domingo, 9 de julho de 2023

SANTA VERÓNICA - 9 DE JULHO DE 2023

Verônica de Jerusalém

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Santa Verônica
Santa Verônica
NascimentoCesareia de Filipe ou JerusalémPalestina 
século I
Morte 
século I
Veneração porCristianismo
Festa litúrgica12 de julho
Atribuiçõesmulher segurando um véu ou um pano com a imagem de Jesus
Padroeirolavadores e lavadeiras; fotógrafos[1]
Gloriole.svg Portal dos Santos

Santa Verônica ou Berenice, de acordo com o "Acta Sanctorum" publicado pelos bolandistas[2], foi uma mulher piedosa de Jerusalém que, comovida com o sofrimento de Jesus ao carregar a cruz até o Gólgota, deu-lhe seu véu para que ele pudesse limpar seu rosto. Jesus aceitou a oferta e, após utilizá-lo,devolveu-o à Verônica. E então, a imagem de seu rosto estava milagrosamente impresso nele[3][4][5]. Este véu é conhecido como "Véu de Verônica".

Hôtel Dieu de Cluny (Saône-et-Loire) ~ 1430.

O nome "Verônica" em si é uma forma latinizada de Berenice, um nome macedônio que significa "portador da vitória" (correspondente à em gregophere-nikē). A etimologia popular atribui sua origem às palavras para "verdade" (em latim: vera) e "imagem" (em gregoeikon), inclusive a Enciclopédia Católica[6].

A origem do relato

Encyclopaedia Britannica diz o seguinte sobre a relato:

Eusébio conta como em Cesareia de Filipe vivia uma mulher a quem Cristo havia curado de um problema de hemorragia (Mateus 9:20–22). A lenda não demorou em dar a ela um nome. No ocidente, ela foi identificada com Marta de Betânia. No oriente, ela foi chamada de Berenike, ou Beronike, o nome aparecendo em obras tão antigas quanto os "Atos de Pilatos", cuja primeira versão é do século IV. É interessante notar que a divertida derivação do nome Verônica das palavras Vera e Icon (eikon) "verdadeira imagem" também é antiga e aparece em "Otia Imperialia" (iii, 25) de Gervásio de Tilbury (fl. 1211), que diz:
"Est ergo Veronica pictura Domini vera."
 

Enciclopédia Católica de 1913 diz o seguinte sobre o crescimento do relato:

A crença na existência de imagens autênticas de Cristo está ligada com a velha lenda do rei de EdessaAbgar, e o texto apócrifo conhecido como "Mors Pilati" ("A morte de Pôncio Pilatos"). Para distiguir em Roma a mais conhecida e mais antiga destas imagens, ela foi chamada de vera icon (imagem verdadeira), que na língua comum se transformou em "verônica".

É assim referenciada em diversos textos medievais mencionados pelos bolandistas (ex.: um antigo missal de Augsburgo tem um missa "De S. Veronica seu Vultus Domini", ou "Santa Verônica, a Face do Senhor") e Mateus de Westminster fala de uma impressão da imagem do Salvador que é chamada de Veronica: "Effigies Domenici vultus quae Veronica nuncupatur" ("Éfige da face do Senhor que é chamada de Veronica"). Gradualmente, a imaginação popular tomou a palavra como sendo o nome de uma pessoa e ligou a ela uma série de lendas que variam de acordo com o país.

 

A referência ao rei Abgar está relacionada à uma lenda muito similar ao relato, popular no oriente, chamada Imagem de Edessa, e ligada às tradições de São Tadeu.

O relato de Verônica

Santa Verônica.
De Robert Campin, atualmente no Stдdelsches Kunstinstitut, Francoforte

Não há referência à história de Santa Verônica e seu véu nos Evangelhos canônicos. A história que chega mais perto é o milagre já relatado sobre a mulher que foi curada de uma hemorragia em Mateus 9:20–22 e Lucas 8:43–48. O nome dela foi identificado como sendo Verônica nos Atos de Pilatos, uma obra apócrifa do século IV. A história foi depois mais elaborada com a adição da história de Cristo dando a ela um auto-retrato num tecido com o qual ela posteriormente curou o imperador romano Tibério ("Cura de Tibério"). A ligação disto com Jesus carregando a cruz na Paixão e a aparição milagrosa da imagem só ocorreu por volta de 1380, num livro internacionalmente famoso na época chamado de "Meditações sobre a vida de Cristo"[8]

A história de Verônica é celebrada na sexta estação da Via Crúcis.[9].

De acordo com a Enciclopédia Católica, o Véu de Verônica era considerado nos tempos medievais como a imagem verdadeira, a representação de Jesus anterior ao Sudário de Turim[6].

Sexta estação.
Século XIX.

Santa Verônica foi mencionada nas visões de Jesus pela irmã Maria de São Pedro, uma freira carmelita que viveu em Tours, na França, e iniciou a devoção da Santa Face de Jesus. Em 1844, a irmã Maria relatou que numa visão, ela viu Santa Verônica limpando o cuspe e a poeira da face de Jesus com seu véu no caminho do Calvário. Ela afirmou ainda que os atos sacrílegos e blasfemos de hoje em dia estão adicionando cuspe e poeira no rosto de Jesus. De acordo com ela, Jesus teria pedido a devoção de sua Face Sagrada como reparação, que seriam então comparáveis ao ato de Verônica limpando o rosto de Jesus[10][11].

A devoção à Santa Face de Jesus terá sido aprovada pelo Papa Leão XIII em 1885 e novamente por Pio XII em 1958[12].

Santa Verônica é comemorada na "Terça-feira gorda", a terça-feira antes da quarta-feira de cinzas, o mesmo dia da comemoração da Santa Face.

Verônica na cultura popular

No filme de Mel GibsonA Paixão de Cristo (2004) inclui um episódio de Verônica limpando o rosto de Jesus, ainda que ela não seja mencionada nominalmente no filme (ela foi creditada como "Seraphia").

Ver também

Referências

  1.  «Patron Saints Index: Saint Veronica» (em inglês)
  2.  Harper, Douglas (2001). Online Etymology Dictionary. Veronica (em inglês). [S.l.: s.n.] Consultado em 23 de janeiro de 2011
  3.  LondresNotes and Queries (em inglês). 6. 252 páginas. Julho–dezembro 1852
  4.  UKThe Archaeological journal (em inglês). 7. 413 páginas. 1850
  5.  Butler, Alban (2000). Lives of the Saints (em inglês). [S.l.: s.n.] 84 páginas. ISBN 0-86012-256-5
  6. ↑ Ir para:a b c PD-icon.svg Herbermann, Charles, ed. (1913). «St. Veronica»Enciclopédia Católica (em inglês). Nova Iorque: Robert Appleton Company
  7.  Eusébio de Cesareia. «18». História Eclesiástica. The Statue which the Woman with an Issue of Blood erected. (em inglês). VII. [S.l.: s.n.]
  8.  Wilson, Ian (1991). Holy Faces, Secret Places (em inglês). Garden City: Doubleday. 175 páginas. ISBN 9780385261050
  9.  «Sexta estação» (em inglês). Site do Vaticano. Consultado em 23 de janeiro de 2011
  10.  Dorothy Scallan; Emeric B Scallan (1994). The Life & Revelations of Sr. Mary of St. Peter (em inglês). [S.l.: s.n.] ISBN 0-89555-389-9
  11.  Joan Carroll CruzOCDS (2003). Saintly Men of Modern Times (em inglês). [S.l.: s.n.] ISBN 1-931709-77-7
  12.  Joan Carroll Cruz, OCDS, 2003, Saintly Men of Modern Times ISBN 1-931709-77-7 page 200

Ligações externas

 

SANTA PAULINA DO CORAÇÃO AGONIZANTE DE JESUS - 9 DE JULHO DE 2023

 

Paulina do Coração Agonizante de Jesus

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Paulina do Coração Agonizante de Jesus
Fundadora das “Filhas da Imaculada Conceição
NascimentoVigolo VattaroFlag of the Habsburg Monarchy.svg Império Austríaco
(desde 1918  Itália
16 de dezembro de 1865
MorteSão Paulo Brasil 
9 de julho de 1942 (76 anos)
Nome nascimentoAmabile Lucia Visintainer
Nome religiosoIrmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus
ProgenitoresMãe: Anna Pianezzer
Pai: Napoleone Visintainer
Veneração porIgreja Católica
Beatificação18 de outubro de 1991
FlorianópolisBrasil
por papa João Paulo II
Canonização19 de maio de 2002
Vaticano
por Papa João Paulo II
Principal temploSantuário Santa Paulina, em Nova TrentoBrasil
Festa litúrgica9 de julho
Gloriole.svg Portal dos Santos

Paulina do Coração Agonizante de Jesus (Vigolo Vattaro16 de dezembro de 1865 — São Paulo9 de julho de 1942), foi uma religiosa tirolesa canonizada em 19 de maio de 2002 pelo Papa João Paulo II, recebendo o título de Santa Paulina. Seu nome de batismo era Amabile Lúcia Visintainer.

Biografia

Filha de Napoleone Visintainer (Wiesenteiner) e Anna Pianezzer, nasce numa família de poucas posses que em 1875 emigrou para o Brasil como muitos outros tiroleses italianos oriundos de Vigolo Vattaro, na região trentina do Tirol que fazia parte do Império Austríaco e depois, do Império Austro-Húngaro, sendo incorporada à Itália somente após a Primeira Guerra Mundial.[1] A família Visentainer se estabeleceu com demais colonos tiroleses naquela que posteriormente seria a cidade catarinense de Nova Trento.

Desde muito cedo, atuante nos serviços religiosos da sua paróquia, emite os votos em 1895 e torna-se Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Amábile dá início à Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição,[2] na atual Irmandade Santa Casa de Bragança Paulista. Em 1903, deixa Nova Trento e, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, ocupa-se de crianças órfãs e de ex-escravos abandonados.[3]

Reconstrução facial de Santa Paulina

A partir de 1918 passa a ter uma vida muito reservada, dedicando-se à oração e à vida contemplativa. Em 1938 já demonstrava sérios problemas de saúde causados pela diabetes, que lhe causou várias amputações.[3] Passou os últimos meses de sua vida cega, vindo a falecer em 9 de julho de 1942.

Em 1965, foi aberto o processo de beatificação de Madre Paulina, e em 1967, seus restos mortais foram exumados e transladados do Cemitério do Santíssimo Sacramento da Catedral de São Paulo para a Casa Geral da Congregação (atual Capela Sagrada Família e Santa Paulina), no Ipiranga, na cidade de São Paulo.[4] Em 18 de outubro de 1991, foi beatificada pelo Papa João Paulo II por ocasião da sua visita a Florianópolis. Foi por fim canonizada em 19 de maio de 2002 pelo mesmo Papa, recebendo oficialmente o nome de Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus. É considerada a primeira santa brasileira,[5] mesmo não sendo nascida no Brasil.

Referências

  1.  «O Império Austro-Húngaro». Comunità Trentina del Brasile
  2.  «Santa Paulina - 9 de Julho». IHU - Instituto Humanitas Unisinos. 9 de julho de 2015. Consultado em 20 de agosto de 2015. Arquivado do original em 24 de setembro de 2015
  3. ↑ Ir para:a b CARVALHO, Gilda (10 de julho de 2010). «Santa Paulina do Coração agonizante de Jesus». Amaivos. Consultado em 20 de agosto de 2015
  4.  Nascimento, José do (2006). Santa Paulina, reconquista a territorialidade: uma história em Nova Trento - SC (Dissertação de Mestrado). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina. 186 páginas. Consultado em 15 de junho de 2023
  5.  «Canonização de Santa Paulina, a primeira santa brasileira, completa 10 anos». Diário Catarinense (ClicRBS). 18 de maio de 2012. Consultado em 20 de agosto de 2012
Santuário de Santa Paulina, localizado em Nova Trento (Santa Catarina), vista da rampa de acesso ao santuário

Fontes

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