sexta-feira, 5 de julho de 2024

SÃO FERNANDO - INFANTE SANTO - 5 DE JUILHO DE 2024

 

Fernando, o Infante Santo

Beato Fernando
Um dos Painéis de São Vicente de Fora mostrando Fernando.
c. 1450-1470. Por Nuno Gonçalves, atualmente no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.
Infante Santo
Nascimento29 de setembro de 1402
SantarémReino de Portugal
Morte5 de junho de 1443 (40 anos)
FezMarrocos
Veneração porIgreja Católica
Beatificação1470
 Portal dos Santos

Beato Fernando de Portugal, dito o Infante Santo (Santarém29 de setembro de 1402 – Fez5 de junho de 1443[1]) era o oitavo filho do rei João I de Portugal e de sua mulher Filipa de Lencastre, o mais novo dos membros da Ínclita Geração.

História

Cedo se mostrou interessado na questão religiosa e, ainda muito jovem, foi ordenado 2º Administrador da Ordem de Avis por seu pai, que o fizera também 1º Senhor de Salvaterra de Magos e de Atouguia da Baleia.

Por ser o irmão mais novo, não teve acesso, como os mais velhos, a tantas riquezas, e intenta pôr-se ao serviço do papa, do imperador, ou de outro soberano europeu para ganhar prestígio e prebendas. O próprio papa Eugênio IV chegou a oferecer-lhe, em 1434 o título de cardeal que recusou.[2] Por incentivo dos irmãos mais velhos acaba por desistir, virando as suas atenções para a luta da cruzada em Marrocos, da qual lhe poderia vir imensa boa fortuna.

Armas do infante dom Fernando de Portugal

Assim, em 1437 participou numa expedição militar ao Norte de África, comandada pelo irmão mais velho o Infante D. Henrique. O rei D. Duarte terá entregue ao Infante D. Henrique, seu irmão, uma carta com algumas recomendações úteis, que foram por algum motivo ignoradas. A campanha revelou-se um desastre e, para evitar a chacina total dos portugueses, estabeleceu-se uma rendição pela qual as forças portuguesas se retiram, deixando o infante como penhor da devolução de Ceuta (conquistada pelos portugueses em 1415). No entanto, o infante pareceu ter pressentido o seu destino, pois ao despedir-se do seu irmão D. Henrique, lhe terá dito "Rogai por mim a El-Rei, que é a última vez que nos veremos!".

A divisão na metrópole entre os apoiantes da entrega imediata de Ceuta, ou a sua manutenção, conseguindo por outras vias (diplomática ou bélica), o resgate do infante, foi coeva da morte de D. Duarte (que morreu vítima da epidemia de peste que contaminou o Reino e ao que parece, de desgosto pelo fracasso da expedição a Tânger e do cativeiro de D. Fernando), o que impediu um desfecho favorável à situação.

Fernando foi entretanto levado para Fez, sendo tratado ora com todas as honras, ora como um prisioneiro de baixa condição (sobretudo depois de uma tentativa de evasão gorada, patrocinada por Portugal). Daí escreve ao seu irmão Infante D. Henrique, um apelo, pedindo a sua libertação a troco de Ceuta. Mas a divisão verificada na Corte em torno deste problema delicado e diversas ocorrências ocorridas com os governadores da praça-forte levam a que D. Fernando assuma o seu cativeiro com resignação cristã e morra no cativeiro de Fez em 1443 — acabando assim o problema da devolução ou não de Ceuta por se resolver naturalmente. Pelo seu sacrifício em nome dos interesses nacionais, viria a ganhar o epíteto de Infante Santo.

Realeza Portuguesa
Casa de Avis
Descendência

Pesará sempre a lembrança da morte trágica de D. Fernando, e com a maioridade de Afonso V, seu sobrinho, desejoso de feitos guerreiros contra o Infiel em África, sucedem-se as tentativas de conquista, viradas sempre para Tânger, a fim de o vingar - primeiro em 1458 (acabando por desistir, dada a aparente inexpugnabilidade da cidade, e voltando-se para Alcácer Ceguer), depois nas "correrrias" de 1463-1464, enfim a tomada de Arzila em 1471, embora uma vez mais o objectivo fosse Tânger. De resto, após a tomada de Arzila, os mouros de Tânger, sentindo-se desprotegidos (pois eram a única praça muçulmana no meio de terra de cristãos) e abandonados pelo seu chefe (que a troco do reconhecimento, por Afonso V, do título de rei de Fez, concedia ao monarca português o domínio de toda a região a Norte de Arzila, na qual Tânger se encontrava), deixaram a cidade, facto que muito custou ao rei português, por se ver assim impossibilitado de fazer pagar cara a morte de D. Fernando, seu tio.

Devoção

Efígie do Infante Santo no Padrão dos Descobrimentos, em LisboaPortugal.

Por meio desse mesmo tratado concluído com o agora rei de Fez, os restos mortais do Infante, que se achavam naquela cidade, passaram para as mãos dos portugueses, tendo sido solenemente transferidos para o Mosteiro da Batalha, onde hoje repousam ao lado dos pais e irmãos, na Capela do Fundador.

O seu culto religioso foi aprovado em 1470 e os bolandistas o incluem no rol dos beatos portugueses.

Uma teoria recente sobre os Painéis de São Vicente de Fora defende que os mesmos têm como figura central o próprio Infante Santo, e não S. Vicente, estando o mesmo rodeado pelos seus irmãos e família nos painéis centrais. Este conhecido quadro de Nuno Gonçalves seria assim uma homenagem nacional ao Infante mártir, morto no exílio por defesa do território nacional.

Ver também

Tríptico do Infante D. Fernando

Referências

Ligações externas

ANTONIO MARIA ZACCARIA - 5 DE JULHO DE 2024

 

Antônio Maria Zaccaria

Antônio Maria Zaccaria
Imagem do Santo no Colègio San Francesco, em Lodi
Fundador dos Barnabitas
Nascimento1502
CremonaItália
Morte5 de julho de 1539 (37 anos)
Cremona, Itália
Veneração porIgreja Católica
Beatificação3 de janeiro de 1890
Basílica de São Pedro
por Papa Leão XIII
Canonização15 de maio de 1897
Basílica de São Pedro
por Papa Leão XIII
Principal temploSão Bernabé em Milão
Festa litúrgica5 de julho
PadroeiroBarnabitas
 Portal dos Santos

Antônio Maria Zaccaria (em italianoAntonio Maria Zaccaria) (Cremona 1502 - Cremona 5 de julho 1539) foi um médico e padre católico italiano, fundador da Ordem dos Clérigos Regulares de São Paulo, (Barnabitas) e da Congregação das Freiras Angélicas de São Paulo.

Papa Leão XIII o proclamou Santo em 1897.

Biografia

Nascido numa família de comerciantes de Genova, ficou órfão de pai quando era ainda jovem. Mudou-se com a família em Cremona. Aos 18 anos, renunciou aos seus bens em favor de sua mãe.

Em 1520 viajou para Pádua para estudar Medicina e cursou Filosofia em Pavia . Voltou em 1524 em Cremona, onde fundou a Confraria da Amizade, para reflexão bíblica. Teve como orientador espiritual o frei Batista de Crema, que o ajudou a escolher o caminho do sacerdócio. Foi consagrado padre em 20 de Fevereiro de 1529, sem estar vinculado a nenhuma diocese.

Em 1530 mudou-se para Milão sendo confessor de Ludovica Torellicondessa de Guastalla.[1] Aí, uniu-se a três companheiros, que fundaram três grupos de vida cristã, que originariam duas congregações religiosas, a dos padres barnabitas e das irmãs angélicas, e, finalmente, um grupo de casais. Este grupo de casais foi a primeira experiência de pastoral familiar da história da Igreja. A Ordem dos Barnabitas foi aprovada em 1533. As duas congregações religiosas foram orientadas à missão e à reforma dos conventos. Participaram decididamente da reforma católica.

Sua espiritualidade é fundamentada na Bíblia e tem como modelo o apóstolo Paulo de Tarso e Cristo Crucificado. Incentivou a prática da Eucaristia, da leitura orante da Bíblia (Lectio Divina) e das Quarenta Horas (adoração do Santíssimo Sacramento por quarenta horas ininterruptas).

Em 1539, quis voltar em Cremona, pois a saúde dele era muito fraca, e entendeu que o fim estava perto. Na tarde do 5 de julho à presença da mãe e dos discípulos queridos, faleceu depois de ter recebidos os sacramentos.

É patrono da instituição de ensino Colégio Santo Antônio Maria Zaccaria, administrada pela Ordem dos Padres Barnabitas e localizada no bairro do Catete, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro.

Ver também

Referências

  1.  «Santo António Maria Zacarias, presbítero, fundador, +1539»evangelhoquotidiano.org. Consultado em 5 de julho de 2021

Bibliografia

  • Marcello LandiLa presenza della Summa Theologiae di Tommaso d'Aquino nei primi due Sermoni di Antonio Maria Zaccaria in Barnabiti Studi 20 (2003), pagg. 69-81
  • Marcello LandiSant'Antonio Maria Zaccaria. Contesto storico-culturale e presenza della Summa Theologiae di san Tommaso d'Aquino nei suoi primi tre sermoni, in Sacra Doctrina. Studi e ricerche n. 52 (3/2006), pp. 46-81

Ligações Externas

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