Coreia do Norte disparou mais de 100 tiros de artilharia e mísseis balísticos, afirma Seul
A Coreia do Sul disparou três mísseis em resposta aos lançamentos de Pyongyang.
A Coreia do Norte disparou mais de 100 tiros de artilharia para uma zona de proteção militar estabelecida num acordo militar com o Sul, disseram as Forças Armadas sul-coreanas. Antes, Pyngyang tinha lançado uma série de mísseis de vários tipos, um dos quais atingiu as águas do Sul pela primeira vez.
Os disparos são uma violação do acordo de 2018, disse o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.
"Este lançamento de mísseis norte-coreanos é muito invulgar e inaceitável, pois caiu pela primeira vez perto das águas territoriais sul-coreanas, a sul da linha de fronteira do Norte", desde que a península foi dividida, disse o diretor de operações do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, Kang Shin-chul, aos jornalistas.
Num raro alerta de ataque aéreo, transmitido pela televisão estatal, as autoridades sul-coreanas pediram aos residentes da ilha de Ulleung, ao largo da costa oriental, para se protegerem em abrigos subterrâneos, depois de a Coreia do Norte ter disparado três mísseis balísticos de curto alcance.
O Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, convocou uma reunião do Conselho de Segurança.
O Japão também confirmou o lançamento de mísseis balísticos norte-coreanos, com a guarda costeira a avisar os navios para terem cuidado.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse aos jornalistas que queria "realizar uma reunião de segurança a nível nacional o mais rapidamente possível", devido ao "aumento das tensões na península coreana".
Coreia do Sul dispara três mísseis em resposta
O exército da Coreia do Sul anunciou ter disparado três mísseis ar-terra em resposta aos lançamentos do Norte. Os mísseis sul-coreanos caíram em águas perto da linha de fronteira que separa os dois países, "a uma distância correspondente à área onde o míssil norte-coreano caiu", disse o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.
O Estado-Maior indicou que caças F-15 e F-16 dispararam os mísseis para demonstrar que a Coreia do Sul está pronta a responder "de forma severa a qualquer provocação", de acordo com um comunicado.
Horas antes, o Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, tinha descrito o lançamento de um míssil balístico que caiu perto das águas do Sul como uma "provocação norte-coreana [que] é uma invasão territorial 'de facto'".
Foi a primeira vez que um míssil do Norte caiu "perto das águas territoriais sul-coreanas, a sul da linha de fronteira do Norte", desde que a península foi dividida, disse o diretor de operações do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, Kang Shin-chul, aos jornalistas.
Os mísseis disparados pela Coreia do Norte constituem "a demonstração mais agressiva e ameaçadora [de força] contra o Sul desde 2010", disse o investigador do Instituto Sejong, com sede em Seul, Cheong Seong-chang. "Esta é uma situação perigosa e instável" que pode levar a confrontos armados, acrescentou.
Seul e Washington estão a realizar exercício aéreo conjunto “Tempestade Vigilante”
Seul e Washington estão atualmente a realizar o maior exercício aéreo conjunto de sempre, apelidado "Tempestade Vigilante", envolvendo centenas de aviões de guerra de ambos os exércitos.
O marechal da Coreia do Norte e secretário do Partido dos Trabalhadores (no poder), Pak Jong Chon, disse que os exercícios são agressivos, de acordo com a imprensa oficial norte-coreana.
"Se os Estados Unidos e a Coreia do Sul tentarem utilizar as forças armadas contra a República Popular Democrática da Coreia [nome oficial da Coreia do Norte], sem medo, os meios especiais das forças armadas da RPDC desempenharão a sua missão estratégica sem demora", disse Pak, de acordo com a agência oficial de notícias norte-coreana KCNA.
"Os EUA e a Coreia do Sul terão de enfrentar um caso terrível e pagar o preço mais horrível da história", acrescentou Pak.
Um dos mísseis caiu em alto-mar a apenas 57 quilómetros (35 milhas) a leste do continente sul-coreano, disse o exército sul-coreano.
Na sexta-feira passada, os militares sul-coreanos disseram que Pyongyang disparou dois mísseis balísticos de curto alcance.
As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra, uma vez que o conflito de 1950-53 terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz.