quarta-feira, 3 de julho de 2024

ALFREDO KEIL - NASCEU EM 1850 - COMPOSITOR DE "A PORTUGUESA" HINO NACIONAL PORTUGUÊS - 3 DE JULHO DE 2024

 

Alfredo Keil

Alfredo Keil
Nascimento3 de julho de 1850
Lisboa
Morte4 de outubro de 1907 (57 anos)
Hamburgo
NacionalidadePortuguês
CidadaniaReino de Portugal
Filho(a)(s)Francisco Keil do AmaralLuís Keil
OcupaçãoCompositorpintorpoetaarqueólogo e coleccionador
Principais trabalhosA Portuguesa
Obras destacadasA Portuguesa
Instrumentopiano
Assinatura

Alfredo Cristiano Keil (Lisboa3 de julho de 1850 – Hamburgo4 de outubro de 1907) foi um compositorpintorpoetaarqueólogo e coleccionador de arte português. Keil é conhecido como o compositor do hino nacional português (A Portuguesa).

Vida e obra

Alfredo Cristiano Keil era filho do alfaiate Hans-Christian Keil (mais tarde João Cristiano Keil) e da alsaciana Maria Josefina Stellflug, ambos de origem alemã e radicados em Portugal. A sua educação básica deu-se igualmente na Alemanha, berço do romantismo. Esta foi, talvez, uma das razões pelas quais o artista seguia a reboque das novas tendências, já estabelecidas na Europa.[1]

Estudou desenho e música em Nuremberga, numa academia dirigida pelo pintor Wilhelm von Kaulbach e August von Kreling. Em 1870, devido à guerra Franco-Prussiana, regressa a Portugal. Em 1890, o ultimato inglês a Portugal ofereceu a Alfredo Keil a inspiração para a composição do canto patriótico "A Portuguesa", com versos de Henrique Lopes de Mendonça.[1] A cantiga tornou-se popular em todo o país e seria mais tarde feita hino nacional de Portugal — A Portuguesa.

Fez parte da Maçonaria, sendo iniciado em 1893 na Loja Gomes Freire do Grande Oriente Lusitano Unido com o nome simbólico de Meyerbeer.[2]

Leitura de uma carta (1874), no Museu do Chiado.

Pintor do romantismo, numa época em que a arte mundial ia em direcção do realismo. Músico e compositor lírico, escritor e poeta, Keil não era um pintor de tempo integral, embora também não fosse um artista de fins-de-semana, pois pintava regularmente e deixou centenas de quadros com impressão fina e delicada, de excelente qualidade.

Em Portugal, sua presença como pintor foi ofuscada pelo brilhantismo com que se destacou na música e na poesia. Foi na música, sobretudo, que ele obteve seu maior sucesso, havendo composto o hino pátrio A Portuguesa.[1] Sua mais conhecida composição, todavia, foi a Marcha Fúnebre. E, entre os livros que publicou, destaca-se «Tojos e Rosmaninhos». purl.pt (poesias, 1908), obra tríplice inspirada nas lendas e tradições de Ferreira do Zêzere, concelho no qual, a partir da famosa Estalagem dos Vales (uma espécie de Barbizon Portuguesa), Keil, José Campas, José Ferreira ChavesTeixeira Lopes, Taborda (actor), António Saúde, Simões de Almeida, o próprio rei D.Carlos I e muitos outros artistas do final do século XIX frequentavam esta paragem.[1]

O artista morreu em Hamburgo (Alemanha) em 4 de outubro de 1907.

Como pintor

Ver artigo principal: Lista de pinturas de Alfredo Keil

Era um pintor de paisagens, mas também de interiores requintados, como o quadro Leitura de uma Carta, trazido a público em 1874 e recebido com entusiasmo,[1] tanto pela aristocracia ainda dominante, como pelos burgueses endinheirados, a quem a arte singela do romantismo sensibilizava mais fortemente.

O seu trabalho encontrou e conquistou um apreciável segmento do mercado. Em 1890, realizou uma exposição individual em Lisboa, bastante concorrida, na qual expôs cerca de trezentos quadros. Foi a consagração em seu país, após o reconhecimento que lhe fora dado por outros países.

Em 1878, inscreveu-se na Exposição Internacional de Paris; em 1879, esteve no Brasil, expondo no Salão Nacional de Bellas-Artes, onde conquistou medalha de ouro; em 1886, participou da Exposição de Madrid, recebendo a Condecoração da Ordem de Carlos III de Espanha.

Como compositor

Como compositor, ganharam destaque as óperas Donna Bianca (1888), Irene (1893) e Serrana (1899), esta considerada até então a melhor ópera portuguesa.

Alfredo compôs a música de A Portuguesa, o hino nacional, em 1891,[3] com letra do poeta e dramaturgo Henrique Lopes de Mendonça, aprovada em 1911, após a proclamação da República no ano anterior. Ironicamente, ele tinha morrido exatamente três anos antes do primeiro dia da Revolução.[4]

No Cais do Tejo (1881), no Museu do Chiado

Encontra-se colaboração da sua autoria na revista Serões [5] (1901-1911).

Como escritor

Keil interessa-se também pelo coleccionismo, arqueologia, etnografia e pela actividade literária. Publica Breve notícia dos instrumentos de Música antigos e modernos da Colecção Keil (em 1904), Colecções e Museus de Arte em Portugal (em 1905) e Tojos e Rosmaninhos, uma colectânea de poesias ilustrada pelo artista (em 1908).[6]

Família

Casou-se com Cleyde Maria Margarida Cinatti, filha de pais italianosGiuseppe Luigi Cinatti (filho de Luigi Cinatti e esposa Maria Nicolina …) e esposa Margherita Rivolto (filha de Giacomo Rivolto e esposa Margherita Sertorio) e teve quatro filhos (Joana, Guida, Luís e Paulo):

  • Joana Maria Francisca Cinatti Keil
  • Guida Maria Josefina Cinatti Keil, casou primeiro com Jaime Raul de Brito Carvalho da Silva, têm dois filhos, e casou segunda vez como Francisco Coelho do Amaral Reis, 1º Visconde de Pedralva em 1904 (Sátão, Águas Boas, 3 de agosto de 1873 – 5 de abril de 1938), 100.º governador de Angola entre 1920 e 1921, filho de José Caetano dos Reis e esposa Lucrécia Coelho do Amaral, e teve apenas um filho, o arquitecto Francisco Keil do Amaral:
Jazigo da família Keil, no Cemitério dos Prazeres, onde se encontra sepultado Alfredo Keil.
    • Maria Sara Keil Carvalho da Silva
    • Eduardo Alfredo Keil Carvalho da Silva, casou com Dolores dos Santos Mendes, de quem tem três filhos:
      • Eduardo Artur Mendes Keil Carvalho da Silva
        • Bárbara Queiroz Soares Carvalho da Silva
      • Guida Maria Mendes Keil Carvalho da Silva, teve três filhos naturais, um de Morais Marques e dois de Teixeira:
        • Inês Raquel Carvalho da Silva Morais Marques
        • Tito Carvalho da Silva Teixeira
        • Erica Carvalho da Silva Teixeira
      • Carlos Eduardo Mendes Keil Carvalho da Silva
    • Francisco Keil do Amaral
  • Luís Cristiano Cinatti Keil (1881–1947)
  • Paulo Henrique Cinatti Keil

Bibliografia

  • Cascudo, Teresa (2001), "Alfredo Keil, compositor", in Catálogo da Exposição Alfredo Keil (1850-1907), Lisboa, IPPAR.
  • Cascudo, Teresa (2010), "Keil, Alfredo", in Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX, vol. 2, p. 673, Temas e Debates.
  • Rodrigues, António (2001), Fotobiografia de Alfredo Keil, Lisboa, IPPAR.

Ver também

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d e «Alfredo Keil»Infopédia. Consultado em 3 de outubro de 2012
  2.  Oliveira Marques, A. H. (1985). Dicionário da Maçonaria Portuguesa. Lisboa: Delta. p. 820
  3.  «Diário da Assembleia Nacional Constituinte - 1911»Assembleia da República. Assembleia da República. Consultado em 31 de agosto de 2010. Arquivado do original em 20 de maio de 2009
  4.  «Hino Nacional»Presidência da República Portuguesa. Página oficial da Presidência da República Portuguesa. 2010. Consultado em 26 de setembro de 2010
  5.  Rita Correia (24 de Abril de 2012). «Ficha histórica: Serões, Revista Mensal Ilustrada (1901-1911).» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 23 de Setembro de 2014
  6.  Joana Baião. «Alfredo Keil». Museu Nacional de Arte Contemporânea. Consultado em 10 de dezembro de 2018
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Ligações externas

DIA INTERNACIONAL SEM SACOS DE PLÁSTICO - 3 DE JULHO DE 2024

 

Saco de plástico

Saco de plástico

Um saco de plástico ou sacola de plástico é um objeto fabricado em plástico e utilizado para transportar pequenas quantidades de mercadorias. Introduzidos na década de 1970, os sacos de plástico depressa se tornaram muito populares, especialmente através da sua distribuição gratuita nos supermercados e outras lojas. São também uma das formas mais comuns de acondicionamento dos resíduos domésticos e, através da sua decoração com os símbolos das marcas, constituem uma forma barata de publicidade para as lojas que os distribuem. Os sacos plásticos podem ser feitos de polietileno de baixa densidade, polietileno linear, polietileno de alta densidade ou de polipropilenopolímeros de plástico não biodegradável, com espessura variável entre 18 e 30 micrômetros. Anualmente, circulam em todo o mundo entre 500 a 1000 bilhões destes objetos.

O saco de plástico é uma forma muito utilizada pelo homem e também muito prejudicial para o meio ambiente. Este serve de transporte para alimentos, mercadorias e objetos diversos. São práticos para o homem, porém péssimos para o ambiente. Por isso, algumas pessoas têm reduzido o seu consumo, utilizando sacolas retornáveis para compras e sacos feitos de jornal para colocar o lixo de cestos da cozinha e do banheiro.

Fabricação

Os sacos de plástico são obtidos pelo processo de produção de polímeros denominado extrusão e inflação. É extrudido um tubo oco de paredes finas, que é então inflado com pressão de ar; forma-se um fluxo contínuo que obtém uma película de filme plástico que, quando arrefecida, pode ser enrolada e depois impressa e termo soldada. O saco mais corrente, denominado "bretelle", tem um custo aproximado de 1 centavo.

Problemas ambientais

Ver artigo principal: LixoDetrito marinho

Os sacos de plástico não são formas de transporte inócuas para o ambiente por dois motivos essenciais: o elevado número de sacos produzidos por ano (cerca de 150 por pessoa por ano) e a natureza não biodegradável do plástico com que são produzidos. Além disso, a manufactura do polietileno faz-se a partir de combustíveis fósseis e acarreta a emissão de gases poluentes.

Calcula-se que cerca de 90% dos sacos de plástico acabam a sua vida em lixeiras, ou como resíduos ou como contentores de desperdícios. Na verdade estes objetos ocupam apenas cerca de 0,3% do volume acumulado nas lixeiras. Mesmo assim, dada a sua extrema leveza, se não forem bem acondicionados os sacos de plástico têm a tendência de voar e espalhar-se pelo meio ambiente. Esta situação pode provocar outros tipos de poluição.

Quase todos os sacos de plástico não acondicionados em lixeiras acabam, mais cedo ou mais tarde, por chegar aos rios e aos oceanos. Os ambientalistas chamam a atenção para este problema e citam o fato de milhares de baleiasgolfinhostartarugas-marinhas e aves marinhas morrerem asfixiadas por sacos de plástico. O caso ocorreu em 2002, quando uma baleia anã deu à costa da Normandia com cerca de 800 kg de sacos de plástico encravados no estômago.

Perspectivas sobre os sacos plásticos

Sacos de cimento.

Em países como a Irlanda, que foi o primeiro a tomar medidas sobre a produção descontrolada de sacolas de plásticos ao introduzir o PlasTax em 2002, um imposto que cobra 0,15  ao consumidor por cada saco distribuído, têm-se vindo a diversificar as ideias para restringir a circulação e distribuição de sacos. O resultado da iniciativa irlandesa foi a angariação de cerca de 23 milhões de euros para serem investidos em projectos ambientais e uma redução no consumo de 90%. O Reino Unido encontra-se de momento a estudar a hipótese de aplicar legislação semelhante. Na Alemanha, os sacos de plásticos são pagos pelo consumidor em todos os supermercados e é habitual o uso de sacos de pano reutilizáveis ou caixas de cartão.

No Brasil, o uso de sacos de plástico é generalizado e na maioria das lojas é distribuído gratuitamente. Segundo a Associação Brasileira de Supermercado (Abras) o número de unidades consumidas pela população brasileira em 2012 foi de aproximadamente 12 bilhões, ou 0,2% dos resíduos sólidos do país. Em 2011, o consumo teria sido de 13,2 bilhões de sacolas.[1]

Em Itália, que consumia cerca de 25% dos sacos de plástico da Europa, a distribuição de sacos de plástico nas superfícies comerciais está proibida a partir de 1 de janeiro de 2011.[2] O governo italiano aposta nos sacos biodegradáveis ou de papel.

Outros países da Europa procuram ensaiar soluções para reduzir o uso.

Em Portugal, em 15 de dezembro de 2010, foi aprovado um projeto de lei proposto pelo PSD que obriga a uma redução de 90% no fornecimento de sacos nos supermercados até 2016, e outro do PS para aplicar um "sistema de desconto mínimo" no valor de pelo menos 1% a partir de 5€ de compras a quem prescinda totalmente dos sacos de plástico fornecidos gratuitamente pelas superfícies comerciais.[2]

Uma taxa de dez cêntimos sobre os sacos de plástico entrou em vigor a 15 de fevereiro de 2015 e pretendia reduzir a utilização de 466 sacos por habitante e por ano, uma das mais elevadas da Europa, para 50 sacos. A medida integrada na Fiscalidade Verde e avançada pelo ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, tem como objetivo principal contribuir para o decréscimo da quantidade plásticos que estão a poluir o ambiente. As previsões apontavam para a recolha de 40 milhões de euros como resultado da aplicação desta taxa em 2015, e o valor recebido foi de 1,5 milhões de euros.[3]

Em alguns países africanos, o problema chegou a tais proporções que na África do Sul o saco de plástico foi apelidado de flor nacional por Mohammed Valli Moosa, o Ministro do Turismo e Ambiente. Este país introduziu recentemente uma lei que torna ilegal o uso de sacos com menos de 30 micrómetros, uma medida destinada a torná-los mais caros e fomentar a reutilização.

Em todo o mundo são já muitas as cidades onde o uso do saco de plástico foi banido para as compras normais. O portal de informação Plastic Free Times, detido pela Plastic Pollution Coalition (PPC), elaborou um mapa de toda as cidades que já os baniram e ainda as cidades onde há uma taxa pela utilização de sacos, ou onde são proibidas as garrafas de plástico.[4].

Na arte

No filme American Beauty, de Sam Mendes, uma das suas imagens mais emblemáticas, simbolizando talvez a beleza efêmera dos instantes.(marcada, ainda assim, por um objeto conotado com o consumismo típico da sociedade dos Estados Unidos), é a gravação, por uma das personagens, de um saco de plástico que esvoaça num movimento circular junto a uma parede.

Soluções

Foram desenvolvidos materiais plásticos biodegradáveis que prometem, a um custo um pouco maior, resolver o problema ambiental causado pelos sacos comuns. Consta que um saco plástico comum pode demorar cerca de 100 anos (dependendo da exposição à luz ultravioleta e outros fatores) para se decompor enquanto que o novo material levaria cerca de 60 dias

Em São Paulo, empresas produzem o produto com plástico biodegradável a partir de polímeros do álcool. O setor de biotecnologia do IPT desenvolveu um plástico derivado, por ação de uma bactéria, do açúcar de cana.

fungo Pestalotiopsis microspora é capaz de alimentar-se de materiais plásticos compostos à base de poliuretano.[5] [6]

A fábrica da BASF em Ludwigshafen, na Alemanha, dobrará a partir de 2006 a produção de seu plástico biodegradável, o Ecoflex.

Como uma grande alternativa contra o consumo excessivo de sacolas de plástico, é a utilização de sacolas retornáveis ou sacolas ecológicas, confeccionada em sua maioria em algodão cru e outros tecidos.

Ver também

Referências

  1.  Dados Associação Brasileira de Supermercado
  2. ↑ Ir para:a b Público. «Itália proíbe sacos de plástico para compras a partir de 1 de Janeiro». Consultado em 31 de dezembro de 2010
  3.  «Taxa dos sacos de plástico captou 1,5 milhões, previsão era de 40 milhões de euros»
  4.  greensavers.sapo.pt (24 de agosto de 2012). «Veja o mapa de todas as cidades do mundo que já baniram sacos de plástico». 24 de agosto de 2012. Consultado em 27 de agosto de 2012
  5.  (em português) Tecmundo - Descoberto fungo que sobrevive comendo plástico e que pode ajudar a salvar o planeta. Acessado em 12/03/2012.
  6.  (em inglês) American Society for Microbiology - Biodegradation of Polyester Polyurethane by Endophytic Fungi. Acessado em 12/03/2012.

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