quarta-feira, 23 de novembro de 2022

LEONARDO FIBONÁCCI - (LEONARDO DE PISA ou LEONARDO PISANO ou LEONARDO BIGOLIO) - "0,1,1,2,3,5,8,13,21,34,55,89,144,233,377,610,987,1597,2584,4181".. 23 DE NOVEMBRO DE 2022

 

Leonardo Fibonacci

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Fibonacci)
Leonardo Fibonacci
Conhecido(a) porNúmero de Fibonacci,
primo de Fibonacci,
identidade de Brahmagupta–Fibonacci,
polinômio de Fibonacci,
pseudoprimo de Fibonacci,
palavra de Fibonacci,
constante dos inversos de Fibonacci,
introdução do sistema numérico hindu na Europa,
período de Pisano,
número prático
Nascimento1170
Pisa
Mortec. 1250 (80 anos)
Pisa (?)
NacionalidadeItaliano
Campo(s)Matemática

Leonardo Fibonacci, também conhecido como Leonardo de PisaLeonardo Pisano ou ainda Leonardo Bigollo, (Pisac. 1170 — Pisa?, c. 1250)[1] mais reconhecido como Fibonacci, foi um matemático italiano nomeado como o primeiro grande matemático europeu da Idade Média. É considerado por alguns como o mais talentoso matemático ocidental da Idade Média.[2] Ficou conhecido pela divulgação da sequência de Fibonacci e pela sua participação na introdução dos algarismos arábicos na Europa.

Como outros matemáticos do seu tempo, contribuiu para o renascimento das ciências exatas, após a decadência do último período da antiguidade clássica e do início da Idade Média, mas Fibonacci se destacou ao escrever o Liber Abaci, em 1202 (atualizado em 1254), a primeira obra importante sobre matemática desde Eratóstenes, isto é, mais de mil anos antes. O Liber Abaci introduziu os numerais hindu-arábicos na Europa, além de discutir muitos problemas matemáticos.[3]

Fibonacci é também conhecido pela sequência numérica nomeada após sua morte como sequência de Fibonacci. Ele não descobriu, mas usou-a como exemplo no Liber Abaci.[4]

Biografia

Estátua de Fibonacci no Camposanto Monumental de Pisa.

Como seu pai, Guglielmo dei Bonacci abastado mercador pisano e representante dos comerciantes da República de Pisa (publicus scriba pro pisanis mercatoribus) em Bugia, na região de Cabília, Argélia, Leonardo passou alguns anos naquela cidade. Na época, Pisa mantinha uma importante atividade comercial nos portos do Mediterrâneo, e Guglielmo atuava como uma espécie de fiscal alfandegário em Bugia, importante porto exportador de velas de cera, situado a leste de Argel, no Califado Almóada.[5] Ali, ainda muito jovem, Fibonacci teve contato com o mundo do comércio e aprendeu técnicas matemáticas desconhecidas no Ocidente, difundidas pelos estudiosos muçulmanos nas várias regiões do mundo islâmico. Alguns desses procedimentos haviam sido criados por matemáticos da Índia, uma cultura muito distante da mediterrânea.

Ao reconhecer que a aritmética, com algarismos arábicos, era mais simples e eficiente do que com os algarismos romanos, Fibonacci viajou por todo o mundo mediterrâneo, chegando até Constantinopla, para estudar com os matemáticos árabes mais importantes de então, alternando os estudos com a atividade comercial. Muito do seu aprendizado deve ser creditado às obras de Muhammad ibn Musa al-Khwarizmi, de Abu Kamil e de outros mestres árabes. Mas Fibonacci não foi um mero difusor dessas obras.

De volta à Itália, em torno de 1200, sua fama chega à corte do imperador Frederico II, sobretudo depois de ter resolvido alguns problemas do matemático da corte. Por essa razão, foi-lhe atribuído um rendimento vitalício, o que lhe permitiu dedicar-se completamente aos estudos.

Em 1202, aos 32 anos, publicou o Liber Abaci (Livro do Ábaco ou Livro de Cálculo), introduzindo os numerais hindu-arábicos na Europa.

Depois de 1228, não se tem mais notícias do matemático, exceto por um decreto de 1240 da República de Pisa, que atribuía um estipêndio ao "Discretus et sapiens magister Leonardo Bigollo" ("sério e sábio mestre Leonardo Bigollo"), [6] em reconhecimento dos serviços prestados à cidade, particularmente em matéria contábil e na instrução dos cidadãos .[7]

Fibonacci morreu alguns anos mais tarde, provavelmente em Pisa. No século XIII, uma estátua foi erguida em Pisa, em sua homenagem. Hoje está localizada na galeria ocidental do Camposanto, cemitério histórico da Piazza dei Miracoli.[8]

Seus estudos foram tão importantes que até hoje existe uma publicação periódica, Fibonacci Quarterly,[9] inteiramente dedicada à sequência aritmética elaborada por ele. Há também um asteróide que também tem o seu nome, o 6765 Fibonacci.

Livros escritos por Fibonacci

Liber Abaci

No Liber Abaci (1202), Fibonacci apresenta o chamado modus Indorum (método dos hindus), hoje conhecido como algarismos arábicos (Sigler 2003; Grimm 1973). O livro defendia a numeração com os dígitos 0-9 e a notação posicional, esclarecendo o sistema de posição árabe dos números, incluindo o número zero. O livro mostrou a importância prática do novo sistema numeral, aplicando-o à contabilidade comercial, conversão de pesos e medidas, o cálculo de juros, taxas de câmbio e outras aplicações. O livro foi bem recebido em toda Europa educada e teve um impacto profundo no pensamento europeu. Esse elegante sistema de sinais numéricos, em breve, substituiria o não mais oportuno sistema de algarismos romanos.

A segunda edição de Liber Abaci, de 1228, é a que hoje é conhecida. Esse livro contém uma grande quantidade de assuntos relacionados com a Aritmética e a Álgebra da época, e realizou um papel importante no desenvolvimento matemático na Europa nos séculos seguintes, pois, por esse livro, os europeus vieram a conhecer os algarismos hindus, também denominados arábicos. A teoria contida em Liber Abaci é ilustrada com muitos problemas que representam uma grande parte do livro.

Liber Abaci também colocou e resolveu um problema que envolve o crescimento de uma população hipotética de coelhos com base em pressupostos idealizados. A solução, de geração em geração, foi uma sequência de números mais tarde conhecida como número de Fibonacci. A seqüência numérica era conhecida por matemáticos indianos já no século VI, mas foi o Liber Abaci que a introduziu no Ocidente.

A Sequência de Fibonacci

Ver artigo principal: Sequência de Fibonacci

A Sequência de Fibonacci consiste em uma sucessão de números, tais que, definindo os dois primeiros números da sequência como 0 e 1, os números seguintes serão obtidos por meio da soma dos seus dois antecessores. Portanto, os números são: 0,1,1,2,3,5,8,13,21,34,55,89,144,233,377,610,987,1597,2584,4181...

Se nós dividirmos a base pela altura de um retângulo áureo, extrai-se a razão que é um "número irracional algébrico" conhecido como número de ouro, denotado com o símbolo "φ".

A sequência de Fibonacci é dada pela fórmula:

Uma das aplicações da sequência de Fibonacci é a identidade de Cassini.

Na cultura popular

Referências

  1.  «Leonardo Fibonacci (ca.1175 - ca.1240)». Consultado em 21 de março de 2010. Arquivado do original em 5 de fevereiro de 2010
  2.  Howard EvesAn Introduction to the History of Mathematics. Brooks Cole, 1990: ISBN 0-03-029558-0 (6th ed.), p 261.
  3.  Leonardo Pisano - page 3: "Contributions to number theory"Encyclopædia Britannica Online, 2006. Acessado em 18 de setembro de 2006.
  4.  Parmanand Singh. "Acharya Hemachandra and the (so called) Fibonacci Numbers". Math. Ed. Siwan , 20(1):28-30, 1986. ISSN 0047-6269]
  5.  Who was Fibonacci?
  6.  Na época, Fibonacci era também conhecido como Leonardo Bigollo. Na introdução de um dos seus livros, Flos (Flos super solutionibus quarundam questionum ad numerum et ad geometriam vel ad utrumque pertinentium, manuscrito de 1225), escreve o autor: "Incipit flos Leonardi bigolli pisani..." (ver Sources in Recreational Mathematics: An Annotated Bibliography Arquivado em 22 de julho de 2004, no Wayback Machine., por David Singmaster, 18 de março de 2004; grifo adicionado), que pode ser traduzido como "Aqui começa 'a flor', de Leonardo, o andarilho de Pisa ..." O significado básico de bigollo parece ser "bom para nada" e "viajante" e, assim, poderia ser traduzido por "vagabundo". A. F. Horadam argumenta que uma conotação de bigollo é "distraído" (ver a primeira nota de "Eight hundred years young"), e também usa essa conotação da palavra "errante". A tradução "andarilho", na citação acima tenta combinar as várias conotações da palavra bigollo em uma única palavra em português. Ver também SMITH, David Eugene Smith. History of mathematics. New York: Dover, 1958.
  7.  Leonardo Pisano (Fibonacci).
  8.  «Fibonacci's Statue in Pisa». Consultado em 21 de março de 2010. Arquivado do original em 2 de novembro de 2013
  9.  Fibonacci Quaterly

Ver também

Ligações externas



HERBERTO HELDER - POETA - NASCEU EM 1930 - 23 DE NOVEMBRO DE 2022

 

Herberto Helder

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Herberto Helder
Nome completoHerberto Helder de Oliveira
Nascimento23 de novembro de 1930
Funchal, Madeira, Portugal
Morte23 de março de 2015 (84 anos)
CascaisCascais
ResidênciaCascaisCascais
Nacionalidadeportuguesa
ProgenitoresMãe: Maria Ester dos Anjos Luís Bernardes
Pai: Romano Carlos de Oliveira
Filho(a)(s)Gisela Ester Pimentel de Oliveira
Daniel Oliveira
OcupaçãoEscritor, poeta
Principais trabalhosOs Passos em VoltaA Colher na BocaPhotomaton & VoxOu o Poema Contínuo
PrémiosPrémio P.E.N. Clube Português de Poesia (1983)

Prémio da Crítica da Associação Portuguesa de Críticos Literários (1988)

Herberto Helder de Oliveira (FunchalSão Pedro23 de novembro de 1930 – CascaisCascais23 de março de 2015[1]) foi um poeta português, considerado por alguns o "maior poeta português da segunda metade do século XX" [2] e um dos mentores da Poesia Experimental Portuguesa.

Família

Filho de Romano Carlos de Oliveira (Funchal, Monte, baptizado a 26 de Novembro de 1895) e de Maria Ester dos Anjos Luís Bernardes (c. 1900 - 1938), tinha duas irmãs, Maria Regina e Maria Elora. Herberto Hélder nasceu no n.º284 da Rua da Carreira, numa casa que pertencia à família do cientista e naturalista madeirense Adolfo César de Noronha.

Casou duas vezes: com Maria Ludovina Dourado Pimentel (de quem tem uma filha, Gisela Ester Pimentel de Oliveira, por casamento Lopes da Conceição) e com Olga da Conceição Ferreira Lima.

Foi pai do jornalista Daniel Oliveira, nascido da relação que teve com Isabel Figueiredo.

Biografia

Frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, tendo trabalhado em Lisboa como jornalistabibliotecáriotradutor e apresentador de programas de rádio. Viajou por diversos países da Europa realizando trabalhos corriqueiros, sem nenhuma relação com a literatura e foi redactor da revista Notícia em LuandaAngola, em 1971, onde sofreu um acidente grave. Também foi um dos colaboradores da efémera revista Pirâmide[3] (1959-1960).

É considerado um dos mais originais poetas de língua portuguesa. Era uma figura misantropa, e em torno de si pairava uma atmosfera algo misteriosa uma vez que recusava homenagens, prémios ou condecorações e se negava a dar entrevistas ou a ser fotografado. Em 1994 foi o vencedor do Prémio Pessoa, que recusou. Teve, antes da Revolução dos Cravos, ficha na Polícia Internacional e de Defesa do Estado que o identifica numa biblioteca em Castro Verde como alguém com “características comunistas”. Foi por algum tempo filiado no Partido Comunista Português[4][5][6].

A sua escrita começou por se situar no âmbito de um surrealismo tardio. Em 1964 organizou com António Aragão o "1.º caderno antológico de Poesia Experimental" (Cadernos de Hoje, MONDAR editores), marco histórico da poesia portuguesa (ver: Poesia Experimental Portuguesa). Escreveu entretanto "Os Passos em Volta", um livro que, através de vários contos, sugere as viagens deambulatórias de uma personagem por entre cidades e quotidianos, colocando ao mesmo tempo incertezas acerca da identidade própria de cada ser humano; "Photomaton e Vox", por sua vez, é uma coletânea de ensaios e textos e também de vários poemas. "Poesia Toda" é o título de uma antologia pessoal dos seus livros de poesia que tem sido depurada ao longo dos anos. Na edição de 2004 foram retiradas da recolha suas traduções. Alguns dos seus livros desapareceram das mais recentes edições da Poesia Toda, rebaptizada Ofício Cantante, nomeadamente Vocação Animal e Cobra.

A crítica literária aproxima sua linguagem poética do universo da Alquimia, da mística, da Mitologia edipiana e da imagem da Mãe.[7]

Faleceu a 23 de março de 2015, vítima de ataque cardíaco, aos 84 anos, na sua casa em Cascais.[8] Menos de dois meses após a sua morte, em Maio de 2015, foi publicado o último livro de originais do poeta, "Poemas canhotos", que tinha terminado pouco antes de morrer.[9]

Obra

Poesia

  • Poesia – O Amor em Visita (1958)
  • A Colher na Boca (1961)
  • Poemacto (1961)
  • Lugar (1962)
  • A máquina de emaranhar paisagens (1963)
  • Electrònicolírica (1964) [10]
  • Húmus: poema-montagem (1967)
  • Retrato em Movimento (1967)
  • Ofício Cantante: 1953-1963 (1967)
  • O Bebedor Nocturno (1968)
  • Vocação Animal (1971)
  • Poesia Toda (1.º vol. de 1953 a 1966; 2.º vol. de 1963 a 1971) (1973)
  • Cobra (1977)
  • O Corpo o Luxo a Obra (1978)
  • Photomaton & Vox (1979)
  • Flash (1980)
  • A Plenos Pulmões (1981)
  • Poesia Toda 1953-1980 (1981)
  • A Cabeça entre as Mãos (1982)
  • As Magias (1987)
  • Última Ciência (1988)
  • Poesia Toda (1990) (ISBN 972-37-0252-5)
  • Do Mundo (1994)
  • Poesia Toda (1996) (ISBN 972-37-0184-7)
  • Ouolof: poemas mudados para português (1997)
  • Poemas Ameríndios: poemas mudados para português (1997)
  • Doze Nós Numa Corda: poemas mudados para português (1997)
  • Fonte (1998)
  • Ou o poema contínuo: súmula (2001) (ISBN 972-37-0627-X)
  • Ou o poema contínuo (2004) (ISBN 972-37-0954-6)
  • A Faca Não Corta o Fogo - Súmula & Inédita (2008)
  • Ofício Cantante - Poesia Completa (2009)
  • Servidões (2013)
  • A Morte Sem Mestre (2014)
  • Poemas Completos (2014)
  • Poemas Canhotos (2015)
  • Letra Aberta (2016)

Ficção

  • Os Passos em Volta (1963)
  • Apresentação do Rosto (1968).

Crónicas e reportagens

  • em minúsculas (2018, póstumo) com prefácio do filho Daniel Oliveira. Crónicas e reportagens escritas quando viveu em Angola, entre 1971 e 1972.

Referências

  1.  Coutinho, Isa<bel (24 de março de 2015). «Morreu o poeta Herberto Helder». Consultado em 24 de março de 2015
  2.  «Universidade Nova de Lisboa». Citi.pt
  3.  Daniel Pires (1999). «Ficha histórica: Pirâmide : antologia (1959-1960)» (PDF)Dicionário da Imprensa Periódica Literária Portuguesa do Século XX (1941-1974); Vol. II, 1.º Tomo - Lisboa, Grifo, 1999Hemeroteca Municipal de Lisboa. p. 46. Consultado em 20 de março de 2015
  4.  Leonardo Ralha (25 de março de 2015). «Morreu o mago da poesia». Correio da Manhã. Consultado em 4 de maio de 2021
  5.  Cynara Menezes (24 de março de 2015). «Herberto Helder (1930-2015): o poema não é um objeto». Socialista Morena. Consultado em 4 de maio de 2021
  6.  Alexandra Carita (24 de março de 2015). «Herberto Helder. Apresentação de um rosto». Jornal Expresso. Consultado em 4 de maio de 2021
  7.  Herberto Helder: um poeta que só guardava o essencial, artigo de Luis Miguel Queirós no jornal Público, 25 de março de 2016
  8.  «Herberto Helder: morreu o poeta que nunca se deixou capturar». Consultado em 25 de janeiro de 2017
  9.  «Último livro de inéditos de Herberto Helder "Poemas canhotos" chega hoje às livrarias». Consultado em 15 de maio de 2015
  10.  «Electrònicolírica» de Herberto Helder e Combinatória PO.EX, artigo de Álvaro Seiça, 25 março 2015

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