domingo, 1 de outubro de 2023

PADRE CRUZ - (FRANCISCO RODRIGUES DA CRUZ) - MORREU EM 1948 - 1 DE OUTUBRO DE 2023

 

Francisco Rodrigues da Cruz

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Padre Cruz)
Padre Francisco Rodrigues da Cruz
Retrato icónico do Padre Cruz.
Nascimento29 de julho de 1859
AlcochetePortugal
Morte1 de outubro de 1948 (89 anos)
LisboaPortugal
OcupaçãoSacerdote católico
TítuloServo de Deus

Francisco Rodrigues da Cruz, dito o Padre Cruz[1] (Alcochete29 de julho de 1859 — Lisboa1 de outubro de 1948), foi um sacerdote católico português, que alcançou uma enorme fama de santidade em vida ao ponto de ser conhecido popularmente como o Santo Padre Cruz.

Biografia

Formou-se em Teologia em Coimbra em 1880, e ordenou-se sacerdote em 1882. Por alturas das perseguições religiosas da Primeira República Portuguesa, esteve preso durante alguns dias e foi interrogado pelo próprio Ministro da Justiça de então, Afonso Costa, após o qual foi libertado. Era extremamente respeitado por todos, até por elementos mais radicalmente anticlericais, devido à caridade que exercia e pela santidade de vida que já então demonstrava, chegando a ser durante alguns anos o único sacerdote que se atrevia a usar a sotaina em público, ao arrepio do que estava estabelecido na lei. Desenvolveu um intenso apostolado e uma caridade sem limites junto dos presos, dos mais pobres e dos infelizes.

O Padre Cruz em Fátima (1939)

Devotíssimo do Imaculado Coração de Maria, um dos seus principais carismas foi em redor do sacramento da confissão, confessando o maior número de pessoas que conseguisse em qualquer lugar que fosse. A conversão do grande filósofo Leonardo Coimbra a ele se deve, uns dias antes de este morrer num acidente de automóvel.

Foi também um notável pregador e um ardente propagador das visitas ao Sagrado Lausperene.

Deu a Primeira Comunhão a Lúcia de Jesus Rosa dos Santos, a principal vidente de Nossa Senhora de Fátima, visitou o local das aparições na companhia dos três pastorinhos e com eles rezou, então, o terço do Santo Rosário.

Entrou na Companhia de Jesus em 1940, satisfazendo assim o desejo que acalentara havia 60 anos, por um privilégio concedido pelo Papa Pio XII que o isentava de um ano de noviciado e de residir em casas dessa ordem religiosa. Faleceu santamente em Lisboa no dia 1 de outubro de 1948. Por ordem expressa do Cardeal Patriarca de então, D. Manuel Gonçalves Cerejeira as suas exéquias foram realizadas na Sé Patriarcal "excepionalmente, como excepcional fora o querido morto", segundo uma nota sua.

O seu funeral foi uma verdadeira apoteose, tendo sido sempre acompanhado por uma massa imensa de povo desde a sua saída da Sé Patriarcal de Lisboa até ao Cemitério de Benfica, no outro extremo da cidade, onde ficou sepultado em jazigo da Companhia de Jesus.

Processo de beatificação

Placa evocativa do local onde viveu e morreu o Padre Cruz, em Lisboa.
Monumento situado junto à Igreja do Bairro Padre Cruz em Lisboa.

O processo informativo de beatificação começou em Lisboa a 10 de Março de 1951. A sua alma vivia de intenso amor de Deus e do próximo. Sensível a todas as misérias humanas, principalmente espirituais, devorado pelo zelo da glória de Deus e da salvação das almas, a vida do santo missionário foi um contínuo peregrinar por todo o Portugal, a rezar, a pregar, a abençoar. Mas o seu ministério predilecto foi junto dos humildes, dos presos das cadeias, dos doentes, dos pobres e necessitados, e dos pecadores. Devotíssimo do seu irmão em religião, São Francisco Xavier, a cuja intercessão confiava as suas preces, atribuía-lhe as inúmeras graças que Deus lhe concedia a favor dos que a ele recorriam nas suas necessidades materiais e espirituais.

O Secretariado da Vice-postulação da Causa para a beatificação do Padre Cruz encontra-se situada na Rua da Madalena, 179, r/c, em LisboaPortugal. Em frente, no Largo Adelino Amaro da Costa (ou Largo do Caldas), situa-se o edifício onde o próprio viveu desde o dia 13 de novembro de 1927 e onde morreu a 1 de outubro de 1948.

Bibliografia

Referências

Ver também

Ligações externas

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PINA MANIQUE - DIOGO INÁCIO DE - MAGISTRADO - NASCEU EM 1733 - 1 DE OIUTUBRO DE 2023

 

Diogo Inácio de Pina Manique

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Diogo Inácio de Pina Manique
Nascimento3 de outubro de 1733
Lisboa
Morte1 de julho de 1805
Lisboa
CidadaniaReino de Portugal
Alma mater
Ocupaçãomagistradopolítico
Assento de baptismo de Diogo Inácio de Pina Manique, datado de 13 de Novembro de 1733. Paróquia de Santa CatarinaLisboa.
Retrato de Pina Manique (Oficina portuguesa do séc. XVIII), Palácio do Correio Velho, Lisboa.

Diogo Inácio de Pina Manique (LisboaSanta Catarina3 de Outubro de 1733 – LisboaAnjos1 de Julho de 1805)[1]moço fidalgo da Casa Real, primeiro senhor de Manique do Intendente; 4.º senhor do morgado de São Joaquim, na vila de Coinaalcaide-mor de Portalegre, comendador da Ordem de Cristo[2], foi um magistrado português.

Biografia

Como os pais tinham algumas poupanças guardadas, enviaram-no para Coimbra, sendo aqui que se formou em Leis pela Faculdade de Leis da Universidade de Coimbra.

Ocupou diversos cargos, antes de ser designado Intendente-Geral da Polícia. Foi juiz do crime em diversos bairros de Lisboadesembargador da Relação do Porto (1768), desembargador dos Agravos da Casa da Suplicação (1771), superintendente-geral de Contrabandos e Descaminhos dos Reais Direitos [1775], contador da Fazenda (1776), desembargador do Paço (1786), administrador-geral da Alfândega do Açúcar, provedor dos feitos das alfândegas do Reino (1781) e chanceler-mor do Reino (1803)[3].

Homem da confiança de Sebastião José de Carvalho e MeloMarquês de Pombal, só foi, no entanto, nomeado intendente-geral da Polícia da Corte e do Reino em 1780, após a queda desse seu protetor, sob o reinado de D. Maria I de Portugal (1777-1816)[3][4].

O cargo lhe dava estatuto de ministro e assento no Conselho Real, além de ampla jurisdição sobre uma gama variada de assuntos ligados à ordem pública, saneamento e ao controle do espaço e da população urbana[3].

Em 1781, por sua iniciativa funda a Real Casa Pia de Lisboa, que começou a funcionar no Castelo de São Jorge, a seu mando, que foi destinada inicialmente a recolher ladrões, prostitutas, proxenetas, mendigos e todos aqueles que "denegriam a sociedade lisboeta" de então. Aqui, juntamente com as melhores figuras culturais da época, criava ensino e ocupação para que estas pessoas tivessem trabalho, dignidade e futuro.

Esteve também à frente da criação da Guarda Real da Polícia (1801), da introdução do primeiro sistema de iluminação de Lisboa e do Teatro de São Carlos (1793)[3].

A sua acção na força policial igualmente orientou-se para a repressão das ideias oriundas da Revolução Francesa, designadamente através da proibição de circulação de livros e publicações, e da perseguição a diversos intelectuais, especialmente maçons que ele culpava de terem conspirado a favor da referida revolução.[5]

A pedido de Napoleão Bonaparte, por ter tido desavenças com o general João Lannes, embaixador francês em Portugal, o regente D. João viu-se "obrigado" a demiti-lo em 14 de Março de 1803, dos cargos de intendente-geral da Polícia da Corte e do Reino, administrador-geral da D. Maria I e feitor-mor das Alfândegas do Reino[3]

Dois anos após abandonar o cargo, faleceu depois de um atentado a caminho da sua vila de Manique do Intendente, tendo sido levado para o seu palácio da Travessa da Cruz, em Lisboa, nos Anjos. Tinha 71 anos. Foi sepultado num jazigo subterrâneo de família no Convento de Nossa Senhora da Penha de França.

Dados genealógicos

Filho legítimo de Pedro Damião de Pina Manique (Lisboa, bap. 12 de Outubro de 1704 - LisboaSanta Engrácia, 13 de Dezembro de 1756), Cavaleiro Fidalgo da Casa Real, 3.º Senhor do Morgado de São Joaquim da Coina, Cavaleiro da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, etc. e de sua mulher Helena Inácia de Faria (LisboaSanta Catarina, bap. 17 de Fevereiro de 1715 - LisboaSanta Engrácia, 27 de Março de 1785), que contraíram matrimónio em Oeiras a 25 de Julho de 1731, neto paterno de Joaquim de Pina Manique, de ascendência Alemã pelos Manique, inicialmente Meineken, Escrivão da Executória das Commendas das Ordens, e de sua mulher Maria Josefa da Encarnação de Barroso é neto materno de José Soares de AndradeCoronel do Mar, e de sua mulher Catarina Josefa de Almeida que, curiosamente, tinham um modo de vida muito humilde. Quando Pina Manique nasceu, viviam numa pequena casa tradicional no Beco do Carrasco.

Foi casado com Inácia Margarida Umbelina de Brito Nogueira de Matos (LisboaSanta Justa, bap. 31 de Julho de 1749 - LisboaAnjos, 10 de Outubro de 1808), com quem casou a 8 de Dezembro de 1773 na Igreja Paroquial de São Cristóvão, em Lisboa, filha sacriléga do padre Nicolau de Matos Leitão Nogueira de Andrade, Fidalgo Capelão da Casa Real, Monsenhor do Patriarcado de LisboaGovernador do Arcebispado de Évoramembro do Conselho privado do Rei D. José I, condenado pelo Tribunal da Inconfidência deportado para Angola por ordem do Marquês de Pombal, e de Ana Joaquina Teresa de Sampaio.

Teve quatro filhos e filhas:

Referências

  1.  «Resenha das famílias titulares do reino»Google. Books.google.pt
  2.  «Pina Manique (Diogo Inácio da), Portugal». - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico, Volume V, págs. 738-740, Edição em papel de João Romano Torres, em 1904-1915, Edição electrónica de Manuel Amaral, em 2000-2010
  3. ↑ Ir para:a b c d e Diogo Inácio de Pina Manique, MAPA, 19 de Dezembro de 2016 | Última atualização em 13 de Julho de 2018
  4.  Acumulou esse cargo com os de desembargador dos Agravos da Casa da Suplicação, contador da Fazenda, superintendente-geral de Contrabandos e Descaminhos e fiscal da Junta de Administração da Companhia Geral de Comércio de Pernambuco e Paraíba.
  5.  «cumentos/1223995365B5yIX7es3Wa00LB0.pdf Anglismo na Maçonaria em Portugal no limiar do século XIX, Maria da Graça Silva Dias, Análise Social, vol .XVI (61-62), 1980-1.º-2.º, pág. 402». analisesocial.ics.ul.pt[ligação inativa]

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