sexta-feira, 10 de março de 2023

DOMINGOS SEQUEIRA - PINTOR - NASCEU EM 1768 - 10 DE MARÇO DE 2023

 

Domingos Sequeira

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Domingos Sequeira
Auto-retrato por Domingos Sequeira
Nome completoDomingos António de Sequeira
Nascimento10 de março de 1768
Santa Maria de BelémLisboaPortugal
Morte8 de março de 1837 (68 anos)
RomaItália
NacionalidadePortugal Portuguesa
ÁreaPintor
Movimento(s)Neoclassicismo
Assinatura
Assinatura Domingos Sequeira.svg

Domingos António de Sequeira (Lisboa10 de Março de 1768 – Roma8 de Março de 1837) foi um pintor português.[1]

Biografia

De origem modesta, era filho de um barqueiro farense, António do Espírito Santo, e da mulher Rosa Maria de Lima. Foi do seu padrinho, Domingos de Sequeira Chaves, que recebeu o nome próprio, e de quem, mais tarde, aos 17 anos, adoptou o apelido.[1]

Desde muito criança manifestou uma viva inteligência e uma grande vocação artística. O pai vendo aquele talento que alvorecia tão auspicioso, desejou dar-lhe uma posição mais elevada e estudos superiores, destinando-o para médico, mas afinal, por conselho dos que admiravam a vocação tão decidida que a criança manifestava para o desenho, condescendeu em a aproveitar. Nasceu em Belém (Que, na época, pertencia à paróquia da Ajuda), Lisboa, na Rua da Ponte ao Pátio das Vacas, tinha duas irmãs, Maria Rosa e Maria Joaquina, e um irmão, Manuel Vicente, falecido em 1813 na Batalha de Vitória.

Foi educado na Casa Pia de Lisboa, após o qual frequentou o curso de Desenho e Figura na Aula Régia e trabalhou como decorador. Com uma pensão de D. Maria I, em 1788, com 20 anos, partiu para Itália e estudou na Academia Portuguesa em Roma, onde recebeu aulas de pintura e desenho de Antonio Cavallucci.

Admitido, depois, como professor na Accademia di San Luca, aí pintou a Degolação de São João Baptista, a Alegoria da Fundação da Casa Pia de Belém e a O Milagre de Ourique, ganhando vários prémios concedidos pelas academias italianas.

Regressou a Lisboa em 1795 e de 1798 a 1801 viveu no Convento da Cartuxa de Laveiras, em Caxias (Oeiras).

Nomeado pintor da corte em 1802 e co-director da empreitada de pintura do Palácio da Ajuda, aí pintou abundantemente. Em 1803 foi professor de Desenho e Pintura das princesas, e em 1806, dirige a aula da Academia de Marinha, Porto. Neste período pintou alegorias patrióticas e retratos, fazendo o desenho das peças para oferecer a Beresford.

Viveu intensamente as convulsões políticas da época — foi, sucessivamente, partidário do exército de invasão francês (Junot Protegendo a Cidade de Lisboa, 1808), da aliança inglesa (Apoteose de Wellington, 1811), da revolução liberal (retratos de 33 deputados, 1821) e da Carta Constitucional (D. Pedro IV e Maria II, 1825), exilando-se em França com a contra-revolução absolutista da Vila-Francada, onde expôs, no Salão do LouvreA Morte de Camões (quadro desaparecido no Brasil), obra que lhe mereceu medalha de ouro e colocação entre os pintores românticos mais representativos, ao lado de Eugène Delacroix.

Últimos anos e morte

Acabou por se fixar em Roma em 1826, onde se dedicou à pintura religiosa, em visões de luminosidade já romântica (Vida de Cristo1828Juízo Final1830). Morreu naquela cidade, sem rever Portugal, encontrando-se o seu túmulo na Igreja de Santo António dos Portugueses. Foi igualmente autor da baixela neoclássica de cem peças oferecida a Wellington em 1811-1816 que se encontra presentemente na Apsley House.

Em termos estéticos é considerado o pintor de transição do Neoclassicismo para o Romantismo.

Casamento e descendência

Casou a 16 de outubro de 1809 na Basílica dos Mártires com Mariana Benedita Vitória Verde (São Julião, Lisboa, 17 de janeiro de 1778 - Santos-o-Velho, Lisboa, 15 de fevereiro de 1814), filha de um comerciante de ascendência italiana, Manuel Baptista Verde (Lisboa, São Paulo, 17 de Setembro de 1735 - Lisboa, Mártires, 12 de Fevereiro de 1806), e de sua mulher Joaquina Vitória de Meireles (bap. Lisboa, Mártires, 1 de Janeiro de 1744 - 1782), sendo irmã de João Baptista Verde, que travou amizade com o pintor Domingos Sequeira, o qual ajudou aquando da sua prisão em 1809. Saído da prisão, Sequeira casou-se com a irmã de João Baptista.[1] Sequeira executou um conhecido quadro (actualmente no Museu Nacional de Arte Antiga), onde figuram João Baptista e Mariana Benedita; ele fardado de Voluntário Real do Comércio, onde assentou praça no regimento de infantaria a 30 de Janeiro de 1809.[1] Mariana era também tia-avó do poeta e escritor Cesário Verde.

Deste matrimónio nasceram os seguintes filhos:

  • Mariana Benedita Vitória Verde / de Sequeira (Anjos, Lisboa, 7 de Fevereiro/Dezembro de 1812 - RomaItália, ?), que serviu de modelo de um dos mais famosos retratos de Sequeira, em 1822 (Museu Nacional de Arte Antiga); casou com João Pedro Miguéis de Carvalho e Brito (21 de Setembro de 1786 - Pombal, Venda da Cruz, 21 de Novembro de 1853), 1.º Barão de Venda da Cruz, filho de João Pedro Miguéis de Carvalho e de sua mulher Bárbara Libéria Madalena, tendo dois filhos: Filipe Miguéis de Carvalho e Brito (Roma, 1849 - Civitavecchia, 13 de Setembro de 1867), 2.º Barão de Venda da Cruz, que morreu jovem, e Ana de Jesus Verde de Carvalho e Brito / Miguéis de Carvalho e Brito (c. 1835 / 1830 - ?), que casou com o conde russo Dimitri Petrovich Buturlin (1828 - 1879), filho do conde Piotr Dmitrievich Buturlin (1794 - 1853) e de sua mulher Aurora Poniatowska (c. 1800 - 1872), neto paterno do conde Dmitri Petrovich Buturline e de sua mulher a condessa Anna Artemievna Vorontzova e neto materno natural de Józef Poniatowski e de Julia Grocholska, com descendência;
  • Domingos António de Sequeira Júnior (Santos-o-Velho, Lisboa, 15 de fevereiro de 1814 - Santos-o-Velho, Lisboa, 27 de março de 1816), em cujo parto faleceu a sua mãe.

Obras

Galeria

Referências

  1. ↑ Ir para:a b Infopédia. «Domingos António Sequeira - Infopédia»infopedia.pt - Porto Editora. Consultado em 6 de janeiro de 2023

Ligações externas

Commons
Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Domingos Sequeira

SÃO MACÁRIO DE JERUSALÉM - 10 DE MARÇO DE 2023

 

Macário de Jerusalém

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Disambig grey.svg Nota: Para outros santos de mesmo nome, veja São Macário.
São Macário de Jerusalém
Vera Cruz, com Santa Helena e São Macário.
1578. Por Tintoretto, na Igreja de S. Maria Mater Domini, em Veneza.
Bispo de Jerusalém
Nascimento
?
Morte
ca. 333
Veneração porIgreja Católica
Principal temploCapela de Santo Antônio, em Pittsburgh, na PennsylvaniaEstados Unidos, onde estão localizadas as suas relíquias, inclusive o seu crânio.
Festa litúrgica10 de março
AtribuiçõesVestes de bispo
Gloriole.svg Portal dos Santos

Macário de Jerusalém foi bispo de Élia Capitolina entre 312 e 325. Quando a cidade retomou seu antigo nome, passou a ser bispo de Jerusalém, cargo que manteve até a sua morte por volta de 335, segundo Sozomeno, mais provavelmente 333.

Atanásio, em um de seus discursos contra o arianismo, se refere a Macário como um exemplo "do estilo simples e honesto entre os homens apostólicos". A data de 312 para a ascensão de Macário ao episcopado aparece na versão de Jerônimo das "Crônicas" de Eusébio. Ele também foi um dos bispos avisados por Alexandre de Alexandria sobre o perigo representado por Ário.[1]

Por volta de 325 ele acompanhou Santa Helena, a mãe de Constantino, em sua bem-sucedida busca pela Vera Cruz em Jerusalém.

Sua morte deve ter acontecido antes do Concílio de Tiro em 335, no qual o seu sucessor Máximo III estava presente.

Macário e o arianismo

O vigor de sua oposição à nova heresia é demonstrado pela maneira abusiva com que Ário fala dele em sua carta a Eusébio de Nicomédia.[2] Ele também participou do Primeiro Concílio de Niceia, em 325, e duas conjecturas sobre o seu papel ali merecem ser mencionadas. A primeira é de que houve uma altercação entre ele e seu bispo metropolitanoEusébio de Cesareia, sobre os direitos de suas respectivas sés. O sétimo cânone do concílio - "Como a antiga e costumeira tradição mostra que o bispo de Élia Capitolina [Jerusalém] deva ser honrado, ele deve ter precedência; sem prejuízo, porém, à dignidade que pertence à metrópole" - por ser vago sugere que o resultado foi resultado de uma acirrada disputa. A segunda conjectura é que Macário, juntamente com Eustácio de Antioquia, teve papel preponderante na criação do credo de Niceia, finalmente adotado pelo concílio.[3]

E das conjecturas, pode vir a ficção. Na "História do Concílio de Niceia", atribuída a Gelásio de Cízico, há diversas disputas imaginárias entre os anciãos do concílio e filósofos pagos por Ário. Em uma dessas disputas, na qual Macário é o porta-voz dos bispos, ele defende a Descida de Jesus ao Inferno. Esse fato, tendo em vista a questão de se a Descida estava presente no credo de Jerusalém, é interessante, especialmente por que em outros aspectos, a linguagem de Macário é representada em conformidade com a do credo.[4] O nome de Macário aparece em primeiro entre os bispos da Palestina que subscreveram o resultado do concílio; o de Eusébio aparece em quinto. Atanásio de Alexandria, em sua carta encíclica aos bispos do Egito e da Líbia, coloca o nome de Macário (que já havia morrido há muito) entre os mais renomados por sua ortodoxia. Sozomeno[5] relata que Macário apontou Máximo, que seria seu sucessor, como bispo de Lida e que este apontamento não se realizou por que o povo de Jerusalém se recusou a deixar Máximo partir. Ele também nos conta uma outra versão da história, dizendo que o próprio Macário teria mudado de ideia, por temer que, com Máximo fora do caminho, um bispo não ortodoxo pudesse ser apontado para sucedê-lo. Tillemont[6] não corrobora esta história: Macário, se o tivesse feito, teria entrado em contravenção com o sétimo cânone de Niceia e Aécio, que era na época do concílio o bispo da Lídia, estava certamente vivo em 331 e, muito provavelmente, em 349. É claro que se Aécio viveu mais que Macário, a história não se sustenta. Contudo, se ele morreu pouco depois de 331, ela pode ser verdadeira. O fato de Macário estar se aproximando de sua morte poderia explicar a relutância, de sua parte ou de seu rebanho, em se afastar de Máximo.

Macário e as relíquias sagradas

Teófanes, o Confessor (m. 818), em sua "Cronografia", relata Constantino, ao final do Concílio de Niceia, ordenando Macário a buscar os locais da ressurreição e da Paixão de Jesus, além da Vera Cruz. É provável que seja verdade, pois escavações se iniciaram logo após o concílio e elas parecem ter sido supervisionadas por Macário.

O enorme monte e a alvenaria com o templo de Vênus em cima, que durante o reinado de Adriano havia sido construído sobre o Santo Sepulcro, foram demolidos e retirados, e "quando a superfície original do solo apareceu, em seguida, contra todas as expectativas, o sagrado monumento da ressurreição de nosso Salvador foi descoberto".[7] Ao saber das notícias, Constantino escreveu para Macário dando ordens para que uma nababesca igreja fosse erguida no lugar.[8]

É tamanha a graça de nosso Salvador que nenhum poder de linguagem parece suficiente para descrever a maravilhosa circunstância a que vou me referir em seguida. Pois, que aquele monumento de Sua mais sagrada Paixão, há tanto tempo atrás enterrado, deve ter permanecido esquecido por tamanha quantidade de anos, até o seu reaparecimento para os seus servos agora libertados pela remoção daquele que era o inimigo de todos, é um fato que realmente supera toda a admiração... E sobre as colunas e mármores, o que você julgar, após a inspeção de fato do plano, ser especialmente precioso e útil, seja diligente em nos enviar informações por escrito para que qualquer quantidade ou tipo de materiais que estimemos a partir de sua carta serem necessário, vamos procurar em todos os cantos, conforme requerido, pois é próprio que o lugar mais maravilhoso do mundo deva ser decorado ricamente.
 
— Carta de Constantino a Macário, citada por Eusébio de Cesareia em sua Vida de Constantino[9].

Posteriormente, ele escreveu outra carta, "A Macário e os demais bispos da Palestina", ordenando que uma igreja fosse erguida em Mambre, que também havia sido dessecrada por um templo pagão. Eusébio, mesmo relatando os destinatário fielmente, fala desta carta como "endereçada a mim", acreditando, talvez, em sua dignidade metropolitana.[10] Igrejas também foram construídas sobre os locais da Natividade (Basílica da Natividade) e da Ascensão (Capela da Ascensão).

Referências

  1.  Epifânio de SalaminaPanarion, LXIX, iv.
  2.  «4». História Eclesiástica. The Letter of Ariusto Eusebius, Bishop of Nicomedia. (em inglês). I. [S.l.: s.n.] |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  3.  Para as bases desta conjectura (expressões no credo que lembra os credos de Jerusalém e Antioquia), o leitor pode consultar Hort, "Two Dissertations", etc., 58 sqq.; Harnack, "Dogmengesch.", II (3a edição), 231; Kattenbusch, "Das Apost. Symbol." (índice do vol. II.)
  4.  cf Hahn, "Symbole", 133.
  5.  «20». História Eclesiástica. Concerning Maximus, who succeeded Macarius in the See of Jerusalem. (em inglês). II. [S.l.: s.n.] |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  6.  Mém. Ecclés., VI, 741.
  7.  Eusébio de CesareiaVida de Constantino III, 28.
  8.  Eusébio de CesareiaVida de Constantino III, 30; «16». História Eclesiástica. Eusebius and Theognis who at the Council of Nice had assented to the Writings of Ariusrestored to their own Sees. (em inglês). I. [S.l.: s.n.] |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  9.  Eusébio, Vida de Constantino III, 30-32.
  10.  Eusébio de CesareiaVida de Constantino III, 51-53.

Ligações externas

Precedido por
Ermon
Patriarcas de Jerusalém
312–333
Sucedido por
Máximo III

Etiquetas

Seguidores

Pesquisar neste blogue