sábado, 26 de novembro de 2022

Tráfico humano no Alentejo: Alto Comissariado para as Migrações apoia 218 migrantes - 26 DE NOVEMBRO DE 2022

 

Tráfico humano no Alentejo: Alto Comissariado para as Migrações apoia 218 migrantes

História de Lusa • Ontem às 23:40
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Grande maioria destas pessoas optou por ficar "na solução habitacional em que estava".

Tráfico humano no Alentejo: Alto Comissariado para as Migrações apoia 218 migrantes
Tráfico humano no Alentejo: Alto Comissariado para as Migrações apoia 218 migrantes© MÁRIO CRUZ

O Alto Comissariado para as Migrações (ACM) atualizou esta sexta-feira para 218 o número de migrantes apoiados no âmbito do desmantelamento de uma rede de tráfico de pessoas no Baixo Alentejo, 62 dos quais foram encaminhados para alojamentos de emergência.

"Concluídos os procedimentos da avaliação de hoje, as equipas atualizam os números para 218 pessoas referenciadas e 62 encaminhadas para alojamentos de emergência", adiantou o ACM em comunicado.

A secretária de Estado da Igualdade e Migrações tinha dito anteriormente à Lusa que apenas 57 dos 334 migrantes alegadamente vítimas da rede de tráfico de pessoas que atuava no Baixo Alentejo tinham aceitado uma solução habitacional proposta pelas autoridades nacionais, tendo a maioria optado por ficar "na solução habitacional em que estava".

  • Rede de tráfico humano no Alentejo: apenas 57 das 334 vítimas aceitaram apoio habitacional

"Estas 57 pessoas continuarão a ser acompanhadas com vista à sua integração em Portugal, pelo que iremos trabalhar com eles nas dimensões do apoio psicossocial, também no fomento da aprendizagem da língua portuguesa, com vista a um encaminhamento mais rápido quanto possível para propostas de empregabilidade", disse então Isabel Almeida Rodrigues.

A Polícia Judiciária (PJ) deteve na quarta-feira 35 pessoas pertencentes a uma rede criminosa que contratava trabalhadores estrangeiros para agricultura no Baixo Alentejo, confirmou então à Lusa fonte policial.

A rede era formada por estrangeiros, nomeadamente famílias romenas, e alguns portugueses que lhes davam apoio. Esta investigação da PJ começou há cerca de um ano e teve como foco a angariação por aquela rede criminosa de trabalhadores estrangeiros com a promessa de emprego e habitação.

Nesta operação, o ACM colaborou com várias entidades no terreno, caso do Instituto da Segurança Social e da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, na identificação das condições de habitabilidade, na realização entrevistas sociais, no despiste de indícios de tráfico de pessoas, no encaminhamento para respostas de alojamento temporário e na verificação de documentação.

Ucrânia agradece a Portugal por ter definido Holodomor como genocídio - 26 DE NOVEMBRO DE 2022

 

Ucrânia agradece a Portugal por ter definido Holodomor como genocídio

História de Lusa • Há 2 horas
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Hoje assinala-se na Ucrânia: o 90.º aniversário da grande fome causada por Estaline no país, quando ordenou que as colheitas do país fossem confiscadas em nome da coletivização das terras.

Ucrânia agradece a Portugal por ter definido Holodomor como genocídio
Ucrânia agradece a Portugal por ter definido Holodomor como genocídio© VALENTYN OGIRENKO

O Governo ucraniano agradeceu, numa nota enviada à Lusa, a solidariedade de Portugal por ter, em 2017, aprovado uma resolução a classificar como genocídio o "Holodomor", a fome que há 90 anos matou milhões na Ucrânia.

Esta mensagem do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Kiev, enviada na sexta-feira, foi motivada pela efeméride que hoje se assinala na Ucrânia: o 90.º aniversário da grande fome causada por Estaline no país, quando ordenou que as colheitas do país fossem confiscadas em nome da coletivização das terras.

"Amanhã (hoje), 26 de novembro, a Ucrânia recorda as vítimas do Holodomor de 1932-1933 (...) Em março de 2017, o parlamento da República Portuguesa aprovou a resolução n.º 233/XIII [intitulada] 'Reconhecimento do Holodomor -- a Grande Fome de 1932-1933 na Ucrânia', que classifica o Holodomor de 1932-1933 como genocídio do povo ucraniano", indicou uma fonte oficial do MNE ucraniano em nota enviada à Lusa.

A mensagem do Governo de Kiev nomeia mesmo alguns municípios portugueses que se aliaram à iniciativa, como "Grândola, Alcanena, Lagos, Águeda, Abrantes e Braga", e que "reconheceram o facto do genocídio".

"Muito agradecemos e respeitamos a solidariedade do parlamento e do povo portugueses com os ucranianos, que sofreram uma das maiores tragédias nacionais da sua história entre 1932 e 1933", lê-se no texto sobre o "Holodomor" - que, em ucraniano, significa precisamente "exterminação pela fome" e só nesse primeiro inverno fez mais de 3,5 milhões de mortos no país.

Hoje, será o primeiro dos quatro sábados de novembro em que a Ucrânia assinalará, com um Dia da Memória, o início do Holodomor, também designado como "A Grande Fome" ou "A Fome-Terror" da era do domínio soviético.

De acordo com o Museu Holodomor, situado em Kiev, até agora, só 16 Estados, além da Ucrânia, reconheceram oficialmente a grande fome como um genocídio: Austrália, Equador, Estónia, Canadá, Colômbia, Geórgia, Hungria, Letónia, Lituânia, México, Paraguai, Peru, Polónia, Portugal, Estados Unidos e Vaticano. Alguns outros países, como Argentina, Chile e Espanha, condenaram-no como "um ato de extermínio".

Aos 17 se juntaram agora mais dois, a Roménia e a Irlanda, cujos parlamentos aprovaram esta semana resoluções nesse sentido. Deverá seguir-se-lhes pelo menos mais um, a Alemanha, que já anunciou para a próxima quarta-feira que a questão será debatida e votada na câmara baixa do seu parlamento (Bundestag).

A opinião académica continua dividida sobre se a grande fome de 1932-1933 constitui um "genocídio", sendo a principal dúvida saber se Estaline tinha a intenção de matar ucranianos para anular um movimento de independência contra a União Soviética, ou se a fome foi sobretudo o resultado da combinação da incompetência oficial com as condições naturais.

Na nota enviada à Lusa, o MNE da Ucrânia faz ainda outro agradecimento ao país, sobre a ajuda que lhe tem sido prestada desde que a Rússia o invadiu, a 24 de fevereiro deste ano, fazendo um número ainda indeterminado de mortos e feridos e milhões de deslocados internos e refugiados noutros países europeus.

"Estamos gratos a Portugal pela solidariedade com o povo ucraniano na defesa da sua independência e integridade territorial e pela partilha das legítimas aspirações do povo ucraniano a fazer parte de uma Europa unida, no âmbito dos valores e princípios da defesa da democracia, da paz e da prosperidade dos povos", conclui o texto.

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