O tornado que passou por Lisboa e danificou telhado do Banco Alimentar
O vídeo foi publicado nas redes sociais pelo escritor Afonso Cabral e mostra a passagem do tornado por Lisboa. As freguesias de Alcântara e Alvalade foram as mais afetadas.
A zona de Alcântara, em Lisboa, foi esta tarde de terça-feira afetada por "um tornado de fraca intensidade", que causou danos no telhado do Banco Alimentar Contra a Fome, confirmaram fontes oficiais.
Patrícia Marques, meteorologista de serviço do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), explicou ter-se tratado de "uma supercélula, que passou com bastante atividade e fez um movimento rotacional que terá resultado na imagem semelhante a um funil".
O "fenómeno de vento extremo" foi detetado pelos dados de radar do IPMA e teve "curta duração no tempo".
A meteorologista referiu que o país está a ser atravessado "por uma superfície frontal fria com bastante atividade", que está a fazer o percurso Lisboa-Castelo Branco, no caminho para Espanha.
O fenómeno registou-se "só em Alcântara" e foi depois "algo esbatido", adiantou Patrícia Marques, precisando que o IPMA não tem conhecimento de mais estragos.
Em declarações à agência Lusa, a diretora do Serviço Municipal de Proteção Civil de Lisboa adiantou que na freguesia de Alcântara, a segunda zona da cidade mais afetada pelo mau tempo verificado hoje, voou parte do telhado do Banco Alimentar Contra a Fome, na Avenida de Ceuta.
"Parte da cobertura foi parar à linha de comboio", acrescentou Margarida Castro Martins.
Nesta freguesia foram também registadas "várias inundações" em espaços públicos e privados, bem como "diversas quedas de árvores", causando "bastantes danos em viaturas".
As duas freguesias mais afetadas
A Proteção Civil de Lisboa registou 89 ocorrências na zona de Lisboa, entre as 13:00 e as 15:00, afetando sobretudo as freguesias de Alvalade e de Alcântara, com diversas inundações, quedas de árvores e viaturas danificadas
A diretora do Serviço Municipal de Proteção Civil de Lisboa, Margarida Castro Martins, adiantou, cerca das 17:20, que as freguesias mais afetadas foram as de Alvalade e de Alcântara, com 18 e 12 ocorrências, respetivamente, durante aquelas duas horas.
Por tipologia, acrescentou, o vento e a chuva fortes provocaram, sobretudo, inundações em espaços públicos e privados, "inúmeras arvores caídas" e "muitas viaturas danificadas".
E no resto do país?
A Proteção Civil registou 182 ocorrências em Portugal continental, entre as 00:00 e as 15:00 de hoje, devido à chuva forte e ao vento, sendo os distritos de Lisboa e de Aveiro os mais afetados.
Segundo disse à Lusa o comandante Paulo Santos, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), foram registadas "182 ocorrências, essencialmente por inundações na via pública e nas zonas periurbanas com quedas de árvores, não estando contabilizadas as referentes à cidade de Lisboa".
A Proteção Civil alertou na segunda-feira a população para as previsões de chuva e vento durante o dia de hoje, com possibilidade de ocorrência de cheias, inundações e deslizamento de terras, principalmente nas regiões do Norte e Centro.