quarta-feira, 19 de outubro de 2022

ARÁBIA SAUDITA CONDENA HOMEM A 16 ANOS DE PRISÃO DEVIDO A CRÍTICAS NO TWITTER - 19 DE OUTUBRO DE 2022

 

Arábia Saudita condena homem a 16 anos de prisão devido a críticas no Twitter

Lusa - Há 3 horas
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O homem de 72 anos tem dupla nacionalidade norte-americana e saudita.

Arábia Saudita condena homem a 16 anos de prisão devido a críticas no Twitter
Arábia Saudita condena homem a 16 anos de prisão devido a críticas no Twitter© Canva - Ymgerman

Um homem com dupla nacionalidade norte-americana e saudita foi condenado a 16 anos de prisão na Arábia Saudita devido a críticas ao regime de Riade, publicadas no Twitter enquanto estava nos Estados Unidos.

Ibrahim, o filho de Saad Ibrahim Almadi, disse à agência Associated Press que o homem de 72 anos, que vive na Florida, foi preso em novembro de 2021, enquanto visitava a família na Arábia Saudita, torturado e condenado no início deste mês.

Ibrahim explicou que o pai foi detido por causa de 14 publicações na rede social Twitter nos últimos sete anos, principalmente a criticar políticas governamentais e suposta corrupção na Arábia Saudita.

O filho disse que Almadi não era um ativista, mas um cidadão comum expressando a sua opinião enquanto estava nos Estados Unidos, onde a liberdade de expressão é um direito constitucional.

Ibrahim revelou que o pai foi condenado a 16 anos de prisão em 3 de outubro por acusações de apoiar o terrorismo, assim como a uma proibição de viagem de 16 anos.

Se a sentença for cumprida de forma integral, Almadi será libertado aos 87 anos e só poderá voltar para casa, nos Estados Unidos, aos 104 anos.

Ibrahim disse que as autoridades sauditas alertaram a família de Almadi para não tornar o caso público e não envolver o governo de Washington.

Após a família ter entrado em contacto com o Departamento de Estado norte-americano, em março, o idoso foi torturado, disse o filho.

Ibrahim acusou o Departamento de Estado de negligenciar o caso do pai ao não o declarar um norte-americano "detido injustamente".

O porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, confirmou na terça-feira a detenção de Almadi.

"Temos de forma consistente e intensa demonstrado a nossa preocupação com o caso aos níveis superiores do governo saudita, tanto por meio de canais em Riade como em Washington, e continuaremos a fazê-lo", disse Patel.

Os Estados Unidos voltaram a discutir a condenação de Almadi "com membros do governo saudita" na segunda-feira, revelou o porta-voz.

As autoridades sauditas não fizeram até ao momento qualquer comentário sobre Almadi.

A Arábia Saudita reforçou a repressão à dissidência após a ascensão do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, que tem procurado abrir e transformar o reino ultraconservador, mas adotou uma linha dura em relação a qualquer crítica.

Outros casos polemicos

Em agosto, um tribunal saudita condenou uma mulher a 45 anos de cadeia por, alegadamente, ter afetado o país através da atividade que mantinha nas redes sociais.

Também em agosto, a saudita Salma al-Shehab, estudante de medicina em Leeds, Inglaterra, foi condenada a 34 anos de prisão em Riade igualmente pelo uso "indevido" das redes sociais.

O Presidente norte-americano Joe Biden, que em 2018 tinha prometido tornar a Arábia Saudita um reino "pária" pelo assassínio em 2018 do jornalista saudita Jamal Khashoggi, viajou para Riade em julho.

Biden encontrou-se com o príncipe herdeiro Mohamed, numa reunião na qual levantou a questão dos direitos humanos, disse mais tarde o líder dos Estados Unidos.

Em 11 de outubro, Biden disse que irá reavaliar a relação bilateral com a Arábia Saudita, depois de os sauditas se aliarem à Rússia na redução da produção de petróleo em dois milhões de barris por dia, o que representa o maior corte desde a pandemia da covid-19.

PORTUGAL CADA VEZ MAIS AMEAÇADO PELA FALTA DE ÁGUA - 19 DE OUTUBRO DE 2022

 

Portugal cada vez mais ameaçado pela falta de água

Lusa - Há 43 minutos
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Portugal está cada vez mais ameaçado pela falta de água e pela dependência de energia de países politicamente instáveis, avisa a edição deste ano do Relatório de Ameaças Ecológicas.

Portugal está cada vez mais ameaçado pela falta de água e pela dependência de energia de países politicamente instáveis, avisa a edição deste ano do Relatório de Ameaças Ecológicas.
Portugal está cada vez mais ameaçado pela falta de água e pela dependência de energia de países politicamente instáveis, avisa a edição deste ano do Relatório de Ameaças Ecológicas.© iStock

Publicado pelo Instituto de Economia e Paz, o estudo refere que, embora a África subsaariana seja a região mais exposta à escassez de água, países europeus como Albânia, Estónia, Grécia, Itália, Países Baixos e Portugal estão em risco de "sentir aumentos substanciais de pressão hídrica até 2040".

"A insegurança alimentar e a pressão hídrica estão interligados, uma vez que sem uma captação de água adequada é impossível fornecer alimentos suficientes", vincou.

Segundo o relatório, mais de 1.400 milhões de pessoas em 83 países sofrem de pressão hídrica extrema, incluindo 51 países da África-subsariana como Angola e Moçambique, mas também o Haiti, Iraque, Sudão, Iémen e Venezuela.

Por outro lado, a invasão da Ucrânia pela Rússia levou países ocidentais a intensificarem o abastecimento de combustíveis fósseis junto de países como a Argélia, Marrocos, Líbia ou Nigéria, "mas isso comporta riscos", avisam os autores do relatório. 

"A turbulência política nos países exportadores de energia com baixo índice de paz representa uma ameaça a curto e médio prazo para as nações desenvolvidas que dependem destas importações", explicam. 

Japão, Coreia do Sul, Itália, Portugal, Espanha e Alemanha são alguns dos países mais vulneráveis, refere. 

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