sexta-feira, 31 de maio de 2024

ABADE FARIA - (JOSÉ CUSTÓDIO DE FARIA) - RELIGIOSO E CIENTISTA - 31 DE MAIO DE 2024

 

Abade Faria

 Nota: Para o engenheiro militar português, veja José Custódio de Sá e Faria.
Abade Faria
Estátua de Aba de Faria perto de Old Secretariat em Goa.
Nascimento30 de maio de 1756
Candolim
Morte20 de setembro de 1819
Paris
CidadaniaReino de Portugal
Ocupaçãocientistamongemédico
ReligiãoIgreja Católica

José Custódio de Faria (GoaCandolim, 30 ou 31 de maio de 1756[1] – Paris20 de setembro de 1819), mais conhecido por Abade Faria, foi um religioso e cientista luso-goês que se destacou como um dos primeiros estudiosos da hipnose.

Biografia

Filho de Caetano Vitorino de Faria, antigo Padre Católico, mestiço de ascendência Goesa Católica, e de sua mulher Rosa Maria de Sousa, uma herdeira rica, os quais mais tarde se separaram e tomaram Ordens.

Chegou a Lisboa em 1771 e a Roma em 1772. Nesta última cidade esteve até 1780, formando-se em Teologia e recebendo as ordens de sacerdote.

Pertenceu ao grupo dos conspiradores que tentaram derrubar o regime português em Goa em 1787. A chamada Conjuração dos Pintos foi denunciada e exemplarmente reprimida pelas autoridades portuguesas. Faria apressou-se a ir para a França em 1788. Defensor da Revolução Francesa (1789), comandou em uma das secções que, em 1795, atacaram a Convenção Nacional. Foi professor de Filosofia nos Liceus de Marselha e Nîmes.

Iniciado na prática do magnetismo animal por Amand Marie Jacques de Chastenet de Puységur o marquês de Puységur, no ano de 1813 abriu em Paris um gabinete de magnetizador. A prática de hipnose por sugestão trouxe-lhe uma enorme clientela e uma pronta reação de descrédito, sendo rotulado de maníaco e bruxo.

Os últimos anos da sua vida passou-os como capelão de um convento.

Como cientista demonstrou o carácter puramente natural da hipnose, tendo sido ele o primeiro a descrever com precisão os seus métodos e efeitos. Soube antever as possibilidades da sugestão hipnótica no tratamento das doenças nervosas.

Uma versão ficcionada sua é uma personagem do romance O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas.

Tem uma rua com o seu nome no Areeiro, em Lisboa, e outra em Mem MartinsSintra.

Referências

  1.  Roberts, Margaret (maio de 2016). «Abbé Faria (1756-1819): From Lucid Sleep to Hypnosis»American Journal of Psychiatry (em inglês). 173 (5): 459–460. ISSN 0002-953Xdoi:10.1176/appi.ajp.2016.16010035. Consultado em 26 de agosto de 2018

Bibliografia

  • DALGADO, D. G. - Memoire sur la vie de l'Abbé Faria. Paris, 1906.6.
  • EGAS MONIZ. A. - O Abade Faria na história do hipnotismo. Lisboa, 1977.
  • SANTANA RODRIGUES - O Abade Faria. Lisboa, 1946.
  • SANTANA RODRIGUES - O Abade Faria e o mesmerismo, "Actas Ciba",2,1947.

Ligações externas

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VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA - 31 DE MAIO DE 2024

 

Visitação

 Nota: Para outros significados, veja Visitação (desambiguação).
Visitaçãoafresco no Apartamento Bórgia do Palácio Apostólico do Vaticano

Visitação é como é conhecida a visita de Maria Santíssima a sua parenta Santa Isabel como relatada no Evangelho de São Lucas (Lucas 1:39–56). É também o termo utilizado para se referir à festa que celebra esta visita, comemorada no dia 31 de maio no cristianismo ocidental e em 30 de março no oriental.

E Maria levantou-se naqueles dias e foi para a região montanhosa com pressa, para uma cidade de Judá; 40 e entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. 41 E aconteceu que, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo; 42 e ela levantou a voz com grande clamor, e disse: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. 43 E de onde me vem isto, que a mãe de meu Senhor venha a mim? 44 Pois eis que, quando a voz da tua saudação chegou aos meus ouvidos, o bebê saltou de alegria no meu ventre. 45 E bem-aventurada aquela que [a] acreditou; porque haverá cumprimento das coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor. 46

Visita

Logo após a Anunciação, Maria Santíssima parte imediatamente para Hebrom, ao sul de Jerusalém, para visitar sua prima Santa Isabel e o marido dela, Zacarias. Os católicos creem que o objetivo desta visita foi levar a graça divina para Isabel e para o seu filho ainda não nascido, João Batista. Um menor grupo daqueles creem ainda que o fato de João ter estremecido no ventre de Santa Isabel quando Maria a cumprimentou é sinal de que ele reconheceu a presença de Jesus e, neste instante, foi purificado do pecado original e preenchido com a graça divina. O diálogo travado entre as duas, como preservado no texto de Lucas se tornou parte da oração da Ave Maria - quando Isabel diz «Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre» (Lucas 1:42) - e do cântico chamado Magnificat - na resposta de Maria Santíssima em «A minha alma engrandece ao Senhor» (Lucas 1:42) (em latimMagnificat anima mea Dominum) -, reservado para esta festa.

Nas igrejas de rito latino da Igreja Católica, a Visitação é o segundo Mistério Gozoso do Santo Rosário.

Celebrações

Visitação, por Rembrandt (1640), no Detroit Institute of Arts, em Detroit

Cristianismo ocidental

Esta festa tem origem medieval, já sendo celebrada pela ordem dos franciscanos antes de 1263, quando São Boaventura a recomendou e eles a adotaram. A partir do breviário da ordem, ela espalhou para muitas outras igrejas. Em 1389, o papa Urbano VI, com o objetivo de terminar o Grande Cisma do Ocidente, a inseriu no calendário romano, para celebração em 2 de julho[1]. No calendário tridentino, era uma festa dupla. Quando o missal do papa Pio V foi substituído pelo de Clemente VIII em 1604, a Visitação se tornou uma festa dupla de segunda classe. Ela permaneceu assim até que o papa João XXIII a recassificou como um festa de segunda classe em 1962. Ela continuou a ser comemorada no dia 2 de julho, o dia depois da oitava seguinte à festa do nascimento de João Batista, que estava ainda no ventre de Isabel na época da Visitação. Em 1969, porém, o papa Paulo VI a moveu para 31 de maio, "entre a Solenidade da Anunciação do Senhor (25 de março) e a do Nascimento de João Batista (24 de junho), para que ela se harmonize melhor com o relato do Evangelho[2].

Os católicos romanos que se utilizam do calendário pré-1969 (os chamados vétero-católicos) e os anglicanos, que se utilizam do Livro de Oração Comum (Book of Commom Prayer), de 1662, comemoram a festa em 2 de julho. Assim também o fazem os católicos da Alemanha e a Igreja Luterana.

Cristianismo oriental

Estátua da Visitação, na Igreja da Visitação, em Ein KeremJerusalém

A celebração da festa comemorando este evento na Igreja Ortodoxa é de origem relativamente recente, datando do século XIX. O ímpeto para estabelecer esta festa no calendário litúrgico da Igreja Ortodoxa e a criação de um serviço específico para ser incluído no Menaion foi obra do arquimandrita Antonin Kapustin (†1894), líder da Missão Eclesiástica Russa Ortodoxa em Jerusalém. O convento de Gorneye, na cidade sagrada, que foi construído no lugar onde tradicionalmente se acredita ter ocorrido o encontro entre a Teótoco ("Mãe de Deus", um dos títulos de Maria na Igreja Ortodoxa) e Santa Isabel, celebra esta festa em 30 de março (que corresponde, no calendário juliano, ao dia 12 de abril do calendário gregoriano). Segundo as festas do rito bizantino, se o dia 30 de março cair entre o Sábado de Lázaro (sábado antes do Domingo de Ramos) e a Pascha, a Festa da Visitação é transferida para a Sexta Luminosa (sexta depois da Páscoa). Esta festa ainda não foi aceita por todas as denominações ortodoxas.

Arte

Ver artigo principal: A Visitação na pintura

O tema da Visitação é dos grandes temas da arte cristã, tendo sido representado por diversos artistas renomados, como RembrandtFra AngelicoEl GrecoDürer e Ghirlandaio.

Ver também

Referências

  1.  Calendarium Romanum (Libreria Editrice Vaticana, 1969), p. 93
  2.  Calendarium Romanum (Libreria Editrice Vaticana, 1969), p. 128

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