terça-feira, 6 de setembro de 2022

FURACÃO "DANIELLE" NÃO PASSA NOS AÇORES MAS PROVOCA CHUVA E VENTO - 6 DE SETEMBRO DE 2022

 

Furacão Danielle não passa pelos Açores mas deve provocar chuva e vento

Agência Lusa - Ontem às 21:42
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Furacão Danielle voltou à categoria 1, mas está distante dos Açores
Furacão Danielle voltou à categoria 1, mas está distante dos Açores© Fornecido por CNN Portugal

O furacão Danielle não vai atravessar os Açores e deve perder as características tropicais, mas um sistema frontal associado pode provocar no arquipélago chuva e vento com rajadas na sexta-feira e no sábado, foi divulgado esta segunda-feira.

Em comunicado, o Centro de Previsão e Vigilância Meteorológica dos Açores do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) explica estar previsto que, “nas próximas 72 horas”, o furacão “perca as características tropicais, tornando-se numa depressão extratropical com um sistema frontal associado”.

A passagem deste sistema frontal nos Açores, na sexta-feira e no sábado, deve “provocar alguma precipitação e vento com rajadas até 60 quilómetros por hora”, acrescenta.

De acordo com o IPMA, esta segunda-feira, às 15:00, o furacão Danielle, de categoria 1 na escala de Saffir-Simpson, “encontrava-se a 1.475 quilómetros a oés-noroeste (WNW) dos Açores”.

“O furacão Danielle irá deslocar-se lentamente para nor-nordeste (NNE), não atravessando o Arquipélago dos Açores”, conclui o IPMA.

No domingo, o IPMA informou que o ciclone tropical Danielle se intensificou, tornando-se novamente num furacão de categoria 1, mas "um pouco mais distante do arquipélago".

A escala de Saffir-Simpson é utilizada como medida da intensidade de um furacão e varia de 1 a 5, sendo 5 o mais intenso.

ADRIANO MOREIRA - 100 ANOS ENTRE DITADURA, DEMOCRACIA E ENSINO - 6 DE SETEMBRO DE 2022

 

Adriano Moreira. 100 anos de um percurso dividido entre ditadura, democracia e ensino

Agência Lusa - Há 3 horas
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Adriano Moreira, ministro do Ultramar no período da ditadura e antigo presidente do CDS democracia, completa hoje 100 anos e é o político com a maior longevidade da história democrática portuguesa. 

Adriano Moreira. 100 anos de um percurso dividido entre ditadura, democracia e ensino
Adriano Moreira. 100 anos de um percurso dividido entre ditadura, democracia e ensino© TVI24

Condecorado pelo Presidente da República em junho com a Grã-Cruz da Ordem de Camões, Adriano Moreira destacou-se não só como estadista e político, mas também como professor universitário e pensador em matérias de Relações Internacionais e de Educação.

Ex-membro do Conselho de Estado indicado pelo CDS-PP, Adriano Moreira teve um percurso académico e político dividido entre dois regimes, tendo sido ministro do Ultramar no Estado Novo, de 1961 a 1963, e presidente do Centro Democrático e Social (CDS) em democracia, de 1986 a 1988.

Professor universitário com dezenas de obras publicadas, fortemente ligado ao atual Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), que dirigiu e ajudou a reformar antes do 25 de Abril, foi também deputado, entre 1980 e 1995, e vice-presidente da Assembleia da República no seu último mandato parlamentar.

"A minha vida foi a escola, sobretudo. A intervenção política foi mais por obrigação cívica", afirmou Adriano Moreira, numa entrevista à agência Lusa, em 2012.

Nascido em Grijó, crescido em Campolide

Adriano José Alves Moreira nasceu em Grijó, Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, em 06 de setembro de 1922, filho de António José Moreira, que foi subchefe da Polícia de Segurança Pública (PSP) no porto de Lisboa, e de Leopoldina do Céu Alves.

Em Lisboa, morou em Campolide, estudou no Liceu Passos Manuel e licenciou-se em Ciências Histórico-Jurídicas pela Faculdade de Direito de Lisboa, em 1944. Recém-formado, começou a exercer a advocacia e o seu envolvimento num processo contra o então ministro da Guerra, Fernando dos Santos Costa, valeu-lhe uma detenção.

No Aljube, de onde foi libertado passados cerca de dois meses, conheceu Mário Soares: "Até então, só o conhecia de nome. Era um jovem que muita gente apreciava, porque tinha uma certa alegria e também porque era muito determinado e consistente para a idade. Mas defendíamos posições inteiramente contrárias", relatou, citado pela Visão, em 1995.

Entretanto, ingressou no corpo docente da antiga Escola Superior Colonial, que passaria a Instituto Superior de Estudos Ultramarinos - o atual ISCSP, pelo qual se doutorou, assim como pela Universidade Complutense de Madrid - e que, com a sua intervenção, seria integrado na Universidade Técnica de Lisboa. 

A sua tese "O Problema Prisional do Ultramar", editada em 1954, foi premiada pela Academia das Ciências de Lisboa. Entre 1957 e 1959, Adriano Moreira fez parte da delegação portuguesa às Nações Unidas: "Aí pude ouvir pela primeira vez em liberdade as vozes dos povos que eram tratados como mudos ou como dispensáveis. E isso mais avivou a minha ideia de que tínhamos de transformar completamente o ensino".

Ministro de Salazar

António de Oliveira Salazar chamou-o então para o Governo, primeiro para subsecretário de Estado da Administração Ultramarina, em 1960, e depois para ministro do Ultramar, em 1961. Estalavam as primeiras revoltas em Angola contra a colonização portuguesa.

Segundo o próprio Adriano Moreira, Salazar convidou-o para que pusesse em prática um conjunto de reformas de que falava nas suas aulas, mas posteriormente pediu-lhe para mudar de política e a sua resposta foi: "Vossa excelência acaba de mudar de ministro".

"Fui ministro de Salazar, mas fui o ministro que fui: revoguei o Estatuto do Indigenato e aboli as culturas obrigatórias nas colónias", disse ao Expresso, em 1983.

Quando deixou o Governo, em 1963, voltou ao ensino e casou-se em 1968 com Mónica Isabel Lima Mayer, com quem teve seis filhos, António, Mónica, Nuno, Isabel, João e Teresa. Foi presidente da Sociedade de Geografia.

Após o 25 de Abril de 1974, foi saneado das funções oficiais e esteve exilado no Brasil, onde foi professor na Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Em 1980, regressou à política ativa, como candidato a deputado nas listas da Aliança Democrática (AD). Filiou-se no CDS, que acabaria por liderar, entre 1986 e 1988, e continuou deputado até 1995.

Em 2014, Adriano Moreira foi uma das 70 personalidades que defenderam a reestruturação da dívida pública como única saída para a crise.

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