terça-feira, 23 de abril de 2024

SÃO DESIDERIO - 23 DE ABRIL DE 2024

 

Erasmo de Roterdão

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Desidério Erasmo)
Erasmo de Roterdão
Erasmo de Roterdão, por Hans Holbein, o Jovem.
Nome completoGerrit Gerritszoon
Desiderius Erasmus Roterodamus
Nascimento28 de outubro de 1466
RoterdãPaíses Baixos Burgúndios
Morte12 de julho de 1536 (69 anos)
BasileiaAntiga Confederação Helvética
Nacionalidadeneerlandês
OcupaçãoTeólogo
Filósofo
Magnum opusElogio da Loucura
Escola/tradiçãoHumanismo
Principais interessesFilosofia modernaFilosofia cristãHumanismo

Erasmo de Roterdão (português europeu) ou Roterdã (português brasileiro) (Roterdão28 de outubro de 1466 – Basileia12 de julho de 1536),[1] nascido Gerrit Gerritszoon ou Herasmus Gerritszoon (em latimDesiderius Erasmus Roterodamus), foi um teólogo e filósofo humanista neerlandês que viajou por toda a Europa, como PortugalInglaterraItáliaEspanhaCroáciaBulgáriaDinamarca e outros.

Biografia

Erasmo cursou o seminário com os monges agostinianos e realizou os votos monásticos aos 25 anos, vivendo como tal, sendo um grande crítico da vida monástica e das características que julgava negativas na Igreja Católica.[2] Frequentou o Collège Montaigu, em Paris, e continuou seus estudos na Universidade de Paris, então o principal centro da escolástica, apesar da influência crescente do Renascimento da cultura clássica, que chegava de Itália. Erasmo optou por uma vida de académico independente, independente de país, independente de laços académicos, de lealdade religiosa e de tudo que pudesse interferir com a sua liberdade intelectual e a sua expressão literária.

Os principais centros da sua actividade foram ParisLovainaInglaterra e Basileia. No entanto, nunca pertenceu firmemente a nenhum destes locais. O tempo passado na Inglaterra foi frutífero, tendo feito amizades para a vida com os líderes ingleses, mesmo nos dias tumultuosos do rei Henrique VIIIJohn ColetThomas MoreJohn FisherThomas Linacre e Willian Grocyn. Na Universidade de Cambridge foi o professor de Teologia de Lady Margaret e teve a opção de passar o resto de sua vida como professor de inglês.[2] Esteve no Queens' College, em Cambridge,[3] e é possível que tenha sido alumnus. Foram-lhe oferecidas várias posições de honra e proveito através do mundo académico, mas declinou-as todas, preferindo a incerteza, tendo no entanto receitas suficientes da sua actividade literária independente. Entre 1506 e 1509 esteve em Itália. Passou ali uma parte do seu tempo na casa editorial de Aldus Manutius, em Veneza. De acordo com suas cartas,[carece de fontes] esteve associado com o filósofo natural veneziano, Giulio Camillo,[4] mas, além deste, teve uma associação com académicos italianos menos activa do que se esperava.

A sua residência em Lovaina expôs Erasmo a muitas críticas mesquinhas por parte daqueles[quem?] que eram hostis aos princípios do progresso literário e religioso aos quais ele devotava a vida. Interpretava esta falta de simpatia como uma perseguição e procurou refúgio em Basileia, onde, sob abrigo de hospitalidade suíça, pôde expressar-se livremente e estava rodeado de amigos.[2] Foi lá que esteve associado por muitos anos com o grande editor Froben, e onde uma multidão de admiradores de (quase) todos os cantos da Europa o vieram visitar.

Primeiros anos

Desidério Erasmo nasceu em 28 de outubro na década de 1460.[5] O ano exato de seu nascimento é debatido, com a maioria dos biógrafos citando o ano de 1467.[6] Algumas evidências podem ser encontradas nas próprias palavras de Erasmo: de 23 declarações feitas sobre sua idade, boa parte indica 1466.[7] Foi batizado de "Erasmo" após o santo de mesmo nome.[8] Embora associado ao Roterdão, ele morou lá por apenas quatro anos, e nunca mais voltou. Informações sobre sua família e início da vida vêm principalmente de referências vagas em seus escritos. Seus pais quase certamente não eram casados legalmente. Seu pai, Gerard, era um padre e pároco católico em Gouda.[9] Pouco se sabe de sua mãe se não o seu nome que era Margaretha Rogers[10] e ela era a filha de um médico; ela pode ter sido governanta de Gerard.[11][9] Embora tenha nascido fora de um casamento, Erasmo foi cuidado por seus pais até a morte precoce de peste negra em 1483, mas ele acreditou que isso seria uma mancha, e lançou uma cortina de fumaça em torno de sua juventude.[9]

Escritos religiosos

King's CollegeUniversidade de Cambridge.

A produtividade literária de Erasmo começou relativamente tarde na sua vida. Apenas quando dominou o latim é que começou a escrever sobre os grandes temas contemporâneos, nomeadamente sobre literatura e teologia.

A sua revolta contra as formas de vida da igreja não resultou tanto de dúvidas quanto à verdade da doutrina tradicional, nem de alguma hostilidade para com a organização da Igreja. Sentiu antes a necessidade de aplicar os seus conhecimentos na purificação da doutrina e na liberalização das instituições do cristianismo.

Como acadêmico, tentou libertar os métodos da Escolástica da rigidez e do formalismo das tradições medievais, mas não ficou satisfeito. Ele viu-se como o pregador da retidão. A sua convicção em toda a vida foi que o que era necessário para regenerar a Europa era uma aprendizagem sã, aplicada liberalmente e sem receios pela administração de assuntos públicos da Igreja e do Estado. Esta convicção confere unidade e consistência a uma vida que, de outra forma, pode parecer plena de contradições. Erasmo viu-se livre e distante de quaisquer obrigações comprometedoras; no entanto, Erasmo foi, num sentido singularmente verdadeiro, o centro do movimento literário do seu tempo.[2] Ele se correspondeu com mais de quinhentos homens da maior importância no mundo da política e do pensamento, e o seu conselho em vários assuntos era procurado avidamente, se bem que nem sempre seguido.

Aquando da sua estadia em Paris, Erasmo iniciou a examinação sistemática dos manuscritos do Novo Testamento, por forma a preparar uma nova edição e uma tradução para Latim. Esta edição foi publicada por Froben de Basileia em 1516 e foi a base da maioria dos estudos científicos da Bíblia durante o período da Reforma. Erasmo também escreveu sobre o guerreiro frísio Pier Gerlofs Donia, embora com muito mais críticas do que elogios aos feitos dele, chamando-o de "bruto estúpido que preferia a força à sabedoria".

Publicou uma edição crítica do Novo Testamento Grego em 1516 — Novum Instrumentum omne, diligenter ab Erasmo Rot. Recognitum et Emendatum. A edição incluiu uma tradução em Latim e anotações. Baseou-se também em manuscritos adicionais recentemente descobertos.

Na segunda edição, o termo mais familiar "Testamentum" foi usado em vez de "Instrumentum". Esta edição foi usada pelos tradutores da versão da Bíblia do Rei Jaime I de Inglaterra. O texto ficou conhecido mais tarde como o textus receptus. Erasmo publicou mais três edições — 15221527 e 1535. Foi a primeira tentativa por parte de um académico competente e liberal de averiguar aquilo que os escritores do Novo Testamento tinham efectivamente dito. Erasmo dedicou o seu trabalho ao Papa Leão X, como patrono da aprendizagem, e considerou o seu trabalho como o seu principal serviço à causa do Cristianismo. Imediatamente depois, começou a publicação das suas paráfrases do Novo Testamento, uma apresentação popular do conteúdo de vários livros. Este, como todos os seus livros, foi publicado em Latim, mas as suas obras eram imediatamente traduzidas noutras línguas, com o seu encorajamento.

Protestantismo

Erasmo por Holbein, o novo

O movimento de Martinho Lutero começou no ano seguinte à publicação do Novo Testamento, e foi um teste ao carácter de Erasmo. A discussão entre a sociedade europeia e a Igreja Católica Romana tinha-se tornado tão aberta que poucos se podiam furtar a um pedido de uma opinião. Erasmo, no auge da sua fama literária, foi inevitavelmente chamado a tomar partido por um dos lados, mas partidarismo era algo de estranho à sua natureza e hábitos.

Em toda a sua crítica às tolices clericais e aos abusos, ele tinha sempre afirmado que não estava a atacar as instituições da Igreja em si e não era um inimigo do clero. O mundo inteiro tinha rido com as suas sátiras, mas poucos interferiram com as suas actividades. Ele acreditava que o seu trabalho até então o recomendava às melhores mentes e aos poderes dominantes no mundo religioso.

Erasmo tinha uma simpatia pelos pontos principais da crítica luterana à Igreja. Tinha um grande respeito pessoal por Martinho Lutero e Lutero sempre falava de Erasmo com reverência pelo seu conhecimento. Lutero esperava obter a sua cooperação num trabalho que parecia o resultado natural do seu próprio. Na sua troca de correspondência inicial, Lutero expressou uma intensa admiração por tudo o que Erasmo tinha feito pela causa de um cristianismo saudável e razoável e encorajou-o a unir-se ao movimento. Erasmo, porém criticou duramente a doutrina luterana que negava ao homem o livre-arbítrio.

Erasmo declinou qualquer compromisso, argumentando que ao o fazer estaria a colocar em risco a sua posição como líder de um movimento por uma sabedoria pura, o que ele via como o objectivo de sua vida. Apenas como um acadêmico independente poderia ele aspirar a influenciar a reforma da religião. A obra de Lutero foi a de providenciar uma nova base doutrinal para as tentativas até então dispersas de iniciar uma reforma. Ao reavivar os princípios quase esquecidos da teologia de Agostinho, Lutero tinha fornecido o necessário impulso para o interesse pessoal na religião, o que é a essência da Reforma Protestante. Erasmo, no entanto, temia qualquer mudança na doutrina e acreditava que não havia espaço dentro das fórmulas existentes para o tipo de reforma que ele apreciava tanto.

Por duas vezes durante o debate, ele entrou no campo da controvérsia doutrinal, uma área que era estranha à sua natureza e práticas prévias. Um dos tópicos com que lidou foi a liberdade da vontade, um ponto crucial. No seu "De libero arbitrio diatribe sive collatio"[12] (1524), ele analisa com inteligência e bom humor os exageros Luteranos sobre as óbvias limitações da liberdade humana. Ele apresenta ambos os lados da discussão de forma imparcial. A sua posição foi de que o Homem estava obrigado a pecar, mas que tinha o direito à misericórdia de Deus apenas se ele a procurasse pelos meios que lhe eram oferecidos pela própria Igreja. A "diatribe" não encorajava qualquer acção definida; este era o seu mérito aos olhos dos Erasmianos e o seu defeito aos olhos dos Luteranos.

Emblema da cidade de Basileia

Quando Erasmo hesitou em apoiá-lo, isto pareceu aos olhos de Lutero, um homem directo, um evitar de responsabilidade que era devido ou a cobardice ou a falta de visão. No entanto, o lado Católico Romano, que pretendia igualmente manter o apoio de um homem que se tinha declarado tantas vezes como leal aos princípios da Igreja, viu na relutância de Erasmo em tomar partido um sinal de suspeita da deslealdade perante o Catolicismo. A atitude de Erasmo para com a Reforma Protestante pode no entanto ser vista como consistente.

Os males que ele combateu foram os de forma ou foram males de um tipo curável apenas por uma longa e lenta regeneração na moral e vida espiritual na Europa. O programa da "Reforma de Erasmo" era de usar a aprendizagem para remover os piores excessos. No entanto, falhou em oferecer qualquer método tangível para aplicar os seus princípios ao sistema da Igreja existente. Quando Erasmo foi acusado de ter "posto o ovo que Lutero chocou" ele admitiu parcialmente a verdade da acusação mas disse que tinha esperado uma outra espécie de pássaro completamente diferente.

À medida que a opinião pública começa a reagir às opiniões de Lutero, as desordens sociais que Erasmo temia começaram a aparecer. A Guerra dos Camponeses, os distúrbios do Anabaptistas na Alemanha e nos Países Baixosiconoclastia e radicalismo por toda a parte, parecem confirmar as suas previsões mais obscuras. Se este era o resultado da reforma, ele preferia estar de fora. No entanto, ele começava a ser acusado cada vez mais pela "tragédia". Na Suíça, ele estava ainda mais exposto pela sua associação com homens que eram suspeitos de doutrinas extremamente racionalistas.

A questão-teste era a doutrina dos Sacramentos, e o cerne da questão a observância da Eucaristia. Em parte para livrar-se de suspeitas, Erasmo publicou em 1530 uma nova edição do tratado ortodoxo de Algerus contra o herético Berengário de Tours no século XI. Ele acrescentou uma dedicatória, afirmando acreditar na realidade do corpo de Jesus Cristo após a consagração da Eucaristia, mas admitia que a forma em que este mistério deveria ser expressa fosse matéria de debate. Era-lhe aceitável que a Igreja pregasse a doutrina à maioria dos cristãos e a especulação ficasse mais segura nas mãos dos filósofos. Aqui e acolá Erasmo aponta o princípio de que um homem pode ter duas opiniões sobre assuntos religiosos, uma para si mesmo e seus amigos mais íntimos e outra para o público. Aqueles que se opunham aos Sacramentos, liderados por Oecolampadius de Basileia, estavam, como Erasmo diz, mencionando-o como alguém com ideias semelhantes. Ele nega isto, mas na sua negação traiu aquilo que em conversas particulares é tido como uma visão racional da doutrina da Eucaristia. Tal como no caso da vontade livre, não tinha aqui a aprovação da Igreja.

Últimos anos

Erasmo por Hans Holbein, o novo

A sua obra mais conhecida, Laus Stultitiae ("Elogio da Loucura"), escrita em 1509, foi dedicada ao seu amigo Sir Thomas More. Em 1536 ele escreveu "De puritate ecclesiae christianae", na qual ele tentou reconciliar os diferentes partidos. Muitos dos seus escritos apelam a uma grande audiência e lidam com assuntos do interesse humano geral; ele parece ter considerado estes como uma diversão, uma actividade de lazer. Os seus escritos mais sérios começaram cedo com a "Enchiridion Militis Christiani", o "Manual (ou adaga) do cavalheiro cristão" (1503). Nesta breve obra, Erasmo esquematiza as perspectivas da vida cristã normal, uma tarefa que se lhe tornaria constante na sua vida. O principal mal dos seus dias, diz ele, é o formalismo, um respeito por tradições sem consideração pelo verdadeiro ensinamento de Cristo. O remédio é que cada homem se pergunte a cada ponto "Qual a coisa essencial?", fazendo-o sem receio. Formas podem esconder ou sufocar o espírito. Na sua examinação dos perigos do formalismo, Erasmo discute a vida monástica, a veneração dos santos, a guerra, o espírito de classe e as fraquezas da "sociedade", mas o "Enchiridion" é mais um sermão do que uma sátira. O seu texto acompanhante, o "Institutio Principis Christiani" (Basileia, 1516), foi escrito como conselho ao jovem Rei Carlos de Espanha, mais tarde Carlos V, Sacro-Imperador Romano. Erasmo aplica os princípios gerais de honra e de sinceridade às especiais funções do Príncipe, quem ele apresenta como um servidor do povo.

Como resultado das suas actividades reformadoras, Erasmo viu-se em conflito com ambas as grandes posições. Os seus últimos anos de vida foram ofuscados por controvérsias amargas com pessoas para quem ele seria normalmente simpático. Notavelmente entre estes encontrava-se Ulrich von Hutten, um génio brilhante mas errático, que se entregara à causa de Lutero e tinha declarado que Erasmo, se tivesse uma faísca que fosse de honestidade, faria o mesmo. Na sua resposta "Spongia adversus aspergines Hutteni" (1523), Erasmo demonstra o seu pleno domínio da semântica. Ele acusa Hutten de ter interpretado mal o seu discurso sobre a reforma e reitera a sua determinação em não tomar partido nunca.

Placa comemorativa da estadia de Erasmo em Friburgo

Quando a cidade de Basileia se tornou oficialmente "reformada" em 1529, Erasmo deixou de residir ali, tendo-se mudado para a cidade imperial de "Friburgo em Brisgóvia". Parece indicar que ele viu como mais fácil manter a sua neutralidade sob o domínio Católico Romano do que em condições protestantes. A sua actividade literária permaneceu inabalada, maioritariamente na composição religiosa e didáctica. A obra mais importante deste último período é a "Ecclesiastes", ou "Pregador do Evangelho" (Basileia, 1535), na qual ele aponta a função de pregador como o serviço mais importante do padre cristão, uma ênfase protestante. O seu pequeno tratado de 1533, "Preparação para a Morte", no qual ele coloca ênfase na importância de uma boa vida como condição essencial para uma morte feliz, mostra outra tendência.

Erasmo retornou a Basileia, a sua casa mais feliz, em 1535, após ausência de seis anos. Lá, de novo entre o grupo de académicos protestantes que eram seus amigos de longa data, e sem ter qualquer contacto que seja conhecido com a Igreja Católica Romana, Erasmo faleceu. Durante a sua vida, as autoridades da Igreja Católica nunca o tinham chamado a justificar as suas opiniões. Os ataques à sua pessoa não foram institucionais, e os seus protectores tinham sido figuras de alto escalão. Em 1535 o papa Paulo III intentou elevá-lo à condição de Cardeal, mas Erasmo alegou a sua avançada idade e estado de saúde para recusar. Após a sua morte, como reacção da Igreja Católica Romana, os seus escritos viriam a ser colocados no Index dos livros proibidos (ver Index Librorum Prohibitorum).

Erasmo faleceu em BasileiaSuíça. Encontra-se sepultado na Catedral de Basileia, Basileia, na Suíça.[13]

Legado

A popularidade extraordinária dos seus livros fica patente pelo número de edições e traduções que surgiram desde o século XVI, e no interesse permanente que é suscitado pela sua personalidade esquiva mas fascinante. Dez colunas do catálogo da "British Library" estão ocupadas com a mera enumeração de suas obras e subsequentes reedições. Grandes nomes da era clássica e dos pais da igreja foram traduzidos, editados ou comentados por Erasmo, incluindo Santo Ambrósio de MilãoAristóteles, Santo AgostinhoSão Basílio de CesareiaSão João CrisóstomoCícero, e Jerónimo de Estridão.

O seu livro mais famoso, "O Elogio da Loucura", (Laus Stultitiae), escrito em 1509, foi dedicado ao seu amigo Sir Thomas More.

Obras e Publicações

Enchiridion militis Christiani (1503).
Enchiridion militis Christiani (1503)

Cartas

As melhores fontes para o mundo do humanismo renascentista europeu no início do século XVI são as correspondências de Erasmo. —  Froude, "Prefácio", Vida e Cartas de Erasmo

 Life and Letters of Erasmus

Mais de 3000 cartas existem por um período de 52 anos, incluindo de e para a maioria dos papas ocidentais, imperadores, reis e sua equipe, bem como para importantes intelectuais, bispos, reformadores, fãs, amigos e inimigos.

Religioso e político

Comédia e sátira

Cultura e educação

  • Adages (Adagiorum collectanea) (1500) todas as edições geralmente chamadas de Adagia
    • Three Thousand Adages (Adagiorum chilliades tres) (1508)
    • Four Thousand Adages (Adagiorum ciliades quatuor) (1520)
  • Foundations of the Abundant Style (De utraque verborum ac rerum copia) (1512) muitas vezes chamado De copia
  • Introduction to the Eight Parts of Speech (De constructione octo partium prationis) (1515) — versão de Erasmo da Gramática de William Lily, às vezes chamada de Brevissima Institutio
  • Language, or the uses and abuses of language, a most useful book, (Lingua, Sive, De Linguae usu atque abusu Liber utillissimus) (1525)
  • On the Correct Pronunciation of Latin and Greek (De recta Latini Graecique sermonis pronuntiatione) (1528)
  • On Early Liberal Education for Children (De pueris statim ac liberaliter instituendis) (1529)
  • On Civility in Children (De civilitate morum puerilium) (1530)
  • Apophthegmatum opus (1531)

Novo testamento

A edição de 1516 tinha as versões Vulgata latina e grega corrigidas de Erasmo. As edições revisadas subsequentes tiveram a nova versão latina e grega de Erasmo. A edição de 1527 tinha a Vulgata e o novo latim de Erasmo com o grego. Estes foram acompanhados por anotações substanciais, notas metodológicas e paráfrases, em volumes separados.[17]

Edições patrísticas e clássicas

Para as edições patrísticas, Erasmo estava supervisionando o editor e o editor ou tradutor, muitas vezes trabalhando com outros. Ele também contribuiu com prefácios, notas e biografias.[18]

No final de sua carreira editorial, Erasmus produziu edições de dois escritores pré-escolares:

Escritores clássicos cujas obras Erasmo traduziu ou editou incluem Luciano (1506), Eurípides (1508), Catonis Disticha (1513), Curtius (1517 ), Suetônio (1518), Cícero (1523), Ovídio e Prudêncio (1524), Galeno ( 1526), ​​Sêneca (1528), Plutarco (1531), Terêncio (1532), Ptolomeu (1533).

Edições completas

The Collected Works of Erasmus (ou CWE ) é um conjunto de 84 volumes de traduções em inglês e comentários da University of Toronto Press. Em maio de 2023, 66 de 84 volumes foram lançados. O Erasmi opera omni, conhecido como Amsterdam Edition ou ASD, é um conjunto de 65 volumes das obras originais em latim. Em maio de 2013, 59 volumes foram lançados.

Ver também

Referências

  1.  John B. Gleason (1979). The Birth Dates of John Colet and Erasmus of Rotterdam: Fresh Documentary Evidence (em inglês). 32. [S.l.]: The University of Chicago Press. p. 73–76 de 1466
  2. ↑ Ir para:a b c d Emerson Santiago. «Erasmo de Roterdã». InfoEscola. Consultado em 27 de outubro de 2012
  3.  Erasmus, Desiderius" in J. Venn e J. A. VennAlumni Cantabrigienses. 10 vols. (Cambridge: Cambridge University Press, 1922–1958) ACAD - A Cambridge Alumni Database
  4.  Opus Epistolarum Des. Erasmi Roterdami, Ed. H. M. Allen, (Oxford University Press, 1937), Ep.3032: 219–22; 2682: 8–13.
  5.  Erasmus Roterodamus. Desiderii Erasmi Roterodami de utraque verborum ac rerum copia. Libri II. Osnabrucae, 1715
  6.  Charles Nauert. «Desiderius Erasmus»Winter 2009 Edition (em inglês). Stanford Encyclopedia of Philosophy. Consultado em 27 de outubro de 2012
  7.  Preserved Smith (1928). «Erasmus: A Study Of His Life Ideals And Place In History». Harper & Brothers. pp. 445–446. Consultado em 27 de outubro de 2012
  8.  Huizinga, Erasmus, pp. 4 and 6 (Dutch language version)
  9. ↑ Ir para:a b c Cornelius Augustijn, Erasmus: His life, work and influence, University of Toronto, 1991
  10.  Catholic Encyclopedia
  11.  O famoso romance The Cloister and the Hearth, de Charles Reade, é um relato da vida de pais de Erasmo.
  12.  (em português) Do livre arbítrio: Discursos ou comparações
  13.  Erasmo de Roterdão (em inglês) no Find a Grave
  14.  Erasmus. «The Complaint of Peace»Wikisource
  15.  Erasmus. «The Praise of Folly»Wikisource
  16.  Erasmus. Familiar ColloquiesWikisource. [S.l.: s.n.]
  17.  Brown, Andrew (1984). «The Date of Erasmus' Latin Translation of the New Testament»Transactions of the Cambridge Bibliographical Society8 (4): 351–380. JSTOR 41154623
  18.  Visser, Arnold (2011). «Thirtieth Annual Erasmus Birthday Lecture: Erasmus, the Church Fathers and the Ideological Implications of Philology». Erasmus Society Yearbook31 (December 2011): 7–31. doi:10.1163/027628511X597999

Ligações externas

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SANTA RITA DE CÁSSIA - 23 DE ABRIL DE 2024

 

Rita de Cássia

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 Nota: "Santa Rita de Cássia" redireciona para este artigo. Para outros significados, veja Rita de Cássia (desambiguação).
Rita de Cássia
Santa Rita de Cássia
Mãe, esposa e monja agostiniana
Nascimento1381
RoccaporenaItália
Morte22 de maio de 1457 (76 anos)
Cássia
ProgenitoresMãe: Amata Ferri Lotti
Pai: Antonio Lotti
Veneração porIgreja Católica
Beatificação1627
Roma
por Papa Urbano VIII
Canonização24 de maio de 1900
Roma
por Papa Leão XIII
Principal temploBasílica de Santa Rita de Cássia, em Cássia
Festa litúrgica22 de maio
Atribuiçõescrucifixo, rosas
Padroeiradas causas impossíveis, dos doentes, das viúvas e das mães.
 Portal dos Santos

Santa Rita de Cássia, nascida Margherita Lotti (Roccaporena1381 – Cássia22 de maio de 1457), foi uma freira agostiniana da diocese de EspoletoItália. Foi beatificada em 1627 e canonizada em 1900 pela Igreja Católica.

Foi uma pessoa de muita fé e que salvou da peste o cunhado apenas pela oração. Seu marido foi assassinado e seus filhos desejaram vingar-se de sua morte, mas Rita disse que preferiria ver morrer seus filhos a ver "o derramar de mais sangue".

História

Imagem medieval de Santa Rita de Cássia, a mais antiga a representar uma santa. Pintura dos meados do século XV.

Santa Rita de Cássia, filha de Antonio Lotti e Amata Ferri Lotti nasceu em Roccaporena em 1381.[1] Desde criança, a santa demonstrava seu desejo de viver uma vida em Cristo, acreditava no Amor pela Sagrada Família e, por isso, almejava constituir uma família. Seu pai, um juiz de paz, arrumou um casamento entre classes para a filha. No entanto, a moça acreditava que deveria casar por amor.

Conheceu nos mercados um homem que salvou uma criança. Dias mais tarde o encontrou na casa de sua amiga Mancini e o reconheceu: era Paulo. Paulo também se apaixonou por ela, contudo era filho de Ferdinando Mancini — um dos cavaleiros mais ricos e poderosos da região — que gostaria que seus filhos fizessem casamentos que favorecessem os negócios da família. Ela pediu a intercessão de Jesus, que seu amor fosse possível. Esse é o primeiro milagre: Santa Rita e Paulo casaram-se, mesmo vindo de classes distintas. Do casamento entre Rita e Paulo nasceram dois filhos gêmeos: Giangiacomo Antonio e Paulo Maria

Teve uma vida conjugal difícil devido aos hábitos da nova família e ao caráter violento do marido. Com seu empenho e orações, conseguiu convertê-lo. Viveram anos como camponeses. Após a morte do marido, vítima de assassinato por traição do chefe do feudo, o pai de Paulo, Ferdinando Mancini (sogro de Santa Rita) levou os garotos para lhes ensinar a batalhar a fim de, posteriormente, vingarem a morte do pai. Na hora da batalha, foram pegos em emboscada. Com o objetivo de protegê-los, a santa os enviou para um convento distante. Contudo, as freiras abrigavam leprosos, que transmitiram sua doença aos filhos da Santa, os quais não sobreviveram.

Viúva e sem os filhos, manifesta a vontade de ingressar no mosteiro das irmãs Agostinianas, que só aceitavam jovens solteiras. Ficou muito tempo refugiada na casa dos sogros. Ainda assim, começou a cuidar de doentes de lepra e a curar enfermos.

Então, numa noite, Santa Rita dormia, quando ouviu uma voz chamando: Rita. Rita. Rita.

Ela abriu a porta e estavam ali, Santo AgostinhoSão Nicolau e São João Batista.[2] Eles pediram que ela os seguisse e depois de andarem pelas ruas, os santos desapareceram e Rita sentiu um suave empurrão. Ela caiu em êxtase e, quando voltou a si, estava dentro do mosteiro, estando este com as portas trancadas. Então as freiras não lhe puderam negar a entrada. Rita viveu ali por quarenta anos.[3]

Cinco meses antes da morte de Rita, um dia de inverno com a temperatura frígida e um manto de neve cobria tudo, uma parente lhe foi visitar e antes de ir embora perguntou à Santa se ela desejava alguma coisa, Rita respondeu que teria desejado uma rosa da sua horta. Quando voltou a Roccaporena a parente foi à horta e grande foi a sua surpresa quando viu uma belíssima rosa, a colheu e a levou a Rita.

Assim Santa Rita foi denominada a Santa da “Rosa” e dos impossíveis. Santa Rita antes de fechar os olhos para sempre, teve a visão de Jesus e da Virgem Maria que a convidavam no Paraíso. Uma freira viu a sua alma subir ao céu acompanhada de Anjos e contemporaneamente os sinos da igreja começaram a tocar sozinhos, enquanto um perfume suavíssimo se espalhou por todo o Mosteiro e do seu quarto viram uma luz luminosa como se fosse entrado o Sol. Era o dia 22 de Maio de 1457.

Veneração

Santuario de Santa Rita em RoccaporenaItália.
Basílica de Santa Rita em Cascia.
Estátua de Santa Rita de Cássia — a maior estátua católica do mundo, localizada na cidade de Santa Cruz/RN.

Santa Rita de Cássia foi beatificada 180 anos depois da sua subida aos céus e proclamada Santa após 453 anos da sua morte.

Esta foi um exemplo de vida religiosa, com suas orações e suas mortificações. Ela se devotou especialmente a cuidar de irmãs doentes e a aconselhar pecadores. Por 14 anos, até sua morte, trouxe na testa um estigma, associando-se, assim, à paixão de Cristo.

São-lhe atribuídos tantos e tão extraordinários milagres que é tida como "advogada das causas perdidas e a santa do impossível". É também protetora absoluta das mães e esposas que sofrem pelos maus-tratos dos maridos.[4]

Túmulo de Santa Rita com seu corpo incorrupto na Basílica de Cássia.

O corpo de Rita, que permaneceu incorrupto ao longo dos séculos, é venerado hoje no santuário de Cascia, muitas pessoas do mundo todo visitam sua tumba. O pintor francês Yves Klein havia se dedicado a ela quando criança. Em 1961, ele criou um Santuário de Santa Rita, que é colocado no Convento de Cássia.[5]

No Brasil, na cidade de Santa Cruz, Estado do Rio Grande do Norte, está localizada a maior estátua católica do mundo, que representa a Santa Rita de Cássia e foi inaugurada em 26 de junho de 2010.[6]


Referências

  1.  DiGregorio OSA, Michael. The Precious Pearl/The Story of Saint Rita of Cascia, National Shrine of St. Rita of Cascia, Philadelphia, Pennsylvania
  2.  «The Story of St. Rita of Cascia»
  3.  St. Rita di Cascia from Fr. Alban Butler's Lives of the Saints
  4.  Figueiredo, Pe. Antônio Pereira (2013). Bíblia Sagrada (edição luxo). [S.l.]: DCL. ISBN 978-85-368-1571-8
  5.  Weitemeier, Hannah, Yves Klein, Taschen, Köln 2001, S. 70–71, ISBN 3-8228-5643-6
  6.  «Estátua de Santa Rita de Cássia»Wikipédia, a enciclopédia livre. 18 de julho de 2019

Ligações externas

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