terça-feira, 13 de dezembro de 2022

ANTÓNIO EGAS MONIZ (ANTONIO CAETANO DE ABREU FREIRE DE RESENDE "EGAS MONIZ") - MORREU EM 1955 - 13 DE DEZEMBRO DE 2022

 

António Egas Moniz

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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António Egas Moniz Medalha Nobel
Conhecido por desenvolver a arteriografia e a leucotomia. Primeiro e único neurocirurgião laureado com o Prémio Nobel (1949).
NascimentoAntónio Caetano de Abreu Freire de Resende
29 de novembro de 1874
AvancaEstarrejaPortugal
Morte13 de dezembro de 1955 (81 anos)
LisboaPortugal
Nacionalidadeportuguesa
CidadaniaPortugal
Alma materdescobridor da arteriografia cerebral em 1927 e da leucotomia em 1935
Ocupaçãopolíticoneurocientistamédico, neurocirugião, professor universitário, psiquiatra, neurologista, diplomata
Prêmios
  • Nobel de Fisiologia ou Medicina (78 145 coroa sueca, Walter Rudolf Hess, for his discovery of the therapeutic value of leucotomy in certain psychoses, 1949)
  • Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (1945)
  • Grã-Cruz da Ordem do Mérito (1928)
EmpregadorUniversidade de CoimbraUniversidade de Lisboa
Campo(s)Medicinaneurocirurgiapolíticaliteratura
Inventor da arteriografia em 1927, que permitiu o diagnóstico de tumores, aneurismas, malformações artério-venosas e traumas do crânio.

António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz, nascido António Caetano de Abreu Freire de Resende, conhecido popularmente como António Egas Moniz GCSE • GCB (AvancaEstarreja29 de novembro de 1874 — São Sebastião da PedreiraLisboa13 de dezembro de 1955)[1] foi um médiconeurocirurgiãopesquisador, professor, político e escritor português.

Responsável pelo desenvolvimento da arteriografia, ou angiografia cerebral em 1927, descoberta que revolucionou a medicina e a neurocirurgia, permitindo o diagnóstico dos tumores cerebrais e o diagnóstico e tratamento do aneurisma cerebral e da MAV (malformação arteriovenosa). Foi três vezes indicado ao prémio Nobel por esta descoberta (1928, 1929, 1930). Inventor do procedimento neurocirúrgico denominado leucotomia pré-frontal, que possibilitou o surgimento da psicocirurgia, por esta última descoberta foi galardoado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1949, partilhado com o fisiologista suíço Walter Rudolf Hess.

José SaramagoCarlos Filipe Ximenes BeloJosé Ramos-Horta e António Egas Moniz são os únicos lusófonos detentores de Prémios Nobel.

Biografia

Estátua de Egas Moniz, por Euclides Vaz, frente à Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e Hospital de Santa Maria.

Nascido António Caetano de Abreu Freire de Resende, a 29 de novembro de 1874, na freguesia de Avanca, concelho de Estarreja, no seio de uma família aristocrata rural, era filho único de Fernando de Pina de Resende de Abreu Freire (Idanha-a-NovaIdanha-a-Nova, 15 de abril de 1828 - Lourenço Marques, 29 de março de 1890) e de sua mulher Maria do Rosário de Oliveira de Almeida e Sousa (AnadiaVilarinho do Bairro, 19 de junho de 1840 - EstarrejaPardilhó, 19 de novembro de 1896).

O seu tio paterno e padrinho, o padre Caetano de Pina Resende Abreu e Sá Freire,[1] insistiu que adoptasse o apelido Egas Moniz, em virtude de estar convencido de que a família Resende descenderia em linha directa de Egas Moniz, o aio de Dom Afonso Henriques.

Em Lobão da Beira conheceu Elvira de Macedo Dias (Rio de Janeiro, Sacramento, 14 de julho de 1884 - 1965), filha de José Joaquim Dias e de sua mulher Matilde Flora de Macedo, com quem se casou a 7 de fevereiro de 1901, em Canas de Sabugosa. O casal não teve filhos. Era cunhado da feminista Estefânia de Macedo Dias Macieira, casada com o advogado e político António Macieira.

A 14 de março de 1939, aos 64 anos, sofreu um atentado no seu consultório, por parte de um doente mental, engenheiro agrónomo de 28 anos, que, no culminar de uma crise de paranóia, o alvejou com oito tiros, dos quais cinco o atingiram na mão direita, no tórax e na coluna vertebral.[2] Foram-lhe retiradas três balas, mas uma ficou alojada na coluna dorsal. Apesar da gravidade dos ferimentos, Egas Moniz recuperou por completo, sem qualquer sequela física, ao contrário do que algumas vezes se tem escrito.[3]

Faleceu aos 81 anos, na sua residência, em Lisboa, freguesia de São Sebastião da Pedreira, no prédio número 73 da Avenida Cinco de Outubro, vítima de anemia aguda. Encontra-se sepultado na sua terra natal, no cemitério de Avanca, em Estarreja.[4]

Formação e atividade académica

Completou a instrução primária na Escola do Padre José Ramos, em Pardilhó, e o Curso Liceal no Colégio de S. Fiel, dos Jesuítas, em Louriçal do Campo, concelho de Castelo Branco. Formou-se em Medicina na Universidade de Coimbra, onde começou por ser lente substituto, leccionando anatomia e fisiologia. Em 1911 foi transferido para a recém-criada Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa[5] onde foi ocupar a cátedra de neurologia como professor catedrático. Jubilou-se em 1944.

Em 1950 é fundado, no Hospital Júlio de Matos, o Centro de Estudos Egas Moniz, do qual é presidente. O Centro de Estudos é, em 1957, transferido para o serviço de Neurologia do Hospital de Santa Maria onde existe ainda hoje compreendendo, entre outros, o Museu Egas Moniz (onde se encontra uma restituição do seu gabinete de trabalho com as peças originais, vários manuscritos, entre outros).

Egas Moniz contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da medicina ao conseguir pela primeira vez dar visibilidade às artérias do cérebro. A Angiografia Cerebral, que descobriu após longas experiências com raios X, tornou possível localizar neoplasiasaneurismashemorragias e outras mal-formações no cérebro humano e abriu novos caminhos para a cirurgia cerebral.

A 5 de Outubro de 1928 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem de Benemerência e a 3 de Março de 1945 com a Grã-Cruz da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.[6]

Atividade política e literária

Egas Moniz teve também papel ativo na vida política. Foi fundador do Partido Republicano Centrista, dissidência do Partido Evolucionista; apoiou o breve regime de Sidónio Pais, durante o qual exerceu as funções de Embaixador de Portugal em Madrid (1917) e Ministro dos Negócios Estrangeiros (1918); viu entretanto o seu partido fundir-se com o Partido Sidonista. Foi ainda um notável escritor e autor de uma notável obra literária, de onde se destacam as obras "A nossa casa" e "Confidências de um investigador científico". É também autor de um notável ensaio de crítica literária, "Júlio Dinis e a sua obra" (1924), onde demonstra que o escritor Júlio Dinis se inspirou em personagens reais oriundas de Ovar na criação das figuras principais dos seus romances "A Morgadinha dos Canaviais" e "Pupilas do Senhor Reitor". Egas Moniz também escreveu sobre pintura e reuniu uma notável colecção de pintura naturalista, atualmente aberta ao público na Casa-Museu Egas Moniz, em Estarreja, onde se destacam obras de Silva PortoJosé Malhoa e Carlos Reis, além de peças de louça, prata e mobiliário de variada proveniência, testemunho o seu grande interesse e apurado gosto pelas artes plásticas e decorativas.[7]

Pacientes famosos

Fernando Pessoa, consultou-o em 1907, queixando-se de neurastenia e de medo de enlouquecer, à semelhança de Dionísia, a sua avó paterna. Egas Moniz, não lhe encontrando nada de anormal, recomendou-lhe aulas de ginástica sueca com Luís Furtado Coelho, treinador pessoal do infante D. Manuel.

"Para ser cadáver, só me faltava morrer. Em menos de três meses e três lições por semana, Furtado Lima pôs-me em tal estado de transformação que, diga-se com modéstia, ainda hoje existo – com vantagem para a civilização europeia, não me compete a mim dizer.", diria Pessoa mais tarde.[8]

Também Mário de Sá-Carneiro consultou Egas Moniz, queixando-se de sofrer de desdobramento físico e psicológico. Egas Moniz lembrou-se então de um poema que lera e que descrevia aquele estado. E, surpreendentemente, respondeu-lhe Sá-Carneiro ser ele precisamente o autor desse poema. Egas Moniz confidenciaria a um aluno seu que o poema denotava ter sido escrito por um esquizofrénico.[9]

Obra

Atividade científica

Como investigador, Egas Moniz, contando com a preciosa colaboração de Pedro Almeida Lima, gizou duas técnicas: a leucotomia pré-frontal e a angiografia cerebral. Deve-se ainda a este autor a descrição do trajeto da artéria carótida interna no interior do osso temporal, tomando o mesmo a designação de Sifão carotídeo ou Sifão de Egas Moniz.

Prémio Nobel

António Egas Moniz foi proposto cinco vezes (1928, 1933, 1937, 1944 e 1949) ao Nobel de Fisiologia ou Medicina, sendo galardoado em 1949. A primeira delas acontece alguns meses depois de ter publicado o primeiro artigo sobre a encefalografia arterial e, subsequentemente, ter feito, no Hospital de Necker, em Paris, uma demonstração da técnica encefalográfica. Este imediatismo não era uma coisa absolutamente ridícula pois, na verdade, «a vontade de Alfred Nobel era precisamente a de galardoar trabalhos desenvolvidos no ano anterior ao da atribuição do Prémio».[10]

Controvérsia

A técnica desenvolvida por Egas Moniz foi a leucotomia pré-frontal – correspondente a um corte controlado de ligações na massa branca profunda de ambos os lados do córtex pré-frontal.[11] Embora esta operação seja distinta da denominada lobotomia (a operação concebida por Moniz provocava lesões cerebrais limitadas, ao passo que a lobotomia frontal era normalmente um trabalho de talho que provocava lesões extensas [12]), a verdade é que foi muitas vezes com ela confundida. A lobotomia deixou de ser praticada na década de 1960, após forte controvérsia. Devido à associação que frequentemente era feita entre a lobotomia e o inventor da leucotomia pré-frontal, familiares de pacientes que sofreram aquela intervenção cirúrgica exigiram que fosse anulada a atribuição do Prémio Nobel feita a António Egas Moniz.

Primeira arteriografia publicada num artigo científico de 1931, mas desde 1927 que o Dr. Egas Moniz já a praticava tanto em Portugal como no Brasil.
Em 1989 o governo de Portugal homenageou o Dr. António Egas Moniz com uma nota comemorativa de 10 000 escudos.

Publicações

  • Alterações anátomo-patológicas na difteria, Coimbra, 1900.
  • A vida sexual (fisiologia e patologia), 19 edições, Coimbra, 1901.
  • A neurologia na guerra, Lisboa, 1917.
  • Um ano de política, Lisboa, 1920.
  • Júlio Diniz e a sua obra, 6 edições, Lisboa, 1924.
  • O Padre Faria na história do hipnotismo, Lisboa, 1925.
  • Diagnostic des tumeurs cérébrales et épreuve de l'encéphalographie artérielle, Paris, 1931.
  • L'angiographie cérébrale, ses applications et résultats en anatomic, physiologie te clinique, Paris, 1934.
  • Tentatives opératoires dans le traitement de certaines psychoses, Paris, 1936.
  • La leucotomie préfrontale. Traitement chirurgical de certaines psychoses, Turim, 1937.
  • Clinica dell'angiografia cerebrale, Turim, 1938.
  • Die cerebrale Arteriographie und Phlebographie, Berlin, 1940.
  • Ao lado da medicina, Lisboa, 1940.
  • Trombosis y otras obstrucciones de las carótidas, Barcelona, 1941.
  • História das cartas de jogar, Lisboa, 1942.
  • Como cheguei a realizar a leucotomia pré-frontal, Lisboa, 1948.
  • Die präfrontale Leukotomie, Archiv für Psychiatrie und Nervenkrankheiten, 1949.

Bibliografia

Autoria de Egas Moniz
Sobre Egas Moniz
Edições comemorativas
  • A revista A Medicina Contemporânea dedica o seu número 12 do ano LXXII (Dezembro de 1954) ao Professor Egas Moniz, em comemoração do seu octogésimo aniversário com vários artigos originais sobre a vida e a obra do homenageado.
  • A revista da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (n.º3, Maio-Junho 2006) publica um conjunto de intervenções a propósito do cinquentenário da morte do Professor Egas Moniz (disponível aqui)
Biografia
  • Antunes, João Lobo. Egas Moniz, Uma Biografia. Lisboa, Gradiva, 2010.
Artigos
  • Barahona Fernandes, Henrique João. Egas Moniz, pioneiro de descobrimentos médicos. Lisboa: Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, 1983
  • Serra, I. & Maia, E. Egas Moniz e a investigação científica. in José Pedro Sousa-Dias (coord.), Estudos sobre a Ciência em homenagem a Ruy E. Pinto. Alemanha: Instituto Rocha Cabral e Shaker Verlag, 2006, pp. 115–128
Homenagens

Referências

  1. ↑ Ir para:a b Presbytero Francisco Paes de Rezende Pereira e Mello (7 dezembro 1874). «Assento de Baptismo de Antonio Caetano». Arquivo Distrital de Aveiro. Consultado em 27 janeiro 2019Resumo divulgativoAos sete dias do mez de Dezembro do anno de mil oitocentos, setenta e quatro n'esta freguezia de Santa Marinha d'Avanca, concelho d'Estarreja, Diocese do Porto. Eu o Presbytero Francisco Paes de Rezende Pereira e Mello, Abbade da mesma freguezia baptisei solemnemente e puz os Santos Oleos a um individuo do sexo masculino a que dei o nome de Antonio Caetano que nasceu na freguezia de Sancta Marinha d'Avanca ás trez horas da manhã do dia vinte e nove do mez de Novembro do anno de mil oitocentos e setenta e quatro filho legitimo primeiro do nome de Fernando de Pina de Rezende de Abreu de profissão proprietario e de D. Maria do Rosário d'Oliveira Souza Abreu de profissão governo de sua casa naturaes d'esta freguezia de Sancta Marinha d'Avanca recebidos nesta freguezia e parochianos na mesma moradores no logar da Congosta neto paterno de Antonio de Pinho Rezende e D. Brites Ignacia de Pina Botelho, e materno de Rafael de Almeida e Souza e de D. Joanna Pereira da Conceição. Foi padrinho O Abbade de Pardilhó Tio paterno e madrinha D. Brites Ignacia de Pina Botelho Avó paterna. E para constar se lavrou em duplicado este assento, que depois de lido e conferido perante os padrinhos o assignei com o padrinho. Era ut supra O padrinho O Abbade Caetano de Pina Resende Abreu Sá Freire; O Presbytero Francisco Paes de Rezende Pereira e Mello. Faleceu na freguesia de São Sebastião da Pedreira, da cidade de Lisboa, no dia treze do mês corrente. Registo de obito numero mil quinhentos e vinte e nove, do livro cento e vinte e um, da Terceira Conservatoria do Registo Civil de Lisboa. Estarreja, 17 de Dezembro de 1955.
  2.  Jornal "O Século", de 15-03-1939.
  3.  Antunes, João Lobo. Egas Moniz, Uma Biografia. Lisboa, Gradiva, 2010, p. 253
  4.  «Livro de registo de óbitos da 3.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (1955-10-09 a 1955-12-31)». Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 765, assento 1529. Consultado em 2 de março de 2021
  5.  «Moniz, António Caetano de Abreu Freire Egas». Consultado em 20 de novembro de 2019. Arquivado do original em 3 de março de 2016
  6.  «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 20 de março de 2016
  7.  Manuel Valente Alves (2014). «Abel Salazar, Egas Moniz e as Duas Culturas.» (PDF). Academia Nacional de Medicina de Portugal. Consultado em 21 de Junho de 2015
  8.  Simões, Maria Teresa (8 de outubro de 2014). «FERNANDO PESSOA E A GINÁSTICA SUECA»LER PARA SER. Consultado em 27 de novembro de 2022
  9.  Coelho, E. Macieira. Da Medicina e das Belas Letras: Mário de Sá-Carneiro, O Poeta, Ele e o Outro, in Acta Médica Portuguesa 2001; 14: 33-42
  10.  Correia, Manuel (2006). Egas Moniz e o Prémio Nobel - Enigmas, paradoxos e segredos. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra. ISBN 9789728704957. Consultado em 20 de novembro de 2014
  11.  Damásio, António (2011). O erro de Descartes - emoção, razão e cérebro humano. Lisboa: Círculo de Leitores. pp. 92–93
  12.  Damásio, António (2011). O erro de Descartes - emoção, razão e cérebro humano. Lisboa: Círculo de Leitores. 95 páginas
  13.  João Rui Pita (4 novembro 2013). «Egas Moniz nos Selos Portugueses: o Homem, o Universitário e o Cientista». in Cábula Filatélica N.º 14. Consultado em 14 janeiro 2015. Arquivado do original em 3 de março de 2016

Ligações externas

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Precedido por
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1949
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Sucedido por
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NICHOLAS ROERICH (NICOLAI KONSTANTINOVICH ROERICH) - PINTOR - MORREU EM 1947 - 13 DE DEZEMBRO DE 2022

 

Nikolai Konstantinovich Roerich

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nikolai Konstantinovich Roerich
Nascimento27 de setembro de 1874
São Petersburgo
Morte13 de dezembro de 1947 (73 anos)
Naggar
CidadaniaImpério Russo
Etniarussos
Progenitores
  • Konstantin Roerich
  • Maria Vasiljevna Rerich
CônjugeHelena Roerich
Filho(s)Svetoslav Rjorich, George de Roerich
Irmão(s)Boris Konstantinovič Rerich, Vladimir Roerich
Alma mater
  • Universidade Imperial de São Petersburgo
  • Higher Art School at the Imperial Academy of Arts
Ocupaçãofilósofo, pintor, coreógrafo(a), escritor, arqueólogo, poeta, diplomata, historiador, explorador, cenógrafofigurinodesigner, artista gráfico, desenhista, muralista
Prêmios
Página oficial
http://www.roerich-museum.ru/
Assinatura
Подпись Николая Рериха-1932 г.jpg
Nikolai Konstantinovich Roerich com a família

Nikolai Konstantinovich Rerich (russo: Николай Константинович Рéрих; 9 de Outubro de 1874 - 13 de Dezembro de 1947), Nicholas Roerich, na grafia inglesa, foi um pintorescritorhistoriadorpoeta e professor espiritual (líder intelectual) russo.

Biografia

Educado no seio de uma família apologista da paz, interessava-se por literaturafilosofiaarqueologia e, especialmente, arte. A família de seu pai, Konstantin Fyodorovich Roerich é de origem escandinava, o sobrenome significa "rico em glória" remonta aos viquingues. Um dos primeiros Roerichs foi Cavaleiro Templário no século XIII, outros foram líderes políticos e militares, incluindo um oficial sueco que lutou na campanha russo-sueca contra 'Pedro, o Grande' seus descendentes, guardando sua fé luterana, se estabeleceram no noroeste da Rússia. Em 1860, casou-se com Maria Vasilievna Kalashnikova, com quem teve Lidia, Nicolas, Boris e Vladimir. Nicolas foi batizado na Igreja Ortodoxa Russa, religião de sua mãe, de linhagem puramente russa.

Nicolas Roerich nasceu em 27 de setembro em São Petersburgo, Leningrado, e foi primeiramente educado no país e, posteriormente, no exterior. Frequentava simultaneamente, na Universidade de São Petersburgo, a Escola de Direito, a Faculdade de História e Filologia, A Academia de Artes e o Instituto de Arqueologia. Depois de estudar na Rússia, prosseguiu seus estudos em Paris, e viajou através da Europa. Possuia uma memória fora-de-série. Casou-se com Helena, e tiveram dois filhos, Yuri e Svetoslav, pintor como seu pai. Helena Roerich traduziu parte da obra de Blavatsky.

Sua obra consta de 6000 pinturas, afrescos em Igrejas e Edifícios Públicos, desenhos para mosaicos e motivos arquitetônicos. Realizou a pintura de cenários e figurinos de várias óperas: de WagnerMussorgskyBorodinRimsky-Korsakov, Ibañez, e Maeterlinck.

Trabalhou com Igor StravinskyA Sagração da Primavera, a qual teve coreografia de Vaslav Nijinsky e música e argumento de Roerich, também criador do cenário e figurinos folclóricos, onde sua criação foi baseada no leitmotiv. Como autor e erudito escreveu livros de Arte, Culturas, Filosofia e Humanitarismo. Publicou perto de 30 volumes, além de muitos ensaios e artigos. Escreveu No Coração da Ásia, e Shambhala, entre outras obras, que incluem poemas. Como explorador e cientista, realizou pesquisa arqueológica e escavações na Rússia. Organizou e conduziu uma expedição de 5 anos a Ásia central (1924-1928). Em 1935, outra expedição, desta vez para a China, incluindo a Mongólia.

Visitou, na década de 20, Nova Iorque, nos EUA, onde, junto com a sua esposa, fundou várias fundações de mecenato cultural e de teosofia. Depois de viver na cidade estadunidense, Roerich percorreu a Ásia, estabelecendo-se, em 1928, na Índia, país muito conhecido pelos seus líderes pacificadores e teósofos. Ali fundou o Instituto Himaláico de Arqueologia.

No ano seguinte foi nomeado para o Nobel da Paz pela Universidade de Paris. Teve o apoio veemente de Albert Einstein, H. G. Wells e Bernard Shaw. Em 1935, recebeu a segunda nomeação. Preocupado com a paz mundial criou a Pax Cultura, que, como símbolo, tinha uma cruz vermelha, representando esta a arte e a cultura.

Roerich faleceu em Punjab, na Índia. Foi cremado e suas cinzas espalhadas diante das montanhas que tanto amava e retratou em quase sete mil trabalhos. A maioria das suas obras conserva-se hoje em museus europeus, como o Museu Nacional de Artes da Letónia e o Museu Nicholas Roerich em Nova Iorque.

O Pacto de Roerich

Convidados estrangeiros1901, óleo sobre tela.

Pacto de Roerich, a 15 de Abril de 1935, foi assinado na Casa Branca, nos EUA juntamente com mais vinte e um países da América. Outros depois o assinaram, representando este um antecipado instrumento de proteção às artes. O pacto declara a necessidade de se proteger a atividade e produção cultural no mundo, independente de a época ser de guerra ou de paz. Lugares de valor cultural seriam declarados neutros e protegidos, incluindo universidadesbibliotecas, salas de concerto e teatros (como a Cruz Vermelha faz com seus hospitais, razão pela qual é frequentemente chamado Cruz Vermelha da Cultura). A herança cultural das nações deve ser, segundo o acordo, cuidada e renovada, impedindo que se deteriore, pois não há nada de valor superior para uma nação do que sua cultura.

Tem como símbolo a Bandeira da Paz, onde 3 círculos que representam a Arte, a Ciência e a Religião aparecem envoltos por uma circunferência que significa a totalidade da Cultura.

Bibliografia

  • NICHOLAS ROERICH, Vida e Arte de um mestre RussoJacqueline Decter
  • PLANETA, nº 190, julho 88, A Arte iniciática de Nicolas Röerich, de Adriano Colangelo
  • No Coração da Ásia, de Nicolas Röerich, Editorial Kier, 1930

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DIA DE SANTA LUZIA - 13 DE DEZEMBRO DE 2022

 

Dia de Santa Luzia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Dia de Santa Luzia ou Lúcia
Procissão de Santa Luzia na Suécia.
Celebrado porLuteranismoCatólicos romanos
TipoCristão
Cor litúrgicaVermelho
Data13 de dezembro
FrequênciaAnual

dia de Santa Luzia ou dia de Santa Lúcia é uma festa religiosa católica dedicada a Santa Luzia (Lúcia de Siracusa), que ocorre a 13 de dezembro, dia consagrado a esta santa.[1]

Festa tradicional e popular, é celebrada principalmente na Escandinávia, em partes dos Estados Unidos (normalmente por pessoas com raízes nos países escandinavos), no Brasil, e em alguns países da Europa do Sul, como Portugal.

Antes da reforma do Calendário Gregoriano, que ocorreu no Século XVI, no Hemisfério Norte o Dia de Santa Luzia encontrava-se mais perto do Solstício de Inverno.

Como parte das celebrações tradicionais é costume ver-se jovens vestidas de Santa Luzia, as quais se deslocam em grupos encabeçados por uma jovem, a qual usa na cabeça uma coroa de velas (ou luzes), enquanto todas as outras apenas seguram nas mãos uma única vela.

O Dia de Santa Luzia é uma das poucas festividades religiosas que ainda é celebrada na Escandinávia.

Ver também

Referências

  1.  de Lacerda, Roberto Cortes; de Lacerda, Helena da Rosa Cortes; Abreu, Estela dos Santos. Dicionário de provérbios: francês, português, inglês 2ª ed. [S.l.]: UNESP. p. 435. 762 páginas. ISBN 9788571395251

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