quinta-feira, 4 de julho de 2024

ADOLFO CASAIS MONTEIRO - POETA - NASCEU EM 1906 - 4 DE JULHO DE 2024

 

Adolfo Casais Monteiro

Adolfo Casais Monteiro
Nome completoAdolfo Victor Casais Monteiro
Nascimento4 de julho de 1908
Reino de Portugal PortoReino de Portugal
Morte24 de julho de 1972 (64 anos)
Brasil São PauloBrasil
NacionalidadeReino de Portugal Portuguesa
CônjugeAlice Gomes
Filho(a)(s)João Paulo Gomes Monteiro
Alma materUniversidade do Porto
OcupaçãoPoetatradutorensaístaprofessor e tradutor
PrémiosOrdem da Liberdade
Magnum opusA poesia de Fernando Pessoa

Adolfo Victor Casais Monteiro GCL (PortoMassarelos4 de julho de 1908 – São PauloPerdizes24 de julho de 1972[1]) foi um poetatradutorcrítico e novelista português.

Biografia

Nasceu no Porto, a 4 de julho de 1908, tendo sido batizado na igreja de Massarelos. Era filho de Adolfo de Paiva Monteiro, solicitador, e de D. Victória de Sousa Casais Monteiro, doméstica, ambos naturais do Porto.[1]

Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde foi colega de Agostinho da Silva e Delfim Santos, tendo-se formado em 1933. Foi também nessa cidade que iniciou como professor no Liceu Rodrigues de Freitas, até ao momento em que foi afastado da carreira docente, por motivos políticos, em 1937. Viria a exilar-se no Brasil em 1954, pelas mesmas razões.

Após o afastamento de Miguel TorgaBranquinho da Fonseca e Edmundo de Bettencourt, em 1930, Adolfo Casais Monteiro foi director da revista literária coimbrã Presença, juntamente com José Régio e João Gaspar Simões. A revista viria a extinguir-se em 1940, tendo provavelmente contribuído para o seu encerramento as opções políticas de Casais Monteiro. Foi preso diversas vezes, devido às suas opiniões políticas, adversas ao Estado Novo e dirigiu, sob anonimato, o semanário Mundo Literário [2] em 1936 e 1937. Expulso do ensino, Casais Monteiro fixa-se em Lisboa, vivendo da literatura como autor, tradutor e editor. Tal como Agostinho da Silva ou Jorge de Sena, acabaria por partir para o Brasil, dado o seu estatuto de opositor ao Estado Novo, o qual não se adequavam à sua maneira de ser.[3] Também dirigiu a revista Princípio [4] (1930) e colaborou na revista de cinema Movimento [5] (1933-1934) e nas revistas Sudoeste [6] (1935), Prisma [7] (1936-1941), Variante (1942-43) e Litoral [8] (1944-1945).

Tendo participado nas comemorações do 4.º Centenário de Cidade de São Paulo, em 1954, Adolfo Casais Monteiro fixou-se no Brasil, leccionado desde então Literatura Portuguesa em diversas universidades brasileiras, designadamente na Universidade da Bahia (Salvador), até se fixar em 1962 na Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Araraquara-SP. Escreveu por essa altura vários ensaios, ao mesmo tempo que escrevia, como crítico, para vários jornais brasileiros, tendo deixado contributos para o estudo de Fernando Pessoa e do grupo da "Presença".

Entre os seus trabalhos de tradução conta-se A Germânia, de Tácito, publicado em 1941. O seu único romance, Adolescentes, foi publicado em 1945.

A sua obra poética, iniciada em 1929 com "Confusão", foi influenciada pelo primeiro modernismo português, aproximando-se estilisticamente do esteticismo de André Gide.[9] As suas críticas ao concretismo baseavam-se na ideia de que esta corrente estética promovia a impessoalidade, partindo da "mais pura das abstracções" na construção de uma "uma linguagem nova ao serviço de nada, uma pura linguagem, uma invenção de objectos - em resumo: um lindo brinquedo". Enquanto alguns autores o descrevem como independente do Surrealismo outros acentuam a influência que esta corrente estética teve no autor, como se pode verificar nos seus ensaios sobre autores como Jules SupervielleHenri Michaux e Antonin Artaud (designando o último como "presença insustentável). Muita da sua obra poética dedica-se ao período histórico específico por ele vivido, como acontece no poema "Europa"[ligação inativa], de 1945, que foi lido pelo seu amigo e companheiro no Mundo Literário António Pedro aos microfones da BBC de Londres.

Casou no Porto, na 3.ª Conservatória do Registo Civil, a 8 de setembro de 1934, com Alice Pereira Gomes[1], também escritora, e irmã de Soeiro Pereira Gomes, da qual teve um filho, João Paulo Pereira Gomes Casais Monteiro.

Morreu a 24 de julho de 1972, na sua residência, no distrito de Perdizes, município de São Paulo, Brasil, vítima de problemas cardíacos.[1][10]

A 10 de Junho de 1992 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade a título póstumo.[11]

Obra

Poesia

  • Confusão - 1929
  • Correspondência de Família (coletânea poética em colaboração com Ribeiro Couto) - 1933
  • Poemas do Tempo Incerto - 1934
  • Sempre e Sem Fim - 1937
  • Versos (reúne os 3 livros anteriores) - 1944
  • Canto da Nossa Agonia - 1942
  • Noite Aberta aos Quatro Ventos - 1943
  • Europa - 1946
  • Simples Canções da Terra - 1949
  • Voo sem Pássaro Dentro - 1954
  • Poesias Escolhidas - 1960
  • Poesias Completas - 1969

Novela

  • Adolescentes - 1945

Tradução

Ensaios

  • Considerações Pessoais - 1935
  • A Poesia de Ribeiro Couto - 1935
  • A Poesia de Jules Supervielle - 1938
  • Sobre o Romance Contemporâneo - 1940
  • De Pés Fincados na Terra - 1941
  • Manuel Bandeira - 1944
  • O Romance e os seus Problemas - 1950
  • Fernando Pessoa e a Crítica - 1952
  • Fernando Pessoa, o Insincero Verídico - 1954
  • Problemas da Crítica de Arte (A Crítica e a Arte Moderna) - 1956
  • Estudos sobre a Poesia de Fernando Pessoa - 1958
  • A Poesia da Presença (com uma antologia) - 1959
  • Clareza e Mistério da Crítica - 1961
  • O Romance (Teoria e Crítica) - 1964
  • A Palavra Essencial - 1965
  • A Literatura Popular em Verso no Brasil - 1965
  • Estrutura e Autenticidade como Problemas da Teoria e da Crítica Literárias - 1968
  • Figuras e Problemas da Literatura Brasileira Contemporânea - 1972
  • O País do Absurdo - 1974
  • O que foi e o que não foi o Movimento da «Presença» - 1995
  • Melancolia do Progresso - 2003

Epistolografia

  • Cartas Inéditas de António Nobre (com introd. e notas de ACM) - 1933
  • Cartas em Família - 2008
  • Cartas a Sua Mãe - 2008

Notas

  1. ↑ Ir para:a b c d «Livro de registo de batismos da Paróquia de Massarelos, Porto (1908)»digitarq.adporto.arquivos.pt. Arquivo Distrital do Porto. p. fls. 70v, assento 140
  2.  Helena Roldão (27 de janeiro de 2014). «Ficha histórica: Mundo literário : semanário de crítica e informação literária, científica e artística (1946-1948).» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 3 de Novembro de 2014
  3.  «LEONE, Carlos - Adolfo Casais Monteiro.»Instituto Camões. Arquivado do original em 14 de junho de 2008
  4.  Rita Correia (11 de dezembro de 2008). «Ficha histórica:Princípio : publicação de cultura e política (1930)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 27 de março de 2015
  5.  Jorge Mangorrinha (25 de Fevereiro de 2014). «Ficha histórica: Movimento : cinema, arte, elegâncias (1933-1934)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 9 de Janeiro de 2015
  6.  Rita Correia (18 de maio de 2011). «Ficha histórica: Sudoeste : cadernos de Almada Negreiros (1935)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 5 de novembro de 2015
  7.  Alda Anastácio (24 de fevereiro de 2018). «Ficha histórica:Prisma : revista trimensal de Filosofia, Ciência e Arte (1936-1941)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de julho de 2018
  8.  Helena Roldão (19 de Junho de 2018). «Ficha histórica:Litoral : revista mensal de cultura (1944-1945)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 25 de Janeiro de 2019
  9.  MENDES, João - "Monteiro (Adolfo Casais)", "Enciclopédia Verbo Luso-Brasileira da Cultura", volume XX, Setembro de 2001.
  10.  Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto - Adolfo Casais Monteiro
  11.  «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Adolfo Casais Monteiro". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 7 de março de 2015

Ligações externas

Wikisource
Wikisource contém fontes primárias relacionadas com Carta de Fernando Pessoa
Ícone de esboçoEste artigo sobre um(a) escritor(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.

ULRICO ou ULDARICO DE AUGUSBURGO - 4 DE JULHO DE 2024

 

Ulrico de Augsburgo

Santo Ulrico de Augsburgo
Gravura do santo na igreja de San Martín, em Meßkirch
Nascimento890
?
Morte4 de julho de 973
Augsburgo
Veneração porIgreja Católica
Canonização4 de julho de 993
por Papa João XV
Festa litúrgica4 de julho
 Portal dos Santos

Santo Ulrico de Augsburgo (890 - 4 de julho de 973) foi um religioso católicobispo de Augsburgo e figura importante da Igreja Católica no inicio do Sacro Império Romano Germânico.[1] Ele é conhecido por ser o primeiro santo, que se tenha registros, a ser canonizado pelo Papa.[2]

Biografia

Depois de ter estado na Abadia de San Gallo até 908, graças à influência de seu tio, o duque da Suábia Burcardo II, em 923 foi eleito bispo da diocese de Augusta por Henrique I da Saxônia.

Melhorou a condição do clero e fortaleceu a observância das leis da igreja; ele também mandou construir várias igrejas e fez várias visitas pastorais. Na época das invasões magiares nos territórios da Baviera e da Suábia, Ulrich fortificou a cidade alemã e posteriormente reconstruiu as igrejas destruídas nos confrontos.

Em 954, ele estava entre os arquitetos da paz entre Liudolfo di Svevia e seu pai, Otto I, que lhe permitiu cunhar moedas; Ulrich também participou de quatro sínodos : em Ingelheim em 948 e 972 , em Augusta em 952 e em Roma em 972.[3][4]

Veneração

São Ulrich foi um santo que foi canonizado por um papa (para registro do Papa João XV), durante um sínodo romano realizado em Latrão em 31 de janeiro de 993, um evento ratificado pelos bispos franceses e alemães com uma bula datada 3 de fevereiro.[3][4]

Culto na Itália

O santo é particularmente venerado em Ivrea e em Lavis, que na época de Ulrico pertencia ao imperador do Sacro Império Romano: a ribeira de Avisio fazia fronteira com este império e, até ao século XVI, era também fronteira linguística. De acordo com uma lenda, Ulrich morreu em Lavis e seu cadáver foi destripado e embalsamado para ser transportado para Augusta, na Baviera. Além disso, já no final do século X, uma capela foi construída em Lavis com o objetivo de guardar as relíquias do santo; a antiga capela do Castelo Sigmundskron, perto de Bolzano, também é dedicada ao santo.

Atualmente, a igreja de Sant'Ulrico di Lavis está entre os melhores exemplos do barroco em Trentino: reconstruída em meados do século XVIII com a incorporação da antiga capela do século X, o grande e luminoso hall abriga maravilhosos afrescos do pintor veronês Bartolomeo Zeni e filho Domenico. No presbitério, além de Sant'Udalrico na glória, pode-se admirar o Milagre do Peixe que Dom Ulrico realizou em Costanza.

O santo é o padroeiro da igreja paroquial de Ortisei, que, não surpreendentemente, se chama São Ulrich em alemão .

Vida de Santo Ulrico

Baixo-relevo de Ludwig Moroder-Lenert sobre a vida de São Ulrich na igreja paroquial de Ortisei

Referências

  1.  «Saint Ulrich»German bishop (em inglês). Encyclopædia Britannica. Consultado em 5 de julho de 2015
  2.  «St. Ulric of Augsburg»German bishop (em inglês). Catholic News Agency. Consultado em 14 de setembro de 2019
  3. ↑ Ir para:a b «Wayback Machine» (PDF)web.archive.org. 22 de fevereiro de 2014. Consultado em 3 de julho de 2021
  4. ↑ Ir para:a b «Ulrich di Augusta (santo)»hls-dhs-dss.ch (em italiano). Consultado em 3 de julho de 2021
Ícone de esboçoEste artigo sobre uma pessoa religiosa é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.


Etiquetas

Seguidores

Pesquisar neste blogue