quarta-feira, 19 de junho de 2024

GERVÁSIO e PROTÁSIO - 19 DE JUNHO DE 2024

 

Gervásio e Protásio

São Gervásio & São Protásio
mártirio dos Santos Gervásio e Protásio num manuscrito do século XIV.
Mártires
Nascimento?
Mediolano
Morteséculo II d.C.
Mediolano
Veneração porIgreja Católica
Igreja Ortodoxa Oriental
Principal temploBasílica de Sant'Ambrogio, em Milão
Festa litúrgica19 de junho (Igreja Católica)
14 de outubro (Igreja Ortodoxa Oriental)
AtribuiçõesO flagelo, a maça e a espada.
PadroeiroMilãoBreisach; ceifadores; invocado para descoberta de ladrões
 Portal dos Santos

São Gervásio e São Protásio são mártires cristãos do século II e venerados como santos.

A sua festa é celebrada no dia 19 de junho pela Igreja Católica (rito latino), o dia em que suas relíquias foram transportadas até a catedral. Já na Igreja Ortodoxa Oriental e nas denominações católicas de rito oriental, a festa é no dia 14 de outubro, data tradicional da morte de Gervásio e Protásio.

Lenda

acta[1] pode ter sido expandida a partir de uma carta ("Epístola LIII") aos bispos da Itália, erroneamente atribuída a Santo Ambrósio. Elas foram escritas em um estilo muito simples, o que dificulta estabelecer uma data precisa para a composição. De acordo com elas, Gervásio e Protásio seriam filhos gêmeos de mártires. O pai deles São Vitálio de Milão, um homem de dignidade consular, teria sofrido o martírio em Ravena, possivelmente sob o imperador romano Nero. A mãe, Santa Valéria, morreu por sua fé em Mediolano. Gervásio e Protásio foram então aprisionados e, presos, receberam a visita de São Nazário.

Acredita-se que os gêmeos foram flagelados e decapitados sob o comando de Anubinus (ou Astasius) e enquanto Caius era o bispo de Milão. Alguns autores atribuem o martírio a uma data sob o imperador Diocleciano. A principal crítica a esta data é que não é possível explicar como, se a data for esta, que o local do sepultamento e mesmo os nomes dos envolvidos tenham sido esquecidos no tempo de Santo Ambrósio, como ele afirma.

Santo Ambrósio e os santos

Gervásio e Protásio.

Santo Ambrósio, em 386, fez construir uma magnífica basílica em Mediolano, hoje chamada de Basílica de Sant'Ambrogio. O povo pediu que ele a consagrasse da mesma forma solene que era realizada em Roma, o que ele prometeu fazer se ele conseguisse obter as necessárias relíquias. Em um sonho, lhe foi mostrado o lugar onde elas poderia ser encontradas. Ele ordenou que a região, fora da cidade, fosse escavada, no cemitério da igreja de São Nabor e São Félix, que então eram os santos padroeiros de Mediolano. Lá, foram encontrados as relíquias de Gervásio e Protásio. Numa carta, Santo Ambrósio escreveu:

Eu encontrei os sinais corretos e, quando foram trazidos alguns sobre os quais pusemos nossas mãos, o poder dos mártires sagrados se tornou tão manifesto que, enquanto eu ainda permanecia em silêncio, um deles foi tomado e se prostrou frente ao sepulcro sagrado. Nós encontramos ali dois homens de maravilhosa estrutura, como de antigamente. Todos os ossos estavam perfeitos e havia muito sangue.
 
— Carta de Santo Ambrósio sobre a descoberta das relíquias[2].

Ambrósio então removeu as relíquias e as depositou na Basílica de Fausta (hoje a Igreja de São Vitálio e São Agrícola.[2] Durante os dias seguintes, segundo os textos, muitos milagres foram realizados, algo que seria prova do favor divino no contexto da grande luta que estava ocorrendo entre Santo Ambrósio e a imperatriz ariana Justina.[3] Sobre a sua visão, a descoberta das relíquias e os milagres que se seguiram, Santo Ambrósio escreveu para sua irmã, Marcelina.

Santo Agostinho, ainda um catecúmeno, presenciou estes fatos e os relata em suas grandes obras, "Confissões" (IX, vii) e Cidade de Deus (XXII, viii), assim como em seu "Sermão 286". Outra fonte é a obra sobre a vida de Ambrósio escrita por São Paulino. Ele morreu em 397 e foi enterrado na basílica ao lado dos mártires, como último desejo.

Veneração

A cripta da Basílica de Sant'Ambrogio. Ali se vê a urna em prata com as relíquias de Ambrósio, Gervásio e Protásio.

Imediatamente após a descoberta das relíquias por Santo Ambrósio, o culto dos irmãos mártires se espalhou pela Itália e diversas igrejas lhes foram dedicadas em PáviaNola e outros lugares. Na Gália, existem igrejas dedicadas a eles (cerca de 400), em Le MansRuão e Soissons. No Louvre, em Paris, está agora a famosa pintura dos santos feita por Lesueur (m. 1655), que ficava na igreja dedicada a eles em Paris. De acordo com o "Liber Pontificalis", o Papa Inocêncio I (402-17) dedicou uma igreja a eles em Roma. Posteriormente, o nome de São Vitálio, pai deles, foi adicionado ao título desta igreja (Basílica de São Vitálio). E bem no início, os nomes dos irmãos foram inseridos na Litania dos Santos.

Em 835, Angilberto II, bispo de Milão, colocou as relíquias dos três santos (os irmãos e Ambrósio) num sarcófago de pórfiro, onde eles foram encontrados em janeiro de 1864.[4] Uma tradição alega que após a destruição de Milão por Frederico Barbarossa, seu chanceler Rainald of Dassel levou as relíquias e as depositou em Breisach, na Alemanha, e de onde algumas foram parar em Soissons. A alegação é rejeitada por Milão.[5]

Referências

  1.  "Acta Sanctorum" Junho, IV, 680 e 29.
  2. ↑ Ir para:a b «Letter of St. Ambrose of Milan on the discovery of the Relics of Sts. Gervasius and Protasius» (em inglês). Consultado em 5 de dezembro de 2010. Arquivado do original em 16 de maio de 2008
  3.  Williams, D. H. (1995). Ambrose of Milan and the End of the Arian-Nicene Conflicts (em inglês). Oxford: Clarendon Press discute o "inventio" e o "depositio" das relíquias como sendo o gesto maior no triunfo de Ambrósio sobre os arianos.
  4.  Civiltà Cattolica, 1864, IX, 608, e XII, 345
  5.  Biraghi, Civiltà Cattolica, 1864, IX, 608, and XII, 345.

Ligações externas

  • «Gervásio» (em inglês). Catholic Forum. Consultado em 5 de dezembro de 2010. Arquivado do original em 13 de outubro de 2007
  • «Protásio» (em inglês). Catholic Forum. Consultado em 5 de dezembro de 2010. Arquivado do original em 9 de novembro de 2007
  • (em italiano) «Santi Gervasio e Protasio» (em italiano). Santi e Beati. Consultado em 5 de dezembro de 2010

ABGAR V DE EDESSA - 19 DE JUNHO DE 2024

 

Abgar V de Edessa

Abgar V de Edessa
Rei da Osroena

Abgar e o Mandílio
Reinado190 a.C./ 189 a.C - 160 a.C./159 a.C.
Santo Abgar
Veneração porIgrejas Ortodoxas Orientais (em especial a Igreja Apostólica Armênia);
Igreja Católica (em especial a Igreja Católica Armênia);
Igreja Ortodoxa
Festa litúrgica19 de junho (Igreja Latina)[1]

Abgaro V ou Abgar V de Edessa (reinou entre 4 a.C. - 7 d.C. e 13 - 50) foi rei do reino de Osroena, situando a sua capital em Edessa, na Mesopotâmia (actual Síria), também designada por Aram-Naharaim no Velho Testamento. De acordo com uma lenda muito antiga, Abgaro foi convertido ao cristianismo por Addai,[2] um dos Setenta e Dois Discípulos de Jesus (em Lucas 10:1–20).

Vida

Na História do cristianismo, a história do rei Abgaro de Edessa que, acometido por uma doença incurável (talvez lepra) e tendo ouvido falar dos famosos poderes milagrosos de Jesus, lhe escreveu uma carta, reconhecendo-lhe a divindade, pedindo-lhe a cura da sua doença e oferecendo-lhe abrigo no seu palácio; a tradição indica que Jesus lhe respondeu por escrito indicando que não se poderia deslocar a Edessa, mas prometendo que, depois da sua Ascensão, lhe enviaria um dos seus discípulos para o curar.[3]

Esta lenda foi uma das mais antigas histórias de ícones milagrosos, numa região em que a veneração de imagens, em geral, era fortemente reprovada ( tradição iconoclástica) mas que esta lenda legitimizava por a ligar directamente a Jesus.

O historiador eclesiástico do século IV, Eusébio de Cesareia, registrou a tradição na sua Historia Ecclesiastica, I, xiii, ca 325 d.C.,[4] referindo a correspondência trocada entre Abgaro de Edessa e Jesus. Eusébio estava convicto que as cartas originais, escritas em siríaco, estavam arquivadas em Edessa, e inclui na sua obra o suposto texto das duas cartas. Eusébio também afirma que, no momento devido, Addai (um dos setenta e dois discípulos e também conhecido pelo nome de Tadeu de Edessa) foi enviado por São Tomé (apóstolo) no ano 29 DC.

Estes textos são actualmente, considerado apócrifos.[5] A controvérsia foi renovada com a descoberta de uma obra de origem Síria, cujo autor, Labuna, reproduz a correspondência de Jesus e de Abgar e conta a história da conversão dos edessios pelo apóstolo Adeu ou Tadeu. A maior parte dos críticos tem este escrito como apócrifo redigido no século IV e século V; outros historiadores dizem que é do século I com interpolações posteriores.

Abgaro V foi santificado, e é festejado nos dias 11 de maio e 28 de outubro na Igreja Ortodoxa, em 1 de agosto na Igreja Síria, e diariamente na Missa da Igreja Apostólica Arménia.


Referências

  1.  https://pt.aleteia.org/daily-prayer/terca-feira-19-junho/
  2.  Herbermann, Charles George (1913). The Catholic Encyclopedia. [S.l.]: Encyclopedia Press. 282 páginas
  3.   "The Legend of Abgar" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
  4.  Eusébio de Cesareia. «13». História Eclesiástica. Narrative concerning the Prince of the Edessenes. (em inglês). I. [S.l.: s.n.]
  5.  Albany James, Christie; Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology, volume I, pag. 2; 1867; [1]

Bibliografia

  • Dicionário Universal Ilustrado, Ed. João Romano Torres & Cª.1911.

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