quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

CARLOS PAREDES - GUITARRISTA E COMPOSITOR - NASCEU EM 1925 - 16 DE FEVEREIRO DE 2023

 

Carlos Paredes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Carlos Paredes
Carlos paredes.jpg
Carlos Paredes
Informação geral
Nome completoCarlos Paredes
Nascimento16 de fevereiro de 1925
OrigemCoimbra
PaísPortugal Portugal
Morte23 de julho de 2004
Gênero(s)Música popular portuguesaFadoMúsica clássica
Instrumento(s)Guitarra portuguesa
Período em atividade1939-1993
Afiliação(ões)Artur Paredes
Adriano Correia de Oliveira
José Afonso

Carlos Paredes ComSE (Coimbra16 de fevereiro de 1925 — Lisboa23 de julho de 2004) foi um compositor e guitarrista português.

Foi um dos principais responsáveis pela divulgação e popularidade da guitarra portuguesa, tendo sido igualmente um grande compositor. É considerado como um dos símbolos ímpares da cultura portuguesa. Para além das influências dos seus antepassados - pai, avô e tio, tendo sido o pai, Artur Paredes, o grande mestre da guitarra de Coimbra - Paredes manteve um estilo musical coimbrão, a sua guitarra era de Coimbra e a própria afinação era do Fado de Coimbra. A sua vida em Lisboa marcou-o e inspirou-lhe muitos dos seus temas e composições. Ficou conhecido como O mestre da guitarra portuguesa ou O homem dos mil dedos. Foi militante do Partido Comunista Português desde 1958.[1]

Vida

Filho do famoso compositor e guitarrista, mestre Artur Paredes, neto e bisneto de guitarristas, Gonçalo Paredes e António Paredes, começou a estudar guitarra portuguesa aos quatro anos com o seu pai, embora a mãe preferisse que o filho se dedicasse ao piano; frequenta o Liceu Passos Manuel, começando também a ter aulas de violino na Academia de Amadores de Música. Na sua última entrevista, recorda: "Em pequeno, a minha mãe, coitadita, arranjou-me duas professoras de violino e piano. Eram senhoras muito cultas a quem devo a cultura musical que tenho".

Em 1934, a família muda-se para Lisboa, o pai era funcionário do BNU e vem transferido para a capital. Abandona a aprendizagem do violino para se dedicar, sob a orientação do pai, completamente à guitarra. Carlos Paredes fala com saudades desses tempos: "Neste anos, creio que inventei muita coisa. Criei uma forma de tocar muito própria que é diferente da do meu pai e do meu avô".

Carlos Paredes inicia em 1949 uma colaboração regular num programa de Artur Paredes na Emissora Nacional e termina os estudos secundários num colégio particular. Não chega a concluir o curso liceal e inscreve-se nas aulas de canto da Juventude Musical Portuguesa, tornando-se, em 1949, funcionário administrativo do Hospital de São José.

Em 1958, preso pela PIDE por fazer oposição a Salazar, é acusado de pertencer ao Partido Comunista Português, do qual Carlos Paredes se tornara militante no início desse ano, posição que manteria até ao fim da sua vida.[2] Sendo libertado no final de 1959, é expulso da função pública, na sequência de julgamento. Durante este tempo andava de um lado para o outro da cela fingindo tocar música, o que levou os companheiros de prisão a pensar que estaria louco - de facto, o que ele estava a fazer, era compor músicas, na sua cabeça. Quando voltou para o local onde trabalhava no Hospital, uma das ex-colegas, Rosa Semião, recorda-se da mágoa do guitarrista devido à denúncia de que foi alvo: «Para ele foi uma traição, ter sido denunciado por um colega de trabalho do hospital. E contudo, mais tarde, ao cruzar-se com um dos homens que o denunciou, não deixou de o cumprimentar, revelando uma enorme capacidade de perdoar!»

Em 1962, é convidado pelo realizador Paulo Rocha, para compor a banda sonora do filme Os Verdes Anos: «Muitos jovens vinham de outras terras para tentarem a sorte em Lisboa. Isso tinha para mim um grande interesse humano e serviu de inspiração a muitas das minhas músicas. Eram jovens completamente marginalizados, empregadas domésticas, de lojas - Eram precisamente essas pessoas com que eu simpatizava profundamente, pela sua simplicidade». Recebeu um reconhecimento especial por “Os Verdes anos”.

Tocou com muitos artistas, incluindo Charlie HadenAdriano Correia de Oliveira e Carlos do Carmo. Escreveu muitas músicas para filmes e em 1967 gravou o seu primeiro LP "Guitarra Portuguesa".

Sepultura de Carlos Paredes no Talhão dos Artistas do Cemitério dos PrazeresLisboa

Quando os presos políticos foram libertados depois do 25 de Abril de 1974, eram vistos como heróis. No entanto, Carlos Paredes sempre recusou esse estatuto, dado pelo povo. Sobre o tempo que foi preso nunca gostou muito de comentar. Dizia «que havia pessoas, que sofreram mais do que eu!». Ele é reintegrado no quadro do Hospital de São José e percorre o país, actuando em sessões culturais, musicais e políticas em simultâneo, mantendo sempre uma vida simples, e por incrível que possa parecer, a sua profissão de arquivista de radiografias. Várias compilações de gravações de Carlos Paredes são editadas, estando desde 2003 a sua obra completa reunida numa caixa de oito CDs.

A sua paixão pela guitarra era tanta que, conta que certa vez, a sua guitarra se perdeu numa viagem de avião e ele confessou a um amigo que «pensou em se suicidar».

A militância política activa acompanhou Carlos Paredes toda a vida, sendo referidas a sua disponibilidade regular para tarefas que iam da colagem de cartazes do Partido Comunista Português nas ruas, a turnos como segurança de Centros de Trabalho deste partido, até às conferências intelectuais e naturalmente aos concertos musicais, tendo participado em todas as edições da Festa do Avante! em que a sua saúde lhe permitiu.[3][4]

Uma doença do sistema nervoso central, (mielopatia), impediu-o de tocar durante os últimos 11 anos da sua vida. Morreu a 23 de julho de 2004 na Fundação Lar Nossa Senhora da Saúde em Lisboa, sendo decretado Luto Nacional. Foi sepultado no Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.[carece de fontes]

Reconhecimento

A 10 de Junho de 1992 foi feito Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.[5]

Em 2003, a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira homenageou-o com a criação do Prémio Carlos Paredes[6]

O seu nome pode ser encontrado na toponímia de várias localidades portuguesas, nomeadamente AmadoraQueluz, Vila Franca de Xira, entre outras. [7]

Discografia

Álbuns

1967 «Guitarra portuguesa»

Com acompanhamento de Fernando AlvimGuitarra Portuguesa foi registado no estúdio de Paço de Arcos da Valentim de Carvalho pelo mítico engenheiro de som Hugo Ribeiro.[8] Distanciando-se da tradição formalista da guitarra de Coimbra, explorando de modo inspirado a arte da miniatura melódica, Paredes revela-se um compositor delicado e um instrumentista fulgurante. Depois deste álbum, a guitarra nunca mais foi a mesma.

  • Variações em Ré maior
  • Porto Santo
  • Fantasia
  • Melodia N.2
  • Dança
  • Canção verdes anos
  • Divertimento
  • Romance N.1
  • Romance N.2
  • Pantomima (sem acompanhamento)
  • Melodia N.1

(Acompanhamento à viola de Fernando Alvim)

1971 «Movimento perpétuo»

Ao segundo álbum, Carlos Paredes provava que o primeiro não havia sido um acaso. Movimento Perpétuo era o som de um perfeccionista em controlo absoluto, capaz de construir delicadas filigranas de improvável sustentação, sem nunca perder de vista a economia.

  • Movimento perpétuo
  • Variações em ré menor
  • Danças portuguesas N.2
  • Variações em mi menor
  • Fantasia N.2
  • Valsa
  • Variações sob uma dança popular
  • Mudar de vida - tema
  • Mudar de vida - música de fundo
  • António Marinheiro - tema da peça
  • Canção
  • 1980 – “O oiro e o trigo” (editado na RDA)

1983 «Concerto em Frankfurt»

  • Canto do amanhecer
  • Canto de trabalho
  • Canto de embalar
  • Canto de amor
  • Canto de rua
  • Canto de rio
  • A montanha e a planície
  • Dança palaciana
  • Sede
  • Dança dos camponeses
  • In Memoriam
  • Festa da Primavera
  • Variações

1987 «Espelho de Sons»

  • Coimbra e o Mondego: Variações
    • Variações sobre o Mondego, de Gonçalo Paredes
    • Variações em Ré Menor, de Artur Paredes
    • Variações em Lá Menor, de Artur Paredes
  • Os amadores: Desenho duma melodia
    • Amargura
    • O discurso
  • A canção: Melodia para um poeta
    • Canção de Alcipe
  • O teatro: A noite
    • O fantoche
  • Lisboa e o Tejo: Canto do amanhecer
    • Serenata
    • Dança palaciana
    • Canto de trabalho
    • Jardins de Lisboa (Verdes anos)
    • Canto de rua
    • Canto do rio
  • A dança: Prólogo - Abertura para um bailado
    • Raiz (Dança melancólica)
    • Dança de camponeses
  • A mãe e o lar: Canto de embalar
    • Canto de amor
  • Contrastes: Sede
    • Canto da primavera

1989 «Asas Sobre o Mundo»

  • Asas sobre o mundo
  • Nas asas da saudade
  • Canto do amanhecer
  • Canto de rua
  • Canto de trabalho
  • Canto de amor
  • Verdes anos
  • Canto de embalar
  • Dança dos camponeses
  • Marionetas
  • Raiz
  • Sede
  • Canto de primavera
  • Variações sobre o Mondego
  • Variações sobre o Mondego N.1
  • Variações sobre o Mondego N.2
  • Canto do Tejo
  • Serenata no Tejo
  • Fado moliceiro
  • Desenho duma melodia
  • O discurso
  • A noite
  • Amargura
  • 1994 - «O Melhor dos Melhores»
  • 1996 – “Na corrente” (compilação de material inédito)

2000 «Canção para Titi: Os inéditos 1993»

  • Memórias
  • Valsa diabólica
  • Uma canção para minha mãe
  • Escadas do quebra costas
  • Canção para Titi
  • Mar Goês
  • Arcos do jardim
  • Arco de Almedina
  • Discurso

Álbuns em colaboração

1986 «Invenções Livres», com António Vitorino d'Almeida

Antologias

  • 1998 – O Melhor de Carlos Paredes: Guitarra
  • 2002 - Uma Guitarra com Gente Dentro
  • 2003 - O Mundo segundo Carlos Paredes (obra completa)
  • 2010 - A Voz da Guitarra

EPs

  • 1962 – "Variações em Si Menor / Serenata / Variações em Lá Menor / Danças"
  • 1963 – “Guitarradas sob o Tema do Filme «Verdes Anos»”

Filmes

A música de Carlos Paredes, composta com esse fim ou não, foi utilizada em diversos filmes:

Outros

Referências

  1.  PCP Carlos Paredes.
  2.  Partido Comunista Português (23 de julho de 2004). «PCP Expressa Profundo Pesar pela Morte de Carlos Paredes». pcp.pt. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
  3.  Albano Nunes (12 de agosto de 2004). «Carlos Paredes o PCP e os Intelectuais». avante.pt. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
  4.  Gustavo Sampaio (20 de agosto de 2004). «Homenagem a Carlos Paredes na abertura da Festa do "Avante!"». publico.pt. Consultado em 16 de fevereiro de 2021
  5.  «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Carlos Paredes". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 10 de dezembro de 2014
  6.  «Música - Prémio Carlos Paredes»www.cm-vfxira.pt. Consultado em 12 de dezembro de 2022
  7.  «Código Postal: Rua Carlos Paredes»Código Postal. Consultado em 12 de dezembro de 2022
  8.  Blitz 25 anos, Edição Especial de Colecionador, Novembro 2009 n.º 41.

Bibliografia

Ligações externas

Wikiquote
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SANTA JULIANA - 16 DE FEVEREIRO DE 2023

 

Juliana Falconieri

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Juliana Falconieri
Virgem, Fundadora da Ordem Terceira das Servitas O.S.M.
NascimentoFlorença, República de Florença 
1270
MorteFlorença, República de Florença 
19 de junho de 1341 (71 anos)
Veneração porIgreja Católica
Beatificação26 de julho de 1678
Roma
por Papa Inocêncio XI
Canonização16 de junho de 1737
Roma
por Papa Clemente XII
Principal temploBasilica della Santissima Annunziata, Florença, Itália
Festa litúrgica19 de Junho
Gloriole.svg Portal dos Santos

Santa Juliana Falconieri, OSM, (em italianoGiuliana FalconieriFlorença, 1270 - Florença, 19 de junho de 1341) foi uma religiosa italiana, fundadora da Ordem Terceira das Irmãs Servitas (ou Terciárias Servitas).[1]

Biografia

Juliana pertencia a uma nobre família de Florença, os Falconieri. Seu tio, Santo Alexis Falconieri, foi um dos sete fundadores da Ordem dos Servos de Maria, também conhecida como Servitas. Sob influência dele, ela decidiu desde muito jovem seguir a vida consagrada. Após a morte de seu pai em 1285, ela recebeu o hábito da Ordem Terceira dos Servitas de São Filipe Benício, então Prior geral da Ordem. Ela permaneceu em casa seguindo a regra que São Filipe havia lhe dado até a morte de sua mãe, quando Juliana e vários companheiros se mudaram para uma casa própria em 1305. Este se tornou o primeiro convento das Irmãs da Ordem Terceira dos Servitas. Juliana seria a superiora da ordem até o fim da vida. [2]

O vestido dos servitas consistia em um vestido preto, preso por um cinto de couro e um véu branco. Como o vestido tinha mangas curtas para facilitar o trabalho, as pessoas chamavam as irmãs da nova Ordem de "Mantellate". As irmãs se dedicaram especialmente ao cuidado dos enfermos e a outras obras de misericórdia. É dito [3]

ela frequentemente caía em longos momentos e horas de êxtase... Ela cuidava diariamente dos enfermos nas ruas, nas casas e nos hospitais e era conhecida por usar seus próprios lábios para sugar a infecção das feridas abertas de seus pacientes, sem medo de contrair qualquer doença. Era verdadeiramente um ato magnífico. Juliana dirigiu a comunidade dos Servos Terciários por 35 anos e foi mais uma serva de seus subordinados do que uma amante.

Morte

Um suposto milagre mencionado nos textos litúrgicos para seu dia de festa, teria ocorrido com a morte de Juliana. Nesse momento, impossibilitada de receber a Sagrada Comunhão por causa dos vômitos constantes, ela pediu ao sacerdote que estendesse um cabo sobre o peito e colocasse a hóstia eucarística . Pouco depois, a hóstia desapareceu e Juliana morreu, em 19 de junho de 1341. [4] A imagem de uma cruz, igual à da hóstia, foi encontrada em seu peito.

Veneração

Ordem Servita foi aprovada pelo Papa Martinho V no ano de 1420. O Papa Bento XIII reconheceu a devoção há muito prestada a ela e concedeu aos Servitas permissão para celebrar a festa da Bem-aventurada Juliana. O Papa Clemente XII a canonizou no ano de 1737 e estendeu a celebração da sua festa (19 de junho) a toda a Igreja. Santa Juliana costuma ser representada no hábito de sua Ordem com uma hóstia no peito.

Seu principal templo de veneração é a Basilica della Santissima Annunziata em Florença, na Itália.

Notas

  1.  «St. Juliana Falconieri»Catholic Encyclopedia. Consultado em 21 de junho de 2021
  2.  «CATHOLIC ENCYCLOPEDIA: St. Juliana Falconieri»www.newadvent.org. Consultado em 21 de junho de 2021
  3.  From Laudate, gracie vargas,
  4.  A Enciclopédia Católica diz que ela morreu no dia 12 de Junho, e provavelmente é um erro de digitação e impressão. PD-icon.svg Herbermann, Charles, ed. (1913). «St. Juliana Falconieri»Enciclopédia Católica (em inglês). Nova Iorque: Robert Appleton Company

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