Xi Jinping elevado a líder indiscutível da China
O Partido Comunista Chinês (PCC) aprovou hoje uma emenda à sua carta magna que eleva o estatuto do secretário-geral da organização,
O Partido Comunista Chinês (PCC) aprovou hoje uma emenda à sua carta magna que eleva o estatuto do secretário-geral da organização, Xi Jinping, como líder indiscutível da China.
A decisão foi tomada na sessão de encerramento do 20.º Congresso do PCC, que definiu a agenda que vai moldar o futuro político do país asiático nos próximos cinco anos.
O texto da emenda não foi divulgado imediatamente, mas, antes da sua aprovação, um locutor referiu os motivos por detrás da decisão, mencionando repetidamente Xi e os seus "feitos" na modernização das Forças Armadas e da economia e no reforço da autoridade do Partido.
Nos seus breves comentários finais, Xi apontou que a revisão "estabelece requisitos claros para manter e fortalecer a liderança geral do Partido".
No congresso anterior, em 2017, o PCC elevou já o estatuto de Xi ao consagrar as suas ideias -- conhecidas como "Pensamento de Xi Jinping" -- na sua carta magna.
A elevação do seu pensamento ideológico torna qualquer crítica às diretrizes de Xi num ataque direto ao Partido e sinaliza amplo apoio ao líder chinês entre a elite política do país, segundo observadores.
Os cerca de 2.000 delegados presentes no congresso também elegeram formalmente um novo Comité Central, composto por 205 membros, de acordo com a imprensa estatal.
A análise consensual aponta para a atribuição de um terceiro mandato a Xi Jinping como secretário-geral do PCC, mas os observadores vão estar atentos às entradas e saídas da cúpula do poder na China.
O relatório de trabalhado lido por Xi na sessão de abertura do congresso, há uma semana, mostrou a sua determinação em permanecer no rumo atual, perante os desafios internos e externos.
Xi emergiu durante a sua primeira década no poder como um dos líderes mais fortes na História moderna da China, quase comparável a Mao Zedong, o fundador da República Popular, que liderou o país entre 1949 e 1976.
Um terceiro mandato de Xi quebraria um limite não oficial de dois mandatos, que foi instituído para tentar evitar os excessos do poder absoluto que marcaram o reinado de Mao.