Mobilização militar na Rússia: quanto vão receber os soldados e quem é chamado primeiro?
As forças armadas russas pretendem chamar 300 mil pessoas para combater na Ucrânia.
Os cidadãos russos que forem mobilizados para combater na Ucrânia irão receber, pelo menos 205 mil rublos por mês (cerca de 3.480 euros). O valor é avançados por Alexander Avdonin, comissário militar de Yakutia em declarações à agência noticiosa russa Ria.
“Todos os cidadãos convocados para a mobilização são equiparados a militares contratados, recebem subsídio monetário no mesmo valor – a partir de 205 mil rublos, dependendo do cargo e da patente militar”, cita a agência.
As forças armadas russas vão convocar 300 mil reservistas para combater na Ucrânia. Fazendo o cálculo tendo por base o valor divulgado agora pela Ria, a mobilização militar parcial irá custar mais de 1.000 milhões de euros por mês ao Kremlin.
Além do valor base, cada uma das regiões russas poderá ainda pagar um apoio adicional a cada soldado. Quem o diz é Sergei Aksyonov, chefe da Crimeia – a península ucraniana que foi anexada pela Rússia em 2014 – que anunciou um apoio único de 200 mil rublos (perto de 3.395 euros) para os cidadãos mobilizados. No entanto, o responsável apela a que não haja “competição de regiões” para ver quem vai pagar mais aos soldados.
A mobilização parcial entrou em vigor esta quarta-feira, no mesmo dia em que Vladimir Putin fez o anúncio à população. Segundo o decreto, serão chamados os soldados que estão na reserva e que tenham “experiência militar prévia” – numa primeira fase os que serviram no exército há menos de três meses e tenham competências de serviço militar adquiridas.
O recrutamento irá seguir várias condições. Os estudantes que estejam nas universidades a tempo completo e não estejam na reserva não serão recrutados durante a mobilização parcial. Além disso, os cidadãos com patentes militares de soldado e sargento com menos de 35 anos e os oficiais superiores até aos 50 anos serão chamados com prioridade. Quem residir de forma permanente fora da Rússia não será convocado.
Esta mobilização tem como objetivo aumentar a defesa das zonas ucranianas ocupadas pela Rússia – que, segundo Moscovo, foram “libertada” – assim como a linha da frente. Desde o início da invasão, a 24 de fevereiro, a Rússia perdeu 5.937 soldados, avanço o ministro da Defesa Sergei Shoigu.