sexta-feira, 18 de novembro de 2022

MP pede prisão efetiva não inferior a 3 anos e meio para jovem acusado de planear ataque terrorista a faculdade em Lisboa Inês Pereira - Há 1 hora - 18 DE NOVEMBRO DE 2022

 

MP pede prisão efetiva não inferior a 3 anos e meio para jovem acusado de planear ataque terrorista a faculdade em Lisboa

Inês Pereira - Há 1 hora
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MP pede prisão efetiva não inferior a 3 anos e meio para jovem acusado de planear ataque terrorista a faculdade em Lisboa
MP pede prisão efetiva não inferior a 3 anos e meio para jovem acusado de planear ataque terrorista a faculdade em Lisboa© TVI24

O Ministério Público (MP) pediu esta sexta-feira, durante as alegações finais, pena de prisão efetiva não inferior a três anos e meio para o jovem acusado de planear um ataque terrorista à Faculdade de Ciência da Universidade de Lisboa. Nas alegações finais do julgamento, a procuradora Ana Pais referiu que, tendo em conta os factos confessados pelo arguido, João Carreira deve ser condenado pelo crime de treino para terrorismo e por detenção arma proibida. 

O jovem, que sofre de autismo e está internado preventivamente no Hospital Prisional de Caxias, foi detido pela PJ em fevereiro. Tinha na sua posse facas, uma besta e cocktails molotov, entre outro material perigoso.

A procuradora referiu que o arguido disse em julgamento que se propunha a efetuar no mínimo três homicídios por forma a que a sua ação, no mínimo, pudesse ser considerada um "assassinato em massa".

A justificar o crime de terrorismo imputado ao arguido, a procuradora vincou que o plano de João Carreira "não tinha um alvo em particular", sendo uma ação "indiscriminada" que tanto podia ter como vítimas colegas da Faculdade, professores ou funcionários daquela instituição de ensino superior.

"A marca de água do terrorismo é esta indiscriminação, em que qualquer um de nós pode ser o alvo" desse ataque, enfatizou a procuradora, considerando que esse elemento típico do crime de terrorismo - a "indiscriminação" quanto às vítimas – se verificou neste caso.

A representante do Ministério Público (MP) entendeu ainda que "houve intenção" do arguido em praticar os atos imputados, tendo adquirido as armas - facas, uma besta e cocktails molotov - para o efeito.

A procuradora admitiu que o objetivo do jovem estudante com tais atos terroristas seria obter o estatuto de "assassino em massa" e ficar "famoso", ou seja, obter os "5 minutos de fama", mas que isso não retira a ilicitude dos atos, observando que "o bem jurídico protegido pelo terrorismo é a paz social".

Segundo a procuradora, o MP "não é alheio aos problemas de saúde [mentais] do arguido e à idade [19 anos]", mas tem que ter em conta os ilícitos praticados.

Em seu desfavor, mencionou que João Carreira "mesmo sabendo que a Polícia Judiciária (PJ) andava atrás dele, manteve o propósito de cometer os atos" de que é acusado.

"As razões de prevenção geral neste ilícito [terrorismo] são gritantes", disse a procuradora Ana Pais, justificando, mais uma vez, a sanção penal pedida para o arguido ao coletivo de juízes presidido por Nuno Costa.

A procuradora frisou ainda que "a comunidade exige que estes crimes sejam severamente punidos" e alertou para o perigo que a internet representa para a eventual radicalização dos jovens que passam milhares de horas diante do ecrã do computador.

A finalizar, a procuradora destacou que "o MP está convicto de que o arguido, acompanhado psiquiatricamente, poderá ressocializar-se após o cumprimento da pena", entendendo que ser razoável a pena de prisão pedida para o jovem estudante de engenharia informática.

Segundo o plano desmantelado pela PJ, a ação terrorista estava marcada para 11 de fevereiro. Após ser detido, João Carreira ficou em prisão preventiva, tendo a medida de coação sido substituída por internamento preventivo no Hospital Prisional de Caxias.

Constituição. PSD quer militares a atuar contra ameaças internas - 18 DE NOVEMBRO DE 2022

 

Constituição. PSD quer militares a atuar contra ameaças internas

Lusa - Há 3 horas
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O parlamento vai debater várias propostas de alteração à Constituição sobre as Forças Armadas, com o PSD a propor que a Defesa atue contra ameaças internas, e não apenas externas, e o PCP a incluir no texto os antigos combatentes.

O parlamento vai debater várias propostas de alteração à Constituição sobre as Forças Armadas, com o PSD a propor que a Defesa atue contra ameaças internas, e não apenas externas, e o PCP a incluir no texto os antigos combatentes.
O parlamento vai debater várias propostas de alteração à Constituição sobre as Forças Armadas, com o PSD a propor que a Defesa atue contra ameaças internas, e não apenas externas, e o PCP a incluir no texto os antigos combatentes.© Global Imagens

PS, Iniciativa Liberal e Livre são os únicos partidos cujos projetos de revisão constitucional não mexem na área da Defesa. Os restantes cinco partidos propoem algumas mudanças neste âmbito.

No artigo 273.º, o qual estabelece que "a Defesa Nacional tem por objetivos garantir, no respeito da ordem constitucional, das instituições democráticas e das convenções internacionais, a independência nacional, a integridade do território e a liberdade e a segurança das populações contra qualquer agressão ou ameaça", o PSD quer acrescentar a expressão: "que se projete no espaço nacional".

Os sociais-democratas pretendem "esclarecer que a Defesa Nacional tem como finalidade a garantia contra qualquer agressão ou ameaça que se projete no espaço nacional (e não apenas ameaças externas)", como explicam na exposição de motivos do projeto.

Já no artigo 275.º, sobre as Forças Armadas, o PSD reorganiza algumas alíneas estabelecendo que cabe aos militares "a defesa militar da República", "a satisfação dos compromissos externos do Estado Português no âmbito militar" e "a participação em missões humanitárias e de paz assumidas pelas organizações internacionais de que Portugal faça parte".

Neste ponto o PSD inclui também "a participação em missões externas para proteção dos interesses nacionais e de cooperação técnico-militar no âmbito da política nacional de cooperação" e a "execução de missões relacionadas com a proteção civil, a satisfação de necessidades básicas e a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos".

O PCP é o partido que mais altera artigos relacionados com a Defesa, chegando até a criar um novo dedicado aos antigos combatentes e deficientes militares, no qual é estabelecido que estes "têm direito ao reconhecimento por parte do Estado".

"Compete ao Estado definir os acréscimos de pensões e os demais direitos de natureza económica e social, necessários para garantir a dignidade das condições de vida dos antigos combatentes e seus familiares através do estatuto do antigo combatente a aprovar por lei", lê-se no projeto.

No artigo 135.º, sobre competência nas relações internacionais, o PCP quer estabelecer que o Presidente da República autoriza "o envolvimento das Forças Armadas em missões fora do território nacional" e no artigo 197.º os comunistas defendem que o Governo deve "submeter à aprovação da Assembleia da República as propostas de envolvimento" de militares em missões no estrangeiro.

Quanto à competência política e legislativa (161.º), o PCP estabelece que a Assembleia da República passa a pronunciar-se, sob proposta do Governo, sobre este tipo de missões mas não só: os comunistas querem consagrar que o parlamento aprova "as Grandes Opções do Conceito Estratégico de Defesa Nacional" bem como "as Grandes Opções da Política de Segurança Interna".

O PCP quer ainda consagrar na lei fundamental que "as despesas de investimento a efetuar pelo Estado com vista ao cumprimento eficaz das missões das Forças Armadas constarão de Lei de Programação Militar e de Lei de Programação das Infraestruturas Militares, a aprovar pela Assembleia da República".

Os comunistas propõem que o parlamento eleja cinco vogais do Conselho Superior de Defesa Nacional e querem eliminar "a possibilidade de aplicação de prisão disciplinar aos militares em tempo de paz e fora de missões militares".

O BE também propõe que a Assembleia da República e a Comissão Permanente passem a autorizar, "nos termos expeditos que a lei determine, o envolvimento de contingentes militares e de forças de segurança no estrangeiro".

Já o Chega quer incluir na lei fundamental que "o serviço militar deve ser promovido e criadas condições de atratividade para o ingresso nas Forças Armadas, nos termos da lei".

O PAN propõe que as Forças Armadas possam ser incumbidas de colaborar "em tarefas relacionadas com a proteção do ambiente e da biodiversidade".

Leia Também: Constituição. Eis o que querem mudar os partidos em dez áreas

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