quarta-feira, 3 de maio de 2023

DIA MUNDIAL DA LIBERDADE DE IMPRENSA - 3 DE MAIO DE 2023

 

Liberdade de imprensa

Liberdade de imprensa[1] é a capacidade de um indivíduo de publicar e dispor de acesso a informação (usualmente na forma de notícia), através de meios de comunicação em massa, sem interferência do estado.[2][3] Embora a liberdade de imprensa seja a ausência da influência estatal, ela pode ser garantida pelo governo através da legislação.[4] Ao processo de repressão da liberdade de imprensa e expressão chamamos censura.[2][5]

A liberdade de imprensa é tida como positiva porque incentiva a difusão de múltiplos pontos de vista, incentivando o debate e por aumentar o acesso à informação e promover a troca de ideias de forma a reduzir e prevenir tensões e conflitos.[3] Contudo, é vista como um inconveniente em sistemas políticos ditatoriais, quando normalmente reprime-se a liberdade de imprensa, e também em um regime democrático, quando a censura não necessariamente se torna inexistente.[6][7][8]

No Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, a liberdade de expressão ocupa a mesma posição da liberdade de imprensa (Artigo 19) da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), fornecendo critérios explícitos do que governos precisam cumprir quando restringem liberdade de expressão.[9] O artigo diz que “todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser censurado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão”.[10][11]

A ONU criticou em diversas ocasiões leis domésticas problemáticas que suprimem a oposição ou dissidência em nome do combate ao “discurso de ódio”. David Kaye, que presidiu como Relator Especial das Nações Unidas (ONU) sobre a Promoção e Proteção do Direito à Liberdade de Opinião e Expressão, destacou que “Estados frequentemente fazem proibições vagas relativas à ‘defesa do ódio’ que não representam incitação”.[12] Estados também estão censurando, e às vezes criminalizando, uma ampla gama de conteúdo online através de leis vagas ou ambíguas proibindo “extremismo”, “blasfêmia”, “difamação”, linguagem “ofensiva”, “notícias falsas” e “propaganda”.[9][13]

De acordo com a organização Repórteres sem Fronteiras, o Brasil ocupa a 104.ª posição do ranking de liberdade de imprensa em 2016,[14] dentro de uma lista composta por 180 países. O relatório[6] aponta uma[6] queda no índice em relação ao ano de 2015. Portugal, em 23.º, subiu na lista. Cabo Verde, ficou em 32.º.[15]

Situação mundial

Índice de Liberdade de Imprensa de 2022[14]
  Situação muito séria
  Situação difícil
  Problemas visíveis
  Situação satistória
  Situação boa
  Sem dados
Índice de 2017 da Freedom House

Repórteres Sem Fronteiras

Ver artigo principal: Índice de Liberdade de Imprensa

Todos os anos, a organização Repórteres Sem Fronteiras estabelece uma classificação de países em termos de liberdade de imprensa. O Índice de Liberdade de Imprensa é baseado nas respostas aos relatórios[16] enviados aos jornalistas que são membros das organizações parceiras do RSF, assim como especialistas afins, tais como pesquisadores, juristas e ativistas dos direitos humanos.[17] A pesquisa faz perguntas sobre os ataques diretos aos jornalistas e meios de comunicação, bem como outras fontes indiretas de pressão contra a imprensa livre, como a pressão sobre os jornalistas ou organizações não governamentais. A RSF é cuidadosa ao observar que o índice classifica apenas a liberdade de imprensa e não mede a qualidade do jornalismo em cada país.

Em 2009, os países onde a imprensa foi mais livre foram a FinlândiaNoruegaIrlandaSuécia e Dinamarca. O país com o menor grau de liberdade de imprensa foi a Eritreia, seguido pela Coreia do NorteTurcomenistãoIrã e Mianmar (Birmânia).

Freedom House

O relatório Freedom of the Press é um estudo anual publicado pela organização não governamental estadunidense Freedom House e que mede o nível de liberdade e de independência editorial apreciado pela imprensa de todas as nações e territórios significativos do mundo. Os níveis de liberdade são pontuados em uma escala de 1 (mais livre) a 100 (menos livre). Consoante os princípios, cada nação é, então, classificada como "Livre", "Parcialmente livre", ou "Não livre".

Em 2009, IslândiaNoruegaFinlândiaDinamarca e Suécia ficaram com as melhores posições, enquanto Coreia do NorteTurcomenistãoMianmar (Birmânia), Líbia e Eritreia, com as piores posições.

Países não democráticos

Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, mais de um terço da população mundial vive em países onde não há liberdade de imprensa. Surpreendentemente, estas pessoas vivem em países onde não existe um sistema de democracia ou onde existem graves deficiências no processo democrático. A liberdade de imprensa é um conceito extremamente problemático para a maioria dos sistemas não democráticos de governo, pois, na Idade Moderna, o controle estrito do acesso à informação é fundamental para a existência da maioria dos governos não democráticos e os seus sistemas de controle e de segurança associados aparelho. Para esse efeito, a maioria das organizações das sociedades não democráticas empregam notícias estatais para promover a propaganda crítica para manter uma base de poder político existente e reprimir (muitas vezes de forma brutal, através da utilização de policiais militares ou agências de inteligência), qualquer tentativa significativa de os meios de comunicação ou dos jornalistas de contestar a linha aprovada pelo governo sobre "questões controversas". Nesses países, os jornalistas operam à margem do que é considerado aceitável, muito frequentemente sendo intimidados por agentes do Estado. Isto pode variar de simples ameaças às suas carreiras profissionais até ameaças de mortesequestrotortura e assassinato. A Repórteres Sem Fronteiras relata que, em 2003, 42 jornalistas perderam a vida e que, no mesmo ano, pelo menos 130 jornalistas foram presos como resultado de suas atividades profissionais. Em 2005, 63 jornalistas e cinco assistentes de mídia foram mortos no mundo inteiro.

De acordo com o Índice de Liberdade de Imprensa de 2009, o Irã foi classificado no lugar 172 entre 175 nações. Apenas três outros países - a Eritreia, a Coreia do Norte e o Turcomenistão - tiveram resultados piores que o do Irã.[18] O governo de Ali Khamenei e do Supremo Conselho de Segurança Nacional tinha 50 jornalistas presos em 2007.[19] A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) definiu o Irã a "maior prisão do Oriente Médio para os jornalistas".[20]

Regiões fechadas para jornalistas estrangeiros

História

Alemanha nazista (1933-1945)

Ministério do Esclarecimento Popular e da Propaganda de Joseph Goebbels foi uma força motriz para suprimir a liberdade de imprensa na Alemanha nazista.

Em 1933, a liberdade de imprensa foi suprimida na Alemanha nazista pelo Decreto do Incêndio do Reichstag do presidente Paul von Hindenburg,[23] no momento em que Adolf Hitler estava chegando ao poder. Hitler suprimiu a liberdade de imprensa através do Ministério do Esclarecimento Popular e da Propaganda de Joseph Goebbels.[24] Na época, a palavra alemã 'Propaganda' era neutra em termos de valor. Nos termos de hoje, o ministério poderia ser entendido como tendo um nome que significava aproximadamente "ministério da cultura, mídia e relações públicas".[25]

Em 25 de março de 1933, Joseph Goebbels explicou a futura função do Ministério da Propaganda:

"O ministério tem a tarefa de realizar uma mobilização intelectual na Alemanha. Então é o mesmo no campo da mente o que o Ministério da Defesa está no campo da guarda."[26]

Suécia

Um dos primeiros atos de liberdade de imprensa do mundo foi introduzido na Suécia em 1766 com a Lei de Liberdade de Imprensa Sueca,[27] o feito foi realizado pelo membro do parlamento e sacerdote luterano teórico do liberalismo clássico Anders Chydenius.[28][29][30]

Reino Unido

Até 1694, a Grã-Bretanha tinha um elaborado sistema de licenciamento de imprensa; como a Lei de Licenciamento da Imprensa promulgada em 1662[31] a qual nenhuma publicação era permitida sem o acompanhamento de uma licença concedida pelo governo.

Em 1643 tinha sido dada a promulgação de uma "Parliamentary Ordinance for Publishing", visando livros e publicações que difamavam o governo e a religião.[32] John Milton escreveu seu panfleto Areopagitica (1644) argumentando contra a censura da liberdade da imprensa, liberdade individual e da liberdade de expressão.[33][34] O principal objetivo da Areopagitica, como define seu autor, é a defesa da total liberdade, a fim de tornar possível o maior avanço do conhecimento e da verdade.[35]

Bibliografia

  • BUCCI, Eugênio. A Imprensa e o Dever da Liberdade. São Paulo: Contexto, 2008.
  • CABRAL, Bruno Fontenele. Freedom of the press. Precedentes sobre a liberdade de imprensa no direito norte-americano. Jus Navigandi, Teresina, ano 16, n. 2748, 9 jan. 2011. Disponível em: jus.com.br/artigos/18230. Acesso em: 16 ago. 2013.
  • DINES, Alberto. O Papel do Jornal. São Paulo: Summus, 1986
  • KUNCZIK, Michael. Conceitos de Jornalismo: norte e sul. São Paulo, EDUSP, 1997.
  • NUNES Jr, Vidal Serrano. Direito e Jornalismo. São Paulo: Verbatim, 2011.

Ver também

Referências

  1. ↑ Ir para:a b Landay, Jonathan S. (20 de março de 2008). «Radical Islamists no longer welcome in Pakistani tribal areas». McClatchy Washington Bureau. Consultado em 6 de setembro de 2008
  2. ↑ Ir para:a b Mark Stevens (25 de junho de 2003). «Freedom of the Press». North Carolina Wesleyan College. Consultado em 7 de maio de 2012. Arquivado do original em 3 de maio de 2012
  3. ↑ Ir para:a b Organization for Security and Co-operation in Europe (2012). «Why Free Media Matters». osce.org. Consultado em 7 de maio de 2012
  4.  Maria Fátima Vaquero Ramalho Leyser. «Direito à liberdade de imprensa» (PDF). Sem Revisão. Consultado em 7 de maio de 2012
  5.  Editora Melhoramentos Ltda (2009). «censura». uol.com.br. Consultado em 7 de maio de 2012
  6. ↑ Ir para:a b c Felipe Recondo (1 de agosto de 2009). «Justiça censura Estadão». Observatório da Imprensa. Consultado em 7 de maio de 2012
  7.  Agnaldo Martino e Ana Paula Sapaterra. «A Censura no Brasil do Século XVI ao século XIX» (PDF). USP. Consultado em 7 de maio de 2012
  8. ↑ Ir para:a b «India praises McCain-Dalai Lama meeting». Washington, D.C.: WTOPews.com. 27 de julho de 2008. Consultado em 6 de setembro de 2008. Arquivado do original em 17 de dezembro de 2008
  9. ↑ Ir para:a b «Artigo 19: Direito à liberdade de opinião e expressão | As Nações Unidas no Brasil»brasil.un.org. Consultado em 23 de outubro de 2022Cópia arquivada em 23 de outubro de 2022
  10.  «Artigo 19°: Todo ser humano tem direito à liberdade de expressão e opinião»Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Consultado em 23 de outubro de 2022
  11.  «Universal Declaration of Human Rights» (PDF). 1 de março de 2021. Consultado em 23 de outubro de 2022
  12.  «OHCHR | Mr. David Kaye, former Special Rapporteur (2014-2020)»OHCHR (em inglês). Consultado em 23 de outubro de 2022
  13.  «Universal Declaration of Human Rights at 70: 30 Articles on 30 Articles - Article 19»OHCHR (em inglês). Consultado em 23 de outubro de 2022
  14. ↑ Ir para:a b «2022 World Press Freedom Index»Reporters Without Borders. 2022
  15.  «Data of press freedom ranking 2016». Consultado em 2 de dezembro de 2016
  16.  Reporters Without Borders. Questionnaire for compiling the 2009 Press Freedom Index Arquivado em 7 de setembro de 2012, no Wayback Machine.
  17.  Reporters Without Borders. How the index was compiled Arquivado em 7 de setembro de 2012, no Wayback Machine.
  18.  «Eritrea ranked last for first time while G8 members, except Russia, recover lost ground»Worldwide Press Freedom Index 2007. Reporters Without Borders. Consultado em 17 de setembro de 2010. Arquivado do original em 17 de outubro de 2007
  19.  Power, Catherine. «Overview of the Middle East and North Africa (MENA): Repression Revisited»World Press Freedom Review 2007. International Press Institute region review. nine journalists remain in prison at year’s end and the opposition press has all but been quashed through successive closure orders [ligação inativa]
  20.  «Iran - Annual report 2008». Reporters Without Borders. Arquivado do original em 30 de outubro de 2008
  21.  «Do journalists have the right to work in Chechnya without accreditation?». Moscow Media Law and Policy Center. Março de 2000. Consultado em 6 de setembro de 2008. Arquivado do original em 9 de outubro de 2008
  22.  «Indonesia: Police Abuse Endemic in Closed Area of Papua»Human Rights Watch. 7 de maio de 2007. Consultado em 6 de setembro de 2008Cópia arquivada em 15 de setembro de 2007
  23.  «Erlaß über die Errichtung des Reichsministeriums für Volksaufklärung und Propaganda (13. März 1933) | German History Intersections»www.germanhistory-intersections.org. Consultado em 23 de outubro de 2022
  24.  Jonathon Green; Nicholas J. Karolides, eds. (2009). Encyclopedia of Censorship. [S.l.]: Infobase Publishing. pp. 194–196. ISBN 9781438110011
  25.  Heiber, Helmut (1965). Joseph Goebbels (em alemão). West Berlin: Colloqium (Reprint: dtv, Munich 1988). pp. 127 f. ISBN 978-3423002714
  26.  Jutta Sywottek: Mobilmachung für den totalen Krieg. Die propagandistische Vorbereitung der deutschen Bevölkerung auf den Zweiten Weltkrieg. Opladen 1976, S. 23.
  27.  «Chapter 1. On the freedom of the press - Riksdagen»web.archive.org. 20 de abril de 2008. Consultado em 23 de outubro de 2022
  28.  Fortress Europe? – Circular Letter. «FECL 15 (May 1993): The Swedish Tradition of Freedom of Press». Consultado em 14 de março de 2016. Arquivado do original em 8 de março de 2016
  29.  The world's first freedom of information act : Anders Chydenius' legacy today (PDF). Juha Mustonen. Kokkola: Anders Chydenius Foundation. 2006. OCLC 237794914
  30.  «Press Freedom»Painovapaus250.fi. Consultado em 23 de outubro de 2022
  31.  Astbury, Raymond (1978). «The Renewal of the Licensing Act in 1693 and its Lapse in 1695»The Library (em inglês) (4): 296–322. ISSN 0024-2160doi:10.1093/library/s5-XXXIII.4.296. Consultado em 23 de outubro de 2022
  32.  Davis, Kevin R. «Printing Ordinance of 1643»www.mtsu.edu (em inglês). Consultado em 23 de outubro de 2022
  33.  Sanders, Karen (2003). Ethics & Journalism. [S.l.]: Sage. ISBN 978-0-7619-6967-9
  34.  Camponez, Carlos (2010). «Os impasses sobre a liberdade de imprensa no pensamento utilitarista». Imprensa da Universidade de Coimbra: 69–78. ISBN 978-989-26-0204-2doi:10.14195/978-989-26-0204-2_7. Consultado em 23 de outubro de 2022
  35.  «Trecho do prefácio para Areopagítica»www.felipefortuna.com. Consultado em 23 de outubro de 2022

Ligações externas

DIA MUNDIAL DA ASMA - 3 DE MAIO DE 2023

 

Dia Mundial da Asma

Bomba para a asma

Dia Mundial da Asma é um evento anual, organizado pela Global Initiative for Asthma (GINA) e comemora-se desde 1998, em mais de 35 países.[1][2] Cada ano, a GINA escolhe um tema e organiza a preparação e distribuição de materiais e recursos para a comemoração deste dia.

Este dia tem como objetivo "chamar a atenção para o tratamento da asma" e para o facto de "cada vez mais" ser possível controlar a doença e viver com ela, tendo uma qualidade de vida "bastante melhor".[3] Serve também para transmitir os progressos na terapêutica e nos programas de educação para pessoas asmáticas e para se lançar alertas sobre a pertinência do diagnóstico precoce, do tratamento adequado e da necessidade dos doentes aprenderem a lidar com esta doença.[4]


Referências

  1.  «World Asthma Day». Consultado em 3 de maio de 2011. Arquivado do original em 20 de maio de 2011
  2.  Dia Mundial da Asma - Vídeo RTP
  3.  Agência Lusa - 3 de Maio de 2011
  4.  «Tu podes controlar a tua asma». Consultado em 3 de maio de 2011. Arquivado do original em 15 de dezembro de 2011

INVENÇÃO DA SANTA CRUZ ou EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ - 3 DE MAIO DE 2023

 

Exaltação da Santa Cruz

Ícone russo da Festa da Exaltação da Santa Cruz por Gury Nikitin, 1680. Galeria Tretyakov, Moscou,Rússia.

Esta festa é chamada em Grego de Ὕψωσις τοῦ Τιμίου Σταυροῦ e em Latim de Exaltatio Sanctae Crucis (literalmente, "Exaltação da Santa Cruz"[a]). Em algumas partes da Comunhão Anglicana a festa é chamada Santo Dia da Cruz, um nome também utilizado por Luteranos. A celebração é às vezes chamada Festa da Cruz Gloriosa.[1]

No calendário litúrgico cristão há várias Festas relacionadas à Cruz, todas com a intenção de relembrar a crucificação de Jesus Cristo, evento central da fé, como diz o apóstolo São Paulo: "nós pregamos a Cristo crucificado, que é para os judeus, na verdade, uma pedra de tropeço, e para os gentios uma estultícia; mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus."[2] Enquanto a Sexta-Feira Santa é dedicada à paixão e Crucificação, a Festa da Exaltação da Santa Cruz, em 14 de Setembro, celebra a cruz como instrumento de salvação, fonte de santidade e símbolo revelador da vitória de Jesus sobre o pecado, a morte e o demônio.

Santo André de Creta diz: "Celebramos a festa da cruz; por ela as trevas são repelidas e volta a luz. Celebramos a festa da cruz e junto com o Crucificado somos levados para o alto para que, abandonando a terra com o pecado, obtenhamos os céus. A posse da cruz é tão grande e de tão imenso valor que seu possuidor possui um tesouro."

Segundo a tradição, a Vera Cruz foi descoberta em 326 por Helena de Constantinopla, mãe do Imperador Constantino I, durante peregrinação à cidade de Jerusalém. A Igreja do Santo Sepulcro foi construída no local da descoberta, por ordem de Helena e Constantino. A igreja foi dedicada nove anos após, em 335, com uma parte da cruz em exposição. Em 13 de Setembro ocorreu a dedicação da igreja e a cruz foi posta em exposição no dia 14, para que os fiéis pudessem orar e venerá-la. Em 614 os persas invadiram a cidade e tomaram a cruz, que foi recuperada pelo Imperador Bizantino Heráclio em 628. Após um ano em Constantinopla, a cruz retornou ao Santo Sepulcro.

A Exaltação da Santa Cruz é a festa principal dos Cônegos Regulares da Ordem da Santa Cruz.[3]

Igreja Católica Apostólica Romana

De acordo com as regras litúrgicas da Igreja Católica Romana, o presbítero deve utilizar vestimentas vermelhas neste dia. Se a celebração ocorrer num domingo, a Festa tem precedência sobre a liturgia do tempo comum.[4] Até 1969, a quarta-feira, sexta e sábado após 14 de Setembro eram considerados como um dos quatro conjuntos de dias de têmporas. A organização destas celebrações específicas, agora, estão sob discernimento das conferências episcopais, que devem considerar usos e costumes de suas localidades. Esta data também marca o início do tempo de jejum pela Regra de Santo Alberto.

Igreja Ortodoxa

Na Igreja Ortodoxa Oriental, a festa da Exaltação Universal da Honorável e Vivificante Cruz é considerada uma das doze grandes festas do calendário litúrgico. É sempre um dia de jejum, mesmo que ocorra num Sábado ou Domingo, sendo proibida a ingestão de carne ou peixes. Ela é precedida por um dia de vigília e se conclui em 21 de setembro. Durante a Vigília, que se estende por toda noite, a cruz é colocada na Mesa Sagrada (altar), no local normalmente utilizado para a Bíblia, onde repousa durante a celebração sobre uma almofada, decorada com flores e uma vela. Parte da celebração é realizada em frente à Cruz.[5]

Ícone da Festa

A tradição ortodoxa, com efeito, narra que quando foram descobertas nas escavações três cruzes, para distinguir a de Jesus Cristo das dos ladrões, foi colocado o cadáver de um homem e, ao simples contato com o madeiro que sustentou o Salvador do mundo, ele foi milagrosamente ressuscitado. O ícone da festa evoca tal acontecimento: no meio está a Cruz sustentada pelo bispo de Jerusalém, à esquerda (de quem olha) estão duas figuras coroadas, protagonistas da busca e do achado da preciosa relíquia, à direita aparece a figura do miraculado e do povo. Na tradição cristã, uma mulher moribunda foi trazida ao local das cruzes, tendo sido curada pela verdadeira cruz.[6]

Ver também

Notas e referências

Notas

  1.  A palavra "Exaltatio" é às vezes traduzido como "Exaltação", em outros tempos, como em 1973, a tradução era como "Triunfo".

Referências

Ligações externas

Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Exaltação da Santa Cruz

Wikisource-logo.svg "The True Cross" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.

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