sábado, 8 de abril de 2023

SÃO DIONISIO DE ALEXANDRIA - 8 DE ABRIL DE 2023

 

Dionísio de Alexandria

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
São Dionísio de Alexandria
Patriarca Dionísio de Alexandria
Mártir
Nascimento 
final do século II ou início do III
MorteAlexandria
c. 264-265
Veneração porPraticamente todas as denominações cristãs
Festa litúrgica17 de novembro[1]
Gloriole.svg Portal dos Santos

Dionísio de Alexandria (em latimDionysius Alexandrinus), chamado o Grande, foi o patriarca de Alexandria, entre os anos de 248 e 265. Há muitas informações sobre Dionísio em virtude da extensa correspondência expedida por ele em vida. Porém, apenas uma das cartas originais sobreviveu e conhecemos as demais pelas transcrições feitas por Eusébio de Cesareia em sua História Eclesiástica. No entanto, estas informações são mais detalhadas a partir da eleição ao episcopado.

Vida

Dionísio de Alexandria no Menológio de Basílio II

Dionísio nasceu numa família pagã rica na transição do século II para III. Ele dispendeu a maior parte de sua vida lendo livros e cuidadosamente estudando as tradições heréticas. Ele se converteu ao Cristianismo já numa idade madura e discutiu sua experiência de conversão com Filemon, um presbítero de Sisto II[2]. Ele se converteu após ter recebido uma visão, que ele atribuiu a Deus. Nela, ele foi vigorosamente comandado a estudar as heresias que estavam desafiando a igreja cristã para que pudesse refutá-las através do estudo da doutrina. Após sua conversão, Dionísio se juntou à famosa Escola Catequética de Alexandria e foi um aluno de Orígenes e Héraclas de Alexandria. Mais tarde, Dionísio se tornou presbítero da igreja cristã e sucedeu a Héraclas (que se tornou patriarca) como reitor da Escola Catequética de Alexandria, em 231. Em seguida, ele foi elevado à posição de patriarca de Alexandria (papa das igrejas que se tornariam, no futuro, a Igreja Copta e da Igreja Ortodoxa de Alexandria) em 248, sucedendo ao já falecido Héraclas[2].

Segundo Jerônimo, ele faleceu no décimo-segundo ano do imperador Galiano, em 264-265[3]. Dionísio é considerado santo pelas Igrejas Católica Romana e Ortodoxa, sendo sua festa comemorada em 17 de novembro.

Controvérsias

O nome de Dionísio de Alexandria encontra-se envolvido em inúmeras controvérsias no século III, especialmente por conta das perseguições aos cristãos que recrudescem a partir de 249.

Fugas constantes

Nos dois primeiros anos do episcopado de Dionísio, uma sucessão de eventos negativos teve lugar em Alexandria: a perseguição contra os cristãos, uma guerra civil e uma grande epidemia. Em todo esse período, Dionísio permaneceu escondido em sua cidade.

Mais tarde, quando Décio se tornou o imperador, um edito foi publicado, ordenando a todos os cidadãos - incluindo, obviamente, os cristãos - que prestassem culto aos deuses imperiais. Em virtude disto, Dionísio fugiu, escondendo-se em Mareótis e, mais tarde, no deserto da Líbia"Esta fuga lhe custará, como a Cipriano, um ataque por parte dos mártires, fato que explica a posição por ele assumida em controvérsias posteriores".[4]

A questão dos confessantes

Ver artigos principais: Novacianismo e lapsi

Outras duas controvérsias relacionaram-se aos fiéis que deixaram de confessar a fé cristã por ocasião da perseguição.

Em 251Cornélio foi eleito bispo de Roma. No entanto, ele foi acusado de ter comprado um certificado de sacrifícios aos deuses imperiais (o libellus) a fim de escapar da perseguição. O grupo que não concordava com isto elegeu um outro bispo, Novaciano"que pregava a severidade contra aqueles que não haviam confessado a fé durante a perseguição".[4] Nesta contenda, Dionísio manifestou-se claramente a favor de Cornélio, pois também ele era acusado de não sustentar claramente a confissão cristã durante a perseguição.

Quando Estevão sucedeu a Cornélio, deu-se uma outra crise. Como Novaciano havia batizado muitos fiéis durante seu episcopado rival ao de Cornélio, surgiu a questão: o que fazer com estes batizados, já que Novaciano não era considerado o bispo verdadeiro? Estevão de Roma readmitiu tais fiéis na Igreja, apenas impondo-lhes as mãos como sinal de autoridade. Cipriano de Cartago, no entanto, não concordava com esta prática, pois considerava nulo o batismo de Novaciano. Por isso, tais fiéis deveriam ser rebatizados"Informado por Cipriano, Dionísio tomou o partido deste, em muitas cartas por ele enviadas a Roma, sob Estevão e seu sucessor Sisto II"[4]

Controvérsia sobre a doutrina da Trindade

Neste mesmo período, na Pentápole líbia, surgiu uma controvérsia a respeito da doutrina da Santíssima Trindade. O bispo de Ptolemaida foi acusado de sabelianismo pelos seus colegas. Tantos os favoráveis quanto os contrários apelaram à autoridade de Dionísio, que se manifestou contrário ao bispo. Este mesmo bispo apelou ao bispo de Roma, também chamado Dionísio, que enviou uma carta à Igreja de Alexandria reprendendo seu homônimo. "Dionísio de Alexandria se desculpou com uma 'Confutação e apologia' em quatro livros".[4] Atanásio cita fragmentos destas obras em seu livro De sententia Dionysii.[5]

Obras

Em suas biografias sobre os principais autores cristãos de seu tempo (De Viris Illustribus, cap. 69[3]), São Jerônimo listou as obras de Dionísio:

  • Diversas cartas para comunidades cristãs e bispos a respeito da controvérsia novacianista, inclusive uma para o próprio Novaciano sobre as alegações de que ele teria sido ordenado bispo de Roma 'contra sua vontade'. O começo desta carta é assim:
Dionísio para Novaciano, seu irmão o saúda. Se você foi mesmo ordenado contra sua vontade, como diz, você o provará quando você por sua própria, renunciar.
 
— Carta a Novaciano, Dionísio de Alexandria, citado por Jerônimo.
  • Um conjunto de epístolas sobre a data da Páscoa, sobre as perseguições e sobre assuntos diversos da igreja: Sobre Mortalidade, Sobre o Sabbath. Além disso, várias comunicações com outros bispos
  • Epístolas aos principais heréticos do seu tempo: BasilidesNepos de Arsinoe,[6] Paulo de Samósata e o próprio Novaciano.

Ver também

Dionísio de Alexandria
(248 - 265)
Precedido por:Gold Christian cross.svg
Lista dos patriarcas / papas de Alexandria
Sucedido por:
Héraclas14.ºMáximo


Referências

  1.  «Dionísio de Alexandria» (em inglês). Catholic.org. Consultado em 12 de outubro de 2010
  2. ↑ Ir para:a b Wikisource-logo.svg "Dionysius of Alexandria" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
  3. ↑ Ir para:a b Wikisource-logo.svg "De Viris Illustribus - Dionysius the bishop", em inglês.
  4. ↑ Ir para:a b c d Nautim, p. 413.
  5.  Cf. Atanásio, Defense of Dionysius
  6.  Bispo egípcio do início do séc III que em sua refutação dos alegoristas, propunha o entendimento do apocalípse em um sentido literal e que este destoava do evangelho, escrito pelo mesmo João. Após sua morte, um discípulo de nome Korakion iniciou um movimento cismático.

Ligações externas

Bibliografia

  • ATANÁSIO. Defense of Dionysius. Em: Athanasius: Select Works and Letters. Ed. Philip Schaff. Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library, 2005.
  • NAUTIM, P. "Dionísio de Alexandria". Dicionário Patrístico e de Antigüidades Cristãs. Petrópolis: Vozes, 2002.

SÁBADO DE ALELUIA - VIGILIA PASCAL - 8 DE ABRIL DE 2023

 

Sábado de Aleluia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sábado de Aleluia
Imagem de Jesus Cristo em seu túmulo na Capela de Nossa Senhora da Doutrina em Lisboa
TipoCristão
DataFesta móvel
Sábado antes da Páscoa
SignificadoRecordação do corpo morto de Jesus e de Nossa Senhora da Solidão
Ano de 2022
  • 20 de abril (oeste)
  • 10 de abril (este)
Ano de 2023
  • 11 de abril (oeste)
  • 18 de abril (este)
Ano de 2024
  • 3 de abril (oeste)
  • 25 de abril (este)

Sábado de Aleluia (em latimSabbatum Sanctum), também conhecido como Sábado Santo ou Véspera da Páscoa,[1] é uma festividade religiosa que celebra o aguardo pela ressurreição de Jesus após sua crucificação no Calvário, conforme o relato do Novo Testamento. É o último dia da Semana Santa, na qual os cristãos se preparam para a celebração da festa da Páscoa. Nele se celebra o dia que o corpo de Jesus Cristo permaneceu sepultado no túmulo.[2][3]

Para alguns cristãos, particularmente os católicos, foi neste dia que a Maria, mãe de Jesus, como Nossa Senhora das Dores, recebeu o título de "Nossa Senhora da Solidão", uma referência ao profundo sentimento de solidão associado ao seu luto e tristeza. Também foi o dia em que Jesus resgatou as almas da Mansão dos mortos.

Práticas ocidentais

Nas igrejas católicas romanas, todo o coro (inclusive o altar) permanece sem decoração nenhuma (a partir da missa da Quinta-Feira Santa) e a administração dos sacramentos é bastante limitada. A Eucaristia depois do serviço litúrgico da Sexta-Feira Santa é dada apenas aos moribundos (viático). Batismosconfissões e a Unção dos Enfermos também podem ser administradas por que eles, como o viático, asseguram a salvação dos que estão para morrer.

As missas são limitadas e nenhuma é realizada na liturgia normal neste dia, embora a missa possa ser dita numa Sexta-Feira Santa ou no Sábado de Aleluia em casos extremamente graves ou numa situação solene com a autorização da Santa Sé ou do bispo local. Muitas igrejas da Comunhão Anglicana assim como diversas LuteranasMetodistas e mais algumas outras denominações cristãs também segue estes costumes; porém, seus altares podem ser cobertos com panos negros ao invés de terem a decoração retirada.

Em algumas igrejas anglicanas, incluindo a Igreja Episcopal dos Estados Unidos, uma liturgia da palavra muito simples se realiza neste dia, com leituras comemorando o enterro de Jesus. Os ofícios diários também são observados. O Livro da Oração Comum anglicano chama este dia de "Véspera da Páscoa".

Entre os católicos filipinos, o Sábado de Aleluia é chamado de "Sábado Negro", um sinal de luto. Depois das alterações litúrgicas proclamadas pelo Concílio Vaticano II, o termo "Sábado Glorioso" também passou a ser amplamente utilizado, uma lembrança do corpo glorioso de Jesus na Vigília de Páscoa.

Em termos litúrgicos, o Sábado Santo vai até às 18:00 (crepúsculo), quando se celebra a Vigília de Páscoa e se inicia oficialmente a Época da Páscoa. As rubricas[4] afirmam que a Vigília deve acontecer depois do anoitecer e terminar antes do amanhecer. O serviço pode começar com fogo e o acendimento do novo Círio Pascal. Na observância católica e em algumas anglicanas, a missa é a primeira a ser realizada desde a Quinta-Feira Santa e nela, o "Glória" - que permaneceu ausente durante toda a Quaresma - volta a ser utilizado e é durante o canto que as imagens e ícones, que estavam cobertos de mantos púrpuras fora do coro e do altar durante a Época da Paixão, são novamente revelados para alegria dos fieis. Algumas igrejas anglicanas preferem celebrar a Páscoa e o acendimento do novo Círio ao amanhecer da Páscoa. É comum que se realizem batismos ou renovações de votos batismais nesta missa.

Práticas orientais

Epitaphios russo.
Descida de Cristo ao Inferno. Segundo a tradição, foi no Sábado de Aleluia que Jesus resgatou as almas presas no inferno. Aos seus pés, os portões destruídos.
Ícone do fim do século XIV atualmente no Museu de Arte Walters, em Baltimore.

Na Ortodoxia, este dia, conhecido como Grande e Santo Sábado, é chamado também de Grande Sabá (veja Sabá bíblico), pois foi neste dia que Jesus "descansou" . Nas tradições coptasetíope e eritreia, este dia é conhecido como Sábado de Alegria.

As matinas do Grande e Santo Sábado (geralmente realizadas na noite de sexta por conta de antigas tradições eclesiásticas que remontam aos costumes judaicos) se realiza na forma de um serviço funeral para Cristo. O serviço todo se realiza à volta do epitaphios, um ícone na forma de um tecido bordado com a imagem de Cristo sendo preparado para o sepultamento. Na primeira parte do serviço se canta o Salmo 119 (118) com hinos (enkomia) intercalados entre os versículos. O tema central da cerimônia não é tanto de luto, mas de vigilante expectativa:[5]

Hoje vós não guardareis santo o sétimo dia,
Que vós abençoastes desde sempre repousando de vossa labuta.
Vós criastes tudo e vós renovastes todas as coisas,
Observando o descanso sabático, meu Salvador, e restaurando a força.
 
— Matinas, Cânon do Grande e Santo Sábado, Ode 4.

No final das matinas, depois das laudes, no fim da Grande Doxologia, o Epitaphios é erguido e levado em procissão para fora da igreja, circundando-a, enquanto todos cantam o Trisagion, exatamente como se faz num enterro cristão ortodoxo.

Na manhã de sábado, uma véspera da Divina Liturgia de São Basílio, o Grande é celebrada, chamada de serviço da Primeira Ressurreição (em gregoἩ Πρώτη Ἀνάστασις), chamado assim por ser mais antigo que o serviço criado por São João Damasceno depois e não por ocorrer antes liturgicamente[6]

É a mais longa Divina Liturgia do ano e também a última. Depois da Pequena Entrada, são feitas quinze leituras do Antigo Testamento que relembram a história da salvação. Imediatamente antes da leitura do evangelho (Mateus 28:1–20), o antepêndio, a toalha do altar e as vestimentas são trocadas do negro para o branco e o diácono incensa a igreja com o turíbulo. Na tradição grega, os clérigos espalham folhas de louro e pétalas de flores por toda a igreja para simbolizar os cacos dos portões e os grilhões rompidos do inferno e a vitória de Jesus sobre a morte. Apesar de a atmosfera litúrgica ir mudando da tristeza para a alegria neste serviço, a saudação pascal "Cristo ressuscitou!" só será trocada depois da Vigília de Páscoa à noite e os fieis continuam jejuando. O motivo é que a Divina Liturgia do Grande e Santo Sábado representa a proclamação da vitória de Jesus sobre a morte para os que estavam no inferno, mas a Ressurreição ainda não havia sido anunciada para os que estavam na terra.

À tarde, os fieis tradicionalmente se reúnem na igreja para a leitura completa dos Atos dos Apóstolos. Antes da meia-noite, a Vigília começa com o Ofício da Meia-Noite, durante o qual o Cânon do Santo Sábado é repetido. Então, todas as velas e luzes da igreja são apagadas e todos esperam no escuro e em silêncio a proclamação da Ressurreição de Jesus.

Tradições culturais

A "Święconka", que significa "benção das cestas de Páscoa", ocorre no Sábado de Aleluia e é uma das mais antigas e amadas tradições polonesas.

Referências

  1.  «Public Report on Audience Complaints and Comments, April-June 2006» (PDF)Australian Broadcasting Corporation. Consultado em 4 de maio de 2013
  2.  Como em Nova Gales do Sul (Public Holidays Act 2010)
  3.  «Confusing Easter Dates». The Liturgical Commission of the Roman Catholic Archdiocese of Brisbane. Consultado em 25 de abril de 2011. Arquivado do original em 19 de janeiro de 2012
  4.  Roman Missal, 3rd Edition. [S.l.: s.n.]
  5.  Kallistos (Ware), Bishop; Mary, Mother (1977). The Lenten Triodion. South Canaan PA: St. Tikhon's Seminary Press (publicado em 2002). p. 63. ISBN 1-878997-51-3OCLC 189871515
  6.  Parry, Ken; Melling, David J.; Brady, Dimitri; Griffith, Sidney H.; Healey, John F. (1999). The Blackwell Dictionary of Eastern Christianity. Oxford: Blackwell. p. 390-391. ISBN 0-631-23203-6

Bibliografia

Ligações externas

Etiquetas

Seguidores

Pesquisar neste blogue