Ponto de situação. O que aconteceu durante o 398.º dia de guerra na Ucrânia?
Rússia anunciou que dois mísseis supersónicos Moskit foram lançados — com sucesso — contra um falso alvo no Mar do Japão. Moscovo pronto para discutir situação da Central Nuclear de Zaporíjia.
Siga aqui o nosso liveblog da guerra na Ucrânia
No 398.º dia de guerra a Rússia mostrou-se pronta para discutir a situação da Central Nuclear de Zaporíjia, ocupada pelas tropas de Moscovo desde março do ano passado. Durante o dia o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deslocou-se à região de Sumy.
Estes são os principais destaques desta terça-feira:
O que aconteceu durante a noite?
- O Presidente norte-americano, Joe Biden, mostrou-se apreensivo com os planos russos para estabelecer armas nucleares táticas na vizinha Bielorrússia. “Este é um tipo de discurso perigoso e preocupante”, admitiu Joe Biden em declarações aos jornalistas.
- O porta-voz do departamento de Estado norte-americano disse que Washington apoia a criação de um tribunal especial para julgar a “agressão” russa contra a Ucrânia.
- O general Oleksandr Syrskyi, comandante das Forças Terrestres ucranianas, disse que as forças inimigas continuam a tentar quebrar as linhas de defesa na cidade de Bakhmut. Numa atualização sobre a situação na cidade, que é palco de confrontos há vários meses, Syrskyi garantiu que a situação continua “sob controlo”.
- A Rússia anunciou ter abatido um míssil norte-americano de longo alcance GLSDB, episódio que Moscovo encarou como a primeira confirmação da entrega deste armamento à Ucrânia. Kiev não forneceu qualquer indicação sobre a entrega destes equipamentos por Washington.
- O Ministério da Defesa russo estabeleceu um novo objetivo para continuar a apoiar o esforço de guerra na Ucrânia. Esta terça-feira anunciou que a produção de munições vai aumentar entre sete a oito vezes até ao final do ano.
- O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, exortou a China a convencer a Rússia a retirar da Ucrânia e iniciar negociações de paz. “É claro que a Rússia depende da China por várias razões que são óbvias e apelo ao presidente Xi para usar influência sobre Putin para encorajá-lo a acabar com esta guerra”, afirmou.
- O Presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, defendeu esta terça-feira os planos da organização para que os atletas russos e bielorrussos participem nas competições internacionais sob uma bandeira neutra.
- Os Estados Unidos não vão fornecer à Rússia dados sobre as suas forças nucleares com a Rússia, disse esta terça-feira um porta-voz da Casa Branca em resposta à decisão russa de suspender a participação no tratado New Start. Em vigor desde 2010, este era o único acordo militar que ainda se mantinha de pé entre Washington e Moscovo.
O que aconteceu durante a tarde?
- Prosseguem os combates na cidade ucraniana de Avdiivka, que as autoridades de Kiev avisaram estar a tornar-se numa “segunda Bakhmut”. “Está a ser apagada da face da terra”, afirmou o líder da administração militar, Vitaliy Barabash, citado pelo jornal The Guardian.
- Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), avançou que está “próximo” um acordo para proteger a central nuclear de Zaporíjia, ocupada pelas forças russas desde março. Em entrevista à Associated Press, Grossi revelou que os combates na região estão a aumentar de intensidade.
- O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky visitou esta terça-feira duas cidades no norte da Ucrânia. A visita a Okhtyrka e Trostyanets, na região de Sumy, visa celebrar a sua reconquista das tropas russas há um ano, e que na altura mostraram a capacidade ucraniana em reconquistar territórios ocupados.
- O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia marcou presença, de forma virtual, na 2.ª Cimeira das Democracias do mundo, uma iniciativa do Presidente norte-americano. “A Rússia tem de retirar de cada metro quadrado do território ucraniano”, sublinhou Dmytro Kuleba durante o evento.
- A Rússia está pronta para discutir a situação da Central Nuclear de Zaporíjia com o líder da Agência de Energia Atómica, garantiu a empresa estatal russa de energia nuclear (Rosatom).
- O Reino Unido e a Polónia vão construir duas aldeias temporárias para acolher refugiados internos da Ucrânia. Uma das aldeias vai ser construída em Lviv e a outra será localizada em Poltava.
O que aconteceu durante a manhã?
- A vice primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, afirmou que cerca de 4 400 crianças ucranianas órfãs estão a ser “privadas de cuidados parentais” tanto na Rússia como em partes da Ucrânia ocupadas por Moscovo.
- O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia disse que o país se viu “forçado” a acolher mísseis nucleares graças às “ações agressivas” perpetradas pelos países membros da NATO. No fim de semana o Presidente russo anunciou planos para estabelecer armamento nuclear tático russo em solo bielorrusso.
- O Ministério da Defesa da Federação Russa anunciou um teste bem sucedido de dois mísseis cruzeiro supersónicos contra um alvo simulado no Mar do Japão. O exercício aconteceu na área que há uma semana foi sobrevoada durante sete horas por dois aviões-bomba russos, com capacidade de transporte de armas nucleares.