Zelensky contra-ataca após acusações da Rússia sobre Zaporizhzhia
Presidente ucraniano diz que ocupantes russos criaram outra situação extremamente arriscada para todos na Europa.
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MUNDO GUERRA NA UCRÂNIA
Opresidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, contra-atacou as acusações da Rússia de que a Ucrânia tinha atacado a central nuclear de Zaporizhzhia, controlada atualmente por russos.
"Hoje, os ocupantes criaram outra situação extremamente arriscada para todos na Europa – atacaram a central nuclear de Zaporizhzhia, duas vezes num dia”, disse Zelensky na sua mensagem de vídeo diária.
"Esta é a maior central nuclear do nosso continente. E qualquer bombardeamento nesta instalação é um crime aberto e descarado, um ato de terrorismo", acrescentou.
Refira-se que o ministro da Defesa russo negou as acusações por parte da empresa que opera a central nuclear.
Recorde-se que as autoridades separatistas russófonas de Enerdogar, alertaram hoje para novos ataques das forças ucranianas contra a infraestrutura, com Kyiv a replicar e a atribuir as ações militares às tropas russas.
Os responsáveis separatistas informaram ainda em comunicado na rede social Telegram que estão a adotar todas as medidas necessárias para normalizar rapidamente o funcionamento da central, situada no sul do país.
Os responsáveis locais consideram que o exército ucraniano atacou deliberadamente as linhas elétricas em território situado perto da central nuclear com o objetivo de criar uma ameaça para a população da zona.
Numa reação oposta, a Ucrânia acusou os russos de ataques perto do reator nuclear.
"Hoje foram assinalados três ataques perto de um dos reatores nucleares", anunciou na rede Telegram a empresa estatal ucraniana Energoatom, que gere as centrais nucleares do país.
"Existem riscos de fuga de hidrogénio e de pulverização de substâncias radioativas. O perigo de incêndio é elevado", indicou a empresa, que não se referiu a vítimas.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 17 milhões de pessoas de suas casas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de dez milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 16 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A ONU contabiliza mais de 5.300 mortos civis, sublinhando que os números reais deverão ser muito superiores, mas que só serão conhecidos quando houver acesso a zonas ocupadas ou sob intensos combates.
Israel e Palestina concordam com uma trégua a partir desta noite
EM ATUALIZAÇÃO
As autoridades de Israel e Palestina chegaram a acordo para cumprir uma trégua na Faixa de Gaza a partir da noite deste domingo, tal como proposto pelo Egito, um intermediário histórico entre as duas partes beligerantes, avança a agência de notícias Reuters.
O acordo surge depois de três dias de ataques entre os dois países, o resultado de um primeiro ataque lançado pelos israelitas na sexta-feira, em plena luz do dia, e que pôs fim a um ano e meio de paz relativa. Em resposta, os palestinianos lançaram quase 200 rockets para o outro lado da fronteira, contra o centro de Israel e Tel Aviv.
O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, garantiu, num discurso à nação, que estava a trabalhar "incansavelmente" para restaurar a paz na região. Mas os ataques mantiveram-se ao longo de todo o fim de semana e provocaram pelo menos 32 mortes, de acordo com a mais recente atualização do Ministério da Saúde do enclave palestiniano.
Entretanto, as Forças de Defesa de Israel anunciaram que mataram dois líderes da Jihad Islâmica Palestiniana - Jaled Mansul e Tayseer al-Jabari.
O que começou na sexta-feira como uma "ofensiva preventiva" israelita com ataques aéreos na Faixa de Gaza tornou-se no pico mais grave de violência naquela região desde 2021.