magustos, festas populares cujas formas de celebração consistem em se formarem grupos de amigos e de famílias que assam e comem castanhas.

Também associados à festa de São Martinho há dois ditos:
No dia de São Martinho bebe o vinho e deixa a água correr para o moinho;
No São Martinho vai à adega e prova o vinho.[4]

Curiosidades

Instituiu a primeira escola e transformou o local, que hoje é a cidade de Tours.

Sobre o túmulo de S. Martinho, por estar agoniado pela perspectiva da batalha de Tolbiac contra a temível horda dos alamanos (ano 496), o rei Clóvis prometeu converter-se ao “Deus de Clotilde”, sua mulher católica, se obtivesse a vitória. Como venceu miraculosamente foi baptizado junto com os seus soldados no Dia de Natal do mesmo ano.

A família real francesa recebeu o nome de “Capeto” por ter recebido, há mais de um milénio, um pedaço da sua célebre capa como relíquia e pela circunstancia histórica explicada acima que fez nascer a primeira nação cristã da Europa.

Em resultado da Revolução Francesa demoliu-se a sua basílica, que já tinha sido restaurada devido a circunstâncias idênticas pelos protestantes, mas que desta vez os "revolucionários" fizeram passar uma rua por cima do túmulo, a fim de garantir que ele fosse esquecido definitivamente. Apenas no século XIX um aristocrata francês, conhecido como “o santo homem de Tours”, promoveu pela França uma cruzada para sua reparação, conseguindo-o.

Ver também

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Referências

  1.  QUINSON, Marie-Therese (1999). Dicionário cultural do cristianismo. Loyola. p. 193. ISBN 978-85-15-01330-2.
  2. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j «Cópia arquivada» (PDF). Consultado em 13 de novembro de 2013. Arquivado do original (PDF) em 13 de novembro de 2013
  3. ↑ Ir para:a b c d «Santo do dia»Católica net.
  4. ↑ Ir para:a b c d e f «Cópia arquivada» (PDF). Consultado em 13 de novembro de 2013. Arquivado do original (PDF) em 13 de novembro de 2013
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SÃO JANUARIO - 10 DE JULHO DE 2024

 

Januário de Benevento

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Januário
Santo da Igreja Católica
Bispo de Benevento
Atividade eclesiástica
DioceseDiocese de Benevento
SucessorTeófilo de Benevento
Ordenação e nomeação
Nomeação episcopalSéculo III
Santificação
Veneração porIgreja Católica Romana e Igrejas Católicas Ortodoxas
Principal temploCatedral de Nápoles
Festa litúrgica19 de setembro
Atribuiçõeshábito de bispocajado pastoral, palma, ampolas contendo seu sangue, leões de circo
Dados pessoais
NascimentoBenevento
21 de abril de 272
MortePozzuoli
19 de setembro de 305 (33 anos)
Nome nascimentoPrócolo
dados em catholic-hierarchy.org
Categoria:Igreja Católica
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Januário (em latim Ianuarius; em italianoGennaroBenevento21 de abril de 272 — Pozzuoli19 de setembro de 305), nascido como Próculo (em latimProculus; em italianoProcolo), foi um bispo e mártir cristão, venerado como santo pela Igreja Católica (cujo culto se celebra em 19 de setembro) e pela Igreja Ortodoxa. Foi condenado à morte no ano 305 durante as perseguições de Diocleciano. É patrono da cidade de Nápoles.

De acordo com a tradição, Januário chamava-se Prócolo e pertencia à família patrícia dos "Ianuarii", consagrada ao deus Jano.

No Brasil

É um santo de especial devoção na Mooca, tradicional bairro da colônia italiana na cidade de São Paulo que tem uma igreja em homenagem a ele. Na cidade de Ubá, na zona da mata mineira, também encontramos uma igreja em sua honra.[1] e, anualmente, o Santo recebe uma festa em sua homenagem: a Festa de San Gennaro, que é feita de setembro a outubro, sendo uma das festas religiosas mais tradicionais da cidade de São Paulo.

São Januário também é o santo padroeiro do Clube Atlético Juventus, tradicional clube do Futebol Paulista fundado por imigrantes italianos que trabalhavam no Cotonifício Crespi, e viviam no bairro da Mooca.

No Rio de Janeiro o santo dá nome ao estádio do Club de Regatas Vasco da Gama, o Estádio de São Januário. O nome São Januário se popularizou devido à rua homônima que fica próxima ao estádio. São Januário também é padroeiro da cidade de Ubá, em Minas Gerais, onde é feriado em 19 de setembro, dia do santo.

Tesouro de São Januário

A riqueza oferecida durante séculos pelos devotos do santo, patrono de Nápoles, é de um valor incalculável. O tesouro é considerado a maior coleção de pedras preciosas do mundo e suplanta largamente outras coleções de referência, as joias do Czar da Rússia e da Coroa Britânica.

A coleção foi enriquecida ao longo dos anos pelas ofertas feitas por papas, reis, imperadores (Napoleão Bonaparte foi um deles), aristocratas europeus e ricas famílias napolitanas.[2]

Sangue de São Januário

Segundo a tradição, é preservada em Nápoles uma ampola que contém sangue recolhido do corpo do padroeiro da cidade, São Januário, após o seu martírio.

Três vezes por ano, ocorre o chamado "milagre", que consiste na liquefação do sangue, que passa do estado sólido ao estado líquido: 19 de setembro, dia de S. Januário, 16 de dezembro, porque nesse dia, em 1631, foi feita uma procissão com as relíquias de S. Januário que impediu a iminente erupção do vulcão Vesúvio e no sábado que antecede o primeiro domingo de maio, dia da primeira trasladação do corpo do santo.[3]

O primeiro registo deste fenómeno data de 1389.

As datas da liquefação do sangue de São Januário são celebradas com grande pompa e esplendor, as relíquias são expostas ao público, e se a liquefação não se verifica imediatamente, iniciam-se preces coletivas. Se o milagre tarda, os fiéis convencem-se de que a demora se deve aos seus pecados, então rezam orações penitenciais, como o salmo "Miserere", quando o milagre ocorre, o Clero entoa um solene Te Deum, a multidão irrompe em vivas, os sinos repicam e toda a cidade rejubila.[3]

O sangue de São Januário está recolhido em duas ampolas de vidro, hermeticamente fechadas, protegido por duas lâminas de cristal transparente. A ampola maior possui 60 cm cúbicos de volume; a menor tem capacidade de 25 cm cúbicos. Em geral, o sangue endurecido ocupa até a metade da ampola maior, na menor, encontra-se disperso em fragmentos.[3]

A liquefação do sangue produz-se espontaneamente, sob as mais variadas circunstâncias, independentemente da temperatura ou do movimento, o sangue passa do estado pastoso ao fluido e, até, fluidíssimo. A liquefação ocorre da periferia para o centro e vice-versa. Algumas vezes, o sangue liquefaz-se instantânea e inteiramente, ou, por vezes, permanece um denso coágulo em meio ao resto liquefeito. Varia o colorido: desde o vermelho mais escuro até o rubro mais vivo. Não poucas vezes surgem bolhas e sangue fresco e espumante sobe rapidamente até o topo da ampola maior.[3]

Trata-se verdadeiramente de sangue humano, comprovado por análises espectroscópicas e há algumas peculiaridades, que constituem outros milagres dentro do milagre liquefação, há uma variação do volume: algumas vezes diminui e outras vezes aumenta até o dobro. Varia também quanto à massa e quanto ao peso. Em janeiro de 1991, o Professor G. Sperindeo fazendo uso, com o máximo cuidado, de aparelhos de alta precisão, encontrou uma variação de cerca de 25 gramas. O peso aumentava enquanto o volume diminuía. Esse acréscimo de peso contraria frontalmente o princípio da conservação da massa e é considerado pela Igreja Católica como inexplicável, pois as ampolas encontram-se hermeticamente fechadas, sem possibilidade de receber acréscimo de substâncias do exterior.[3]

A notícia escrita mais antiga e segura do milagre consta de uma crônica do século XIV. Desde 1659, estão rigorosamente anotadas todas as liquefações, que já perfazem mais de dez mil.[3]

A falta do milagre sempre esteve ligada a momentos nefastos da história da cidade: em setembro de 1939 e 1940, datas do início da Segunda Guerra Mundial e da entrada da Itália na guerra; em setembro de 1943, durante o início da ocupação nazista; em 1973, quando Nápoles foi atingida por uma epidemia de cólera; e, em 1980, por fim, ano em que se deu um terremoto de alta magnitude em Irpínia.[4]

Em dezembro de 2016, a liquefação não aconteceu. Às 19h15min do dia 16 de dezembro de 2016, a ampola foi recolocada no relicário que a custodia, e a Capela do Tesouro de São Januário, na Catedral de Nápoles, foi fechada.[4]

Teorias

Há teorias que o suposto milagre que faz o sangue de São Januário se liquefazer seria uma fabricação de alquimistas medievais numa época caracterizada pelo lucrativo comércio através da compra e venda de relíquias sagradas, ato conhecido como simonia. No entanto esta hipótese nunca foi provado e a Igreja Católica nunca permitiu que o sangue fosse submetido a análise científica do material, pois ele fica no interior de uma ampola lacrada que nunca foi aberta.[5]

Ver também

Referências

  1.  «San Gennaro»www.sangennaro.org.br. Consultado em 17 de setembro de 2021
  2.  «Tesouro de São Januário troca Nápoles por Roma»
  3. ↑ Ir para:a b c d e f «Sangue São Januário»
  4. ↑ Ir para:a b «Milagre de São Januário não se repete na Itália»padrepauloricardo.org. Consultado em 18 de dezembro de 2016
  5.  [1]

Ligações externas

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